Eu perdi a minha virgindade na faculdade.
Não é uma parte do meu caminho de que me gabe ou orgulhe – longe disso. De facto, durante muito tempo mantive isto escondido e era causa de grande vergonha e embaraço. Mas é um elemento essencial da minha história, no qual experimentei pessoalmente a misericórdia de Deus para com todas as pessoas, mesmo para com o mais teimoso dos pecadores (eu).
Não foi planeado. Eu nunca fui o mais “popular” da escola. Eu era o “tipo simpático”; participava no grupo de jovens do liceu e sempre pensei que esperaria até ao casamento para “passar o limite”. Mas, como um sapo numa panela a ferver, que está inconsciente que o calor à sua volta está a aumentar, o pecado levou a melhor de mim quando baixei a guarda (São Paulo avisa-nos que “quem quer que seja que pense que está seguro deve ter cuidado para não cair”; ou, como o ‘profeta’ Han Solo diz, “não sejas presunçoso”). Estiquei a corda cada vez mais até que numa noite acabou por acontecer.
O pecado, como diz o filósofo Peter Kreeft, “torna-nos falsos”. O pecado rouba a nossa humanidade, mata a nossa felicidade e deixa-nos como conchas vazias do nosso verdadeiro eu. O personagem Gollum de O Senhor dos Anéis personifica o efeito deteriorante que o pecado tem sobre nós. O corpo do Gollum ficou corrompido pela sua idolatria do Anel (o seu “precioso”), um objecto que foi o motivo por excelência para a sua miséria e desespero. Ele é dependente. Os seus sentidos estão enevoados e a sua visão escurecida. O pecado faz-nos o mesmo. Sexo pré-matrimonial, embora idolatrado pelo mundo e publicitado como “verdadeiro amor”, é, na verdade, o oposto, como eu pude testemunhar na primeira pessoa. Em vez de ser livre para amar eu tornei-me escravo da lúxuria. Com o intelecto escurecido e os desejos desorientados, inventei desculpas para o meu comportamento. Eu nunca estive tão longe de mim próprio e de Deus como durante aquele período da minha vida. Eu tinha medo de trazer à luz quaisquer detalhes sobre a minha relação. Então, como o Gollum, permaneci no escuro.
Mas a escuridão nunca consegue sobrepor-se à luz.
“Oh feliz culpa”! A expressão felix culpa (em latim) que dizemos na Vigilia Pascal encarna este maravilhoso paradoxo: através de alguns dos maiores males, Deus pode derramar um amor e uma misericórdia ainda maiores sobre a humanidade. São Paulo afirma isto na sua carta aos Romanos: “onde abunda o pecado, superabunda a graça” (Rm 5,20). Do pecado de Adão veio a glória de Jesus Cristo. Do meu próprio pecado e inveja, Deus, com misericórdia, limpou-me e humilhou-me durante os anos de formação que tive para me tornar no esposo que um dia viria a ser.
Durante algum tempo, porém, perdi a esperança de um final feliz para a minha história. Eu pensei que estava “manchado” ou era um “bem danificado para sempre”. Eu não sabia que a Jackie estava para vir (se eu soubesse, nunca teria saído do meu quarto). Ela tinha estado a guardar-se para o casamento, e eu tinha de confessar-lhe que eu não, que estraguei tudo, que borrei a pintura. Mas a forma como a Jackie me amava – numa forma tão pura, desinteressada e benevolente – ajudou-me na minha cura. Ela disse-me uma noite que não queria o “Bobby de 2007” ou o “Bobby de 2010”; queria o “Bobby de agora”. Já me tinha ido confessar. Já me tinha tornado numa nova criação. E já era tempo de começar a viver como tal.
A banda Mumford & Sons tem uma música no seu último album chamada “Lover of the Light”. Essa música ilustra bem como o bem destrói o egoísmo e como a beleza dispersa as trevas que escravizam os nossos corações (até o videoclip mostra um homem cego que corre da sua escuridão para a liberdade da luz). Não importa quanto tempo tenhamos vivido nas trevas, somos todos chamados a ser “Amantes da Luz (Lovers of the Light)”.
Uma parte da minha história, que eu mantive escondida durante muitos anos, foi transformada num testemunho que agora partilho (através do apoio da Jackie) com adolescentes e jovens adultos. Uma adolescente escreveu-nos recentemente e disse que o nosso testemunho no seu grupo de Confissão convenceu-a a manter a sua virgindade, mesmo com o seu namorado a pressioná-la para que lha desse. Glória a Deus! Mesmo que só uma pessoa jovem se volte para a luz de Deus por causa do nosso humilde testemunho, isto já vale a pena.
Ninguém está totalmente perdido. Alguns dos maiores pecadores tornaram-se nos maiores santos. Deus chama-nos a todos das trevas à luz. Ele quer usar as nossas falhas e quedas para a Sua glória. Vamos dar-Lhe permissão para o fazer.
in jackieandbobby.com
Muito Bom! Obrigada Senza!
ResponderEliminarBom testemunho. Todo o mal que a genti faz tem reparação. Vamos a isso!
ResponderEliminarDiscordo, nem todo o mal que a gente faz tem reparação. Mas pelos visto está na moda a Igreja "facilitar" a vida aos crentes.
ResponderEliminarPerante Deus, todo o mal que façamos tem reparação.. o mesmo não acontece com os homens, se matar alguém, nunca conseguirei reparar esta perda. No entanto, posso reparar o meu estado de alma perante Deus
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