Há 3 meses, saiu no Diário de Notícias um artigo que apontava o aborto legal como um problema de saúde pública. Alguns médicos deram o seu testemunho:
- O ginecologista Pedro Canas Mendes, do Hospital Particular de Almada, lembra os custos que esta atitude traz ao Estado e defende a alteração de alguns pontos na lei: "O legislador devia ter previsto a penalização à reincidência. As mulheres já começam a ver a interrupção da gravidez como um método de planeamento familiar e isso não pode acontecer." Para Canas Mendes, "já se banalizou a situação". Ou seja, "muitas mulheres encaram a interrupção da gravidez com naturalidade, como algo inócuo, sem consequências".
- A mesma opinião tem Miguel Oliveira e Silva, obstetra e professor de ética médica, que foi, aliás, uma das caras a favor da despenalização do aborto na época do referendo. Mas hoje admite que "há aspectos que não estão a funcionar bem". "Há situações na realidade da saúde sexual das mulheres portuguesas que a lei permite que funcionam mal. Custa-me pensar que uma mulher fez três abortos às minhas custas e às custas de outros contribuintes", diz, acrescentando: "Acho que devia haver um limite de abortos gratuitos. O aborto recorrente está a tornar-se um grande problema de saúde pública." Daí que Oliveira e Silva também culpe as mulheres por esta atitude. "Depois da IVG, são obrigadas a ir a consultas de planeamento, mas muitas faltam. Por isso, informação existe, as mulheres é que continuam a ter comportamentos irresponsáveis."
Prontamente reagiu a Associação para o Planeamento da Família (APF), com um comunicado recheado de pérolas como estas:
- O aborto foi despenalizado em 2007, mas as mulheres que a ele recorrem continuam a ser profundamente estigmatizadas e culpabilizadas. Esta é a conclusão que se pode tirar do artigo que o Diário de Notícias publicou na sua edição de 10.02.10.
- Mas não é isso que está em questão neste artigo. O que está em questão é que, como se pode constatar ao longo do mesmo, o aborto continua, infelizmente, a ser entendido por alguns médicos e responsáveis de serviços de saúde deste país, como um fenómeno próprio de mulheres impróprias e irresponsáveis. Que qualquer falha humana ou do método não merece o dinheiro dos nosso impostos (raciocínio que aliás, porque não, poderá também ser extensível ao tratamento do cancro do pulmão em antigos fumadores, ou ao tratamento de complicações cardiovasculares a pessoas que ao longo da vida teimaram em não fazer uma alimentação saudável).
Esta associação, estranhamente condecorada em 1998 pelo presidente da república, Jorge Sampaio, com a Ordem de mérito público, é uma das principais promotoras do aborto em Portugal. É filiada da International Planeed Parenthood Federation, fundada por Margaret Sanger, responsável por declarações como esta: “Mais filhos dos aptos, menos dos inaptos; esta é a base do controlo de natalidade”.
- O ginecologista Pedro Canas Mendes, do Hospital Particular de Almada, lembra os custos que esta atitude traz ao Estado e defende a alteração de alguns pontos na lei: "O legislador devia ter previsto a penalização à reincidência. As mulheres já começam a ver a interrupção da gravidez como um método de planeamento familiar e isso não pode acontecer." Para Canas Mendes, "já se banalizou a situação". Ou seja, "muitas mulheres encaram a interrupção da gravidez com naturalidade, como algo inócuo, sem consequências".
- A mesma opinião tem Miguel Oliveira e Silva, obstetra e professor de ética médica, que foi, aliás, uma das caras a favor da despenalização do aborto na época do referendo. Mas hoje admite que "há aspectos que não estão a funcionar bem". "Há situações na realidade da saúde sexual das mulheres portuguesas que a lei permite que funcionam mal. Custa-me pensar que uma mulher fez três abortos às minhas custas e às custas de outros contribuintes", diz, acrescentando: "Acho que devia haver um limite de abortos gratuitos. O aborto recorrente está a tornar-se um grande problema de saúde pública." Daí que Oliveira e Silva também culpe as mulheres por esta atitude. "Depois da IVG, são obrigadas a ir a consultas de planeamento, mas muitas faltam. Por isso, informação existe, as mulheres é que continuam a ter comportamentos irresponsáveis."
Prontamente reagiu a Associação para o Planeamento da Família (APF), com um comunicado recheado de pérolas como estas:
- O aborto foi despenalizado em 2007, mas as mulheres que a ele recorrem continuam a ser profundamente estigmatizadas e culpabilizadas. Esta é a conclusão que se pode tirar do artigo que o Diário de Notícias publicou na sua edição de 10.02.10.
- Mas não é isso que está em questão neste artigo. O que está em questão é que, como se pode constatar ao longo do mesmo, o aborto continua, infelizmente, a ser entendido por alguns médicos e responsáveis de serviços de saúde deste país, como um fenómeno próprio de mulheres impróprias e irresponsáveis. Que qualquer falha humana ou do método não merece o dinheiro dos nosso impostos (raciocínio que aliás, porque não, poderá também ser extensível ao tratamento do cancro do pulmão em antigos fumadores, ou ao tratamento de complicações cardiovasculares a pessoas que ao longo da vida teimaram em não fazer uma alimentação saudável).
Esta associação, estranhamente condecorada em 1998 pelo presidente da república, Jorge Sampaio, com a Ordem de mérito público, é uma das principais promotoras do aborto em Portugal. É filiada da International Planeed Parenthood Federation, fundada por Margaret Sanger, responsável por declarações como esta: “Mais filhos dos aptos, menos dos inaptos; esta é a base do controlo de natalidade”.
Informação que, senão viesse aqui, nunca teria.
ResponderEliminarnem eu!
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