Caríssimos diocesanos do Patriarcado de Lisboa,
Por nomeação do Santo Padre, o Papa Francisco, regressarei a Lisboa
em julho próximo, para vos servir como Bispo Diocesano. É um regresso
enriquecido por quanto aprendi na Igreja Portucalense, na grande
generosidade e aplicação dos seus membros, a tantos títulos notáveis. Como sabeis, não é a primeira vez
que um bispo portucalense continua o seu ministério entre vós: assim
aconteceu designadamente com D. Tomás de Almeida, que daqui partiu para
ser o primeiro Patriarca de Lisboa, em 1716.
De Lisboa trouxe eu para o Porto cinquenta e oito anos de vida
convivida, como leigo e ministro ordenado, sob o pastoreio dos Cardeais
Cerejeira, Ribeiro e Policarpo. De todos eles guardo larga e agradecida
recordação, em especial do Senhor D. José Policarpo, de quem fui aluno e
depois colaborador próximo no Seminário dos Olivais e no serviço
episcopal, muito ganhando com a sua amizade, inteligência e conselho. A
ele dirijo neste momento palavras sentidas de muita gratidão e estima,
sabendo que posso contar com a sua sabedoria e experiência. Do Porto
levo para Lisboa mais seis anos, plenos de vida pastoral intensa nesta
grande Igreja e região, quer no dia a dia das suas comunidades cristãs,
quer no dinamismo cívico e cultural dos seus habitantes e instituições.
Assim vos reencontrarei. As minhas palavras vão cheias do grande afeto que sempre mantive por todas e cada uma das terras e populações que, de Lisboa a Alcobaça e do Ribatejo ao Atlântico, integram o Patriarcado de Lisboa. Falo das comunidades cristãs e de quantos, ministros ordenados, consagrados e fiéis leigos, nelas dão o seu melhor nas diversas concretizações apostólicas. Falo das associações de fiéis e movimentos, dos institutos religiosos e seculares, das famílias, das instituições e iniciativas de todo o tipo em que a seiva evangélica dá bom fruto. E refiro-me também a todas as realidades sociais e cívicas onde se constrói aquele futuro melhor, justo e solidário de que ninguém de boa vontade pode e quer desistir. Da minha parte, contareis com tudo o que puder, n’ Aquele que nos dá força (cf. Fl 4, 13).
Saúdo com grande amizade os Senhores D. Joaquim Mendes e D. Nuno Brás, bem como todos
os membros do cabido e do presbitério, do diaconado e dos serviços
diocesanos, dos seminários, paróquias, institutos, associações e
movimentos: Todos juntos, na complementaridade dos carismas e
ministérios que o Espírito distribui, seremos o Corpo eclesial de
Cristo, para que o seu programa vivamente continue, como o enunciou na
sinagoga de Nazaré: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me
ungiu para anunciar a Boa Nova aos pobres…» (cf. Lc 4, 18 ss).
Vosso irmão e amigo, com Cristo e Maria,
+ Manuel Clemente
Porto, 18 de maio de 2013
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