quarta-feira, 31 de março de 2010
Pilatos mostra Jesus ao povo: “Ecce Homo”
1.Tendo sido Jesus conduzido novamente à presença de Pilatos, este, vendo-o todo dilacerado e deformado pelos açoites e espinhos, julgou poder excitar a compaixão do povo, mostrando-lhe Jesus. Por isso, saiu para fora, até ao pórtico ou alpendre, levando consigo Jesus, e disse: Eis aqui o homem, como se dissesse: Vede, ainda não estais contentes com o que padeceu este pobre inocente? Ei-lo reduzido a um estado em que não poderá mais viver. Deixai-o, pois, em paz, pois pouco tempo lhe restará de vida. Contempla tu também, minha alma, o teu Senhor sobre aquele pórtico, como ele está amarrado e seminu, coberto todo de chagas e de sangue, e reflete a que estado está reduzido o teu pastor para salvar-te a ti, ovelha desgarrada.
2. No mesmo tempo em que Pilatos mostra aos judeus Jesus coberto de chagas, o Padre eterno no céu nos convida a contemplar Jesus em tal estado e nos diz igualmente: Eis aí o homem. Homens, esse homem que vedes tão chagado e desprezado é o meu Filho muito amado, que para pagar por vossos pecados padece tanto: contemplai-o e amai-o. Meu Deus e meu Pai, eu contemplo o vosso Filho e lhe agradeço e o amo e espero amá-lo sempre. Suplico-vos, porém, que o contempleis também e pelo amor deste vosso Filho tende piedade de mim, perdoai-me e dai-me a graça de não amar senão a vós.
3. Que respondem, porém, os judeus à vista deste rei de dores? Fazem uma grande gritaria e dizem: Crucifica-o, crucifica-o. E vendo que Pilatos, apesar de seus insultos, procurava libertá-lo, aterrorizam-no dizendo: “Se soltares a este, não és amigo de César” (Jo 19,12). Pilatos resiste ainda uma vez e replica: “Então hei de crucificar o vosso rei?” E eles responderam: “Nós não temos outro rei além de César”. Ah, meu adorado Jesus, eles não querem vos conhecer por seu rei e afirmam que não querem outro rei senão César. Eu vos reconheço por meu rei e protesto que não quero outro rei para o meu coração senão vós, meu amor e meu único bem. Infeliz de mim. Também eu vos desconheci por algum tempo como meu rei e protestei não querer servir-vos. Agora, porém, quero que só vós domineis sobre minha vontade. Fazei que ela obedeça a tudo o que ordenardes. Ó vontade de Deus, vós sois o meu amor. Ó Maria, rogai por mim, pois as vossas súplicas nunca são desatendidas. S.Afonso Maria de Ligório
Jesus é coroado de espinhos
1. Depois de terem os soldados flagelado a Jesus Cristo, reuniram-se todos no pretório e, despojando-o novamente de suas vestes, para escarnecer dele o torná-lo um rei de comédia, puseram-lhe sobre os ombros um manto velho de cor vermelha, para representar a púrpura real, e na mão uma cana significando o cetro, e na cabeça um feixe de espinhos parodiando a coroa, que lhe envolvia toda a sagrada cabeça (Mt 27,28). E visto que os espinhos com a força das mãos não se cravavam na sua divina cabeça, tomam-lhe a cana e enterram-lhe na cabeça aquela horrenda coroa: “E cuspindo-lhe no rosto, tomaram-lhe a cana e batiam-lhe na cabeça” (Mt 27,28). Ó espinhos ingratos, assim atormentais o vosso Criador? Mas que espinhos, que espinhos! Vós, maus pensamentos meus, vós traspassastes a cabeça de meu Redentor. Detesto, ó meu Jesus, e aborreço mais que a morte aqueles perversos consentimentos com que tantas vezes vos desgostei a vós, meu Deus tão bom e misericordioso. Mas já que me fazeis conhecer quanto me tendes amado, quero amar-vos a vós somente e nada mais.
2. Ó Deus, já escorre a fio o sangue dessa cabeça ferida sobre a face e o peito de Jesus, e vós, meu Salvador, nem sequer vos lamentais de tão injusta crueldade! Vós sois o rei do céu e da terra, mas agora estais reduzido ao papel de um rei de burla e de dores, feito o ludíbrio de toda a Jerusalém. Devia, porém, realizar-se a profecia de Jeremias: “Oferecerá a face ao que o ferir; fartar-se-á de opróbrios” (Lm 3,30). Jesus, meu amor, eu vos desprezei pelo passado, mas agora eu vos estimo e vos amo com todo o meu coração e desejo morrer por vosso amor.
3. Mas esses homens não estão ainda satisfeitos com os tormentos e escárnios a que vos sujeitaram. Depois de vos haver assim atormentado e tratado como rei de teatro, ajoelhavam-se diante de vós e zombando vos diziam: “Nós te saudamos, ó rei dos judeus. E
davam-lhe bofetadas” (Mt 27,29). Aproxima-te ao menos tu, minha alma, e reconhece Jesus como o Rei dos reis e o Senhor dos senhores e agradece-lhe e ama-o, porque se fez, por teu amor, rei das dores. Ah, meu Senhor, esquecei-vos dos desgostos que vos dei. Agora eu vos amo mais que a mim mesmo. Só vós mereceis todo o meu amor e por isso só a vós eu quero amar. Tenho medo de minha fraqueza, mas vos me dareis força para executá-lo. E vós, ó Maria, ajudar-me-eis com as vossas súplicas.
S.Afonso Maria de Ligório
terça-feira, 30 de março de 2010
Jesus é conduzido a Pilatos
1. Chegada a manhã, conduzem Jesus a Pilatos, para que o condene à morte. Pilatos, porém, descobre que Jesus é inocente e por isso diz aos judeus que não encontrava motivo para condená-lo. Como, porém, os vê obstinados em querer a sua morte, o remete ao tribunal de Herodes. Este, tendo diante de si Jesus, desejava vê-lo operar um dos muitos milagres de que tanto falavam. O Senhor nem sequer, porém, respondeu às interrogações daquele temerário. Pobre da alma à qual Deus nada mais diz! Meu Redentor, era isso o que eu merecia, por não haver obedecido a tantos chamados vossos. Mas, ó meu Jesus, vós não me haveis abandonado ainda. Falai-me, pois. “Falai, Senhor, que vosso servo vos ouve” (1Rs 3,10), dizei-me o que desejais de mim, que eu quero fazer tudo o que vos agradar.
2.Vendo Herodes que Jesus não lhe dava resposta, despeitado o expulsou de sua casa, zombando dele com todo o pessoal de sua corte, e para maior desprezo o revestiu com uma veste branca, querendo assim designá-lo como louco, remetendo-o em seguida a Pilatos (Lc 23,11). E assim é Jesus levado pelas ruas de Jerusalém, revestido com aquela veste de escárnio. Ó meu Jesus desprezado, faltava-vos ainda essa injúria de ser tratado como louco! Ora, se a sabedoria eterna é assim tratada pelo mundo, bem-aventurado é aquele que não se importa com os aplausos do mundo e não quer saber de outra coisa senão Jesus crucificado, amando as dores e desprezos, exclamando com o Apóstolo: “Não julgueis saber coisa alguma no meio de vós, senão Jesus Cristo e este crucificado” (1Cor 2,2).
3. Os judeus tinham o direito de exigir do governador romano, na festa da páscoa, a libertação de um réu. Por isso, Pilatos perguntou ao povo qual dos dois queria, Jesus ou Barrabás (Mt 27,17). Barrabás era um celerado, homicida, ladrão, odiado por todos. Jesus era inocente. Os judeus, porém, gritam que viva Barrabás e morra Jesus. Ah, meu Jesus, eu também assim falei quando deliberei ofender-vos por uma satisfação qualquer, tendo preterido a vós qualquer gosto miserável e para não perdê-lo não me importei com perder a vós, bem infinito. Mas agora eu vos amo acima de qualquer outro bem, mais que à minha vida. Tende piedade de mim, ó Deus de misericórdia. E vós, ó Maria, sede minha advogada.
S.Afonso Maria de Ligório
segunda-feira, 29 de março de 2010
Jesus é preso e conduzido a Caifás
1. Tendo o Senhor conhecimento de que os judeus que vinham prendê-lo já estavam perto, levanta-se e vai ao seu encontro: sem nenhuma resistência deixa-se prender e amarrar: “prenderam a Jesus e o amarraram” (Jo 18,12). Que assombro! Um Deus preso como um malfeitor por suas criaturas! Minha alma, considera como uns lhe tomam as mãos, outros o amarram e outros lhe batem, e o inocente Cordeiro deixa-se prender e bater conforme a vontade deles e cala-se: “Foi oferecido porque ele mesmo o quis e não abriu sua boca. Foi conduzido como uma ovelha ao matadouro” (Is 53,7). Não fala nem se lamenta, porque ele mesmo já havia se oferecido para morrer por nós e assim se deixa amarrar como uma ovelha que é conduzida à morte sem abrir a boca.
2. Jesus entra preso em Jerusalém. Os que dormiam despertam com o rumor da gente que passa e perguntam quem é o preso que conduzem. E a resposta vem logo: É Jesus Nazareno, que se descobriu ser um impostor e sedutor. Apresentam-no a Caifás, que, vendo-o, alegra-se e o interroga a respeito de seus discípulos e de sua doutrina. Responde Jesus que falou em público, chamando, como testemunhas do que dissera, os próprios judeus que o circundavam: “Eis que estes sabem o que eu disse” (Jo 18,21). Depois dessa resposta, um dos ministros dá-lhe uma bofetada, dizendo-lhe: “Assim respondes ao pontífice?” Mas, ó meu Deus, como uma resposta tão humilde e mansa pode merecer uma afronta tão grande? Ó meu Jesus, vós sofrestes tudo para pagar as afrontas feitas por mim a vosso eterno Pai.
3. Entretanto, o pontífice o conjura em nome de Deus a dizer se ele era na verdade o Filho de Deus. Jesus responde afirmativamente e, ao ouvir isto, Caifás, em vez de prostrar-se em terra para adorar o seu Deus, rasga suas vestes, e, voltando-se para os outros sacerdotes, diz: “Que necessidade temos ainda de testemunhas? Eis aí, acabais agora de ouvir a blasfêmia. Que vos parece?” (Mt 26,65). E eles responderam com uma só voz: “É réu de morte”. Depois disto, conforme narram os evangelistas, começaram todos a cuspir-lhe no rosto e a maltratá-lo com bofetadas e socos, e, cobrindo-lhe o rosto com um pano, perguntaram-lhe por escárnio:“Dize-nos, ó Cristo, quem foi que te bateu?” (Mt 26,67). Eis-vos feito nessa noite o divertimento do populacho, ó meu Jesus. Como é possível, porém, que os homens vos vejam tão humilhado por amor deles e não vos amem! E como pude eu chegar a ultrajar-vos com tantos pecados, depois de haverdes sofrido tanto por mim? Ó meu Amor, perdoai-me, que eu não quero mais desgostar-vos. Eu vos amo, meu sumo Bem, e me arrependo de vos haver ofendido e desprezado. Ó Maria, minha Mãe, suplicai a vosso Filho ultrajado que me perdoe.
S.Afonso Maria de Ligório
Jesus ora no horto
1. Sabendo Jesus que era chegada a hora de sua paixão, depois de haver lavado os pés de seus discípulos e instituído o SS. Sacramento do Altar, no qual se nos deixou todo a si mesmo, se dirige ao horto de Getsêmani, onde seus inimigos iriam procurá-lo para o prender, como já era de seu conhecimento. Aí põe-se a orar e eis que se sente assaltado por um grande temor, um grande tédio e uma grande tristeza: “Começou a ter pavor, tédio e tristeza” (Mt 14,33; Mt 26,37). Assaltou-o primeiramente um grande temor da morte tão amarga que devia sofrer sobre o Calvário e de todas as angústias e desolações que deveriam acompanhá-la. No decurso de sua paixão, os flagelos, os espinhos, os cravos e os outros tormentos o afligiram cada um por sua vez; no horto, porém, vieram todos juntos atormentá-lo. Ele os abraça a todos por nosso amor, mas isso o faz tremer e agonizar: “Posto em agonia, orava com maior instância” (Lc 22,43).
2. Doutro lado, assalta-o um grande tédio ou repugnância pelo que devia sofrer e por isso suplica ao Pai que o livre disso: “Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice” (Mt 26,39). Ele orou assim para ensinar-nos que bem podemos pedir a Deus nas tribulações que nos livre delas, mas ao mesmo tempo devemos nos submeter à sua vontade e dizer então como Jesus: “Contudo, não se faça como eu quero, mas como tu queres”. Sim, meu Jesus, não se faça a minha vontade, mas a vossa. Eu aceito todas as cruzes que quiserdes enviar-me. Vós, inocente, tanto sofrestes por meu amor; é justo que eu, pecador, réu do inferno, padeça por vosso amor tudo o que determinardes.
3. Assaltou-o também uma tristeza tão grande, que bastaria para lhe dar a morte, se ele não a tivesse detido, para expirar crucificado por nós, depois de ter sofrido ainda mais. “Minha alma está triste até à morte” (Mc 14,34). Essa grande tristeza foi motivada pela vista da ingratidão futura dos homens, que, em vez de corresponder a tão grande amor, haveriam de ofendê-lo com tantos pecados, o que o faz suar sangue: “E seu amor se fez como gotas de sangue correndo sobre a terra” (Lc 22,44). Assim, ó meu Jesus, mais cruéis que os carnífices, os flagelos, os espinhos, a cruz, foram os meus pecados que tanto vos afligiram no horto. Fazei-me participar daquela dor e aversão que experimentastes no horto, para que eu chore amargamente, até à morte, os desgostos que eu vos dei. Eu vos amo, ó meu Jesus, acolhei um pecador que vos quer amar. Ó Maria, recomendai-me a esse Filho afligido e triste por meu amor.
S.Afonso Maria de Ligório
Delírios Alucinantes - P.Nuno Serras Pereira
Todo aquele amontoado de gente e de instituições, de governos e legisladores, que há décadas reivindicava a pedofilia e a pederastia como iniciações saudáveis e recomendáveis, e que contribuíram ao longo dos anos para baixar a idade do consentimento nas legislações, no que diz respeito às “relações” sexuais, e que persistem em poluir e derrancar a infância e a juventude através da introdução da “educação” sexual nas escolas, da imoralidade impudica e obscena na comunicação social, em particular nas televisões, da pornografia na Internet e da sua venda pública em tudo quanto é quiosque, é essa mesma turba que agora se levanta com ar acusador e de punho ameaçador invectivando e lapidando o Santo Padre e a Igreja, por alguns dos seus membros terem praticado aquilo que eles mesmos insistentemente aconselharam, contra a doutrina da mesma Igreja, baluarte da verdade.
A mesma malta que fornica, comete adultério, sodomiza inumeráveis jovens, se divorcia, deixando traumas permanentes na progenitura, é polígama em série, copula com animais, mata a seus filhos com a “contracepção” química, hormonal e mecânica, os esventra e decapita com o aborto cirúrgico, é essa mesma súcia que se amanta com uma toga, franze o sobrolho, pigarreia, bate com o martelo e profere a sentença: a Igreja é uma sentina, o Clero um esgoto nauseabundo e o Papa um promotor de imundícies tenebrosas. Salvemos a humanidade exterminando a besta infame! (O resto do artigo está aqui)
sexta-feira, 26 de março de 2010
Recorre prontamente à Confissão - S. Josemaria Escrivá
Se alguma vez caíres, filho, recorre prontamente à Confissão e à direcção espiritual: mostra a ferida!, para que te curem a fundo, para que te tirem todas as possibilidades de infecção, mesmo que te doa como numa operação cirúrgica. (Forja, 192)
Vou resumir-te a tua história clínica: aqui caio e ali me levanto... A última parte é que é importante. Continua com essa luta íntima, mesmo que vás a passo de tartaruga. Adiante! Bem sabes, filho, até onde podes chegar, se não lutares: "o abismo chama por outros abismos". (Sulco, 173)
Compreendeste em que consiste a sinceridade quando me escreveste: "Estou procurando habituar-me a chamar às coisas pelo seu nome, e sobretudo a não acrescentar adjectivos ao que não precisa de nenhum". (Sulco, 332)
"Abyssus, abyssum invocat...", um abismo chama outro abismo, já to lembrei algumas vezes. É a descrição exacta do modo de se comportarem os mentirosos, os hipócritas, os renegados, os traidores: como se sentem incomodados com o seu próprio modo de ser, ocultam as suas trapaças, para irem de mal a pior, abrindo um precipício entre eles e o próximo. (Sulco, 338)
A sinceridade é indispensável para progredir na união com Deus.
– Se dentro de ti, meu filho, há algo que não queres que se saiba, desembucha! Diz primeiro, como sempre te aconselho, o que gostarias de ocultar. Depois de ter desabafado na Confissão, como nos sentimos bem! (Forja, 193)
quinta-feira, 25 de março de 2010
Hoje celebramos a Anunciação
Evangelho de S.Lucas: Maria disse ao anjo: “Como se fará isso, pois eu não conheço homem?” O anjo respondeu-lhe: “O Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso mesmo o Santo que há-de nascer de ti será chamado Filho de Deus”. Lc 1, 34-35.
Textos de S. Josemaria:
Não esqueças, meu amigo, que somos crianças. A Senhora do doce nome, Maria, está recolhida em oração. Tu és, naquela casa, o que quiseres ser: um amigo, um criado, um curioso, um vizinho... - Eu, por agora, não me atrevo a ser nada. Escondo-me atrás de ti e, pasmado, contemplo a cena: O Arcanjo comunica a sua mensagem... - Quomodo fiet istud, quoniam virum non cognosco? - Como se fará isso, se não conheço varão? (Lc 1, 34).
A voz da nossa Mãe traz à minha memória, por contraste, todas as impurezas dos homens..., as minhas também. Santo Rosário, 1º mistério gozoso
A nossa Mãe é modelo de correspondência à graça e, ao contemplarmos a sua vida, o Senhor dar-nos-á luz para que saibamos divinizar a nossa existência vulgar. Durante o ano, quando celebramos as festas marianas, e cada dia em várias ocasiões, nós, os cristãos, pensamos muitas vezes na Virgem. Se aproveitamos esses instantes, imaginando como se comportaria a nossa Mãe nas tarefas que temos de realizar, iremos aprendendo a pouco e pouco, até que acabaremos por nos parecermos com Ela, como os filhos se parecem com a sua mãe. Cristo que passa, 173
Procuremos aprender, seguindo também o seu exemplo de obediência a Deus, numa delicada combinação de submissão e de fidalguia. Em Maria, nada existe da atitude das virgens néscias, que obedecem, sim, mas como insensatas. Nossa Senhora ouve com atenção o que Deus quer, pondera aquilo que não entende, pergunta o que não sabe. Imediatamente a seguir, entrega-se sem reservas ao cumprimento da vontade divina: eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a Vossa palavra. Vedes esta maravilha? Santa Maria, mestra de toda a nossa conduta, ensina-nos agora que a obediência a Deus não é servilismo, não subjuga a consciência, pois move-nos interiormente a descobrirmos a liberdade dos filhos de Deus. Cristo que passa, 173
Para aproveitar a graça que nos concede a Nossa Mãe no dia de hoje e para secundar também, em qualquer momento, as inspirações do Espírito Santo, pastor das nossas almas, devemos estar seriamente comprometidos numa actividade que nos leve a ter intimidade com Deus. Não podemos esconder-nos no anonimato, porque a vida interior, se não for um encontro pessoal com Deus, não existe. A superficialidade não é cristã. Admitir a rotina, na nossa luta ascética, equivale a assinar a certidão de óbito da alma contemplativa. Deus procura-nos um a um, e precisamos de Lhe responder um a um: eis-me aqui, pois Tu me chamaste.
Cristo que passa, 174
Como nos encanta o episódio da Anunciação! Maria (quantas vezes o meditámos!) está recolhida em oração...; põe os seus cinco sentidos e todas as suas potências em diálogo com Deus... Na oração conhece a Vontade divina; e com a oração torna-a vida da sua vida. Não te esqueças do exemplo da Virgem! Sulco, 481
Consideremos agora o momento sublime em que o Arcanjo São Gabriel anuncia a Santa Maria o desígnio do Altíssimo. A nossa Mãe ouve e interroga para compreender melhor aquilo que Nosso Senhor lhe pede; depois, surge a resposta firme: Fiat! - faça-se em mim segundo a tua palavra! -, o fruto da melhor liberdade: a de se decidir por Deus. Amigos de Deus, 25
quarta-feira, 24 de março de 2010
Qual é o mal?
Há quem pergunte qual é o problema de alguém ter comportamentos "homossexuais". Eu diria que no mínimo é um problema de saúde pública:
"The data, presented at CDC's 2010 National STD Prevention Conference, finds that the rate of new HIV diagnoses among men who have sex with men (MSM) is more than 44 times that of other men and more than 40 times that of women."
"The rate of primary and secondary syphilis among MSM is more than 46 times that of other men and more than 71 times that of women, the analysis says. The range was 91-173 cases per 100,000 MSM vs. 2 per 100,000 other men and 1 per 100,000 women."
O estudo é completamente insuspeito, foi feito pelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças, nos Estados Unidos, e saiu há 2 semanas: http://www.cdc.gov/nchhstp/Newsroom/msmpressrelease.html
Alma de Cristo - Anima Christi
Alma de Cristo, santificai-me. (Anima Christi, sanctífica me.)
Corpo de Cristo, salvai-me. (Corpus Christi, salva me.)
Sangue de Cristo, inebriai-me. (Sanguis Christi, inebria me.)
Água do lado de Cristo, lavai-me. (Aqua láteris Christi, lava me.)
Paixão de Cristo, confortai-me. (Pássio Christi, confórta me.)
Ó bom Jesus, ouvi-me. (O bone Iesu, exáudi me.)
Dentro de Vossas chagas, escondei-me. (Intra vulnera tua abscónde me.)
Não permitais que me separe de Vós. (Ne permíttas me sepári a te.)
Do inimigo maligno, defendei-me. (Ab hoste malígno defénde me.)
Na hora da minha morte, chamai-me. (In hora mortis meae voca me.)
E mandai-me ir para Vós, (Et iube me veníre ad te,)
para que Vos louve com os vossos Santos, (ut cum Sanctis tuis laudem te,)
por todos os séculos dos séculos. (in sáecula saeculórum.)
Prefácio I do Tempo da Quaresma
“Todos os anos concedeis aos vossos fieis a graça de se prepararem, na alegria do coração purificado, para celebrar as festas pascais, a fim de que, pela oração mais intensa, pela caridade mais diligente, participando nos mistérios da renovação cristã, alcancem a plenitude da filiação divina.”
Acho que vou experimentar fazer isto
Quando era jovem, Albert Gubay, trabalhava como vendedor de rua. Foi nessa altura que “combinou” com Deus que se um dia fosse milionário, doava metade da sua riqueza.
Hoje Albert Gubay tem 82 anos e uma fortuna avaliada 480 milhões de libras (cerca de 535 milhões de euros). Fundou a cadeia de supermercados Kwik Saver, e investiu em imóveis e em cadeias de ginásios.
“Faça-me milionário, e poderá ter metade do meu dinheiro”. Esta foi a promessa do magnata, que contou a história num programa de televisão há uns anos. Agora decidiu pagar a sua promessa, mas fê-la crescer: Albert doou a maioria da sua fortuna, guardando cerca de 11 milhões de euros . Ofereceu a quantia a uma fundação encarregada de dividir as doações que lhe chegam, para instituições de caridade. Metade do dinheiro vai para a Igreja Católica, de forma a que o “acordo com Deus” seja cumprido.
Albert Gubay continua a gerir as suas empresas e conta aumentar a fortuna para doar mais 1, 1 mil milhões, até à data da sua morte.
No ano passado Gubay foi categorizado na “Forbes” como a 647ª pessoa mais rica do mundo, na altura com uma fortuna avaliada em 1,1 mil milhões de euros. Em 2010 não entrou para a lista de bilionários devido à desvalorização da libra, que fez decrescer o valor nominal da sua fortuna em dólares. in ionline
terça-feira, 23 de março de 2010
Criar as nossas próprias vidas - Thomas Merton
Toda a vida cristã destina-se a ser ao mesmo tempo profundamente contemplativa e rica em obra activa. É verdade que somos chamados a criar um mundo melhor. Mas somos chamados, antes de tudo, a uma tarefa mais imediata e elevada: a de criar as nossas próprias vidas. Ao fazer isso, agimos como cooperadores de Deus. Assumimos o nosso lugar na grande obra do género humano, pois, com efeito, a criação do nosso próprio destino em Deus é impossível em puro isolamento.
Cada um de nós realiza o seu próprio destino em inseparável união com todos os outros com os quais Deus quis que vivêssemos. Partilhamos uns com os outros a obra criativa de viver no mundo. E é através da nossa luta com a realidade material, com a natureza, que nos ajudamos mutuamente a criar ao mesmo tempo o nosso próprio destino e um mundo novo para os nossos descendentes. Essa obra do homem, que é a sua vocação peculiar e inescapável, é um prolongamento da obra criadora do próprio Deus. Deixar de enfrentar esse desafio e cumprir essa responsabilidade criadora é deixar de dar à vida a resposta que nos é solicitada pela vontade de nosso Pai e Criador.
Mitos
Myth: This problem is unique to the Catholic Church: Fact: The John Jay report notes that in the period 1992-2000, the number of substantiated sexual abuse cases in American society as a whole has been between 89,355 and 149,800 annually. At a minimum, this number for one year is eight times the total number of alleged abuses in the church over a period of 52 years.
Myth: The abuse is still going on at the same rate. Fact: The number of alleged abuses increased in the 1960’s, peaked in the 70’s, declined in the 80’s and by the 90’s had returned to the levels of the 1950’s.
Myth: The Catholic Church has been slower to respond to this crisis than the rest of American society. Fact: The John Jay study reports that for the country as a whole the number of substantiated sexual abuse cases peaked at approximately 149,800 in 1992 and declined by 2 percent to 11 percent per year through 2000. Since sexual abuse in the church appears to have peaked in the 1970’s and declined in the 80’s and 90’s, the church seems to have been ahead of the rest of American society.
segunda-feira, 22 de março de 2010
Frase do dia
"Eu não creria no Evangelho, se a isto não me levasse a autoridade da Igreja Católica."
St. Agostinho
domingo, 21 de março de 2010
Texto de Marcello Pêra: filósofo agnóstico e senador italiano
A questão dos padres pedófilos e homossexuais que surgiu recentemente na Alemanha, tem como alvo o Papa. Cometer-se-ia, no entanto, um grave erro se pensássemos que o golpe não conseguiria atingir o alvo, dada a enormidade da iniciativa. E seria um erro maior ainda se se considerasse que a questão será rapidamente ultrapassada, como tantas outras. Não é assim. Está em curso uma guerra. Não apenas contra a pessoa do Papa porque, nesse campo, a guerra é impossível. Bento XVI tornou inexpugnável na sua imagem, na sua serenidade, na sua limpidez, firmeza e doutrina. Basta o seu sorriso manso para derrotar um exército de adversários.
Não, a guerra é entre o laicismo e o cristianismo. Os laicistas sabem que se um esguicho de lama atingir a batina branca, conseguir-se-á sujar a Igreja e, se se sujar a Igreja, então ter-se-á também sujado a religião cristã. É por isso que os laicistas acompanham a sua campanha com perguntas como: "Quem mandará ainda as suas crianças à Igreja?", ou, "quem mandará ainda os seus filhos para um colégio católico?", ou mesmo, ainda, "quem irá tratar os seus filhos num hospital ou clínicacatólica? ". Há alguns dias atrás, um laicista deixou escapar a sua intenção. Escreveu assim: "a extensão da difusão do abuso sexual de crianças por padres põe em causa a própria legitimidade da Igreja Católica, como garante da educação dos mais pequeninos." Não importa que esta sentença não tenha provas e esteja cuidadosamente escondida sob a fórmula "extensão da difusão": um por cento de padres pedófilos? Dez por cento? Todos? Não importa que a sentença seja desprovida de lógica: basta substituir "sacerdotes" por "professores", ou por "políticos", ou por "jornalistas" para "minar a legitimidade" das escolas públicas, dos parlamentos ou da imprensa. O que importa é a insinuação, mesmo à custa da grosseria do argumento: os padres são pedófilos, assim a Igreja não tem autoridade moral, logo a educação católica é perigosa, pelo que cristianismo é uma fraude e um perigo.
Esta guerra do laicismo contra do cristianismo é uma batalha campal. Deve-se trazer à memória o nazismo e o comunismo para encontrar uma situação similar. Mudam os meios mas o fim é o mesmo. Hoje, como ontem, o que se pretende é a destruição da religião. Na altura a Europa pagou o preço por esta fúria destrutiva com a sua própria liberdade. É incrível que, especialmente na Alemanha, enquanto se bate continuamente com a mão no peito devido à memória do preço que se infligiu por toda a Europa, na Alemanha que hoje é uma democracia, se esqueça e não se entenda que a própria democracia estaria perdida se o cristianismo fosse apagado. A destruição da religião comportou então a destruição da razão. E hoje não significará o triunfo da razão laica, mas uma nova barbárie. Sobre o plano ético aí está a barbárie de quem mata um feto porque a sua vida seria prejudicial para a saúde psíquica da sua mãe. De quem diz que um embrião é um "monte de células" bom para experiências cientificas. De quem mata um velho porque ele já não tem uma família que o trate. De quem apressa o fim de um filho porque não está consciente e é incurável. De quem pensa que "progenitor A" e "progenitor Pai B" é o mesmo que "pai" e "mãe". De quem acredita que a fé é como o cóccix, um corpo que já não participa na evolução porque o homem não já não precisa da cauda e está erecto por si mesmo. E por aí adiante. Ou então, e considerando o lado político da guerra dos laicistas ao Cristianismo, a barbárie será a destruição da Europa. Porque, abatido o cristianismo, permanecerá o multiculturalismo, que acredita que cada grupo tem direito à sua cultura. O relativismo, que pensa que cada cultura é tão boa quanto qualquer outra. O pacifismo, que nega que o mal existe.
Esta guerra ao cristianismo não seria tão perigoso se os cristãos a compreendessem. Em vez disso, todas estas incompreensões envolvem muitos deles. Teólogos frustrados pela supremacia intelectual de Bento XVI. Bispos inseguros que consideram que qualquer compromisso com a modernidade é o melhor modo de actualizar a mensagem cristã. Cardeais, em crise de fé, que começam a sugerir que o celibato dos sacerdotes não é um dogma, e que talvez fosse melhor reconsiderá-lo. Intelectuais católicos felpudos que pensam que há uma questão feminina dentro da Igreja e um problema não resolvido entre o cristianismo e sexualidade. Conferências episcopais que se enganam na ordem do dia e que, enquanto esperam por uma politica de fronteiras abertas para todos, não têm a coragem de denunciar as agressões que os cristãos sofrem e as humilhações que são forçados a provar ao serem todos, indiscriminadamente, sentados no banco dos réus.
Ou ainda aqueles chanceleres vindos dos países de leste que exibem um belo ministro homossexual enquanto atacam o Papa sobre qualquer assunto de natureza ética,ou aqueles que nasceram no ocidente e que pensam que o ocidente deve ser laico, isto é, anti-cristão. A guerra dos laicistas continuará, senão por outra razão porque um Papa como Bento XVI, que sorri mas que não se afasta um milímetro, a alimenta. Mas se se perceber porque é não se afasta, então toma-se o assunto em mãos e não se espera o próximo golpe. Quem se limita unicamente a solidarizar-se com ele é como alguém que entra no Jardim das Oliveiras de noite e em segredo, ou como alguém que não entendeu o que está a acontecer.
sexta-feira, 19 de março de 2010
São José
Mestre da vida interior, trabalhador empenhado no seu trabalho, servidor fiel de Deus em relação contínua com Jesus: este é José. Ite ad Joseph. Com S. José o cristão aprende o que é ser de Deus e estar plenamente entre os homens, santificando o mundo. Ide a José e encontrareis Jesus. Ide a José e encontrareis Maria, que encheu sempre de paz a amável oficina de Nazaré. Cristo que passa, 56
Fé, amor, esperança: estes são os eixos em torno dos quais gira a vida de S. José e toda a vida cristã.
A entrega de S. José aparece-nos tecida pelo entrecruzamento de um Amor fiel, de uma Fé amorosa e de uma Esperança confiante. A sua festa é, por isso, uma boa altura para renovarmos a entrega à vocação de cristãos, concedida pelo Senhor a cada um de nós. Cristo que passa, 43
Ama muito S. José, quer-lhe com toda a tua alma, porque é a pessoa que, com Jesus, mais amou Santa Maria e quem mais conviveu com Deus: quem mais o amou, depois da Nossa Mãe.
Merece o teu carinho e convém-te dares-te com ele, porque é Mestre de vida interior e pode muito ante Nosso Senhor e ante a Mãe de Deus. Forja, 554
Vê quantos motivos para venerar S. José e para aprender da sua vida: foi um varão forte na fé...; sustentou a sua família - Jesus e Maria - com o seu trabalho esforçado...; guardou a pureza da Virgem, que era sua Esposa...; e respeitou - amou! - a liberdade de Deus que fez a escolha, não só da Virgem como Mãe, mas também dele como Esposo de Santa Maria. Forja, 552
Pai e Senhor
S. José é realmente Pai e Senhor, protegendo e acompanhando no seu caminho terreno aqueles que o veneram, como protegeu e acompanhou Jesus enquanto crescia e se fazia homem. Ganhando intimidade com ele descobre-se que o Santo Patriarca é, além disso, Mestre da vida interior, porque nos ensina a conhecer Jesus, a conviver com Ele, a tomar consciência de que fazemos parte da família de Deus. E S. José dá-nos essas lições sendo, como foi, um homem corrente, um pai de família, um trabalhador que ganhava a vida com o esforço das suas mãos. Este facto possui também, para nós, um significado que é motivo de reflexão e de alegria. Cristo que passa, 39
São José, Pai de Cristo, é também teu Pai e teu Senhor. - Recorre a Ele. Caminho, 559
quinta-feira, 18 de março de 2010
Humildade, sinal de força - Thomas Merton
O humilde consegue grandes coisas com perfeição invulgar porque não está preocupado com incidentes tais como os seus próprios interesses e a asua reputação; não necessita, portanto, de as gastar suas forças, defendendo-os.
Pois o homem humilde não tem medo do fracasso. Na verdade, não tem medo de coisa alguma, nem de si mesmo, já que a perfeita humildade implica perfeita confiança no poder de Deus, diante do qual nenhum outro poder tem sentido e para quem não existe nenhum obstáculo. A humildade é o sinal mais seguro da força.
quarta-feira, 17 de março de 2010
É preciso desconhecê-lo completamente - Pe. Nuno S.Pereira
Ele há pessoas com psicopatias e outros distúrbios mentais e espirituais dotadas de imensa inteligência, de habilidades invulgares e de aptidões excepcionais capazes de enganar durante muito tempo quase toda a gente. É o caso por exemplo do P. Maciel, “fundador” dos Legionários de Cristo, cujo comportamento sexual era tão depravado que não só fornicou com várias mulheres como sodomizou alguns dos filhos que teve delas. Este monstro hipócrita, que também abusou de alguns seminaristas, depois de ter enganado um ror de gente só foi parado, com toda a prontidão e determinação, pelo então Cardeal Ratzinger, mesmo contra a vontade do então Secretário de Estado do Vaticano, o Cardeal Sodano, que, iludido, acreditava na inocência do sequaz de Satanás.
Josef Ratzinger, o actual Papa Bento XVI, nunca pactuou com encobrimentos e silêncios hipócritas em nome do bem da Igreja. Muito pelo contrário, sempre entendeu que a justa crítica pública dos pecados e dos males que a assediam é um serviço eminente que se presta a Jesus Cristo, cooperando com Ele na purificação da mesma. Isto aprendeu-o dos Profetas, dos Apóstolos, dos Padres da Igreja e de muitos outros grandes Santos. Não foi por acaso que há alguns anos, já como Sumo Pontífice, elogiou num encontro com o clero as críticas feitas por duas Santas aos Bispos e mesmo ao Papa.
A consciência de Deus, da Divindade de Cristo e da Igreja como obra Sua é nele tão firme, tão certa, tão amorosa que não suporta, para usar uma expressão sua, a “porcaria” e a perversão que querem degradar e deformar a beleza da Verdade e do Amor que da Igreja irradia.
Insinuar, como a comunicação social tem feito repetidamente, que este Santo Papa esteja implicado ou envolvido em manobras indecorosas compactuando com os servos do diabo só se pode explicar por ela mesma estar dominada por aquele Lúcifer maquiavélico que procura em vão destruir a Igreja e a sua credibilidade. Não o conseguirão porque “as portas do Inferno não prevalecerão contra ela” e a garantia visível de que isso não sucederá está e continuará a estar no Sucessor de Pedro e Vigário de Cristo na Terra.
Hominem non habeo - S. Josemaria Escrivá
Parecem-me muito lógicas as tuas ânsias de que a humanidade inteira conheça a Cristo. Mas começa pela responsabilidade de salvar as almas dos que convivem contigo, de santificar cada um dos teus companheiros de trabalho ou de estudo... Esta é a principal missão de que o Senhor te encarregou.. (Sulco, 953)
Comporta-te como se de ti, exclusivamente de ti, dependesse o ambiente do lugar onde trabalhas: ambiente de laboriosidade, de alegria, de presença de Deus e de visão sobrenatural.
Não entendo a tua debilidade. Se tropeças com um grupo de colegas um pouco difícil (que talvez tenha chegado a ser difícil por desleixo teu...), esqueces-te deles, pões-te de parte, e pensas que são um peso morto, um lastro que se opõe aos teus ideais apostólicos; que nunca te entenderão...
Como queres que te ouçam, se (dando por descontado que os ames e sirvas com a tua oração e a tua mortificação) não falas com eles?...
Quantas surpresas apanharás no dia em que te decidas a criar amizade com um, com outro e com outro! Além disso, se não mudas, poderão exclamar com razão, apontando-te a dedo: "Hominem non habeo!", não tenho quem me ajude! (Sulco, 954)
Cardeal Newman a caminho dos altares
Os bispos das Conferências Episcopais de Inglaterra e Gales, da Escócia e do Reino Unido, anunciaram numa conferência de imprensa sobre a próxima viagem de Bento XVI ao país, prevista para setembro próximo, que o Papa irá presidir à beatificação do cardeal John Henry Newman. A visita foi definida como uma "oportunidade sem precedentes para reforçar os laços entre o Reino Unido e a Santa Sé e para reafirmar o importante papel da fé na criação de comunidades fortes".
John Henry Newman, nasceu em 1801 e foi universitário, fundador do “Movimento de Oxford”, pastor anglicano, escritor e viajante. O conhecimento profundo dos escritos dos Padres da Igreja, no quadro das controvérsias dos primeiros séculos do cristianismo, tornou-se chave para a sua busca da verdade e para a estrutura o seu pensamento. Converteu-se ao catolicismo em 1845. Foi feito cardeal em 1879. Tomou seu lema da Ilíada: “Saberão agora a diferença”. Foi para o Céu em 1890.
Sobre ele escreveu Joseph Ratzinger:
“Quando em 1947 continuei em Munique os meus estudos, encontrei no professor de teologia fundamental um culto e apaixonado seguidor de Newman. Ele apresentou-nos a Gramática do Assentimento e com ela a modalidade específica e a forma de certeza própria do conhecimento religioso. […] Com isto ele pôs nas nossas mãos a chave para inserir na teologia um pensamento histórico, ou melhor: ele ensinou-nos a pensar historicamente a teologia, e precisamente desta forma, a reconhecer a identidade da fé em todas as mutações.
Parece-me que o contributo de Newman ainda não foi completamente utilizado nas teologias modernas. Ele contém em si ainda possibilidades frutuosas, que aguardam ser desenvolvidas.
Newman expôs na ideia do desenvolvimento a própria experiência pessoal de uma conversão jamais concluída, e assim ofereceu-nos a interpretação não só do caminho da doutrina cristã, mas também da vida cristã. […] Newman pertence deveras aos grandes doutores da Igreja, porque ele toca ao mesmo tempo o nosso coração e ilumina o nosso pensamento.”
terça-feira, 16 de março de 2010
Contemplação - Thomas Merton
A contemplação é também a resposta a um chamado. Um chamado d´Aquele que não tem voz e no entanto Se faz ouvir em tudo que existe, e que, sobretudo, fala nas profundezas do nosso próprio ser, pois nós somos palavras d´Ele. Mas somos palavras que existem para responder a Ele, atendê-Lo, fazer-Lhe eco e mesmo, de certo modo, para estarem repletas d´Ele, contê-Lo e significá-Lo. A contemplação é esse eco. É uma profunda ressonância no mais íntimo centro do nosso espírito, onde a nossa própria vida perde a sua voz específica e ecoa a majestade e a misericórdia d´Aquele que é oculto mas Vivo.
É um despertar, uma iluminação, e a apreensão intuitiva, espantosa, com que o amor se certifica da intervenção criadora e dinâmica de Deus na nossa vida quotidiana. A contemplação, portanto, não “encontra” simplesmente uma ideia clara sobre Deus, confinando-O dentro dos limites dessa ideia, retendo-O como um prisioneiro a quem Se pode sempre voltar. Pelo contrário, a contemplação é que é por Ele arrebatada e transportada ao Seu próprio domínio, ao Seu mistério, à Sua liberdade.
Tá tudo doido!
Austrália reconhece pessoa sem sexo pela primeira vez. “Norrie, de 48 anos, nasceu na Escócia e foi registrado como homem. Aos 23 anos, ele passou por um tratamento hormonal e cirurgias para mudar de sexo, e foi registrado na Austrália como mulher. No entanto, Norrie ficou insatisfeito com a mudança e interrompeu seu tratamento, preferindo denominar-se ‘neutro’”.
domingo, 14 de março de 2010
Domingo Laetare
A história do amor entre Deus e o homem consiste precisamente no facto de esta comunhão de vontade crescer em comunhão de pensamento e de sentimento, de maneira que o nosso querer e a vontade de Deus coincidem cada vez mais: a vontade de Deus deixa de ser para mim uma vontade estranha, que os mandamentos me impõem de fora, mas é a minha própria vontade, baseada na experiência de que realmente Deus é mais íntimo a mim mesmo do que eu próprio (Santo Agostinho) Cresce então o abandono em Deus, e Deus torna-Se a nossa alegria (cf. Sl 73/72, 23-28).
Revela-se assim como possível o amor ao próximo no sentido enunciado por Jesus na Bíblia. Amor que consiste precisamente no facto de que eu amo, em Deus e com Deus, a pessoa que não me agrada ou que nem sequer conheço. Isto só é possível a partir do encontro íntimo com Deus, um encontro que se tornou comunhão de vontade, chegando mesmo a tocar o sentimento. Então aprendo a ver aquela pessoa, já não somente com os meus olhos e sentimentos, mas segundo a perspectiva de Jesus Cristo. O Seu amigo é meu amigo. [...] Vejo com os olhos de Cristo e posso dar ao outro muito mais do que as coisas externamente necessárias: posso dar-lhe o olhar de amor de que ele precisa.
Papa Bento XVI - Deus Caritas Est
sexta-feira, 12 de março de 2010
quinta-feira, 11 de março de 2010
Amen Sisters!!
Estas irmãs são incríveis, nos seus sorrisos vê-se a felicidade de quem não tem o que a maior parte das outras mulheres têm, mas têm Algo que muitas destas não têm. Confusos? Toca a ver os quatro videos. A melhor frase é esta: "God is the toughest guy to have a relationship with. If something goes wrong, i know it's me."
(Santa) Ignorância!
Eles foram para a rua fazer perguntas sobre geografia aos brasileiros, o resultado está à vista.
quarta-feira, 10 de março de 2010
Por falar em grupos do Facebook
Acabei de ver dois dos grupos mais estúpidos de sempre:
- Não se percebe porque é que a Cerelac tem 12% de IVA e o Nestum tem 21%;
- Eu deito-me com duas meias e acordo só com uma!
Censura
"Os grupos "Plataforma Cidadania e Casamento" e "Veto Presidencial à Proposta de Lei do Casamento Homossexual" foram apagados pelo Facebook. A causa: denúncias massivas provenientes do lobby gay."
terça-feira, 9 de março de 2010
Tudo a votar na ENTRAJUDA
Ajudem a ENTRAJUDA a ganhar um donativo do Rock in Rio na categoria da Responsabilidade Ambiental. Basta ir a esta página: http://spreadsheets.google.com/viewform?formkey=dEdmVDdLVmpPUVN6OENKNExMdW90VEE6MA. Depois lá em baixo é só votar! Obrigado.
O saber não ocupa lugar
Adágio (do italiano Adagio) é um andamento musical lento, por consequência composições musicais com esse tempo são conhecidas como adágios. O termo deriva de "ad agio" (comodamente). Costuma situar-se entre 66 e 76 batidas por minuto em um metrônomo tradicional, sendo, portanto, mais rápido que o Lento e mais lento que o Adagietto e o Andante. São comumente adágios o segundo movimento de um concerto e o segundo ou terceiro movimento de uma sinfonia.
Parece que as hostes andam agitadas
Já dizia St.Agostinho: "Quanto melhor é uma pessoa, mais incomoda as pessoas más."
segunda-feira, 8 de março de 2010
Hoje celebramos dois joões
S.João de Deus: "Se considerássemos como é grande a misericórdia de Deus, nunca deixaríamos de fazer o bem."
S.João de Ávila: "O sacerdote que não ora não aprendeu nada do seu ofício; se não ora, dar-me-á por conselho de Deus um conselho seu, por resposta divina uma resposta humana."
Espanha - Da crise de valores ao suicídio
Desde que ganhou as eleições, graças ao atentado de 11 de Março, o governo espanhol, encabeçado por José Luis Rodríguez Zapatero, dirigiu uma guerra incessante aos valores cristãos. Desde o aborto a pedido dos menores, até ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, e respectiva adopção, substituindo as palavras "pai" e mãe" por "progenitor A" e "progenitor B", eles já fizeram de tudo um pouco.
Do lado positivo, estão a conseguir baixar o número de mortes na estrada. Mas como consequência disso, hoje em dia morrem mais pessoas em Espanha por suicídio do que nas estradas. Se tudo está bem e a sociedade cada vez mais "livre", porque é que as pessoas se continuam a suicidar? Será que estas "novas" ideologias correspondem ao coração do Homem?
quinta-feira, 4 de março de 2010
Frase do dia
"Não podes ser bom amigo dos homens, se primeiro não o fores da verdade."
St. Agostinho
O pobre Lázaro e o homem rico
Que responderás ao soberano juiz, tu que vestes as tuas paredes e não vestes o teu semelhante? Tu que enfeitas os teus cavalos e não tens um único olhar para o teu irmão que está na miséria? [...] Tu que escondes o teu ouro e não vens em auxílio do oprimido? [...]
Diz-me, o que é que te pertence? De quem recebeste tudo aquilo que acumulas ao longo desta vida? [...] Não saíste nu do ventre da tua mãe? E não voltas à terra igualmente nu? (Jb 1, 21) De quem recebeste os teus bens presentes? Se responderes «do acaso», és um ímpio que se recusa a conhecer o seu criador e a agradecer ao seu benfeitor. Se concordares que foi de Deus, diz-me por que razão os recebeste.
Será Deus injusto ao repartir desigualmente os bens necessários à vida? Porque vives tu na abundância e aquele na miséria? Não será unicamente para que um dia recebas a recompensa pela tua bondade e gestão desinteressada, enquanto o pobre obterá a coroa prometida à paciência? [...] Ao esfomeado pertence o pão que tu guardas; ao homem despido o manto que tens nos teus cofres. [...] Deste modo, cometes tantas injustiças quantas as pessoas que poderias ajudar.
São Basílio (c. 330-379), monge e bispo de Cesareia, Doutor da Igreja
quarta-feira, 3 de março de 2010
Já que ninguém se maniFESTA...
Grande Silveira!! Cada vez mais esbelto, este rapaz. Aqui fica uma música que sei que gostas, e a respectiva letra: PARABÉNS!
Hoje vai ser uma festa!
Bolo e laranjada muitos doces para ti...
É o teu aniversário!
Vamos festejar que os amigos estão aqui!!!
Que felicidades e amor no coração
Que a tua vida seja sempre doce e emoção!
Bate bate palmas é hora de cantar
Agora todos juntos vamos lá...
Parabéns! Parabéns!
Hoje é o teu dia, que dia mais feliz!
Parabéns! Parabéns!
Canta novamente, que nós pedimos bis!
É dia de festa! É o teu aniversário!
Chama o batatinha...Convida o companhia...
BATATOOOOOOON!
Hoje vai ser uma festa!
Bolo e laranjada muitos doces para ti...
É o teu aniversário!
Vamos festejar que os amigos estão aqui!!!
Que felicidades e amor no coração
Que a tua vida seja sempre doce e emoção!
Bate bate palmas é hora de cantar
Agora todos juntos vamos lá...
Parabéns! Parabéns!
Hoje é o teu dia, que dia mais feliz!
Parabéns! Parabéns!
Canta novamente, que nós pedimos bis!
É dia de festa! É o teu aniversário!
Chama o batatinha...Convida o companhia...
BATATOOOOOOON!
terça-feira, 2 de março de 2010
Frase do dia
"Porque também eu próprio sou fraco, deixo-me atrair um pouco por essas palavras ociosas e começo a falar de bom grado sobre aquilo que principiara a ouvir contrariado; e acabo por ficar com gosto, onde antes me repugnava cair."
S. Gregório Magno
segunda-feira, 1 de março de 2010
A Demografia e o Casamento entre sexos Idênticos
A Demografia é das questões menos estudadas a nível da sociedade e aquela a que os poderes públicos e o comum dos mortais deixou de prestar a mínima atenção.
Preocupados todos, que estamos, com a crise económica; vinculados ao consumismo e à cultura do prazer; anestesiados pela segurança social; sobrevalorizados no nosso ego pelo primado do individualismo e inundados de muitos outros “ismos” com que a comunicação social nos matraqueia o coração e a cabeça, deixámo-nos possuir por perigosos mitos de fundamento néscio – mas apelativos – e somos postos à beira de precipícios cada vez mais perigosos.
Reduzida a mortalidade infantil, instituída a pílula e outros métodos contraceptivos; quebrados os laços familiares tradicionais; caídos aos pés dos arautos da libertação da mulher; instituída a quase obrigatoriedade social daquela trabalhar fora de casa; consolidada a ditadura dos direitos face aos deveres e mais uma quantidade de coisas que seria ocioso enumerar – e de que todos temos sido relapsos a reflectir nas consequências – veio a originar-se uma brutal redução no número de nascimentos. Esta redução teve especial incidência nos países da Europa Ocidental e por extensão em Portugal, países onde se verificou aquilo que é tido pelo maior (e melhor) desenvolvimento da sociedade.
Ora a redução da natalidade que a nível europeu desceu para uma média de 1,4 nascimentos por mulher (em Portugal actualmente está em 1,3) veio colocar a questão da sobrevivência destas sociedades no futuro. De facto sabe-se através de estudos sérios, que uma população para se renovar, cada mulher precisa de conceber 2,1 filhos, em vida e que a mesma população deixa de se poder manter em termos culturais quando esse número desde para os 1,9. Já se sabe isto há muito tempo, mas ninguém liga coisa nenhuma, como se governos e pessoas tivessem sido atacados por um desejo de suicídio colectivo. Faltam braços para o trabalho, jovens para os Exércitos, fecham escolas e passou a existir assimetrias etárias cada vez mais assinaláveis.
O avanço da medicina tem aumentado a esperança de vida das pessoas o que faz com que a população idosa seja cada vez maior, com o aumento de custos para a Segurança Social. E tem sido por esta via – que não é a mais crítica, mas aparenta ser a mais sensível - que alguns governantes se começaram a preocupar: falta-lhes o dinheiro!
A tudo isto é necessário juntar os fluxos emigratórios e imigratórios. Isto é, por um lado os países ocidentais vêm chegar ao seu território milhões de seres de outros continentes que estão a desfigurar as suas nações e vêm partir, por outro lado, os seus melhores cérebros, que procuram realizações pessoais em países mais avançados, ou de oportunidade.
A demografia tem sido escamoteada com os nascimentos de filhos de emigrantes o que não é propriamente a mesma coisa que nascerem nacionais. A propaganda que favorece e escamoteia tudo isto tomou o nome de “multiculturalismo”. Não estamos a defender ideias racistas, mas a tentar preservar justas aspirações de individualidade cultural (e soberana) e a tentar evitar futuras convulsões sociais graves. Acresce a isto a vontade de organizações internacionalistas em quererem acabar com as Nações...
Face a este descalabro social e nacional, os poderes públicos eleitos justamente para cuidarem do governo da cidade, em vez de colocarem travões às quatro rodas a esta tragédia que fará o holocausto parecer uma coisa menor; restaurarem o cimento familiar e promoverem a fecundidade, optam justamente por fazer o contrário. Satanás não faria melhor...
Em vez de se promover a vida, aposta-se na cultura da morte, de que as leis abortivas e a eutanásia são exemplos maiores; em vez de se organizar a educação e a estrutura da sociedade para a harmonia familiar, tudo se faz para facilitar a dissolução do casal e o afastamento de ascendentes e descendentes; em vez de se apostar nos incentivos à natalidade, preocupam-se em dar subsídios a quem não trabalha, a dar a mão (e seringas) a drogados e em melhorarem as condições a quem se porta mal e está preso (por ex.).
Em vez de haver preocupação em educar para uma natalidade consciente e para o desenvolvimento de uma sexualidade maturada, a única coisa em que se pensa é em impôr aulas de educação sexual nas escolas, de gosto mais do que duvidoso, distribuir preservativos a esmo, etc., e acham que o “vale tudo” é o que está bem, havendo apenas que limitar os estragos.
Os países “mais avançados” do que nós, que apostaram nestas modernices, andam agora a verificar que nenhuma destas avançadíssimas atitudes, melhorou a saúde pública; evitou as gravidezes indesejadas; o número de filhos sem pai; as adolescentes grávidas; o número de abortos feitos em condições clínicas ou outras e toda a parafernália de desarranjos e dramas sociais correlativos. A única coisa que se conseguiu foi a sofisticação da prostituição, o aumento da pedofilia e a prosperidade do negócio pornográfico. Não parece também haver freio na imoralidade e no deboche.
Perante este quadro o que fez o Parlamento Nacional? Pois mandou tirar os crucifixos das escolas e quer casar machos com machos e fêmeas com fêmeas! Que magnífico alforge de futuros estadistas!
Tenente-Coronel João José Brandão Ferreira