A Irlanda aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Foi o primeiro país a fazê-lo em referendo. Isto é especialmente significativo porque até há bem pouco tempo era considerado o país mais católico da Europa. Refira-se, porém, que a victória do “sim ao casamento” aconteceu com a conivência da hierarquia católica irlandesa, que pouco ou nada fez para convencer as pessoas que estavam a cometer um grave erro.
Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade
O debate deste tema na opinião pública está completamente viciado. Longos anos de endoutrinação através dos meios de comunicação social fizeram com que fosse geralmente aceite na nossa sociedade que:
1 – A atracção por pessoas do mesmo sexo é genética, nasce com a pessoa;
2 – É uma coisa natural e boa em si mesma, semelhante a outra qualquer característica, tal como a cor dos olhos ou da pele;
3 – Essa pessoa só será feliz com uma pessoa do mesmo sexo.
Partindo destes pressupostos, quem se recusa a aceitar a “normalidade” de uma relação entre duas pessoas do mesmo sexo é como se discriminasse uma característica física de alguém. E como, antigamente, as pessoas eram discriminadas consoante a cor da pele, e isso foi ultrapassado, hoje em dia também há ainda quem discrimine as relações entre pessoas do mesmo sexo, dizendo que não são naturais, e isso é inaceitável. A homofobia, um adjectivo quase sempre mal usado, é equivalente ao racismo.
Este raciocínio está errado porque uma relação entre duas pessoas do mesmo sexo nasce sempre da vontade dos envolvidos, e por tal, como qualquer acto humano, pode ser qualificado como moral ou imoral. Mas uma característica física, como por exemplo a cor da pele, não envolve a vontade do visado (a não ser no caso do Michael Jackson), portanto não é um acto humano e não pode ser moral nem imoral. Por isso afirmar que quem é contra o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo é como se fosse racista é um disparate de todo o tamanho.
Voltando atrás, aos pontos que estão na origem deste equívoco:
1 – Tanto quanto sabemos a atracção por pessoas do mesmo sexo não é genética. Existem algumas característas genéticas que em algumas pessoas as podem predispor a essa atracção, mas não são suficientes, são necessárias outras condições. Por outro lado, muitas pessoas que sentem atracção por pessoas do mesmo sexo não têm qualquer predisposição genética;
2 – A atracção por pessoas do mesmo sexo não é natural. “Isso é mentira, existe na natureza, em muitos animais, por isso é natural!” Calma lá, ser natural nada tem a ver com o que acontece no mundo animal. Não podemos dizer que seria natural que uma mulher matasse o marido depois de acasalarem, como faz a viúva-negra, porque nós somos racionais e a aranha não, apenas se move por instinctos. Natural quer dizer que está de acordo com a natureza do ser humano. Não é preciso estudar antropologia para perceber que o homem foi feito para a mulher a mulher para o homem, isto é visível em primeiro lugar nos nossos corpos, que não são como são por mero acaso. Enquanto que, por outro lado, as diferentes características físicas em nada alteram a natureza da pessoa humana, é indiferente se a mulher é loira ou mulata ou se o homem é alto ou baixo, essas são propriedades acidentais e não essenciais da relação conjugal no ser humano, que apenas existe entre homem e mulher;
3 – Quem procura a felicidade numa relação com uma pessoa do mesmo sexo está à procura da coisa certa no lugar errado. A complementaridade que é necessária para a doação total de si mesmo apenas existe entre o homem e a mulher. O homem dá à mulher o que ela não tem e a mulher dá ao homem o que ele não tem. Ninguém pode dar o que não tem, por isso um homem nunca poderá doar a sua feminilidade porque não a tem por natureza.
O Estado não se deve meter onde não é chamado
Um dos argumentos do “sim ao casamento” é que o Estado não se deve meter na intimidade das pessoas. Mas ao mesmo tempo é isso mesmo que está a ser exigido!
Passo a explicar, um casamento só pode acontecer entre um homem e uma mulher; assim foi desde sempre, há boas razões para que assim seja e nenhuma para que assim não seja. O Estado, desde que assumiu a responsabilidade de tutelar os casamentos, apenas queria saber o sexo dos nubentes, porque de facto é algo relevante. Jamais quis saber se sentiam atracção por A ou B porque isso seria uma intromissão na vida íntima da pessoa e completamente irrelevante para o caso.
É um erro crasso dizer que quem está contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo não quer deixar que as pessoas se casem. Isto é completamente falso! O que defendemos é que o Estado apenas tem autoridade para legislar o casamento entre duas pessoas de sexo diferente. Depois, se são têm atracção por pessoas de sexo diferente ou não é lá com eles, o Estado não tem nada a ver com isso.
Com esta luta pela “igualidade”, que é uma mentira porque não se pode tratar de forma igual o que é diferente, o Estado vem intrometer-se na intimidade da pessoa.
Quem é que se quer casar hoje em dia?
Quando se olha para os números dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo é notório que são irrisórios. As pessoas do mesmo sexo não se querem casar! “Então porquê tudo isto?” Para que esta ideologia seja imposta à sociedade como algo natural e bom, o que nunca será.
Não deixa de ser irónico perceber que são quem se encontra na base na luta pelo casamento entre as pessoas do mesmo sexo são os mesmos que, durante décadas, lutaram contra o casamento, desprezando-o enquanto instituição e promovendo o divórcio.
Se a generalização do divórcio foi o primeiro round para destruir o casamento, e por consequência a família, a aceitação do casamento entre pessoas do mesmo sexo é sem dúvida o segundo, e vem na sequência do primeiro.
A família sempre foi o último reduto de defesa da liberdade pessoal, que todos os Estados totalitários tentaram destruir para terem controlo absoluto sobre a pessoa. O nosso Estado “democrático” não é excepção.
João Silveira
Refira-se, porém, que a victória do “sim ao casamento” aconteceu com a conivência da hierarquia católica irlandesa, que pouco ou nada fez para convencer as pessoas que estavam a cometer um grave erro.
ResponderEliminarNão me interprete mal, concordo com o que diz, mas quando a hierarquia age como refere - e isso não tem sucedido só na Irlanda, e sobretudo desde um famoso "Quem sou eu para julgar?"... -, que sentido faz os leigos se armarem em D. Quixotes e arremeterem contra moinhos de vento num combate infrutífero que só lhes traz arrelias de todo o tipo?..
O primeiro round foi a generalização do divorcio, o segundo o "planeamento familiar" -contracepção e aborto - terceiro round "casamento" de pessoas do mesmo sexo.
ResponderEliminarMas nunca vão conseguir dar o golpe final, porque a batalha contra Deus está perdida desde o inicio.
bom artigo em Portugal ja estamos bem avançados nestas questoes do marxismo cultural com o seu maior arrauto o PS e toda a esquerda a proxima medida destruidora sera a adoçao por pessosa do mesmo sexo enfim acho que o sr D MANUEL CLEMENTE deve esclerecer melhor os fieis um abraço
ResponderEliminarRomanos 1:21-26.
ResponderEliminarJosé Lima S. Paulo responde às tuas perguntas (2Tm 4,1:5):
ResponderEliminarDiante de Deus e de Cristo Jesus, que há-de julgar os vivos e os mortos, peço-te encarecidamente, pela sua vinda e pelo seu Reino: proclama a palavra, insiste em tempo propício e fora dele, convence, repreende, exorta com toda a compreensão e competência.
Virão tempos em que o ensinamento salutar não será aceite, mas as pessoas acumularão mestres que lhes encham os ouvidos, de acordo com os próprios desejos. Desviarão os ouvidos da verdade e divagarão ao sabor de fábulas. Tu, porém, controla-te em tudo, suporta as adversidades, dedica-te ao trabalho do Evangelho e desempenha com esmero o teu ministério.
Boa tarde,
ResponderEliminarEu peço imensa desculpa por me intrometer no seu blog de opinião pública, que desde já aproveito para dizer que tem um peso muito importante na voda diária das pessoas e já é tido como uma referência do género, mas permita me que lhe diga o seguinte: esta sua opinião pode ser resumida a duas palavras, armário ou ignorância. Agradecido pelo seu tempo.