Não posso dizer que conhecesse pessoalmente bem o P. Ricardo Neves. Encontrámo-nos poucas vezes. Mas creio poder dizer que o topei bem através dos muitos testemunhos de tantas pessoas por quem ele passou como um benigníssimo furacão apostólico. Era incansável e poderoso pregador, confessor, amigo paternal.
Admirando profundamente a sua acção evangelizadora não pude deixar de meditar sobre a razão por que Deus o terá chamado a Si tão novo, pois só tinha 42 anos, permitindo que padecesse uma enfermidade brutal.
Por que é que não me terá levado a mim, praticamente 20 anos mais velho e tão incapaz no meu apostolado sacerdotal? Os Mistérios de Deus são insondáveis... Mas pode ser que a razão tenha sido a de o achar digno de participar na Paixão de Seu Filho, morto ainda mais novo, alcançando assim uma fecundidade apostólica ainda maior do que toda aquela, e foi muito grande, que semeou durante a sua breve vida Sacerdotal. Deus escolhe - para esta obra de completar na própria carne o que falta (na sua aplicação) à Paixão de Jesus Cristo -, os Seus predilectos.
Se assim foi, como o creio, podemos contar agora não só com o exemplo que nos deixou mas também com a sua intercessão diligente que a todos nos auxiliará.
Deste modo, aquilo que à primeira vista nos pode parecer uma injustiça, se nos revela como um cumprimento maravilhoso, sobrenatural, da Justiça (Justificação) Divina em nosso favor. Podemos pois, não obstante a tristeza da separação física, bendizer a Deus e entoar aleluias pela obra admirável realizada por Ele no Seu servo P. Ricardo Neves.
Padre Nuno Serras Pereira
Em especial o P. Ricardo irá enternecer pelos matrimônios que mais necessitarem... Assim o roguemos.
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