Senza Telemóvel

A vida é cheia de surpresas, e fomos bem apanhados hoje à noite. Já passava da 1 da manhã, e o duarte, eu, e mais alguns amigos, estávamos em amena cavaqueira na praia das maçãs (literalmente na praia), eis senão quando somos interpelados por 2 indíviduos de cara tapada, com um terceiro a controlar a situação, um pouco afastado. Estes jovens empunhavam armas brancas (tb conhecidas por naifas), e exigiram os nossos celulares, tendo sido suficientemente simpáticos para nos deixarem tirar os cartões dos telefones, mas mostrando-se bastante impacientes no tempo que estávamos a demorar a fazê-lo. Foram também bastante educados ao levarem apenas os telemóveis dos cavalheiros, deixando as damas com tudo o que tinham levado para o convívio à beira-mar. Quando se estavam a ir embora um deles ainda perguntou se alguém tinha 5 euros, mas achámos a pergunta tão ridícula que nem respondemos.
E lá foram eles por um lado da praia, nós fomos por outro, e do nada apareceu um carro da polícia. Os srs guardas foram bastante prestáveis, correspondendo rapidamente à nossa suspeita de umas pessoas que vimos à distância poderem ser os larápios. Correram na direcção dessas pessoas, sempre com a mão nas pistolas, mas afinal eram apenas umas amigas nossas, grande desilusão. Uns moradores locais ofereceram-se para irem à procura "deles", e lá foram eles, uns de carro, outros de mota, infelizmente ninguém tinha helicóptero, tudo teria sido mais fácil.
Entretanto os srs guardas brindaram-nos com pérolas da linguagem policial, tais como: "vamos colocar várias patrulhas no terreno" ou "os individuos devem ter utilizado um veículo para empreender a fuga" (sublinho o verbo empreender). Eis senão quando telefonou um amigo de uma amiga a dizer que tinham sido visto 3 suspeitos, 1 de bicicleta e 2 a pé, perto do "bosque"....e lá foram os policias. Nós decidimos ir também à procura dos amigos do alheio, e dividimo-nos em 2 carros. Eu e o dudu não vimos nada, mas os que estavam no carro do Pi viram os suspeitos no "bosque". Telefonaram ao guarda Domingos, e lá foram no carro patrulha. Quando chegaram, os policias foram com caçadeiras surpreender os suspeitos, que estariam num carro, no meio do arvoredo. Foram assim encostados ao carro e revistados, mas percebeu-se que afinal não eram eles...ups!! Desculpem lá qualquer coisinha!! Devem ter apanhado o susto da vida...
Ainda deu p rir um bocado, especialmente a relembrar quando apareceram os assaltantes, que disseram: "passem os móveis!", mas toda a gente percebeu "passem os módulos!"...e ficou tudo sem saber o que fazer, já que temos todos passe. Já agora adivinhem...pois é, somos os "módulos". Todos os grupos têm de ter um nome, e este não poderia ser excepção.

Já não era assaltado à mão armada há algum tempo. Fica-se com uma sensação de injustiça, de revolta e humilhação, "com que direito é que vêm tirar o que é MEU?".
Não é que tenha ficado contente com isto tudo, nem quero que se repita mto frequentemente, mas fez-me mesmo pensar no que Jesus diz no Sermão da Montanha:

"Mas eu digo a vocês que estão me escutais: Amem os vossos inimigos, façam o bem aos que vos odeiam, abençoem os que vos amaldiçoam, orem por aqueles que vos maltratam. Se alguém te bater numa face, oferece-lhe também a outra. Se alguém te tirar a capa, não o impeças de tirar-te a túnica. Dá a todo o que pedir, e se alguém tirar o que te pertence, não lhe exijas que o devolva." (Lc 6, 27-30)

Isto é tão difícil de fazer numa pequena ofensa como um roubo de telemóvel, quanto mais em coisas mais graves. Se é o próprio Senhor Jesus que o diz, então é a Verdade, e há que lutar com todas as forças contra os instintos naturais, ou aprendidos da sociedade...mas lá que custa, custa!!
Resumindo: Sempre com Cristo...senza telemóvel!!

Abraço em Cristo