O Cardeal Wilfrid Napier, arcebispo de Durban (África do Sul), que se encontra no Sínodos dos bispos sobre a Família, falou da difícil situação dos “recasados”:
«Jesus não disse “Eu quero carregar a cruz mais fácil”. Ele carregou a que apareceu. E penso que em muitos casos os casais que se encontram em situações impossíveis – casais “recasados” – sejam chamados a fazer isso, a carregar a cruz juntamente com Cristo.»
Em relação à discutida distribuição da Comunhão aos “recasados”, o Prelado, sabendo que uma das lutas da Igreja em África é contra a poligamia, pergunta:
«Para nós em África acho que a situação será…repare, se (podem comungar) as pessoas na Europa que se “recasaram”, e portanto vivem em poligamia sucessiva, porque é que um polígamo (em África) não pode ter as mesmas vantagens?»
Fica a pergunta no ar.
Depreende-se portanto que alguém que casa é polígamo. Uma imprecisão ofensiva, visto que o conceito de poligamia implica simultaneidade.
ResponderEliminarQue casa pela segunda vez, queria dizer
ResponderEliminarAnónimo, não se trata de imprecisão ofensiva. Lembre-se de que na Doutrina da Igreja, não se descasa. Se o 1º matrimônio é válido, mesmo que haja separação de corpos, existe o vínculo "até que a morte os separe". O que se chama precisamente de "segunda união" é concomitante, sim, com o vínculo eclesial e sacramental da primeira. O argumento de Sua Excelência está correto e válido se entendido no contexto original do discurso, mesmo que poligamia e segunda união (quando há divórcio) sejam de âmbitos sociais e legais distintos.
ResponderEliminarE eu também pergunto: tantos que vivendo o matrimónio, que casaram na Igreja, até se dizem católicos e vão à Missa, se não sempre, pelo menos algumas vezes, "desprezam" o sacramento da reconciliação e nunca comungam ou comungam de vez em quando ou até sempre sem nunca se confessarem.
ResponderEliminarE os recasados fazem questão de comungar e ir à confissão ...?! Estranho e paradoxal. Esta questão faz-me lembrar aquela outra questão recorrente do casamento dos padres ...Esta questão deste Sr. Bispo é, sim, pertinente e lógica.
O que é que um homem que não é casado e (supostamente) não tem filhos, sabe sobre a família?
ResponderEliminarCaro anónimo das 15:52, agradeço a partilha da sua opinião, mas como bem há-de entender, uma vez ditas as palavras, a sua interpretação é passível de diferir. Sua Excelência, apresenta esta questão por recear os efeitos que a distribuição da comunhão a recasados (termo já inerentemente depreciativo) teria numa sociedade onde a poligamia é transversal. A perspectiva de sua Emenência o Cardeal Walter Kasper parece-me bem mais pertinente e adaptada à sociedade em que vivemos.
ResponderEliminarQuestão que demonstra bem que este não é um Sínodo do oeste. Uma vez armei-me em Xico esperto com um padre e depois tive de meter a viola no saco quando me apercebi que tinha muitos amigos e conhecidos que com ele partilhavam a vida pós divórcio.
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