quinta-feira, 19 de setembro de 2013

5 dicas para pais jovens e famílias grandes - Taylor Marshall

A
qui ficam 5 dicas para pais jovens que estão assustados ou desencorajados com ter uma família grande e com todos os sacrifícios que daí advêm. Eis as boas notícias: uma família grande é muito divertida e extremamente reconfortante. A minha mulher Joy e eu temos 7 filhos. É uma benção. Vejam-me estes miúdos:
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6 dos 7 filhos Marshall...Von Trapps, cheguem-se para o lado!
Antes de começar, queria dizer que educar uma família não tem principalmente a ver com as capacidades. Tem a ver com a atitude. É um jogo da mente.

Ser pai é um jogo da mente. Tem a ver em primeiro lugar com manter a vossa cabeça num estado saudável. Se perderem controlo do sono e começarem a remoer todos os sacrifícios que estão a fazer, vão tornar-se deprimidos e desencorajados. Acreditem em mim.

Na altura do bébé #5 comecei mesmo a passar-me

Eu tinha 30 anos quando o quinto bébé estava a caminho. Foi então que comecei a fazer um gráfico no Excel com as potenciais taxas de fertilidade da Joy .
"Vejamos, provavelmente temos mais 20 anos até a fertilidade da Joy acabar. Ok, temos tido bebés em cada 1,4 anos. Gémeos uma vez. Portanto, sim, estamos a caminho de ter cerca de 28,6 crianças. O quê? 28,6 crianças! Porque é que o padre não falou nesta possibilidade?
Depois de documentar o meu destino no Excel, servi um whisky. Sentava-me sozinho numa sala escura enquanto contemplava a minha futura situação tipo versão Católica dos Duggars [N.T.: ver aqui]. O meu pessimismo levou-me a um grande desencorajamento.
Enquanto olhava para a bola de cristal da procriação, tracei o plano...
A Joy e eu eventualmente íamos comprar duas carrinhas de passageiros velhas e usadas com manchas permanentes nos lugares. Eu guiava uma. A Joy (a usar umas jardineiras de algodão feitas em casa) guiava a outra. As crianças seriam magras por haver falta de comida. Via-me a usar um casaco de desporto velhíssimo para o meu cargo de professor de mais baixo cargo, como instructor de part-time numa operação de ensino em casa.
A nossa família alargada rir-se-ia nas nossas costas. Não nos iam convidar para as festas de família por causa de "todas aquelas crianças." E nós também não iríamos querer ir porque os nossos filhos iam partir as coisas e teríamos que pagar por isso.
A nossa casa seria uma casa de um andar com dois quartos - um para a Joy, eu e algumas das crianças mais novas. O resto das crianças ficaria no outro quarto, a dormir em gavetas dos armários e três para uma só cama. Será que 28,6 crianças conseguiam dormir numa casa? Simplesmente tínhamos que o conseguir.
Fiquei deprimido. Não andava a dormir bem. Tinha acabado de começar a trabalhar para o meu Doutoramento. Foi nesta altura da minha vida que publiquei o meu primeiro livro, The Crucified Rabbi.

5 dicas para pais jovens

Por essa altura, um homem católico impressionante e com grande sucesso, levou-me ao Starbucks (ele tinha 10 bonitos filhos). Explicou-me os segredos de ter uma família grande. Não tem a ver com os números. Tem a ver com a saúde da vossa alma, mente e corpo. Têm que ter também um casamento seguro e saudável.
Portanto, aqui estão as cinco dicas. Imprimam-nas. Não as percam.
1. Oração mental todos os dias. Peguem no vosso smartphone e marquem o cronómetro para 15 minutos. Sentem-se em frente a uma imagem de Jesus durante 15 minutos. Se a vossa mente vaguear (vai acontecer), não desistam. Simplesmente deixem-se estar sentados. Façam isso todos os dias durante 21 dias até se tornar um hábito enraizado. Falem com Jesus todos os dias. Abram o vosso coração inteiramente. Não deixem nada escondido. Ele é o vosso Deus, Salvador, Amigo e Médico.
2. Durmam. Se eu e a Joy começamos a discutir ou se eu me começo a sentir como o George Bailey na Véspera de Natal [N.T: Personagem famosa de um filme americano que se tenta matar na véspera de Natal, ver aqui], normalmente é porque estou com falta de sono. Com a Joy acontece o mesmo, mas comigo é pior. Vocês têm que dormir e a família tem que dormir. Há demasiadas peças a mexer. Uma família grande é como uma grande maquinaria. Têm que vigiar e descansar.
Façam um plano com a vossa esposa de forma a que cada um possa dormir a sesta, descansar ou ir para a cama mais cedo.
A falta de sono é como estar bêbado. Vocês fazem e dizem coisas parvas quando estão a funcionar com falta de sono. Descansem um bocado e restaurem os vossos juízos mentais.
3. Visão positiva. Alguma vez se sentaram e começaram a enumerar todas as coisas que fazem a vossa vida ser péssima? Comparam-se com aquela família querida de 2 filhos com roupas da moda e um Mercedes Benz que tem as coisas tão "fáceis"?
Deixem-me dizer-vos onde esses padrões de pensamento vos vão levar. Esse tipo de pensamento vai levar-vos a odiar a Deus. É isso mesmo. Se tudo falha e vocês têm um tratamento injusto na vida, adivinhem quem é que a cabeça naturalmente vai querer culpar? Deus.
Quando estou nervoso, assustado ou aborrecido, jogo um jogo que a mãe da Joy me ensinou. Percorrem o alfabeto e agradecem a Deus por uma coisa qualquer em cada letra. "A. Obrigado pela arte. B. Dou graças pelo meu irmão Bernardo. C. Obrigado pelas minhas crianças. D. Estou grato a Deus pelo meu cão chamado Dug. (mesmo se ele estiver a ladrar). E. Obrigado profundamente pelo meu excelente trabalho. F. Obrigado pela minha família." Quando chegarem à parte de agradecer a Deus pelas "zebras" já se devem estar a sentir bastante bem. Estarão a concentrar-se em todas as coisas boas da vossa vida e a reconhecer que vêm todas de Deus. Dá um boost à vossa alma.
A gratidão é o antídoto para o desencorajamento. A vida é fantástica e digna de ser vivida. Muitos vão discordar de mim, mas eu penso que todos os Cristãos deviam ser optimistas. Deus está a tomar conta. Ele ganha no fim. Se é esse o caso, devemos ser optimistas.
4. Diversão. Sim, divirtam-se um bocado. Ponham alguma música e tenham uma festa com os vossos filhos. Já dançaram o robô com os vossos filhos? E o twist? E o sprinkler? E o carrinho das compras? E a dança dos smurfs? E o cabbage patch? E o homem a correr? Porque não?
Montem um puzzle juntosFaçam uma viagem juntos. Levem os vossos filhos à casa ou à escola da vossa infância. Lancem um papagaio. Façam alguma coisa na garagem. Façam uma refeição divertida todos juntos e bebam por copos malucos.
Se os filhos vêem os pais desencorajados ou deprimidos, será que se vão atrair por esse estilo de vida (estilo de vida de Cristão deprimido)? Não.
O pai de Friedrich Nietzsche era um ministro Luterano. Nietzsche, que disse "Deus está morto," rejeitou o Cristianismo porque lhe apresentaram um "Deus que não dançava." Deixem-me dizer-vos: Deus dança mesmo!
“Porque este meu filho estava morto e voltou à vida; tinha-se perdido, e foi encontrado. E começaram a festa. Ora o filho mais velho estava no campo. Quando voltou, ao aproximar-se de casa, ouviu a música e as danças." (Lucas 15, 24–25) [N.T.: No latim está choros que normalmente é traduzido por danças]
É uma pena que Nietzsche estivesse cego para esta verdade. A vida não tem que ser suave para ser santa. Acrescentem algum sal para dar sabor. "Mantenham-se com sal meus amigos!")
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O nosso novo bébé está pronto para dançar!
5. Descubram mentores. A vida é curta. Estes pequenos bébés qualquer dia vão ser avós. Lembrem-se que a vida tem a ver com estações. Algumas estações são para plantar as sementes. Outras são para as colheitas. Noutras nada acontece nos campos.
A Joy e eu encontramos enorme encorajamento ao estar perto de outras grandes famílias e ao ser ensinados por pessoas mais velhas que nós que já passaram por isto. Quando se tem sete filhos, é bom ser persuadido a sair de cima de um prédio por alguém que tem onze filhos. Os mentores ajudam-vos a identificar as estações e os capítulos da vida. O vosso padrão de vida vai mudar com o tempo. É bom ver isso nos outros.
É como fazer desporto. O entusiasmo da equipa pode elevar o humor de um membro da equipa mais desencorajado. Não passem por isto sozinhos. Invistam num grupo de apoio. Ele não vos vai procurar. Têm que trabalhar para o encontrar. Sejam ousados. Vão ter com aquele casal de 60 anos que educou 9 crianças e falem com eles depois da Missa. Conheçam-nos.

11 comentários:

  1. Joana André Rodrigues19 setembro, 2013 16:56

    O título poderia também ser: 5 dicas para pais jovens que desejam uma família grande.

    Muito bom João!

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  2. Que encorajador...apesar de só ter 3 filhas preciso sempre de animo e conselhos!!
    Obrigada J :)

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  3. Que encorajador...apesar de só ter 3 filhas preciso sempre de animo e conselhos!!
    Obrigada J :)

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  4. Que encorajador...apesar de só ter 3 filhas preciso sempre de animo e conselhos!!
    Obrigada J :)

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  5. Excelente! Parabéns!

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Este artigo veio no momento em que precisava de palavras encorajadoras. Grávida do terceiro filho em tão pouco tempo, também já me peguei pensando sobre o "gráfico da minha fertilidade" e também fiquei assustada.
    Muito obrigada. Precisamos mesmo conhecer pessoas que passam por situações semelhantes a nossas.
    Foi muito bom...

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  8. Excelente testemunho, já tinha visto um outro testemunho muito idêntico e igualmente interessante aqui neste link.
    http://www.opusdei.pt/art.php?p=54942

    Obrigado João Silveira pela sua partilha.

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  9. BRUTAL!! é destes encorajamentos que precisamos neste país!!

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  10. Este US Marshall agora teve graça.
    O ensinamento é muito bom para comandar qualquer organização humana, sobretudo uma família, pois todos percebemos logo quando surge uma birra de criança e até somos capazes de dizer "ah, já devia estar na cama há uma hora" mas esquecemo-nos que os adultos tb têm ritmos biológicos.
    Portugal tem um problema superior pq querem transformar o pais num grande lar de terceira e quarta idade. A esperança é que nós podemos contribuir para que isso não aconteça.
    Destaco o ponto 5 descubram mentores, nao pq seja o menos importante e só o destaco para ser diferente, mas pq me parece que raramente é realçado e é de facto pouco trabalhado na nossa sociedade. É mais frequente o relacionamento entre famílias ao mesmo ritmo.
    Boa noite senza e obrigado zebras.

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