CM – Está reformada. No entanto, foi-se abaixo...
Odete Santos - Sim, tive uma série de doenças que, para mim, tiveram origem nervosa. Eu que não queria ir-me abaixo e dizia que não ia… Agora é que já estou a superar isso tudo. E penso muito na morte. Tenho um medo da morte…
- Desde sempre?
- Sim. Eu tenho muito medo da morte.
- Se fosse católica, era mais fácil?
- Era. Eu tive uma educação católica, mas não sou. Não acredito, sinceramente, na existência de outra vida. Daí o medo que eu tenho, porque, para as pessoas que são católicas, pensar que vão para junto de Nosso Senhor é diferente. Mas eu não acredito em nada disso. Não fiz funeral religioso ao meu filho, apenas à minha mãe, porque ela, sim, era católica.
- Foi o seu pai que a ajudou a superar a morte do seu filho?
- Ele é que me dizia para sair, passear… O meu pai tinha uma resistência de beirão muito grande. E foi ele que me ajudou a superar isso tudo.
- A Odete teve dois filhos, o Rui José e o Mário Miguel.
- O Mário Miguel foi o que morreu num acidente de moto. Tinha 15 anos. Uma vez pediu-me a chorar para eu lhe comprar uma moto mas eu não cedi. E ele construiu uma com peças usadas e guardava-a em casa de um amigo. Foi uma tragédia. A dor fica cá dentro, assim num cantinho. E hoje já consigo falar do assunto com alguma naturalidade.
- E a morte do seu pai deixou-a órfã em todos os sentidos?
- A morte dele foi terrível. Ele era o meu amparo.
- Era o seu companheiro?
- Era. Mas é assim, "tudo o que começa acaba", diz o Engels na ‘Dialéctica da Natureza’.
- É esse fim que a assusta?
- É. E depois comecei a pensar na morte… Agora já não penso. Deito-me e durmo bem. Já nem me lembro de sonhar, e eu tinha sonhos terríveis, que caía num poço...
Olá!
ResponderEliminarÉ difícil para mim que sou católica, a morte sem pensar na Vida Eterna... Porém, há que continuar a rezar pelos que não vivem a mesma Esperança. Nunca se sabe o que pode fazer Aquele para quem nada é impossível!
Bem hajam por este fantástico blog! A propósito, de onde tiraram este excerto de entrevista?
Ana
Olá Ana! Obrigado por vir cá.
ResponderEliminarA entrevista está no correio da manhã, se procurar na internet encontrará facilmente.
A esperança? Um católico tem de pensar num grupo de possibilidade e uma das possibilidades do católico é o inferno, realidade bem mais temível que o "nada" que paira na cabeça do ateu (passando à frente do facto curioso de que um ateu consegue pensar num nada, ou seja em algo que não é).
ResponderEliminarEsperança e Temor, andam juntas na cabeça do católico.
É verdade que não podemos tomar a salvação como certa e que temos de tentar lutar por ela todos os dias, tomando a nossa cruz e seguindo o Senhor.
ResponderEliminarMas temos de ter presente as promessas que Ele nos fez, e isso dá-nos a esperança da salvação.