As palavras
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêdio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade, 1923-2005
Que engraçado, este poema é praí o único do Eugénio de Andrade que eu me lembro de ter estudado! Potente!!
ResponderEliminarnez... esse é demasiado potente, hein?
ResponderEliminarpois... um tanto ou qto porno... mas viva a poesia!
ResponderEliminarQue exageroooo
ResponderEliminarporno? só pq fala em corpo, molhada, mordida, nua, louca, boca...
bem, afinal és capaz de ter razão lol
contudo, o saber não ocupa lugar eheheheh