Tudo começou na 5ª feira, dia 14. Numa festa, à noite, na véspera dum exame, por sinal, o João Silveira veio ter comigo todo contente a dizer que ia para Roma. Interiormente, confesso, fiquei tentado pela ideia, mas parecia-me uma ideia louca e impossível de concretizar, no meu caso. Nessa noite, mal consegui adormecer (confesso que por outras razões…) pelo que o exame, na 6ª feira, não correu como desejava. No regresso a casa, apenas pensava em desanuviar e sair, por uns tempos, desta vida tão confusa. Nesse contexto, a viagem a Roma afigurava-se uma óptima oportunidade e rapidamente fui preparando um “discurso” convincente e apelativo para apresentar aos meus pais. De facto, ir a Roma e estar na Praça de S. Pedro durante o conclave, conhecendo logo aí o novo Papa, pensava eu, era um bom argumento! A minha mãe acolheu bem a ideia, e apoiou-me a “perseguir o sonho”. No entanto, o meu pai, mais racional, lembrou-me “delicadamente” a questão financeira inerente a uma viagem deste género, e rapidamente o sonho esfumou-se! Como me enganei!
Sábado, houve em minha casa um almoço familiar, com vários tios e primos. Comecei, então, a pedir aos tios patrocínios para a minha viagem a Roma, quando não tinha sequer autorização do meu pai, nem confirmação de estadia garantida em Roma, nem bilhete de avião comprado. Os tios foram generosos e, devo acrescentar, não me esqueci deles lá em Roma! De facto, após ter juntado um montante significativo, disse ao meu pai que a questão financeira já não seria um entrave (assim tão grande) para a minha ida a Roma. Então, após muitas insistências, o meu pai cedeu! Liguei para o João, que me disse que a estadia em Roma ainda precisava de ser confirmada. Por fim, às 6.00 horas da manhã de domingo, o João mandou-me uma mensagem a confirmar que poderia ir, mas que teria de comprar o bilhete de avião, bem como tratar de outros pormenores. Combinámos encontrar-nos na missa das 19.30 de Sta. Isabel, e assim foi! A seguir à missa, o João recomendou-me que comprasse um bilhete de avião pela Internet e que partisse para Roma na 4ª feira, dia 20. Cheguei a casa e já só havia mais uma adversidade a ultrapassar: comprar o bilhete! Supliquei ao meu irmão Zé Frederico (sim, mano, também rezei por ti!) que me emprestasse o cartão de crédito para comprar o bilhete pela Internet e, por volta das 23.30h de domingo, comprei o ansiado bilhete! Porém, em vez de partir no dia 20, decidi partir logo dia 18, 2ª feira! Assim, faltavam apenas 12h para estar a apanhar o avião para Roma!
Nem tive tempo de avisar os meus amigos, nem toda a família! Foi tudo tão rápido! Fiz a mala num instante e 2ª feira, pelo meio-dia, apanhei o avião!
Agora que escrevo, vejo como fui abençoado por Deus só para chegar a Roma! Sim, porque lá tivémos ainda mais graças! E valeu a pena! Obrigado, obrigado, obrigado…
Beijinhos e abraços a todos, com Maria
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