Não sei se o facto do meu ministério pastoral me obrigar a percorrer,
com frequência, a estrada entre o Dafundo e o Estoril, à beira-mar, faz
de mim um padre na linha … ou, pelo contrário, um marginal!
Mas, a verdade é que não me canso daquele trajecto que, apesar de conhecido como a palma da mão, é sempre de uma surpreendente beleza. Mais do que as pequenas fortalezas costeiras, a contrastar com a imponência do Forte de São Julião da Barra, ou o Bugio, ou ainda os cruzeiros que, de manhã cedo, entram pelo rio e, ao crepúsculo, desaparecem no horizonte, entusiasma-me o espectáculo dos surfistas que, durante todo o ano, se podem ver nalgumas praias.
Ao volante e sempre apressado, quase nunca tenho o tempo que desejaria para uma observação mais prolongada, excepto quando o trânsito está mais lento ou o semáforo me concede alguns segundos de distracção. É então que contemplo, com alguma inveja, aquelas pranchas à tona da água, em velozes ziguezagues entre as ondas, aproveitando a força da maré, em jogos de equilíbrio que parecem danças guerreiras, ou um estranho ballet.
O mar, esse espelho de água em que o azul do céu se reflecte, está por vezes calmo mas, em geral, o vento suscita uma considerável ondulação que, nas marés vivas, chega a ser furiosa, ouvindo-se então um bramido assustador, que recorda o mítico Adamastor. À fragilidade do nauta, sem outra defesa que a sua destreza sobre a instável plataforma, assiste apenas o seu saber de experiência feito e, se a tiver, a sua fé. Foi essa a ciência e essa a luz sobrenatural – Lumen fidei, como recorda a primeira encíclica do Papa Francisco – que guiou os navegantes lusíadas que, aventurando-se por rotas desconhecidas, deram novos mundos ao mundo e dilataram a fé.
Neste Ano da Fé e já na iminência de mais umas Jornadas Mundiais da Juventude, quero crer que muitos jovens cristãos sulcarão as marés adversas, com a determinação e a alegria da fé. Para um cristão, esta apaixonante prática desportiva não pode ser apenas uma mera diversão, nem uma exibição egoísta, nem muito menos uma agressiva competição, mas uma escola de vida cristã. Deve ser – porque não? – experiência de Deus na comunhão da natureza, ou seja, oração. E testemunho de fé na vivência da caridade com todos os irmãos.
Quando passo pela praia e vejo o «cardume» de jovens desportistas a surfar, não posso deixar de sorrir e de rezar por quantos navegam pelas tumultuosas águas do mundo, pedindo a Deus que nos conceda a graça de poder ver, um dia, sobre os altares, alguns dos que agora vejo sobre as pranchas. Com quanta alegria e devoção eu rezaria a um santo surfista!
Oração do surfista (para rezar antes e depois de ir ao mar)
Obrigado, Deus-Pai, pela beleza do mar
E pela grandeza do vento e da maré!
Fazei que sempre vos saibamos amar
E aumentai em nós o dom da vossa fé!
Jesus, que andastes sobre as águas do mar,
Dizei-nos o que outrora mandastes a Simão
Para que sobre as ondas saibamos caminhar
E se o pé faltar, não nos falte a vossa mão!
Espírito Santo, que sois fogo e vento,
Acendei em nós o lume da caridade
Para que aos náufragos demos alento
E ajuda a quem tenha necessidade!
Oh Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe,
Estrela do Mar: sede sempre o nosso norte
Porque quem na vida a seu lado vos tem,
É feliz agora e na hora da sua morte!
Anjos da Guarda, doce companhia,
E vós, bem-aventurados Santos e Santas:
Socorrei-nos e salvai-nos, noite e dia,
Guiai nossas almas e as nossas pranchas!
in Voz da Verdade
Mas, a verdade é que não me canso daquele trajecto que, apesar de conhecido como a palma da mão, é sempre de uma surpreendente beleza. Mais do que as pequenas fortalezas costeiras, a contrastar com a imponência do Forte de São Julião da Barra, ou o Bugio, ou ainda os cruzeiros que, de manhã cedo, entram pelo rio e, ao crepúsculo, desaparecem no horizonte, entusiasma-me o espectáculo dos surfistas que, durante todo o ano, se podem ver nalgumas praias.
Ao volante e sempre apressado, quase nunca tenho o tempo que desejaria para uma observação mais prolongada, excepto quando o trânsito está mais lento ou o semáforo me concede alguns segundos de distracção. É então que contemplo, com alguma inveja, aquelas pranchas à tona da água, em velozes ziguezagues entre as ondas, aproveitando a força da maré, em jogos de equilíbrio que parecem danças guerreiras, ou um estranho ballet.
O mar, esse espelho de água em que o azul do céu se reflecte, está por vezes calmo mas, em geral, o vento suscita uma considerável ondulação que, nas marés vivas, chega a ser furiosa, ouvindo-se então um bramido assustador, que recorda o mítico Adamastor. À fragilidade do nauta, sem outra defesa que a sua destreza sobre a instável plataforma, assiste apenas o seu saber de experiência feito e, se a tiver, a sua fé. Foi essa a ciência e essa a luz sobrenatural – Lumen fidei, como recorda a primeira encíclica do Papa Francisco – que guiou os navegantes lusíadas que, aventurando-se por rotas desconhecidas, deram novos mundos ao mundo e dilataram a fé.
Neste Ano da Fé e já na iminência de mais umas Jornadas Mundiais da Juventude, quero crer que muitos jovens cristãos sulcarão as marés adversas, com a determinação e a alegria da fé. Para um cristão, esta apaixonante prática desportiva não pode ser apenas uma mera diversão, nem uma exibição egoísta, nem muito menos uma agressiva competição, mas uma escola de vida cristã. Deve ser – porque não? – experiência de Deus na comunhão da natureza, ou seja, oração. E testemunho de fé na vivência da caridade com todos os irmãos.
Quando passo pela praia e vejo o «cardume» de jovens desportistas a surfar, não posso deixar de sorrir e de rezar por quantos navegam pelas tumultuosas águas do mundo, pedindo a Deus que nos conceda a graça de poder ver, um dia, sobre os altares, alguns dos que agora vejo sobre as pranchas. Com quanta alegria e devoção eu rezaria a um santo surfista!
Oração do surfista (para rezar antes e depois de ir ao mar)
Obrigado, Deus-Pai, pela beleza do mar
E pela grandeza do vento e da maré!
Fazei que sempre vos saibamos amar
E aumentai em nós o dom da vossa fé!
Jesus, que andastes sobre as águas do mar,
Dizei-nos o que outrora mandastes a Simão
Para que sobre as ondas saibamos caminhar
E se o pé faltar, não nos falte a vossa mão!
Espírito Santo, que sois fogo e vento,
Acendei em nós o lume da caridade
Para que aos náufragos demos alento
E ajuda a quem tenha necessidade!
Oh Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe,
Estrela do Mar: sede sempre o nosso norte
Porque quem na vida a seu lado vos tem,
É feliz agora e na hora da sua morte!
Anjos da Guarda, doce companhia,
E vós, bem-aventurados Santos e Santas:
Socorrei-nos e salvai-nos, noite e dia,
Guiai nossas almas e as nossas pranchas!
in Voz da Verdade
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