Lawrence Grech assegura que viu "lágrimas no rosto" de Bento XVI depois de um encontro inesperado, ontem, na ilha de Malta, entre o Papa e oito vítimas de abusos sexuais por parte de sacerdotes locais. "Pela primeira vez em 25 anos, podemos voltar à Igreja", alegrou-se o porta-voz dos compatriotas que, como ele, foram violados por padres durante a infância e adolescência.
Grech confessa que também chorou, tal como os outros membros do grupo de um orfanato católico recebidos pelo antigo cardeal Joseph Ratzinger, que hoje completa o primeiro lustro do seu pontificado. "Ele não teve que pedir desculpa, porque os abusos [nos anos 1980 e 90] não foram culpa de uma só pessoa", justificou o jovem maltês.
Há mais de duas décadas que Grech, hoje com 37 anos de idade, perdeu a fé. "Eu disse-lhe: "O senhor pode preencher o vazio, preencher o que os padres me roubaram quando eu era jovem", contou à agência Reuters, depois do encontro com o Papa. "Esta experiência vai mudar a minha vida. Agora, posso ir ter com a minha filha e dizer-lhe: "Eu acredito!""
O encontro decorreu na capela da Nunciatura Apostólica, depois de uma missa campal em La Valletta (a capital maltesa), e durou 20 minutos. Nenhum jornalista foi autorizado a assistir, tal como já havia acontecido noutras audiências do Papa com vítimas de padres pedófilos, nos Estados Unidos e na Austrália. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, admitiu que Bento XVI ficou "profundamente comovido" com as histórias que ouviu, e exprimiu "vergonha e pena". in Publico
Este foi um dos momentos mais importantes de todo o pontificado de Bento XVI, e deste escândalo dos abusos sexuais. O ponto de viragem. Acreditem.
ResponderEliminarEu acredito!
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