quarta-feira, 30 de maio de 2007

Coisas boas

Quero muito escrever-vos mas não sei bem o quê. Para já, fica aqui o fruto da minha oração destes dias. Quando já há coisas demais que me chateiam e irritam, talvez esteja na altura de me obrigar a ver o Bom em coisas tão pequeninas em cada dia.

Pode parecer aqueles mails foleiros mas não é. Fui eu que escrevi cada uma delas e são coisas que me vão deixando contente ao longo do dia.
E faltam muitas mais, graças a Deus.

Gosto do cheiro de chão encerado
Gosto do barulho dos meus sapatos de vela a passar num chão envernizado
Gosto de trincar esparguete cru
Gosto do cheiro a relva cortada
Gosto de ver degraus de pedra polidos pelo passar de milhares de pessoas
Gosto de limpar pratas que estão pretas
Gosto de pôr perfume e pentear-me com o cabelo molhado, fazer uma risca impecável
Gosto de ver um casal mais velho apaixonado e preocupado um com o outro
Gosto de enroscar parafusos até ao fim
Gosto de meias até ao joelho
Gosto de um terço com espaço para pôr o dedo entre as contas
Gosto de ver a minha sombra numa noite de lua cheia
Gosto de um livro novo
Gosto quando alguém que não conheço passa por mim e sorri como se me conhecesse
Gosto de fotografias focadas em alguém e desfocadas atrás
Gosto da areia quente na praia
Gosto do meu croissant misto com manteiga e UCAL, e de que já não seja preciso pedir porque o senhor da caixa já sabe
Gosto de ter o dinheiro certo para ele ficar contente
Gosto de estar num sítio tão alto onde os pássaros voam debaixo de mim, nas rochas da praia
Gosto quando adivinho a musica que vai passar a seguir na RFM
Gosto de quando, de repente, os grilos param todos de cantar, à noite, e finalmente o silêncio
Gosto de ver uma Irmã bonita num hábito preto e branco
Gosto de tirar os cotonetes da caixa um a um, sem os desarrumar; ou de despejar a caixa dos fósforos e por as cabeças todas para o mesmo lado
Gosto de receber uma reposta à mensagem que mandei
Gosto de andar de carro para longe a ouvir música
Gosto do cheiro do Alentejo
Gosto quando percebo que alguém gosta de estar comigo
Gosto do cheiro de um bolo acabado de fazer
Gosto de cortar queijo em fatias milimétricas
Gosto de por a mão no capot de um carro que acabou de chegar e ainda está quente, apesar de ser já muito tarde
Gosto de limpar óculos que estão baços
Gosto de estalar as costas e esquecer que me doem
Gosto de rezar com alguém
Gosto de um banho a ferver
Gosto de comer Nutella sem sujar o cabo da colher
Gosto de espirrar
Gosto do barulho das teclas deste computador portátil
Gosto de rir até chorar e esquecer-me de tudo o que me assusta
Enfim, gosto de Jesus.

16

domingo, 27 de maio de 2007

Em Fátima rezámos por ti!


É verdade, estes três Senzas Fatigrinos juntaram-se e rezaram pela pessoa e pelas intenções de cada Senza!!! E cá estamos nós mt felizes e juntinhos após aquele momento com o Deus que tanto nos ama!!!

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Ao meu Afilhado

Eu gosto muito do meu afilhado João e por isso quis dedicar-lhe este post! Fiquei muito contente quando me convidou pra ser seu Padrinho de Crisma, Senzas recém chegados! Não aceitei de ânimo leve porque acho que cada vez mais a missão do Padrinho é importante. Um Padrinho tem a missão de estar lá quando os outros não estão, sejam quais forem as razões. É aturar os defeitos do Afilhado com caridade e com amor. E é mesmo isso, quando se ama, tem-se tempo e paciência pra tudo. Já dizia São Paulo que a Caridade tudo crê e tudo perdoa... Por isso o Padrinho deve ser bem escolhido e não apenas por gosto passageiro. Peço a Deus que me ajude sempre a estar onde for preciso para melhor servir e guiar o meu afilhado, o que quer dizer que também tenho de estar atento ao que posso aprender com ele. Não tem sido pouco o que o João me ensinou ao longo destes mais de dois anos de amizade, mas principalmente temos rezado muito um pelo outro, noutros tempos mais um com o outro, mas o essencial é que rezamos.


Lá vão os tempos em que rezávamos juntos a Liturgia das Horas, tu um cromo e eu um nabo sem fazer ideia o que isso era! Lembro-me de imensos momentos em peregrinações, noites de oração, encontros ou beatices, Trifurcas e afins em que rezámos, conversámos tanto sobre amigos, a nossa Igreja por quem partilhamos este amor apaixonado e, claro, Jesus.

Gosto muito do João porque amo Jesus. E amo a Jesus muitas vezes pelo que aprendi com o João. E isso é o maior da nossa amizade!

Também gosto dele pela sua graça! E isso aqui já todos conhecem e não dá pra descrever! És um palhaço e eu gosto disso!

Fica sabendo que tens um Padrinho que muito te admira! E por isso também te quero pedir desculpa pelas vezes em que perco a paciência pra ti, ou penso mal de ti. O pior que te posso fazer, e a qualquer pessoa, é desistir de ti! E por isso peço desculpa, quando tenho a tentação de evitar dizer-te qualquer coisa, quando acho que estás errado, só por cobardia ou comodismo! Peço a Deus para que me dê sempre a fortaleza da Verdade, para te corrigir quando acho que estás errado, apesar de ser difícil para mim. É para um bem maior e sei que isso percebes!

E claro, agradecer o tento que me ensinas, desse Amor a Jesus e à Igreja, que só faz sentindo amando os outros.
Temos os dois muito a crescer e essa caminhada só faz sentido em conjunto, unidos sempre pelo Espírito Santo! alguém um dia me contou uma história que na porta do Céu que diz "Ninguém entra aqui sozinho"

Conto contigo, conta comigo!
Um grande abraço do teu Padrinho
16

terça-feira, 22 de maio de 2007

domingo, 20 de maio de 2007

Equipas de Jovens de Nossa Senhora

REUNIÃO DE INFORMAÇÃO PARA FORMAÇÃO DE NOVAS EQUIPAS NO SECTOR DE CASCAIS

Domingo, dia 27 às 17:30 no acolhimento da igreja de Santo António do Estoril.

Esperamos por TI!!!

(rapazes e raparigas/ idade mínima: 15 anos)

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Santo Subito!


18 de Maio de 1920: nascia Karol, o nosso querido Papa JPII. Peçamos-lhe as graças necessárias à salvação por seu intermédio.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Dois velhos amigos dos Senzas...

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket



Uma private para o Hugo, o Tiago e o João, de mais um momento muito bom dos senzas. Fomos buscar uma noite o Hugo ao aeroporto, vindo de Madrid, acho, e encontramos este papel... Obviamente o resto aconteceu por vontade divina, com muita estupidez e tempo livre à mistura. E ainda jogámos com uma bola por cima das pessoas que tavam a passar na rampa das chegadas, lembram-se?
Enfim, uma coisa que encontrei que me fez rir, coisa que bem preciso!
Abraço,

senza 16

terça-feira, 15 de maio de 2007

Eu vim para que tenham VIDA em abundância!


O Encontro Internacional é o maior e melhor espectáculo que um equipista pode viver durante a sua passagem pelo movimento.

Quem, no mínimo, não participar em 2 destes encontros, jamais saberá o que são as EJNS e jamais sentirá a forma intensa em como o Espírito gosta de atingir aqueles que se entregam nas mãos de Maria através das Equipas.

Costuma-se dizer que as EJNS envolvem aquela etapa da vida em que se passa de uma Fé recebida para uma Fé percebida.

Recordo com nostalgia o meu primeiro encontro internacional, muitos dos actuais equipistas nem sequer estavam na primeira classe. Não sei se já havia auto-estrada Lisboa-Madrid (lembro-me de uma altura em que fui a Espanha e era pela nacional de nuestros hermanos). A moda era usar t-shirt (de preferência amarras ou quebra-mar) por dentro das calças de ganga levi's 501, sapatos vela para toda a gente. O Pe. Duarte tinha acabado de ser ordenado há meses mas não se coibiu de integrar a armada de 3 camiontes que fizeram Lisboa-Roma em 48h. O Santuario Madonna del Divino Amore foi pequeno para acolher os cerca de 500 equipistas de todo o mundo. Eu, como muitos portugueses, ficamos instalados em tendas militares. Lembro-me que havia abelhas por toda a parte e, com o calor que estava, era impossível almoçar na sala de refeições. A água era gaspíssima pelo que a generalidade dos portugueses ia à casa de banho despejar a embalagem meio-litro para a atestar com a pureza del cano. Lembro-me também que na minha camionete viajaram equipistas de Lisboa (Cascais não era sector), Santarém, Porto, Trofa... Há dois ou três anos encontrei um seminarista jesuíta, num retiro, que tinha ido a Roma'93! (enfim, católico, da Trofa, mais ou menos com a minha idade... as probabilidades eram muitas, infelizmente, pois é sinal que somos poucos). Também lá esteve a nossa gente de Coimbra, mas não viajou no meu autocarro. A expansão ainda não tinha chegado à Madeira, pelo que os equipistas se cingiam ao contnent. Quem também nos acompanhou foi o Pe. Gonçalo Eiró, penso que é jesuíta e que não se encontra em Lisboa. Foi também a Roma o Luís Ferreira do Amaral, que julgo ter sido já ordenado. Outros equipistas que então lá estiveram são hoje casais que acompanham muitos da nova geração - a minha equipa base só fez o compromisso em 1995 (éramos a PL48, transformou-se em PL4 que deu lugar à L93).

Na altura o programa diário era variado, havendo com alguma frequência ateliers sobre os mais diversos temas. Recordo-me de me inscrever num com o Pe. Duarte da Cunha. No entanto, optei por ir com um grupo (hoje a maioria são velhos amigos e amigas) para o centro de Roma, pois nessa altura não havia turismo pós-encontro. No regresso, o PDC virou-se para mim e disse qualquer coisa como "senti a tua falta". Eu, pirralho imberbe que nem podia tirar a carta de condução, fiquei consternadíssimo e sem saber o que dizer.

(cont. ou não)

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Definição

O pecado é, antes de mais, ofensa a Deus, ruptura da comunhão com Ele. Ao mesmo tempo, é um atentado contra a comunhão com a Igreja. É por isso que a conversão traz consigo, ao mesmo tempo, o perdão de Deus e a reconciliação com a Igreja, o que é expresso e realizado liturgicamente pelo sacramento da Penitência e Reconciliação.

Catecismo da Igreja Católica, 1440

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Conto de Páscoa

Quando Pedro acordou notou logo que não estava em casa, onde se deitara na noite anterior. Aquilo parecia uma gruta, uma funda e escura gruta. O primeiro pensamento que lhe veio à cabeça foi: "Afinal Platão tinha razão: sempre estamos numa caverna!"

À medida que os seus olhos se habituavam, ia notando que por ali andava muita gente. Depois de interrogar alguns sem obter respostas, uma senhora idosa disse-lhe: "Estás aqui precisamente como no mundo de onde vieste. Um dia aparecestes lá, sem nunca saberes bem a razão! Porque te inquietas?" De uma forma bizarra esta explicação satisfazia-a. E aos outros também.

Toda a gente parecia muito ocupada. Havia que apanhar comida, confeccionar roupas e outros utensílios. Alguns dedicavam-se à recolha de diamantes, que serviam de moeda, outros à produção e manuseamento de cacetes e outras armas.

Pedro achava tudo aquilo surpreendente. Como podiam, sem saber o significado da sua presença ali, acomodar-se e não pensar nas questões decisivas? Talvez fosse isso que ele fizera toda a vida, mas agora, que tomara consciência da sua inconsciência, queria como Platão conhecer a razão da caverna.

De súbito, encontrou a resposta. Ou pelo menos a pista para a resposta. Tudo ali só era possível por causa da luz. Toda a vida da caverna dependia da iluminação mortiça que banhava o local. De onde vinha a luz que os alumiava? Se soubesse a resposta a isso, Pedro sentia que obteria a solução para todos os enigmas. Olhando com atenção notou que era de um corredor, uns três metros acima do chão, que entrava a claridade. Pedro sentiu então que a única coisa que interessava era seguir por ali e encontrar a origem da luz. A luz que dava sentido a tudo o mais. Perto do corredor estava um homem velho, que sorriu quando Pedro lhe explicou o que pretendia. "É curioso que queiras saber de onde vem a luz. Hoje, a maior parte dos que procuram respostas sente-se mais atraída pela escuridão ali do fundo."

"Mas como?", perguntou Pedro. "Que se pode descobrir no escuro? A escuridão não dá respostas." "Talvez", continuou o homem, "mas o mistério da sombra hoje é mais atraente. E tu, que esperas encontrar na fonte da luz?".

Pedro confessou-lhe que era cristão. A sua fé ensinava-lhe o que esperar no fundo do corredor. Ele estava convencido de que, se seguisse por ali, haveria de chegar a um túmulo vazio, com "os panos de linho espalmados no chão, e o lenço, que tivera em volta da cabeça, não no chão juntamente com os panos de linho, mas de outro modo, enrolado noutra posição" (Jo 20, 6-7) A porta desse túmulo daria para o Céu.

"Ah! Bem me parecia que o Céu tinha de entrar", riu o homem. "Ainda hoje a maioria dos que querem seguir pelo corredor acreditam nisso. Mas nenhum volta para confirmar que há um Céu. Eu pensei algum tempo como tu, mas acabei por me convencer de que a luz vem simplesmente da rocha. Tenho a certeza de que a luz da caverna está na própria caverna. Não é preciso procurar forças exteriores. Isso é superstição. Como podes provar que existe o Céu e a sua porta no túmulo vazio?"

Pedro ficou uns momentos pensativo e depois respondeu. "Não posso provar, como tu não podes provar a existência da rocha luminosa de que falas. Ambos vivemos na fé. A fé a que entreguei a minha vida diz-me que existe o Céu e o túmulo que lá conduz."

"Sim, todos vivemos na fé", respondeu o outro. "Mas a minha fé não precisa de histórias mirabolantes, de Deus criador e redentor. E se é tudo mentira? Já pensaste nisso? E se fazes a viagem sem encontrar nada?", perguntou o homem.

Pedro, depois de pensar ainda um pouco, respondeu: "Eu sei que é verdade. A certeza que tenho é bem real. Tenho o testemunho de milhões de santos que, entregando-se totalmente à luz do túmulo vazio, não só transformaram o mundo mas, mais importante, viveram vidas felizes e plenas. Essa é a minha certeza, que já começo a sentir na própria vida. Uma certeza muito mais valiosa do que qualquer prova que possas invocar."

"Mas, mesmo que fosse tudo mentira", continuou Pedro, "duas coisas não posso negar. Primeiro, a minha ânsia por essa luz. Toda a minha existência exige que procure a fonte da única coisa que lhe pode dar sentido. Além disso, a segunda verdade inegável é que não posso imaginar outra forma de viver que responda melhor à minha busca de felicidade. Mesmo que não chegue ao Céu, amar a Deus e ao próximo é a melhor forma de viver na Terra." E Pedro trepou para o corredor.