segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Ainda sobre o post anterior do João Silveira


Aqui está grande parte do artigo escrito por um casal nosso amigo que está a viver em Barcelona. Retirei apenas uma pequena parte que se referia a realidades concretas da Polónia e que não faziam sentido para vocês. Este texto foi escrito na sequência dos acontecimentos descritos no post do João Silveira para um portal polaco católico.

Na Catalunha Vermelha

A verdade é que aqui os católicos estão completamente aterrorizados, apesar de se esforçarem por fingir que não se passa nada. As pessoas de facto não se podem sentir seguras na Igreja.

Eu próprio tive de telefonar para a polícia quando dois jovens a fumar haxixe na parte de trás da igreja não queriam sair, depois de os ter chamado à atenção e de se terem tornado agressivos comigo: a polícia chegou e eles saíram da igreja, quisessem ou não. Mas os espanhóis não reagem assim; têm medo. Quando contei à minha vizinha o que fiz, esta disse-me que um homem que costumava ir à Missa diariamente aqui na paróquia uma vez chamou à atenção um bêbedo/mendigo que estava a perturbar a Missa. Este foi atrás dele para o autocarro e o homem teve de telefonar para a polícia, que o tirou do autocarro umas paragens mais à frente. Porém, desde essa altura que ele vai à Missa a outra paróquia (e a nossa é uma das poucas boas paróquias tradicionais) e traz consigo um paralisador, pois o tal homem continua a circular por ali. (…)

Vale a pena reconhecer, no entanto, que esta sociedade não caiu de todo, pois a polícia é bastante eficaz, caso os cidadãos tenham a coragem de lhe pedir ajuda. Por exemplo, mesmo que aqui fumar e possuir haxixe seja praticamente permitido, a polícia sempre que pode dificulta a vida aos jovens, confiscando o que possuem, prendendo-os, etc. Isto é o que ainda sobrou do comportamento e cultura espanhola seca, nos quais nos podemos apoiar. Mas para além disso, o ambiente de perseguições abertas está à espreita atrás de uma esquina. E uma comparação com uma guerra civil seria mais que acertada…

Em relação à referida universidade, chegámos a assinar uma petição juntamente com outras famílias. Infelizmente o bispo capitulou, sente-se desamparado. Uma das rádios católicas revelou que, antes da visita de Bento XVI existia um radical blogue anti-papa escrito por um padre de Barcelona.

Parte do clero – talvez pela forte e triste solidão que se faz sentir – perde-se nesta viva e extrema tensão. Tensão esta que caracteriza bem a Espanha e é muito sentida. Nem todos têm coragem e força, ou até vontade interior, para passar por cima desta tensão, para se conduzir pela verdadeira fidelidade à Igreja, a Deus. Pois, nesta realidade, isto é entendido como radicalismo. É necessário acrescentar que os espanhóis são pessoas que vivem “juntas”, em grupos. Não gostam de sobressair na multidão, isto destrói o seu forte sentido de estética amplamente interiorizado. São fortes quando fazem algo juntos. Talvez por isso a maior fidelidade à Igreja seja demonstrada por leigos. Alguns recebem formação de movimentos, outros não; porém encontram-se unidos na defesa dos valores, da família, do Papa, da Igreja. Normalmente são famílias numerosas.

Sem qualquer tipo de exagero posso dizer que estes leigos que tomaram a decisão de seguir fielmente o caminho para Deus vivem de acordo com os ensinamentos da Igreja de forma total. São muito generosos e estão abertos a ter filhos. Paradoxalmente foi aqui – e não na Polónia – que conhecemos realmente muitas famílias numerosas (algumas com dez filhos, catorze ou até duas com dezasseis filhos!), muito envolvidas no serviço da Igreja, dando um grande testemunho. Também aqui encontramos várias igrejas abertas com Adoração permanente ao Santíssimo Sacramento, onde estão sempre alguns leigos e as listas com as inscrições estão sempre completas. Aqui, com grande admiração, podemos ver muitas famílias e casais na Missa diária de manhã. Aqui os leigos agarram-se com força à oração do terço em família, de acordo com a indicação do Papa, confiando aquela sociedade à Mãe. Aqui, algumas vezes aconteceu que, ao combinarmos um jantar, tivemos de adaptar os nossos planos recreativos à hora habitual de se rezar o terço em família. Aqui muitas famílias desistiram de fazer férias na praia para não estragar os filhos e não elevar o culto do corpo, que de qualquer maneira já é muito grande. Aqui raramente se encontra uma televisão em casa de uma pessoa crente…

A tensão que existe na Catalunha não permite a ninguém ser morno. Ou se é frio, ou quente. O frio entristece e é difícil, mas o calor dá muita esperança e é verdadeiramente digno de imitação. É este calor que podemos apenas desejar que surja na Polónia.

http://pismo.christianitas.pl/2011/01/w-czerwonej-katalonii/

sábado, 29 de janeiro de 2011

Laicistas-progressistas impedem Missa na universidade

Os constantes ataques "anti-capela" de um grupo de jovens auto-proclamados "laicistas-progressistas" impedem que estudantes e docentes da Universidade de Barcelona exerçam o seu direito a professar livremente sua fé e ir à Missa no campus.

"Não haverá mais missas até que a universidade possa garantir a segurança dos estudantes que queiram comparecer à liturgia". Esta foi a resolução da universidade numa reunião com os representantes da Igreja.
As autoridades decidiram construir uma entrada direta à capela como medida de segurança para os católicos que querem comparecer à Missa sem que os grupos de intolerantes os insultem e os agridam no caminho.

Conforme informou o jornal espanhol ABC, poucos dias antes da visita do Papa Bento XVI à cidade em novembro de 2010, um grupo de estudantes "laicistas-progressistas" tentaram boicotar uma das missas universitárias. No dia 15 de dezembro do ano passado, 40 estudantes irromperam no recinto universitário para impedir a celebração da missa.

"É lamentável que ocorram estas situações de boicote", porque impedem as pessoas de "expressar livremente as suas crenças e isso não pode ser permitido", indicou o sacerdote Mosén Lluís Ramis, um dos dois professores encarregados de oficiar a missa na capela. "O que ocorre muitas quarta-feiras aqui não tem nenhuma justificação", acrescentou o padre ao jornal ABC.

A universidade mantém um convénio desde 1988 com o Arcebispado de Barcelona pelo qual se compromete a proporcionar um espaço acadêmico de culto católico aos fiéis universitários.

"O artigo 18 da Lei de Direitos humanos e a própria Constituição garantem esse direito ao cidadão», acrescentou o Padre Ramis.

Os atentados contra a capela da universidade demonstram a agressividade e intolerância do movimento estudantil progressista. Os alunos católicos se sentem perseguidos e temem que se produza uma agressão física. Depois da suspensão das Missas, a universidade catalã pôs empecilhos aos que desejam chegar à capela. Os fiéis devem identificar-se e pedir permissão ao decanato ou ao reitorado para entrar. Apesar destas medidas, alguns professores asseguram não ter obtido o acesso.

O grupo de protesto está formado por 40 estudantes e um reduzido grupo de professores. "Eles conseguiram que o reitorado (executasse) tudo o que foi proposto até agora. Primeiro fechar a capela e depois tornar difícil que entremos para rezar. É intolerável", declarou uma das docentes acossadas ao diário ABC.

Os alunos "anti-capela" exigem à Universidade que seja aberta ao debate público a validez da cessão de espaços universitários ao culto religioso e que se detenha a atividade religiosa dentro da universidade. Os estudantes católicos enviaram uma carta de denúncia ao reitorado. in ACI

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Tomai coragem e não tenhais medo - S. Afonso Maria de Ligório

«Dizei a todos os que têm o coração despedaçado: Tomai coragem e não tenhais medo. O próprio Deus virá salvar-vos» (Is 35, 4). Esta profecia realizou-se. Seja-me pois permitido gritar de júbilo: Alegrai-vos, filhos de Adão, alegrai-vos; deixai para trás todo o desalento! Perante a vossa fraqueza e a vossa incapacidade de resistir a tantos inimigos, «abandonai todo o receio, o próprio Deus virá salvar-vos». Como é que Ele veio salvar-vos? Dando-vos a força necessária para enfrentar e ultrapassar todos os obstáculos que se opõem à vossa salvação. E como é que o Redentor vos deu essa força? Fazendo-Se fraco, de forte e todo-poderoso que era; Ele tomou sobre Si toda a nossa fraqueza, e comunicou-nos a Sua força.

Deus é todo-poderoso: «Senhor, clamava Isaías, quem resistirá à força do Teu braço?»  Mas as feridas feitas no homem pelo pecado tinham-no enfraquecido tanto que ele era incapaz de resistir aos seus inimigos. O que fez o Verbo eterno, o que fez a palavra de Deus? De forte e todo-poderoso que era, tornou-Se fraco; revestiu-se da fraqueza corporal do homem para dar ao homem, pelos Seus méritos, a força de alma necessária; tornou-Se criança; e no fim da Sua vida, no Jardim das Oliveiras, encheu-Se de laços, dos quais não Se pode libertar. No Sinédrio, foi preso à coluna para ser flagelado. Depois, com a cruz aos ombros, caiu várias vezes no caminho com falta de forças. Pregado na cruz, não conseguiu libertar-Se. E nós somos fracos? Ponhamos a nossa confiança em Jesus Cristo e seremos todo-poderosos: «Tudo posso nAquele que me dá força» dizia o Apóstolo Paulo (Fil 4,13). Eu sou todo-poderoso, não pelas minhas forças, mas pelas forças que me foram dadas pelos méritos do meu Redentor.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Venda do coração para vencer a crise



Um grupo de amigos organiza, todas as quintas feiras no Rato das 11h30  as 14h30 uma venda de roupa a muito baixo preço.
Elas necessitam de divulgar estas acções junto das populações mais carenciadas, e estão a pedir a ajuda de todos. A venda é de roupa (Adulto e criança) em bom estado a preços desde 0,50€.
A ideia é boa, mas parece que não está a chegar a quem realmente necessita por falta de informação. Ajudem a divulgar.

Petição ABORTO - Vemos, ouvimos e lemos - não podemos ignorar

1. Portugal tem desde há 4 anos uma lei que permite o aborto livre a pedido, até às 10 semanas de gestação.
2. Quando, por altura do referendo o País se confrontou com tal mancha histórica, foi prometida uma lei que protegesse as mulheres e conferisse melhores condições para o exercício da maternidade.
3. Volvidos 4 anos assistimos a uma realidade dramática que deixa mulheres e homens cada vez mais sós e abandonados à sua sorte.
Aos mais carenciados é oferecido o aborto para “colmatar” as dificuldades que apresentam.
Milhares de mulheres foram vítimas de pressões e constrangimentos vários, e arrastados ao horror do aborto.
4. Em 4 anos, só por via do aborto legal mais de 60.000 crianças deixaram de nascer. É como se uma cidade (como Aveiro), de repente, ficasse totalmente despovoada e os edifícios e monumentos nela existentes não tivessem quem os habitasse. Apenas o silêncio nas ruas e nas praças e as folhas arrastadas pelo vento.
5. Muitas das “vozes autorizadas” que no referendo defenderam o sim têm agora tomado posição pública contra a regulação e prática do aborto que vigora.
6. O País confronta-se com um dramático pedido às famílias de redução de salários e prestações sociais. Por outro lado o Estado continua a pagar e oferecer gratuitamente o aborto, o avião, o táxi, o hotel e o subsídio de maternidade a quem voluntariamente (ou coagida, uma vez que o Estado não sabe) põe fim a uma gravidez.
7. Uma mulher em baixa por doença recebe 65% do ordenado; já se abortar fica de licença de maternidade e recebe 100% do ordenado.
8. Milhares de mulheres deixaram de receber algumas dezenas de euros do abono de família para os filhos que tiveram, mas o Estado paga-lhes centenas de euros no caso de decidirem abortar.
Assim,

Peticiona-se à Assembleia da República que

A) Reconheça o flagelo do aborto que de norte a sul, varre o País desde há 4 anos destruindo crianças, mulheres, famílias, e a economia gerando desemprego e depressão.
B) Que tome medidas legislativas no sentido de:
a) Proteger a vida humana desde a concepção, a maternidade e os mais carenciados na verdadeira solidariedade social.
b) Rever para já a regulamentação da prática do aborto por forma a saber se o consentimento foi realmente informado e a garantir planos de apoio alternativos ao aborto.
c) Permitir que todos os profissionais de saúde (independentemente da objecção de consciência) possam intervir no processo de aconselhamento a grávidas.
d) Apoiar as Instituições que no terreno ajudam mulheres e crianças em risco, de uma forma criteriosa e realista.
e) Fazer cumprir os Direitos Humanos nomeadamente no que tange com o inviolável Direito à Vida e o eminente direito ao reconhecimento da dignidade de cada ser humano.
f) Gerir com critérios de “bem comum” os escassos recursos do País e por isso, deixe de “cobrir de dinheiro” o aborto.

Os signatários
Assine também!
A Petição está em:

http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Gato convocado para ser júri durante julgamento

Um tribunal de Boston convocou Sal Esposito para fazer parte de um grupo de jurados. Algo que pode acontecer a qualquer cidadão norte-americano e que, por lei, se é obrigado a comparecer. Tudo estaria bem, se Sal não fosse um gato. A notícia foi avançada pelo jornal «Daily News».
Ainda de acordo com a mesma notícia, os donos já apelaram ao tribunal para retirar Sal da lista, alegando que ele é «um gato», mas este recusou e o animal vai ter de comparecer a julgamento.
Anna e Guy Esposito, os donos, dizem que no Census de 2010 registaram o gato como membro da família, mas na secção dos animais de estimação e, por isso, «só pode ter havido um erro».

Guy diz a brincar que o seu gato «distingue o bem e mal», mas não o suficiente para ser jurado num julgamento. Quando os donos apelaram ao tribunal de Boston para dispensar Sal, utilizaram um argumento previsto na lei - «a impossibilidade de falar inglês» - mas, juntaram ainda, uma carta do veterinário a explicar que ele era um gato.
No próximo dia 23 de Março, Sal tem mesmo de se apresentar no Tribunal Superior de Suffolk, em Boston.
in tvi24

Ainda a Agenda Europa - Zita Seabra

Abolir as raízes cristãs da sociedade europeia é um atentado cultural mas é também alinhar com a perseguição que se abate sobre os cristãos que são hoje as maiores vítimas das perseguições do Mundo.
A Agenda da UE teve este ano uma importante novidade: a referência no calendário anual das festas religiosas de diversas religiões, excluindo as datas de referência do cristianismo. Nem Natal, nem Páscoa! O dia 25 de Dezembro é tão-só o dia 25 de Dezembro

Os factos são conhecidos. A Comissão Europeia mandou imprimir três milhões de agendas para oferecer a outros tantos alunos e professores de escolas dos países que compõem a União Europeia. Esta agenda, cheia de informações, teve este ano uma importante novidade: a referência no calendário anual das festas religiosas de diversas religiões, excluindo as datas de referência do cristianismo. Nem Natal, nem Páscoa! O dia 25 de Dezembro é tão-só o dia 25 de Dezembro.
Numa Europa berço da civilização ocidental, filha directa do cristianismo, ensina-se às crianças as datas referência, esquecendo as cristãs, apagando as suas origens, base da sua cultura e da sua matriz genética, definidora e diferenciadora, formadora do conjunto cultural do velho continente. Um espanto. Protestaram diversos países como a Itália, a Polónia, o vice-ministro francês, entre outros, e a Comissão Europeia decidiu publicar oito milhões de erratas para distribuir às escolas que tinham recebido as agendas.

É evidente que os responsáveis pelo facto não o fizeram por esquecimento. Ninguém se esquece que dia 25 de Dezembro não é um dia qualquer do calendário, e nenhum europeu se lembra dos dias festivos dos muçulmanos ou dos budistas e não se recorda dos dias que lhe marcam o seu próprio calendário. É óbvio que se tratou de um apagar deliberado do cristianismo, o que é em si mesmo o sinal da mais brutal intolerância como é, igualmente, um sinal de obscurantismo e de ignorância. É, sobretudo, um profundo gesto de hostilidade para com os cristãos.

Muitas vezes, na história da Europa, se tentou apagar as referências ao cristianismo. Os jacobinos franceses tentaram substituir o calendário gregoriano e impor o "Calendário Revolucionário Francês", mudando assim a nomenclatura dos dias e obviamente os feriados católicos e a referência ao nascimento de Cristo. Dessa revolução, no que respeita à agenda resta a referência ao 18 de Brumário e não sobrou nenhum dia feriado dos 5 "sans-culottes". Mesmo em Portugal, abundaram as tentativas, a mais ridícula das quais foi certamente a proibição do bolo-rei e sua substituição pelo bolo da República.

Abolir as referências cristãs na Europa é fazer esquecer que na origem de muito do que de melhor existe na civilização ocidental tem origem no cristianismo. Na Igreja Católica nasceu a sistematização das primeiras universidades, os primeiros hospitais, os livros que permitiram salvaguardar o essencial da cultura clássica, as misericórdias, a assistência social e um inquestionável património artístico.

Abolir as raízes cristãs da sociedade europeia é um atentado cultural mas é também alinhar com a perseguição que se abate hoje sobre os cristãos que são hoje as maiores vítimas das perseguições do Mundo. No Parlamento Europeu foi recordado que 75% das perseguições religiosas que hoje acontecem são contra cristãos. No Iraque, no Egipto, na Índia, na Nigéria, nas Filipinas, no Irão, em Chipre ou na China, recordam só alguns casos dramáticos recentes. Alguns silêncios escandalosos de autoridades e organizações humanitárias tão prontos a falar de outras perseguições raia o escândalo. Quantas vezes o silêncio cala a denúncia e a hostilidade substitui a solidariedade com as vítimas?

A agenda da Comissão Europeia não tinha uma falha, um esquecimento, que uma errata ou oito milhões de erratas supere. A Agenda Europeia só me fez lembrar a história que se contava há anos, antes da queda do comunismo: uma guia do Museu Hermitage, perante um quadro de uma Anunciação, explicava aos visitantes que o quadro representava o que acontecia no tempo dos czares, com uma camponesa forçada a ajoelhar perante uma representante da nobreza...
Felizmente, a Agenda Europa já nem no Hermitage pode ser oferecida.

domingo, 23 de janeiro de 2011

O principezinho - Antoine de Saint-Exupérry

- Bom dia, disse a raposa. 
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui - disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? - perguntou o principezinho - Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa - disse a raposa.
- Vem brincar comigo - propôs o principezinho - Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo - disse a raposa - Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa - disse o principezinho.
- Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida - disse a raposa - Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exactamente - disse a raposa - Tu não és ainda para mim senão um rapaz inteiramente igual a cem mil outros rapazes. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo... Se tu me cativas, a minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos fazem-me entrar debaixo da terra. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me - disse ela.
- Bem queria - disse o principezinho - mas eu não tenho muito tempo -Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- Nós só conhecemos bem as coisas que cativamos - disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me! ...       

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Apologia do Voto Inútil - Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada

Em tempos de eleições presidenciais, legislativas ou autárquicas, é recorrente o recurso ao argumento do voto útil. Na gíria política entende-se por voto útil a escolha do candidato ou do partido que, mesmo não reunindo as condições que o eleitor desejaria sufragar, é no entanto o menos mau dos candidatos com hipóteses de ganhar. Na perspectiva eleitoral, o voto num partido ou candidato que nunca poderá vencer é sempre um voto perdido ou, pior ainda, um voto nas candidaturas que ficariam beneficiadas com a inutilidade prática desse voto idealista.

À medida que se aproxima um acto eleitoral, esfumam-se os axiomas éticos e os princípios, que cedem o seu lugar à pressão das sondagens e das conveniências do momento, quase sempre apresentadas como inadiáveis exigências de salvação nacional. À conta desses pretensos imperativos de ordem pública, engolem-se não poucos sapos e conspícuos cavalheiros travestem-se ideologicamente, em malabarismos de rara acrobacia e discutível moralidade. E quem não se disponibilizar para uma tal cambalhota eleitoral e decidir não vender, nem hipotecar, o seu voto, é certo e sabido que pagará cara a factura da sua verticalidade: à partida é, pelo menos, um utópico e, à chegada do desastrado resultado eleitoral que a sua atitude propiciou, é um cúmplice do inimigo, um traidor.

É sabido que a história do voto útil tem barbas. Nas vésperas da segunda guerra mundial, o voto útil funcionou a favor de duas grandes forças extremistas. Quando a Alemanha se encontrava numa muito delicada situação interna e externa, os nazis apareceram como a força mais eficaz para deter o triunfante bolchevismo, que ameaçava a liberdade alemã e europeia. É certo, em termos históricos, que muitos dos apoiantes de Hitler o fizeram à conta do voto útil: mesmo não concordando com as teses nazis, entenderam que essa era a única força política capaz de deter o comunismo internacional e, por isso, deram-lhe o seu voto. Em sentido contrário, o voto útil também funcionou a favor do bolchevismo que, para muitos anti-nazis, parecia ser o mal menor ou, pelo menos, a única estrutura partidária com força suficiente para se opor, com eficácia, ao nacional-socialismo. Mas é óbvio que tanto uns como os outros, quer votando de olhos fechados em Hitler, quer dando o seu contrariado voto aos seguidores de Estaline, favoreceram as respectivas tiranias e votaram contra a liberdade, a democracia e o bem comum. Os seus votos foram úteis, sem nenhuma dúvida, mas para o mal.

Não é só na vida privada que o crime não compensa, porque também na vida política essas leviandades pagam-se caras, como sabem os que sofreram a ditadura nazi na Alemanha, ou os que padeceram os horrores do comunismo na Rússia e nos outros países que também viveram, ou ainda vivem, sob a ditadura do proletariado. Na realidade, tanto os que sufragaram Hitler como os que apoiaram Estaline perderam, porque a vitória moral e política foi daqueles «inúteis» que souberam privilegiar uma atitude de coerência ética, sem se deixarem intimidar pelos falsos argumentos de uma suposta utilidade nacional ou internacional.

Se, por absurda hipótese, houvesse que escolher entre Estaline e Hitler, seria caso para dizer que venha o diabo e que escolha porque, por mais útil que fosse votar em Hitler, para que Estaline não pudesse ganhar, ou votar em Estaline, para que Hitler não saísse vencedor, seria sempre uma escolha dos diabos. E a quem o não seja, só lhe resta uma hipótese digna: não votar em nenhum dos dois, por mais inútil que uma tal atitude pudesse parecer.

Em Portugal, Hitler e Estaline não vão a votos, felizmente. Mas, mesmo sendo eticamente lícita a votação no menos mau dos candidatos, resta saber se uma tal opção é suficientemente digna. Sendo escassas as garantias de idoneidade moral dos prováveis eleitos, por ausência de princípios éticos humanistas, ou por falta de coerência na sua aplicação – recorde-se, a este propósito, a promulgação da lei dos casamentos de pessoas do mesmo sexo – é provável que a opção mais coerente e honrosa não passe pelo voto no menos mau candidato, nem no péssimo, pelo menos para quem, na sua vida pessoal e na sua actuação pública, não se pauta por conveniências contingentes, mas por princípios e valores permanentes.

Semana pela unidade dos cristãos - autor desconhecido

Um dia estava a atravessar uma ponte e vi um homem parado no tabuleiro que se preparava para saltar. Corri na sua direcção e disse-lhe: "P-á-r-e! Não faça isso!". "Porque não?" respondeu o homem. "Bem… há tantas coisas boas na vida!", respondi-lhe. "Como por exemplo?", ripostou o homem. "Bem… o senhor é crente ou ateu?". Disse o homem: "Crente". "Ah! Também eu!… E é cristão ou budista?". Disse o homem: "Cristão". "Ah! Também eu!… E é católico ou protestante?". Disse o homem: "Protestante!". "Ah! Também eu!… E é episcopaliano ou baptista?". Disse o homem: "Baptista!". "Bem! Impressionante! Também eu!… E é da Igreja Baptista de Deus ou da Igreja Baptista do Senhor?". Disse o homem: "Baptista da Igreja Baptista do Senhor!". "Ah! Também eu!… E é da Igreja Baptista do Senhor, a original, ou é da Igreja Baptista do Senhor, a reformada?". Disse o homem: "Da Igreja Baptista do Senhor, a reformada!". "Ah! Também eu!… E é da Igreja Baptista do Senhor, a reformada em 1879, ou da Igreja Baptista do Senhor, a reformada em 1915?". Disse o homem: "Da Igreja Baptista do Senhor, a reformada em 1915!". Então eu disse: "Morre, seu herético!!" e empurrei-o.

Lyonce Viiktórya - filha de Luciana Abreu e Yannick Djaló

Dizem os pais: "Lyonce da fusão de Luciana e Yannick e Viiktórya pelo nosso amor ter triunfado e ter vencido todos os obstáculos e má língua de tanta gente, principalmente daqueles que até hoje só apareceram na nossa sombra, graças à nossa luz e por sermos figuras públicas tão mediáticas".

1 - Não percebo como é que a 'fusão' entre Luciana e Yannick dá Lyonce.

2 - No meu tempo era quase impossível registar nomes esquisitos, isto hoje em dia já é ao gosto do freguês?

3 - Existe esta mania bem portuguesa que: 'toda a gente tem inveja de mim', e dizer que: 'há muitas invejas'. No fundo eu sou melhor do que os outros, por isso eles têm todos inveja e eu sou uma vítima. Acaba por se juntar a soberba à auto-compaixão, que bela misturada.

João Silveira

Crimes violentos - Entrevista a um Ex-Inspector da PJ

Ex-Inspector da PJ: "Nos crimes entre homossexuais, há quase sempre repugnância pela relação."

Artigo interessante aqui.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Votar em consciência – Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada

Os católicos têm a mais absoluta liberdade de voto, pois só em circunstâncias de excepcional gravidade a Igreja, através da voz autorizada da sua hierarquia, pode exigir aos seus fiéis que exerçam esse direito de uma forma concreta. Mas não sendo este o caso, na medida em que o episcopado não se pronunciou nesse sentido, cada cidadão cristão está chamado a decidir, em consciência, a modalidade da sua participação no próximo acto eleitoral.

Que a Igreja respeite a liberdade política dos seus crentes não quer dizer que esta decisão não tenha relevância moral, nem que seja indiferente votar ou não e, votando, apoiar qualquer candidato ou partido. Muito pelo contrário. Os cristãos também têm toda a liberdade matrimonial e profissional, mas a escolha do cônjuge ou do ofício não são indiferentes, como também a prática laboral ou a vivência conjugal se devem pautar por exigências éticas. E casos haverá em que determinadas situações – como é o caso do aborto, por exemplo – ainda que legais, não são admissíveis para um católico, porque incompatíveis com o seu padrão moral.

No panorama eleitoral português há várias opções, mas não se vislumbra nenhuma que corresponda aos principais valores cristãos, como são, entre outros, a vida, que a Igreja defende desde a concepção e até à morte natural; o casamento, entendido como a união indissolúvel entre um homem e uma mulher; a família e a educação. De facto, a maioria das propostas eleitorais são assumidamente favoráveis ao aborto, à eutanásia, ao divórcio, ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e são também contrárias à liberdade de educação. Por outro lado, a candidatura ideologicamente mais próxima dos valores humanistas está, à partida, descredibilizada junto do eleitorado cristão, pelo seu reiterado apoio às leis anti-vida, anti-casamento e anti-família.

De acordo com o princípio evangélico – dê-se a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus – não seria desejável a existência de um partido ou candidato oficialmente católico, porque um tal absurdo seria uma expressão do mais anacrónico clericalismo que, para além de coarctar a liberdade política dos católicos, atentaria contra a natureza sobrenatural da Igreja que, como é sabido, não tem ambições temporais. Mas seria de esperar que, num país de tão arreigadas tradições cristãs, se apresentassem vários candidatos que, pela sua ideologia humanista e a sua consequente prática política, pudessem constituir uma opção legítima para o eleitorado que se identifica com os princípios da Doutrina Social Cristã e procura quem possa viabilizar as suas aspirações de justiça e de solidariedade social.

Não sendo este o caso, os cristãos coerentes ver-se-ão assim na contingência de se absterem; de votarem em branco; de votarem contra a sua consciência, se o fizerem em forças políticas assumidamente anti-cristãs; ou à margem da sua consciência, se votarem em quem, mesmo professando, em teoria, os princípios cristãos, na prática favoreceu uma política contrária aos princípios éticos e ao bem comum, nomeadamente viabilizando o aborto, o divórcio e o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Se o voto contra a consciência é sempre reprovável, é eticamente aceitável, num contexto de mal menor, votar no menos mau dos candidatos, embora seja um voto à margem da consciência.

Votar em consciência é um imperativo ético para todos os cidadãos, mormente para os cristãos. Mas, que fazer quando a consciência – por falta de ciência ou por falta de coerência – não se apresenta às eleições?!

A vida é um drama, não uma tragédia - D. Luigi Giussani

A nossa vida pertence a qualquer coisa de Outro. A inevitabilidade [do que acontece] é o termo que melhor esclarece que nada nos pertence e, sobretudo, que não nos pertence aquilo de onde tudo deriva: a nossa vida pertence a Outro.

Neste sentido entende-se porque é que a vida do homem é dramática: se não pertencesse a Outro seria trágica. A tragédia é quando uma construção desaba e todas as pedras e pedaços de mármore e os bocados de muro se desmoronam. E tudo na vida se torna nada, está destinado a tornar-se nada, até porque do que vivemos no passado até há uma hora atrás, até há cinco minutos atrás, já nada existe que tenha sido feito, que esteja construído. E isto é trágico. A tragédia é o nada como meta, o nada, o nada daquilo que existe.

Mas se tudo pertence a Outro, a alguma coisa de diferente, então a vida do homem é dramática, não trágica. Reconheço que te pertenço, reconheço que o tempo não era meu, que não me pertencia, tal como o tempo hoje não me pertence, não me pertence. Toma, pois, a minha vida, reconheço que não me pertence, aceito que não me pertença.

Aquele que possui o nosso tempo morreu por nós, apresenta-se aos nosso olhos e ao nosso coração como o lugar onde o nosso destino é amado, onde a nossa felicidade é amada, a tal ponto que Aquele que possui o tempo morre pelo nosso tempo. O Senhor, Aquele a quem o tempo pertence é bom.

Casal aborta gémeos rapazes porque querem uma rapariga

Um casal australiano decidiu abortar os seus filhos gémeos (rapazes), por quererem desesperadamente ter uma rapariga. O casal, que já tem três filhos (rapazes), tenta agora a todo o custo ter autorização para escolher o sexo do próximo filho, através de fertilização in vitro. A história completa aqui.

Discurso ao Corpo Diplomático – Papa Bento XVI

Outra manifestação da marginalização da religião, e particularmente do cristianismo, consiste em banir da vida pública festas e símbolos religiosos, em nome do respeito por quantos pertencem a outras religiões ou por aqueles que não acreditam. Agindo deste modo, não apenas se limita o direito dos crentes à expressão pública da sua fé, mas cortam-se também raízes culturais que alimentam a identidade profunda e a coesão social de numerosas nações.

No ano passado, alguns países europeus associaram-se ao recurso apresentado pelo governo italiano na causa, bem conhecida, da exposição do crucifixo nos lugares públicos. Desejo exprimir a minha gratidão às autoridade destas nações e a quantos se empenharam neste sentido, episcopados, organizações e associações civis ou religiosas, particularmente ao Patriarcado de Moscovo e demais representantes da hierarquia ortodoxa, bem como a todas as pessoas - crentes, mas também não crentes - que sentiram necessidade de manifestar a sua adesão a este símbolo grávido de valores universais.

Reconhecer a liberdade religiosa significa, além disso, garantir que as comunidades religiosas possam agir livremente na sociedade, com iniciativas nos sectores social, caritativo ou educativo. Pode-se constatar por todo o lado, no mundo, a fecundidade das obras da Igreja Católica nestes âmbitos.

Causa preocupação ver este serviço que as comunidades religiosas prestam a toda a sociedade, particularmente em favor da educação das jovens gerações, comprometido ou dificultado por projectos de lei que correm o risco de criar uma espécie de monopólio estatal em matéria escolástica. Exorto todos os governos a promoverem sistemas educativos que respeitem o direito primordial das famílias de decidir sobre a educação dos filhos e que se inspirem no princípio de subsidiariedade, fundamental para organizar uma sociedade justa.

Não posso passar sem referir outra ameaça à liberdade religiosa das famílias nalguns países europeus, onde é imposta a participação em cursos de educação sexual ou cívica que propagam concepções da pessoa e da vida pretensamente neutras mas que, na realidade, reflectem uma antropologia contrária à fé e à recta razão.

Em primeiro lugar, aparece a convicção de que não se pode criar uma espécie de escala na gravidade da intolerância com as religiões. Infelizmente, é frequente uma tal atitude, sendo precisamente os actos discriminatórios contra os cristãos aqueles que se consideram menos graves, menos dignos de atenção por parte dos governos e da opinião pública.

Ao mesmo tempo, há que rejeitar também o contraste perigoso que alguns querem instaurar entre o direito à liberdade religiosa e os outros direitos do homem, esquecendo ou negando assim o papel central do respeito da liberdade religiosa na defesa e protecção da alta dignidade do homem.

Menos justificáveis ainda são as tentativas de contrapor ao direito da liberdade religiosa pretensos novos direitos, promovidos activamente por certos sectores da sociedade e inseridos nas legislações nacionais ou nas directrizes internacionais, mas que, na realidade, são apenas a expressão de desejos egoístas e não encontram o seu fundamento na natureza humana autêntica.

Enfim, é preciso afirmar que não basta uma proclamação abstracta da liberdade religiosa: esta norma fundamental da vida social deve encontrar aplicação e respeito a todos os níveis e em todos os campos; caso contrário, não obstante justas afirmações de princípio, corre-se o risco de cometer profundas injustiças contra os cidadãos que desejam professar e praticar livremente a sua fé.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Agenda Europa - Aura Miguel

Gastaram cinco milhões de euros para fazer e distribuir esta agenda. Colorida e de aspecto simpático, já chegou a 3200 escolas secundárias, ONGs e instituições variadas, espalhadas por todo o espaço da UE, incluindo Portugal.
Folheamos a dita agenda e encontramos indicações consideradas úteis sobre sexo seguro, como deixar de fumar, ser tolerante e combater a xenofobia. Há sete anos que existe esta agenda, mas desta vez resolveram incluir referências ás principais festas religiosas.
Assim, a “Agenda Europa” assinala as festas dos judeus, dos muçulmanos, dos hindus, fala do ano chinês… mas, sobre as festas do cristianismo nem uma só palavra. A maior religião da Europa não merece qualquer referência… por exemplo, abrimos a agenda no dia 25 de Dezembro e ficamos a saber que a primeira árvore de Natal surgiu na Estónia no século XV… e se formos ver o que diz a agenda no Domingo de Páscoa, encontramos umas breves linhas sobre a deusa Europa.
Choveram protestos da França, Polónia, Itália, Irlanda e Espanha. Durão Barroso mandou dizer que vai fazer três milhões e duzentas mil erratas para juntar às agendas já distribuídas. É a Europa que temos.

Cientistas exigem um plano para lidar com extraterrestres

Os cientistas defendem mesmo a criação de uma agência especial da ONU para lidar com eventuais contactos com seres de outros planetas. Os cientistas querem ver um “processo adequado baseado em conselhos de peritos sérios e responsáveis” mas temem “interesses e oportunismo” num caso de contacto de extraterrestres, segundo a revista científica Philosophical Transactions da Royal Society, citada num artigo do diário britânico "The Guardian".

“A falta de coordenação pode ser evitada através da criação de um quadro amplo num esforço verdadeiramente global governado por um corpo com legitimidade política internacional”, dizem John Zarnecki, da Open University, e Martin Dominik, da Universidade St Andrews, num dos artigos da revista. As Nações Unidas, acrescentam, têm já um fórum ideal para lidar com a questão, o Comité para Utilização Pacífica do Espaço (Copuos). in Público

Nota: depois de ver o nome do Comité que querem criar, "Copuos", isto faz muito mais sentido.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

domingo, 16 de janeiro de 2011

Voo marcado para a beatificação de Papa João Paulo II

Sr. JOAO SILVEIRA
Lisboa a Roma Fiumicino (Terminal 2)

Lisboa a Roma Fiumicino (Terminal 2)

Part 24 April 2011 11:35
Cheg 24 April 2011 15:30

Roma Fiumicino (Terminal 2) a Lisboa

Part 03 May 2011 08:50
Cheg 03 May 2011 11:05

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Vamos a ROMA?

Senzas e amigos,

Vamos a Roma?
Ir na semana do feriado de 25 de Abril e voltamos dia 2.
Estou a procurar bilhetes...

Assunto: URGENTE:


Papa João Paulo II vai ser beatificado dia 1 de maio - Vaticano - Lisboa, Portugal 14/01/2011 11:14 (LUSA)
Temas: Religião, Igreja (organização)
Lisboa, 14 jan (Lusa) - O Papa João Paulo II vai ser beatificado no dia 1 de maio, anunciou hoje o Vaticano

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Qual o problema do incesto?

Na mentalidade 'moderna', adjectivo usado e abusado pelo primeiro ministro de Portugal, tudo é relativo. Talvez seja uma tentativa de adaptar a teoria da relatividade à moralidade , mas é um facto assente que para o status quo, tudo o que se passa entre dois adultos (por enquanto não falam em crianças), de maneira consensual, é bom. É conservador e retrógrado dizer que um comportamento, nomeadamente sexual, não é bom para a pessoa, pois se a própria o quer fazer, como é que pode não ser bom? Seguindo esta ideia  peregrina, a relação entre duas pessoas do mesmo sexo tem sido equiparada, até em termos educativos, a uma relação entre pessoas de sexos diferentes. Já faz todo o sentido que hoje em dia o príncipe encantado espere por outro príncipe encantado para poder casar e ter muitos filhos loiros.

Mas agora pergunto, seguindo esta linha de pensamento, o que impede que o incesto seja uma coisa boa para a pessoa? Não estou a falar de abuso de crianças, mas sim entre adultos, de maneira consensual, como acontece mais do que se pensa. Um professor da universidade Columbia, nos Estados Unidos, acabou de ser acusado desse crime. Os liberais cibernáuticos estão um pouco confusos com o juízo que devem fazer nestes casos, visto que defendem que 'vale tudo', porque é que nestes casos já não há-de valer?

Quando se arranja uma moralidade alternativa à verdadeira, não é que não faça sentido ou não responda nalguns casos, o problema é que não responde em todos.

João Silveira

Absolvido de manhã / Julgado à tarde pelo mesmo crime

Um homem de 31 anos absolvido esta terça-feira de manhã no Tribunal Judicial da Figueira da Foz do crime de condução ilegal foi identificado pela PSP a conduzir sem carta e julgado novamente de tarde, disse fonte policial, noticia a Lusa.

«Saiu do tribunal, chamou um táxi mas, pelos vistos, tinha o carro estacionado numa rua. Foi apanhado a conduzir à saída da cidade, identificado e presente a tribunal, outra vez», disse hoje à agência Lusa fonte da PSP. in tvi24

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Homilia para o congresso eucarístico italiano - Papa Bento XVI

Jesus tomou, então, os cinco pães [...], pronunciou a bênção, partiu os pães e deu-os aos discípulos.

«Sem o Domingo não podemos viver». No ano 304, quando o imperador Diocleciano proibiu os cristãos, sob pena de morte, de possuírem as Escrituras, de se reunirem ao domingo para celebrar a Eucaristia, [...] em Abitene, uma pequena localidade na actual Tunísia, 49 cristãos foram surpreendidos a um domingo enquanto, reunidos em casa de Octávio Félix, celebravam a Eucaristia [...]; foram presos e levados para Cartago para serem interrogados [...]. Um deles respondeu: «Sine dominico non possumus»: sem nos reunirmos em assembleia ao domingo para celebrar a Eucaristia, não podemos viver. Faltar-nos-iam as forças para enfrentar as dificuldades quotidianas sem sucumbir. [...]

O Filho de Deus, tendo-Se feito carne, podia tornar-Se pão, e ser assim alimento do Seu povo, que está neste mundo a caminho da terra prometida do céu. Precisamos deste pão para enfrentar as fadigas e o cansaço da viagem. O Domingo, Dia do Senhor, é a ocasião propícia para haurir a força d'Ele, que é o Senhor da vida. Por conseguinte, o preceito festivo não é um dever imposto do exterior, um peso sobre os nossos ombros. Ao contrário, participar na celebração dominical, alimentar-se do Pão eucarístico e experimentar a comunhão dos irmãos e irmãs em Cristo é uma necessidade para o cristão, é uma alegria. É assim que ele pode encontrar a energia necessária para o caminho que tem de percorrer todas as semanas.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Não matarás!

"Se nós aceitamos que uma mãe possa matar o seu próprio filho, como podemos dizer às outras pessoas para não se matarem umas às outras?" Madre Teresa de Calcutá

Back to the past

A escritora Susan Maushart, preocupada com o tempo que os três filhos passavam a navegar na internet, convenceu-os a passarem seis meses desligados da rede. Maushart, que diz que a experiência foi "um alívio", escreveu todo o processo em livro, "The Winter of Our Disconnection", ainda não publicado no nosso país. Os filhos de Maushart aprenderam "a fazer uma coisa de cada vez" e um deles mudou mesmo a sua área profissional.

A ideia surgiu em 2008, durante uma conversa com um dos jovens enquanto jogava videojogos e, confrontado com a pergunta sobre como seria a vida sem as novas tecnologias, ele respondeu que "seria uma chatice". Pouco depois, televisores, computadores e smartphones deixaram de entrar na casa Maushart. in ionline

sábado, 8 de janeiro de 2011

Cristãos são a comunidade mais perseguida - J.M. Fernandes

Curiosas palavras vindas de um não-cristão, interessantes considerações proferidas por quem, em tempos, ajudou a fundar o SOS-Racismo. E singularmente coincidentes com as de Bento XVI, que, na sua mensagem a propósito do próximo Dia Mundial da Paz, também notou que "os cristãos são, actualmente, o grupo religioso que padece o maior número de perseguições devido à própria fé".

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Que fazemos nós do tempo? - Pe.Tolentino Mendonça

Que uma conversa destas exige lentidão, previne-o o passo célebre das "Confissões" de Santo Agostinho: «Que é, pois, o tempo? Se ninguém me pergunta, eu o sei; se desejo explicar a quem o pergunta, não o sei». Sabemos que somos feitos de tempo, de idades, de cronometrias visíveis e invisíveis, de estações… Sabemos que o tempo é a argila da vida. Do incomensurável oceano ao sucinto regato, da minúscula pedra ao elevado rochedo, da planta solitária ao vastíssimo bosque, tudo tem no tempo uma chave indispensável. Também nós somos modelados e lavrados, instante a instante, pelos instrumentos do tempo. Por vezes de um modo tão delicado que nem sentimos como ele, irreversível, desliza dentro e fora de nós. Por vezes, atormentando-nos claramente a sua voracidade, sentindo-nos perdidos na sua obsidiante vertigem. Que é, pois, o tempo? 

Nós dizemos, repetindo um provérbio que os latinos já usavam, que o tempo voa (tempus fugit). De facto, tudo o que é humano é feito de tempo, mas a experiência que mais vezes nos ocorre é a de não termos tempo. «Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante para ti», explicou a raposa ao Principezinho. Há uma qualidade de relação que só se obtém no tempo partilhado. Por alguma razão, esse raro Mestre de humanidade chamado Jesus, disse: «Se alguém te pede para o acompanhares durante uma milha, anda com ele duas». Só com tempo descobrimos tanto o sentido e a relevância da nossa marcha ao lado dos outros, como o da nossa própria caminhada interior. Sem tempo tornamo-nos desconhecidos. Sem tempo falamos, mas não escutamos.

Repetimos, mas não inventamos. Consumimos, mas não saboreamos. É verdade que mesmo num rápido relance se pode alcançar muita coisa, mas normalmente escapa-nos o detalhe. E Deus habita o detalhe.
Gosto muito do «Poema do Tempo» que vem no livro bíblico do Eclesiastes, pois nos expõe à consciência de que o tempo é uma arte que realmente possuímos e que somos chamados a desenvolver com sabedoria. Não é verdade que não temos tempo. A nossa vida está cheia de tempos. Precisamos identificá-los e tratar deles, como quem cuida de um tesouro. Não é a quantidade de tempo o mais determinante. Importante é perguntar-se o que fazemos do tempo e investir aí a matéria dos nossos sonhos.

«Para tudo há um momento e um tempo para cada coisa que se deseja debaixo do céu:
tempo para nascer e tempo para morrer,
tempo para plantar e tempo para arrancar o que se plantou,
tempo para matar e tempo para curar,
tempo para destruir e tempo para edificar,
tempo para chorar e tempo para rir,
tempo para se lamentar e tempo para dançar,
tempo para atirar pedras e tempo para as ajuntar,
tempo para abraçar e tempo para afastar o abraço,
tempo para procurar e tempo para perder,
tempo para guardar e tempo para atirar fora,
tempo para rasgar e tempo para coser,
tempo para calar e tempo para falar,
tempo para amar e tempo para recusar,
tempo para guerra e tempo para paz.»

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Festa na noite de Natal

É de conhecimento comum que a noite de Natal, a noite de 25 de Dezembro, é muito lucrativa para as discotecas, bares e boites, ou até para os organizadores de festins preparados para a ocasião. É praticamente unânime que é a melhor noite do ano, "há uma ganda espírito tás a ver?", " magia do natal" and so on. Deparei-me com a publicidade de uma dessas festas, ‘Madame Cabaret Xmas Party’, que dizia o seguinte:

Local bem central, em Lisboa, e com táxis à porta, para que possas desprender-te de tudo.

Desprende-te de tudo, até do carro, para que te possas prender ao alcóol. Desprende-te de tudo, até do dinheiro que vais gastar para deixares de ter noção sequer de quem és.

Na noite de Natal, vem queimar as calorias connosco. Deixa o carro em casa, pega nos teus amigos e vem cedo para evitar engarrafamentos.

Outra vez a referência do carro em casa, sempre a pensar no bem da pessoa. O medo agora são os engarrafamentos de táxis, pelos vistos, já que todos devem deixar o carro em casa. Deviam alertar para os desengarrafamentos, que são bem mais comuns nessa noite.

Prometemos que temos espaço para ti, mas tens de despachar a familia o quanto antes, porque já sabes que esta é uma daquelas que não queres perder.

Last but no least, a frase mais natalícia deste marketing festivo, ‘deixa a família o quanto antes’. Se queres mesmo aproveitar a festa tens que despachar a família cedinho, deixa esses chatos e vem divertir-te, vem pensar (só) em ti. Eis o espírito natalício, eis a tão propagada magia do natal, abandonar a família cedo nessa noite para poder ficar bêbado o quanto antes.

Uma lição de vida!

(dá para ver com legendas em português)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Coisas que nunca deverão mudar em Portugal

Portugueses: 2010 tem sido um ano difícil para muitos; incerteza, mudanças, ansiedade sobre o futuro. O espírito do momento é de pessimismo, não de alegria. Mas o ânimo certo para entrar na época natalícia deve ser diferente. Por isso permitam-me, em vésperas da minha partida pela segunda vez deste pequeno jardim, eleger dez coisas que espero bem que nunca mudem em Portugal.

9:55 Segunda feira, 20 de Dezembro de 2010

Embaixador do Reino Unido


1. A ligação intergeracional. Portugal é um país em que os jovens e os velhos conversam - normalmente dentro do contexto familiar. O estatuto de avô é altíssimo na sociedade portuguesa - e ainda bem. Os portugueses respeitam a primeira e a terceira idade, para o benefício de todos.

2. O lugar central da comida na vida diária. O almoço conta - não uma sandes comida com pressa e mal digerida, mas uma sopa, um prato quente etc, tudo comido à mesa e em companhia. Também aqui se reforça uma ligação com a família.

3. A variedade da paisagem. Não conheço outro pais onde seja possível ver tanta coisa num dia só, desde a imponência do rio Douro até à beleza das planícies do Alentejo, passando pelos planaltos e pela serra da Beira Interior.

4. A tolerância. Nunca vivi num país que aceita tão bem os estrangeiros. Não é por acaso que Portugal é considerado um dos países mais abertos aos emigrantes pelo estudo internacional MIPEX.

5. O café e os cafés. Os lugares são simples, acolhedores e agradáveis; a bebida é um pequeno prazer diário, especialmente quando acompanhado por um pastel de nata quente.

6. A inocência. É difícil descrever esta ideia em poucas palavras sem parecer paternalista; mas vi no meu primeiro fim de semana em Portugal, numa festa popular em Vila Real, adolescentes a dançar danças tradicionais com uma alegria e abertura que têm, na sua raiz, uma certa inocência.

7. Um profundo espírito de independência. Olhando para o mapa ibérico parece estranho que Portugal continue a ser um país independente. Mas é e não é por acaso. No fundo de cada português há um espírito profundamente autónomo e independentista.

8. As mulheres. O Adido de Defesa na Embaixada há quinze anos deu-me um conselho precioso: "Jovem, se quiser uma coisa para ser mesmo bem feita neste país, dê a tarefa a uma mulher". Concordei tanto que me casei com uma portuguesa.

9. A curiosidade sobre o resto do mundo e o seu conhecimento. A influência de "lá" é evidente cá, na comida, nas artes, nos nomes. Portugal é um pais ligado, e que quer continuar ligado, aos outros continentes do mundo.

10. Que o dinheiro não é a coisa mais importante no mundo. As coisas boas de Portugal não são caras. Antes pelo contrário: não há nada melhor do que sair da praia ao fim da tarde e comer um peixe grelhado, acompanhado por um simples copo de vinho.

Então, terminaremos a contemplação do país não com miséria, mas com brindes e abraços. Feliz Natal.