terça-feira, 26 de novembro de 2013

“Acima do dinheiro e do meu sonho está o meu pudor”


María Luce Gamboni é uma cantora italiana de dezoito anos que teve a sorte de ser eleita para o papel de Julieta na obra musical “Romeu e Julieta. Ama e muda o mundo”, produzida por David Zard (talvez o maior produtor de musicais italiano). A estreia seria na Arena de Verona e depois nos maiores teatros.

À parte do Factor X, uma carreira garantida, um grande destaque, dinheiro, talvez o festival de San Remo e quem sabe o que mais. No entanto, poucos dias depois da sua estreia, a jovem despediu-se de todos e está de volta a sua casa em Pesaro, onde fez o último ano da escola secundária e o conservatório. Como foi que aconteceu esta grande rejeição no ultimo momento?

Entrevistada por Solidea Vitali Rosati para “Resto del Carlino” no dia 23 de Outubro, explicou que o canto é uma coisa, tirar a roupa, é outra. De facto, na cena de amor com Romeu teria que usar apenas uma camisa de noite transparente. A protagonista principal nem pediu ao director para poder usar pelo menos alguma roupa interior, preferiu dizer: telefonem a outra, “porque por cima do dinheiro e do meu sonho eu prefiro o meu pudor”.

Maria Luce é voluntária no hospital de Pesaro e frequenta a paróquia. Declarou abertamente que “aceitar usar apenas essa roupa seria negar os princípios em que acredito, firmemente enraizados na minha consciência de católica e de mulher. Não concordo com a ideia comum de que a mulher é apenas um corpo nú."

Esta é a grande lição que aos dezoito anos de idade, María Luce dá ás suas companheiras: “Acredito que é importante ter provado que não aceitar compromissos destes é possível e que nos dá uma grande satisfação. Não tenhamos medo de defender os nossos próprios ideais, pensar sempre com a nossa própria cabeça e não se deixar levar. Em resumo, ser capaz de saber renunciar à oportunidade que surge, se se percebe que a experiência não é adequada, que não é justa em si mesma”.

A verdade é que a recusa de María Luz não é de pouca importância. Faz pensar no que há de grotesco no mundo espectáculo: Contratam-te para cantar e encontras-te sem roupa à frente de uma plateia.

«Deu-nos um desgosto grande perdâ-la – diz agora Giulia Riccardi, que é a responsavel da promoção do musical, porque Maria Luce tem uma voz preciosa e é uma excelente pessoa, mas percebemos a sua escolha. Deixou uma produção que a poderia conduzie à fama e quem sabe teria demonstrado mais coragem assim do que a que precisava para sair numa cena de “transparências”».

De volta às aulas do Liceu, Maria Luce comunicou-se com os seus colegas através de uma carta. «Queria dirigir-me aos meus pares e às mulheres porque me senti um objecto nas mãos de quem me queria usar, a mim e à minha feminilidade para o seu próprio êxito. Perdi porque não consegui o que pedia mas ganhei comigo mesma porque em relação ao dinheiro e aos meus sonhos preferi o meu pudor»

O testemunho de María Luz Gamboni é um testemunho bonito, mas também triste, porque é isolado. Pense: falou de pudor. Alguma vez ouviu falar sobre desse tema em alguma homilia? in infovaticana

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