quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Família sem filhos?

Dizei-me, vistes já a pequena ave fazer o seu ninho para que permaneça vazio? Ou apenas para que aí chilreie um passarinho? Não. Não há pássaro, não há só um animal que assim faça, mas só o homem. Unicamente o homem descobriu essa coisa insensata: a família sem filhos.

Olhemos de frente esta maneira perniciosa de ver as coisas. É preciso mostrar que a família voluntariamente estéril é como a árvore seca condenada a ser cortada. É preciso demonstrar que o filho pertence à ideia de família; não um, nem dois, mas vários.

Mons. Tihamér Tóth in 'Casamento e Família' - Edit. Vozes, Petrópolis (RJ), 1959

10 coisas que irá perder se for à Missa Tradicional

1. Acólitas 

Pode procurar o mais possível, não as vai encontrar. A justificação para esta inovação moderna vem do Código de Direito Canónico de 1983, e de uma clarificação vinda de Roma em 1994. No Rito Tradicional – que usa as normas e a liturgia de 1962 – a existência de “acólitas” não é permitida.

2. Leigos leitores 

Apenas o padre – na Missa Rezada – ou o Diácono e Subdiácono – na Missa Solene - podem ler as Leituras e o Evangelho uma vez que, obviamente, esta é uma função litúrgica. De facto, antes da sua supressão pelo Papa Paulo VI em 1972, as ordens menores incluíam a ordem de “Leitor” para este mesmo propósito.

3. Ministros Extraordinários da Comunhão

Ou, como são erradamente chamados por vezes: Ministros da Eucaristia. No Rito Romano Tradicional não irá encontrar em parte alguma. Verdadeiros exércitos de leigos – muitas vezes mulheres – tomando de assalto o Presbitério, com trajes seculares, para ajudar na distribuição da Sagrada Comunhão. Quando alguém assiste à Missa Tradicional é garantido que apenas receberá Comunhão distribuída pelas mãos consagradas de um sacerdote.

4. Comunhão na mão

Na Missa Tradicional os fiéis recebem a Comunhão tal como todos os Católicos Ocidentais receberam desde o Primeiro Milénio: ajoelhados e na língua. Isto é, claro, um meio através do qual a Igreja demonstra reverência pela Eucaristia e a nossa certeza firme na Presença Real de Nosso Senhor na Eucaristia. É uma forma de proteger a Sagrada Comunhão de ser profanada.

5. Missa rezada de frente para o povo – versus populum

Não acontece na Missa Tradicional. Tal como o piloto de um avião ou o condutor dum carro, o Padre olha na mesma direcção que os fiéis durante a Missa – ad orientem (para Oriente). É importante relembrar que o Santo Sacrifício da Missa é uma acção direccionada a Deus, e não simplesmente uma cerimónia ou uma conversa entre amigos.

6. Má música

Na Missa Tradicional, não vai encontrar “adaptações” de músicas protestantes nem vai ver autênticos “bailes” dentro da Igreja. No Rito Tradicional vai ficar-se pelo silêncio sagrado da Missa Rezada ou, então, vai ouvir os Próprios cantados, Canto Gregoriano ou, até, Palestrina, Mozart e Bach numa Missa Solene.

7. Estar de pé quando é suposto ajoelhar

Ainda que se mantenha de pé em algumas partes da Missa há, no entanto, três ocasiões distintas nas quais irá ajoelhar-se, em vez de estar de pé: durante o Credo – “E encarnou pelo Espírito Santo…”, para receber a Sagrada Comunhão e, também, para a bênção no final da Missa – depois do “Ite, Missa est”.

8. Improviso 

Na Missa Tradicional, não estará sujeito à personalidade do celebrante, tentativas de humor, ou preferências pessoais do sacerdote. As rubricas do Rito Antigo são muito precisas – alguns dirão “rígidas” – e são assim por um bom motivo: o Rito exige obediência e fidelidade. De facto, foi-nos dado – ao padre e também aos fiéis – e, assim, forma-nos em vez de ser formado por nós.

9. Paz de Cristo

No Rito Antigo, não há interrupção da Missa para conhecer ou cumprimentar o sujeito – e, talvez, a sua família - que se senta no banco atrás do seu. Portanto, não haverá nada, neste momento, que vá desviar a sua atenção do Altar. Estamos todos a percorrer a Liturgia, apenas focados em Nosso Senhor na Sagrada Eucaristia.

10. A língua vernácula 

Este ponto deveria ser óbvio, mas é, ainda assim, importante referi-lo. A língua litúrgica do Rito Romano – o Latim – vai ser ouvido na Missa celebrada na Forma Tradicional do Rito, tal como tem acontecido desde o século III. Porém, e obviamente, a homilia – ou sermão – será proferida na língua vernácula.

Brian Williams in liturgyguy.com
Tradução: Mamede Fernandes

A Mulher, o feminismo e a lei da paridade

Os movimentos feministas deviam inquietar-se com questões fundamentais, em especial as relacionadas com a vida laboral e a sua conciliação com o que é a natureza da mulher e as suas reais preocupações

A mulher dita feminista – a que integra as “tribos”, a que se deslumbra com as capas de revistas, a que se diz emancipada, a que não precisa de relações estáveis, a que não quer engravidar para não deformar o corpo nem perder oportunidades profissionais, a que frequentemente foge da elegância no vestir e no estar – optou por se objectificar, pretendendo ser apenas fonte de desejo em relações casuais, rejeitando todo o seu potencial feminino, matrimonial e maternal.

São estas três últimas, as características mais belas da mulher!

O potencial feminino refere-se a tudo o que, por norma, caracteriza a mulher. Gosta de se arranjar e de se sentir bonita. Gosta de ter a casa arrumada e bem decorada. Gosta de ver ordem à sua volta. Gosta de cuidar e receber e assume, amiúde, muitas das tarefas domésticas, com toda a sua alma, porque considera ser essa, também, a sua função.

O potencial matrimonial reside, precisamente, no amparo e na necessidade de segurança. A mulher gosta de se sentir útil, de ser a retaguarda e de criar a estabilidade familiar, para que o marido possa ser profissionalmente bem sucedido. Esse sucesso é também o seu sucesso! Por norma, não se incomoda em ter menos rendimentos que o marido, até pelo contrário. Gosta, sim, que seja este a obtê-los, sendo para si um motivo de orgulho. Porquê? Porque lhe confere a sensação de protecção e de segurança. Demonstra-lhe que, apesar poder ter uma carreira mais condicionada, pelo facto de assumir o papel de esposa e mãe, a mulher conta com esse suporte e apoio do marido, para que nada falte. 

Por outro lado, aprecia a ideia de “ter casado bem”, como se fosse este também um ponto de honra. Naturalmente que o contrário não pode ser visto como menos meritório, em particular quando as oportunidades não são equivalentes. Assim, o casal, enquanto um só e actuando em uníssono, pode optar pela inversão destes papéis, que em nada diminuiu qualquer dos elementos, desde que movidos por objectivos comuns e focados no Amor.

O potencial da maternidade é algo biológico! A mulher é provida de um encanto, de uma ternura, que só se encontra na sua relação com os filhos. Ela é o porto de abrigo das crianças. Na maternidade, a mulher sente-se verdadeiramente realizada, pois percebe o que é o verdadeiro e incondicional Amor! Não espanta, pois, que não possa demitir-se dessa função e que a maternidade seja, por norma, um fortíssimo apelo, ainda que subconsciente. Mesmo quando não é mãe, a mulher é a “melhor tia do mundo”, a “melhor madrinha do mundo”. Nela reside a arte do cuidar e do mimar.

O feminismo, que lutou pela igualdade de direitos, pela possibilidade de a mulher poder votar, estudar e trabalhar fora de casa, deter iguais direitos laborais em relação ao homem, está longe de ser representado nos movimentos da actualidade. Pois, embora fazendo parte da natureza da mulher ser esposa e mãe, a “mulher moderna” revela também a necessidade de se completar com um papel social e de cidadania, que vê concretizado no trabalho e, se bem-sucedido, tanto melhor! Gosta de ver reconhecido o seu esforço e mérito profissionais, mas sabe também que poderá ter de fazer escolhas para cumprir com os restantes papéis.

Quantas mulheres estarão dispostas a abdicar da maternidade e de um casamento feliz, em nome de uma carreira de sucesso? Dificilmente poderão estar em pé de igualdade com o homem, que mais facilmente dedica horas extra ao trabalho, abdicando do tempo em Família, em nome da progressão laboral e, está claro, daquilo que é um apelo mais masculino, o do sucesso laboral. É isto discriminação? Não, são escolhas!

A sabedoria popular bem o diz: “Não se pode ter tudo”! Não espanta, assim, que haja menos mulheres em cargos políticos e em posições de poder. A mulher escolhe-o naturalmente, ao dedicar menos tempo que o homem às causas partidárias e ao estudo da História e da actualidade, enquanto conhecimento necessário para defender e representar uma Nação.

É certo que é mais difícil ascender profissionalmente num meio masculino, consequência inevitável desta dinâmica social, mas que na sociedade ocidental tanto se tem esbatido nas últimas décadas, em resultado do esforço de muitas mulheres que mostraram, na prática, o que conseguem fazer e alcançar, com a sua enorme inteligência social e emocional. Prova disso é a representatividade feminina no ensino superior no nosso País, na medicina e na advocacia, que já ultrapassa de forma preocupante a masculina!

Por isso, os movimentos feministas deveriam inquietar-se, sim, com questões fundamentais, particularmente as relacionadas com a vida laboral e a sua conciliação com o que é a natureza da mulher e as suas reais preocupações. Contudo, o activismo feminista actual não procura satisfazer o que as mulheres precisam, mas apenas o que pretende uma poderosíssima minoria de mulheres. 

Este activismo tornou-se, inclusivamente, desprestigiante para a mulher. Priva-a da possibilidade de ascensão social e profissional pelo mérito. Retira-lhe a doçura e candura. Nega-lhe o papel fundamental do matrimónio e da maternidade. Objectifica a mulher, enquanto presa para sexo fácil e espaço de diversão. Promove paradas onde se expõe o corpo de forma grosseira e agreste à visão. Claramente, não representa a “mulher comum”!

A mulher é um ser belíssimo e extraordinário, que já provou conseguir alcançar sonhos e objectivos, sem necessidade de leis movidas por comiseração. A mulher não precisa de quotas obrigatórias para poder aceder à participação na vida política.

Por tudo isso, declaro-me anti-feminista e contra a nova Lei da Paridade!

Joana Bento Rodrigues in Observador

domingo, 24 de fevereiro de 2019

A poderosa devoção a Nossa Senhora desatadora dos nós

A veneração a Nossa Senhora Desatadora dos Nós surgiu em 1700 quando um Padre alemão pediu a um pintor que fizesse um quadro de Maria, Mãe de Jesus. Na altura em que foi feito, o artista inspirou-se nas palavras de Santo Irineu, que dizia: “Eva, pela sua desobediência, atou o nó da desgraça humana, Maria, pela sua obediência, desatou-o.”

No quadro desenhado aparece um anjo colocando nas mãos de Nossa Senhora um cordão cheio de nós (uns maiores e outros menores, uns separados e outros juntos), que simbolizam os pecados que impedem o ser humano de alcançar a paz e a glória e todos os nossos males humanos e espirituais. 

Outro Anjo recebe o cordão das Mãos de Nossa Senhora já limpo, sem nós! Foi assim que surgiu o culto de Nossa Senhora Desatadora dos Nós, aquela que nos ajuda a eliminar todos os males que nos escravizam e prendem a nossa vida.

Oração:

Virgem Maria, Mãe do Amor Formoso,
Mãe que jamais deixais de vir
socorrer os Vossos filhos aflitos.

Mãe cujas Mãos não param nunca
de servir seus amados filhos,
pois são movidas pelo Amor Divino
e a imensa Misericórdia
que existem em Vosso Coração.

Voltai o vosso olhar compassivo sobre mim
e vêde o emaranhado de nós
que há em minha vida.

Vós bem conheceis o meu desespero,
a minha dor e o quanto estou amarrado
por causa destes nós.

Maria, Mãe que Deus
encarregou de desatar os nós
da vida dos seus filhos,
confio hoje a fita da minha vida em Vossas mãos.

Ninguém, nem mesmo o maligno
poderá tirá-la do Vosso precioso amparo.

Em Vossas mãos não há nó
que não possa ser desfeito.

Mãe poderosa, por Vossa graça e Vosso poder intercessor
junto a Vosso Filho e Meu Libertador, Jesus,
recebei hoje em Vossas mãos este nó...(dizer a Nossa Senhora a nossa dificuldade)

Peço-Vos que o desateis para a Glória de Deus, e por todo o sempre.
Vós sois a minha esperança.

Ó Senhora minha,
sois a minha única consolação dada por Deus,
a fortaleza das minhas débeis forças,
a riqueza das minhas misérias, a liberdade,
com Cristo, das minhas cadeias.

Ouvi a minha súplica.
Guardai-me, guiai-me, protegei-me, ó meu seguro refúgio e caminho para Deus.
Mãe, Desatadora dos Nós, rogai por mim.

Rezar 3 Avé Marias


Pe. Henrique Maçarico

Não se aproximar da Comunhão tendo ódio ou ressentimento contra o próximo

Quando entro na Igreja para adorar e visitar o Santíssimo Sacramento, ou para assistir ao Santo Sacrifício da Missa, e especialmente quando me abeiro da Sagrada Comunhão, tenho o cuidado de primeiro varrer do coração qualquer ódio ou ressentimento contra o próximo?

Meu bom Mestre, assim Vós o ensinastes assim o quero praticar; serei pronto e generoso em perdoar qualquer injúria ou ofensa, para que em meu coração não reinem senão o vosso amor e a vossa paz.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

18 anos do Consistório que mudou a História da Igreja

No dia 21 de Fevereiro de 2001, o Papa João Paulo II criou a módica quantia de 44 novos Cardeais. Os nomes foram de tal maneira influentes na vida da Igreja que podemos dizer que foi um conclave que mudou a história da Igreja. 

O primeiro desses nomes foi Jorge Mario Bergoglio, na altura Arcebispo de Buenos Aires, e hoje em dia Papa Francisco.


O segundo foi Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, na altura Arcebispo de Tegucigalpa. O Cardeal Maradiaga foi presidente da Caritas Internacional de 2007 a 2015. Foi nomeado pelo Papa Francisco como coordenador do grupo de Cardeais escolhidos pelo Papa para proceder à reforma da Cúria. Há um ano soube-se que recebia 35 mil euros por mês pagos por uma Universidade das Honduras, mais 54 mil em Dezembro. A notícia gerou alguma polémica mas ficou por aí.


O terceiro foi Claudio Hummes, na altura Arcebispo de São Paulo. É um dos maiores defensores do fim do celibato obrigatório para os sacerdotes e responsável pela organização do Sínodo da Amazónia, no próximo mês de Outubro. 


O quarto foi Walter Kasper, na altura secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos. O Cardeal Kasper teve vários confrontos doutrinais com o Cardeal Ratzinger (depois Papa Bento XVI). É um dos responsáveis pela "teologia da misericórdia" segundo a qual as leis de Deus devem ser submetidas, por "misericórdia", à vontade dos homens. Fez vários comentários racistas e pejorativos em relação aos Bispos africanos que se recusavam a apoiar a comunhão de "recasados" no Sínodo sobre a Família. Veio depois desmentir essas afirmações, mas o problema é que tinham sido gravadas pelo jornalista Edward Pentin.


O quinto foi Theodore Edgar McCarrick, na altura Arcebispo de Washington. O Cardeal McCarrick levou uma vida de "homossexual activo" ao longo de todo o seu ministério, tendo abusado de inúmeros adolescentes e homens adultos. Como é que um homem destes consegue chegar a Cardeal não deixa de ser assustador. Há poucos dias foi reduzido ao estado laical, apesar dos seus escândalos sexuais serem conhecidos no Vaticano há bastantes anos.

Nesse Consistório foram ainda criados dois Cardeais portugueses: José Policarpo, na altura Patriarca de Lisboa, e José Saraiva Martins, na altura Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos. 

Foi também feito Cardeal Juan Luis Cipriani Thorne, na altura Arcebispo de Lima. Tido como "conservador", e estando à frente de uma das sedes mais importantes da América Latina, o Cardeal Cipriani foi recentemente substituído como Arcebispo de Lima por Castillo Mattasoglio, um sacerdote que ele tinha censurado e proibido de ensinar, por defender teses contra a doutrina da Igreja.

Bastante relevante foi a nomeação de François Xavier Nguyen van Thuan como Cardeal. O Cardeal van Thuan esteve 13 anos na prisão, grande parte deles em solitária, pela sua resistência contra o regime comunista no Vietname. Os seus guardas tinham de ser substituídos frequentemente porque todos se convertiam com a santidade daquele sacerdote em reclusão.

João Silveira

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Um Papa em Veneza

O actor John Malkovich percorre as ruas de Veneza vestido de Papa, durante as gravações da nova série "The New Pope".

Breve biografia de São Francisco Marto

“Ao beato Francisco, o que mais o impressionava e absorvia era Deus naquela luz imensa que penetrara no íntimo dos três. (…) Na sua vida, dá-se uma transformação que poderíamos chamar radical, uma transformação certamente não comum em crianças da sua idade. (…) Suportou os grandes sofrimentos da doença que o levou à morte, sem nunca se lamentar. Tudo lhe parecia pouco para consolar Jesus.” Papa João Paulo II, 13 de Maio de 2000

O Francisquinho, pastorinho de Fátima

O Beato Francisco nasceu no dia 11 de Junho de 1908 e foi baptizado nove dias depois. Muito parecido com os outros meninos da sua terra nas coisas que fazia e na maneira de vestir – boina, calças compridas e casaco curto –, por dentro Francisco tinha sementes de grandes virtudes: era muito humilde, calmo, paciente e meigo. Desde muito cedo começou a tomar conta dos rebanhos do pai e, todos os dias, ia para o campo com a sua irmã dois anos mais nova, a Jacinta, e a prima Lúcia. Nestes dias de brincadeira, em que o Francisco tocava o pífaro e cantava e a Jacinta e a Lúcia dançavam, tiravam sempre tempo para rezar o Terço (ainda que à pressa!), tal como os pais lhes tinham ensinado

As aparições do Anjo

Em 1916, tinha o Francisco 8 anos, apareceu-lhes um jovem Anjo “que o sol tornava transparente como se fora de cristal” disse a irmã Lúcia. Este Anjo apareceu aos três pastorinhos 3 vezes ao longo do ano. A 2ª aparição deu-se no Verão, quando os pastorinhos estavam a brincar. É inacreditável o que o anjo começa por dizer: “Que fazeis? Orai, orai muito. Os Corações de Jesus e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei, constantemente, ao Altíssimo orações e sacrifícios.”

Na última aparição, o anjo deu aos pastorinhos a Primeira Comunhão: “Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus.” Este pedido penetrou bem dentro da alma do Francisco, que apenas se preocupava em consolar Nosso Senhor na terra e no Céu.

As aparições de Nossa Senhora

De 13 de Maio a 13 de Outubro de 1917, Nossa Senhora apareceu aos três pastorinhos na Cova da Iria. Em todas as aparições Nossa Senhora pedia-lhes que rezassem o Terço todos os dias. O Francisco, especialmente, tinha que rezar muitos terços se queria ir para o Céu. Nossa Senhora pediu-lhes se podiam fazer sacrifícios em reparação dos pecados dos homens que ofendem muito a Deus e pela conversão dos pecadores. Nestas aparições, os santos pastorinhos viram o Imaculado Coração de Maria cravado de espinhos pelos nossos pecados e o inferno.

Em Agosto os três meninos foram presos e ameaçados de morte se não contassem o que Nossa Senhora lhes tinha revelado. Perante isto, os pastorinhos mostraram-se firmes à Vontade de Deus, preparados para morrer mártires. Em Agosto, Nossa Senhora fez-lhes um pedido que definiu para sempre a vida deles: “Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno, por não haver quem se sacrifique e peça por elas.” 

Na última aparição Nosso Senhor realizou o milagre prometido pela Sua Mãe meses atrás. Quando acabou de conversar com os pastorinhos, Nossa Senhora tomou um aspecto mais triste e disse “Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido.”

Um pequeno herói

Nestas aparições, o tema da oração e da mortificação em reparação dos pecados e pela conversão dos pecadores foi dos mais importantes na mensagem de Nossa Senhora. No entanto, foi-nos assegurado que, no fim, o Imaculado Coração de Maria triunfará! O Francisco tinha 9 anos quando assistiu a tudo isto. Depois de saber qual a Vontade de Deus, a sua vida não pôde continuar a mesma. 

Ele, a Jacinta e a Lúcia souberam responder aos apelos de Nossa Senhora mortificando-se de vários modos: davam os seus almoços aos pobres, passaram um mês de Verão sem beber água, traziam atado à cintura uma corda apertada, … Outra escolha importante que os três fizeram foi decidir rezar mais, tirando algum tempo às brincadeiras que tinham. É assim que são os santos, tiram do seu tempo e oferecem-no a Deus.

Nuno CB

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Cardeal Burke e Cardeal Brandmüller publicam Carta Aberta sobre abusos sexuais e "lobby gay"

Carta Aberta
aos Presidentes das Conferências Episcopais

Caros irmãos, Presidentes das Conferências Episcopais,

É com profunda aflição que nos dirigimos a todos vós! O mundo católico está desorientado e levanta uma pergunta angustiante: para onde está indo a Igreja?

Diante desta deriva, hoje em curso, pode parecer que o problema se reduz ao problema dos abusos de menores, um crime horrível, especialmente se perpetrado por um sacerdote, que, todavia, não é senão uma parte de uma crise bem mais ampla. 

A chaga da agenda homossexual difunde-se no seio da Igreja, promovida por redes organizadas e protegida por um clima de cumplicidade e de conspiração de silêncio (“omertà”). Como é evidente, as raízes deste fenómeno encontram-se nessa atmosfera de materialismo, relativismo e hedonismo, em que se põe abertamente em discussão a existência de uma lei moral absoluta, ou seja, sem excepções.

Acusa-se o clericalismo de ser responsável pelos abusos sexuais, mas a primeira e a principal responsabilidade do clero não recai sobre o abuso de poder, mas em se ter afastado da verdade do Evangelho. A negação, até mesmo em público, por palavras e nos factos, da lei divina e natural, está na raiz do mal que corrompe certos ambientes da Igreja.

Diante de tal situação, cardeais e bispos calam. Também vós vos calareis aquando da reunião convocada para o próximo dia 21 de Fevereiro, no Vaticano?

Em 2016, estivemos entre os que interpelaram o Santo Padre acerca dos dubia que dividiam a Igreja após a conclusão do Sínodo sobre a família. Hoje, esses dubia não só continuam sem receber qualquer resposta, mas são apenas parte de uma crise da fé mais geral. Por isso, vimos encorajar-vos a que levanteis a vossa voz para salvaguardar e proclamar a integridade da doutrina da Igreja.

Rezamos e pedimos ao Espírito Santo para que assista a Igreja e ilumine os pastores que a guiam. Neste momento, é urgente e necessário um acto resolutório. Confiamos no Senhor que nos prometeu: «Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos» (Mt 28, 20).

Walter Card. Brandmüller
Raymond Leo Card. Burke

Cardeal Sarah anuncia o lançamento do seu livro mais importante

O Cardeal Robert Sarah, Prefeito da Congregação do Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, anunciou a data de lançamento do seu novo livro. Depois do enorme sucesso dos dois livros anteriores, o Cardeal diz que este será o seu livro mais importante porque se debruça sobre a  "profunda crise espiritual, moral e política do mundo contemporâneo":

Estou feliz por anunciar o lançamento em França - no próximo dia 20 de Março - do meu novo livro, escrito com o Nicolas Diat, e cujo título será: A noite aproxima-se e o dia está prestes a chegar ao fim. A minha análise concentrar-se-á na profunda crise espiritual, moral e política do mundo contemporâneo.

Depois de 'Deus ou Nada', e 'A Força do Silêncio', 'A noite aproxima-se e o dia está prestes a chegar ao fim' é o último volume do tríptico que eu queria escrever. Este livro será o mais importante. Porque considero que a decadência do nosso tempo tem todos os rostos de um perigo mortal.

RS +

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Confissão de Fé feita por Vasco da Gama ao xeque muçulmano da ilha de Moçambique

A Lei tenho d'Aquele a cujo império
Obedece o visibil e invisibil,
Aquele que criou todo o Hemisfério,
Tudo o que se sente e todo o insensibil;

Que padeceu desonra e vitupério,
Sofrendo morte injusta e insofribil,
E que do Céu à Terra, enfim, deceu,
Por subir os mortais da Terra ao Céu.

Deste Deus-Homem, alto e infinito,
Os Livros que tu pedes não trazia,
Que bem posso escusar trazer escrito
Em papel o que na alma andar devia.

Luís de Vaz Camões in 'Os Lusíadas' (Canto I, 65-66)

A menina que morreu de amor por Jesus Eucarístico

O exemplo de uma alma enamorada

Em 1331, com apenas 8 anos de idade, Imelda entrou para o convento. Aos 10, recebeu o hábito de monja dominicana. Embora tivesse tão pouca idade era uma freirinha em tudo exemplar nas actividades da vida religiosa. Entretanto, algo a intrigava: que as pessoas recebessem a Sagrada Comunhão e continuassem a viver.

Como Imelda não tinha idade para comungar, costumava perguntar às religiosas: "A Irmã comungou Jesus e não morreu?". As freiras respondiam assustadas: "Que é isso, menina? Porquê morrer?". A pequenina religiosa respondia: "Como pode receber Jesus, em Comunhão, e não morrer de amor e de tanta felicidade?" 

Pois aconteceu que na madrugada do dia 12 de Maio de 1333, véspera do Domingo da Ascensão do Senhor, Imelda estava na Santa Missa e já não aguentava mais de tanta vontade de comungar. Perguntava-se ela: "Se Jesus mandou ir a Ele as criancinhas, por que não posso comungar?". O Padre já tinha acabado de dar a Sagrada Comunhão às religiosas quando todos viram: uma hóstia saiu do cibório e voou pela capela. Parou em cima da cabeça de Imelda. O padre, então, entendeu que era hora dela comungar.

Ao receber a Santíssima Eucaristia, Imelda colocou-se em profunda adoração. Após horas de oração, a Madre Superiora foi até à freirinha e disse: "Está bem, Irmã Imelda. Já adorou bastante a Jesus. Podemos seguir... Vamos para as outras actividades do convento". Imelda, entretanto, permanecia imóvel. Após a insistência da Superiora, nada acontecia. Foi, então, que a Madre pegou amorosamente Imelda pelos bracinhos e ela caiu nos seus braços. Imelda havia morrido na sua Primeira Comunhão. Cumpriu-se a indagação da pequena grande Imelda: "Como pode alguém receber Jesus, na Sagrada Comunhão, e não morrer de felicidade?" Aos 11 anos, Imelda morreu de amor e de felicidade por ter recebido Jesus!

O corpo de Santa Imelda Lambertini encontra-se incorrupto na Capela de São Segismundo, em Bolonha (Itália). O Papa São Pio X proclamou-a  padroeira das crianças que vão fazer a Primeira Comunhão.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

A Irmã Lúcia e o Cônsul português em Espanha

Há 14 anos morria a Irmã Lúcia, a mais velha dos pastorinhos. Vale a pena conhecer este episódio da sua vida.

O contexto é: 1945, a Irmã Lúcia ainda era irmã doroteia em Tuy. É sobre um cônsul português em Espanha que, contrariado, acompanha a Embaixatriz Brasileira, numa visita ao convento. Durante esta visita foi mudando de opinião e passado alguns dias volta com a mulher.

Passaram toda a tarde sentados, à sombra, no jardim. O Senhor Cônsul contou à Irmã Lúcia, em síntese, o percurso da sua vida. De ideias comunistas e depois de ter exercido a diplomacia por vários países, onde essas ideias se tinham tornado mais arraigadas, tinha sido enviado para a Espanha, onde não se encontrava muito a seu gosto. Lúcia descreve-nos o tema da conversa:

- Exercendo a sua carreira, percorreu várias Nações; para esclarecer as suas ideias comunistas, fez algumas viagens à Rússia, e agora, dizia lamentando-se: «tive a infelicidade de ser enviado para uma nação onde o comunismo não é compreendido», e continuava lamentando a situação dos pobres, sujeitos a ser criados dos ricos, sem possibilidades para se elevar na sociedade igualando-se, etc. Depois de ter ouvido, interrompi e perguntei:

- Está o Sr. Cônsul disposto a distribuir todos os seus bens pelos pobres para que se elevem e se lhe igualem?

Depois de um momento de silêncio respondeu:

- Irmã, não é bem isso.

- Não é bem isso? Porque então acabámos nós de assistir em Espanha à morte violenta de tantos capitalistas, dizendo que era para distribuírem esses bens pelos pobres e nunca em Espanha se viu tanta miséria! Onde estão esses capitais?

- Vejo que a Irmã é uma adversária!

- Sim , Sr. Cônsul e não vale a pena discutir.

Aproveitando o momento, sem perder tempo, sempre com os olhos fitos no bem de quem dela se aproximava, perguntou ao Sr. Cônsul se tinha fé. Ele confessou não a ter perdido de todo, mas que já tinha esquecido tudo o que aprendera para a Primeira Comunhão. Por ser de Braga tinha muito devoção a Nossa Senhora do Sameiro – era a sua Madrinha.

Com a permissão da Superiora, a Irmã Dores foi buscar um catecismo que ofereceu ao seu ilustre visitante, pedindo que recordasse o Pai Nosso e a Avé Maria, enquanto ela faria dois terços, para ele e a esposa poderem rezar, e pediu a promessa de o fazerem. Então ouviu com surpresa que, às vezes, escutavam a transmissão das cerimónias de Fátima, e ele confessou que se comovia, ao ouvir aquela multidão a rezar.

Passados uns cinco meses do primeiro encontro, tiveram uma grande surpresa. Deixemos que a Pastorinha nos diga essa grande alegria. Foi no dia 8 de Abril de 1946.

Indo neste dia ao Consulado, por motivo de certa documentação, como de costume o Sr. Cônsul recebe-nos com singular satisfação e conduz-nos à sala de trabalho, aí disse:

- Sabe Irmã, estamos resolvidos a confessar-nos e a comungar, mas com a condição que a Irmã nos arranje um confessor português.

- Isso não é nada difícil. Aqui mesmo em Carvalhinho está um sacerdote português que costuma vir a Tuy com certa frequência. É franciscano, Fr. Luís, vou ver se ele poderá para o próximo dia 13, aniversário do seu casamento, não acha que seria uma linda maneira de festejar esse dia?

- Ó! E como foi a Irmã lembrar-se dessa data?

E notei que se comovia.

De volta a casa, contactou o Sacerdote que se disponibilizou não só a confessar o casal, mas a fazer-lhes uma boa preparação, durante três dias para recomeçarem a sua vida cristã. E no dia 13 de manhã, a Irmã Dores teve a consolação de os ver à Mesa da Comunhão, depois de se terem confessado na capela da casa de Tuy. Que alegria para o seu coração poder ajudar a reencaminhar estas almas a Deus!

in 'Um caminho sob o olhar de Maria', cap. 14, p.288

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

A diferença fundamental entre a "Arca da fraternidade" e a caridade cristã

O logotipo da viagem do Papa Francisco aos Emirados Árabes Unidos mostra uma pomba com um ramo de oliveira. É uma imagem, explicou o Papa, “que nos traz à memória a narração do dilúvio primordial, presente em várias tradições religiosas. Segundo a narração bíblica, para preservar a humanidade da destruição, Deus pede a Noé para entrar na arca com a sua família. Hoje também nós, em nome de Deus, para salvaguardar a paz, precisamos entrar juntos, como uma única família, numa arca que possa sulcar os mares tempestuosos do mundo: a arca de fraternidade”.
Segundo essa leitura, a Arca de Noé é uma arca da fraternidade na qual convivem homens de diferentes religiões, porque o próprio Deus queria o pluralismo religioso. Com efeito, acrescentou o Papa: “O pluralismo e as diversidades de religião, de cor, de sexo, de raça e de língua fazem parte daquele sábio desígnio divino com que Deus criou os seres humanos”.
Essa interpretação parece deturpar a doutrina do Evangelho. Com efeito, a Arca, que por ordem divina Noé construiu antes do Dilúvio para seu refúgio, dos seus familiares e de todas as espécies animais (Gn 6, 13-22), é apresentada por São Paulo como um refúgio de salvação para os crentes e um sinal de perdição para o mundo (Hebreus 11, 7).
Portanto, a Tradição Católica sempre viu na Arca de Noé o símbolo da Igreja, fora da qual não há salvação (cf. Santo Ambrósio, De Noe et Arca, 6. 9, in Migne, Patrologia Latina, vol. 14 , col. 368-374, e Hugo von Hurter, De arca Noe Ecclesiae typo Patrum sententiae, em Sanctorum Patrum opuscula selecta, III, Innsbruck 1868, pp. 217-233). É por isso que a Igreja tem a missão de preservar e difundir a fé católica.
Nosso Senhor disse aos Apóstolos: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for baptizado, será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mc 16, 16). E o Apóstolo dos Gentios reafirma: “Há um só Senhor, uma só fé, um só baptismo” (Ef 4, 5).
É o dogma da fé proclamado pelo IV Concílio de Latrão sob Inocêncio III: “Só há uma Igreja universal dos fiéis, fora da qual não há salvação“.
O princípio “nulla salus extra Ecclesiam” não exclui da salvação aqueles que estão fora da Igreja devido a um erro invencível, mas estão orientados a Ela ao menos por um desejo implícito. No entanto, eles são privados da garantia da salvação e dos meios ordinários para alcançá-la.
Esta verdade da fé foi confirmada, entre outros, por Gregório XVI (Mirari Vos, de 15 de agosto de 1832); Pio IX (Singulari quidem, de 17 de Março de 1856, aos bispos da Áustria); Leão XIII (Satis cognitum, de 29 de Junho de 1896). Na Encíclica Mortalium animos, de 6 de Janeiro de 1928, Pio XI explica, por sua vez, que no campo da fé não se pode chegar à unidade fraterna da mesma maneira que no campo político.
Subordinar a verdade da fé à fraternidade significa professar o indiferentismo religioso, condenado de maneira constante pelo Magistério universal da Igreja.
A “Fraternidade”, juntamente com a “Liberdade” e a “Igualdade”, é um dos princípios fundadores da Revolução Francesa. O trinómio revolucionário reduz a um sistema de relações privado qualquer princípio transcendente ao qual se referir, pelo que, considerado cada um dos três valores supremos como um absoluto eles entram necessariamente em conflito um com os outros.
Carente de um fim superior, a fraternidade, em vez de ser um factor de coesão da sociedade, torna-se a fonte da sua desintegração. Com efeito, se em nome da fraternidade os homens se virem forçados a uma convivência destituída de um objectivo que dê consistência ao affectio societatis, a “Arca” torna-se uma prisão, e, por um impulso centrífugo, a fraternidade imposta no grito estará fadada a dissolver-se na fragmentação e no caos.
A simples afirmação da convivência fraterna não é capaz de justificar o sacrifício, que é a mais alta expressão do amor ao próximo; e isto porque sacrifício significa renunciar a um bem real em nome de bens superiores; mas a fraternidade não propõe nenhum bem superior que seja digno de sacrifício, além da convivência, que não é um valor em si, mas apenas um facto, sem um sentido positivo ou negativo. O mito da fraternidade oculta o mais profundo egoísmo social e representa a antítese da caridade cristã, o único fundamento verdadeiro das relações sociais entre os homens.
A Fraternidade também constitui um dogma da maçonaria, que, na sua ideologia e seus rituais, propõe uma paródia da doutrina e da liturgia cristã. Não foi por acaso que a Grande Loja da Espanha agradeceu ao Papa Francisco pela sua Mensagem natalícia de 2018 com o seguinte tweet“Todos los masones del mundo se unen a la petición del Papa por  ‘la fraternidad entre personas de diversas religiones’” (Todos os maçons do mundo se unem ao pedido do Papa para a ‘fraternidade entre pessoas de diferentes religiões).
 “Na sua mensagem de Natal do balcão central do Vaticano – continuam os maçons espanhóis – o Papa Francisco pediu o triunfo da fraternidade universal entre todos os seres humanos. Fraternidade entre pessoas de todas as nações e culturas. Fraternidade entre pessoas de ideias diferentes, mas capazes de se respeitarem e de ouvir o outro. Fraternidade entre pessoas de diferentes religiões. (…) As palavras do Papa demonstram o distanciamento actual da Igreja do conteúdo da Humanum genus (1884), a última grande condenação católica da maçonaria”.
Na realidade, a maçonaria continua a ser condenada pela Igreja, mesmo que os homens da Igreja, nos mais altos cargos, pareçam abraçar as suas ideias. Mas o ensinamento do Divino Mestre continua a ressoar nos corações fiéis: ali o amor ao próximo só pode ser fundado no amor de Deus. E sem referência ao verdadeiro Deus, que só pode ser amado sobrenaturalmente dentro da Arca de Salvação da Igreja, a fraternidade é apenas uma palavra vazia que esconde o ódio a Deus e ao próximo.

Roberto de Mattei in 'Corrispondenza Romana' (Tradução: Fratres in Unum)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

O segredo do sucesso da Nutella é Nossa Senhora de Lourdes

Há 4 anos, após alguns meses doente, contando já com 89 anos de idade, morreu Michele Ferrero, o pai da Nutella. Foi também responsável pelo aparecimento de outras marcas conhecidas, como: Mon Cheri, Kinder, Ferrero Rocher, Fiesta, Pocket Coffee e de todos os produtos que saíram da empresa Ferrero, fundada por si próprio em Alba no ano de 1946.

Como disse Michele Ferrero, nas celebrações dos 50 anos do início da sua empresa: “O sucesso da Ferrero é devido a Nossa Senhora de Lourdes, sem Ela pouco podemos fazer”. E de facto encontrava-se uma estátua de Nossa Senhora em cada um dos estabelecimentos do grupo, espalhados pelo mundo inteiro.

Michele Ferrero era a pessoa mais rica de Itália, com um património avaliado em 26,8 mil milhões de dólares, e um homem com uma grande fé. Teve uma vida longe dos holofotes e da fama. Todos os anos ia em peregrinação a Lourdes, levando consigo o executivo mais importante na empresa, e organizava a visita ao santuário francês também para os seus empregados.

Construiu o seu império valorizando o melhor de Itália, com produtos de qualidade e capacidade de inovação. Mas o seu talento principal consistia em saber motivar os colaboradores e ter uma especial atenção para com todos, valorizando-os (in Il Goirnale, 15 de Fevereiro de 2015).

“A minha única preocupação, disse uma vez, é que a empresa seja cada vez mais sólida e forte para garantir um emprego seguro a todos os que lá trabalham (in La Stampa, 25 de Junho de 2006).

Sob o seu comando, a empresa da Nutella tornou-se um dos principais grupos de doçaria a nível mundial, presente em 53 países, com mais de 34 mil trabalhadores, 20 unidades produtivas e 9 unidades agrícolas. Por vontade sua, nasceu em 1983 a Fundação Ferrero, que, além de se ocupar dos ex-trabalhadores, promove iniciativas culturais e artísticas, com o lema “Trabalhar, criar, doar” (in Avvenire, 15 de Fevereiro de 2015).

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