quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Papa Francisco, os jovens e os Bispos de Portugal

Os bispos portugueses estão neste momento em Roma para a visita ad limina apostolorum, isto é, aos túmulos dos Apóstolos.

É uma viagem que os bispos de todo o mundo fazem regularmente a Roma, especialmente para falarem com o Papa sobre as suas dioceses e receber dele os conselhos oportunos, mas também para visitarem os vários dicastérios da Cúria Romana.

No dia 7 de Setembro, foi o encontro dos Bispos com o Santo Padre. 

No discurso que o Papa fez aos Bispos portugueses foram ditas várias coisas. Mas é notável a sua insistência na relação da Igreja com os jovens em Portugal, que o Papa compreendeu que pode ser muito melhorada. Diz o Papa Francisco:
"A Igreja em Portugal precisa de jovens capazes de dar resposta a Deus que os chama, para voltar a haver famílias cristãs estáveis e fecundas, para voltar a haver consagrados e consagradas que trocam tudo pelo tesouro do Reino de Deus, para voltar a haver sacerdotes imolados com Cristo pelos seus irmãos e irmãs. Temos tantos jovens desocupados e o Reino dos Céus à míngua de operários e servidores… Deus não pode querer isto. Que se passa então? «É que ninguém nos contratou» (Mt 20, 7)."
Mas será que a Igreja em Portugal não tem pessoas que lidem com os jovens? O ponto é que tem, mas então qual é o problema? O Papa explica antes:
"Infelizmente o pensamento dominante actual, que vê o ser humano como aprendiz-criador de si mesmo e totalmente embriagado de liberdade, tem dificuldade em aceitar o conceito de vocação, no sentido alto de um chamamento que chega à pessoa vindo do Criador do seu próprio ser e vida. (...) Ao catequista e à comunidade inteira é pedido para passar do modelo escolar ao catecumenal: não apenas conhecimentos cerebrais, mas encontro pessoal com Jesus Cristo, vivido em dinâmica vocacional segundo a qual Deus chama e o ser humano responde."
No fundo é preciso que as pessoas que fazem apostolado (que devem ser todos os Cristãos), tenham um encontro pessoal com Jesus. Se a pessoa que fala de Cristo nem sequer O conhece, como pode apresentá-l'O aos outros?

E não chega conhecer a doutrina, como diz o Papa, é preciso vivê-la. Como pode um monitor de campos de férias que não vive a castidade no namoro falar aos rapazes que acompanha de liberdade de coração para amar a Deus?

Ou como se pode convencer os jovens a ir à Missa quando o comportamento da própria pessoa na celebração eucarística parece dar a entender que é tudo uma brincadeira? Se não há recolhimento e amor à liturgia bem celebrada, de acordo com as regras da Igreja, como vai algum jovem sequer perceber que naquele altar está o próprio Deus? Isto é verdade para os leigos como para os próprios sacerdotes:
"(...) alguns sacerdotes que, tentados pelo activismo pastoral, não cultivam a oração e a profundidade espiritual, essenciais para a evangelização; (...)"
A doutrina Católica só se percebe a fundo vivendo, não há outra maneira de saber o Catecismo. E isso exige uma exigência de vida. Como se tem visto por todo o mundo, são os grupos mais obedientes à Fé Católica e a toda a tradição da Igreja que têm atraído mais jovens. Um olhar atento verá que aí é que nascem as vocações.

Disse o Papa sobre os jovens:
"O seu Amigo de então, Jesus, também cresceu. (...)" 
"A proposta de Jesus tinha-os convencido; hoje a nossa proposta de Jesus não convence. (...)"
No entanto o Santo Padre disse que Portugal tem tudo para levar para a frente esta tarefa de evangelização:
"Não vos falta, amados Irmãos, zelo apostólico nem espírito de iniciativa para alcançardes este objectivo, com o emprego do esforço humano ligado à eficácia do auxílio divino. Jesus disse: «Quem crê em Mim também fará as obras que Eu realizo» (Jo 14, 12), (...)"
E, no fim, enviou a bênção para todos os portugueses:
"Depois desta visita ad Limina, retomai com empenho renovado o vosso caminho, levando a todos a certeza da minha fraterna solidariedade e empatia. (...) E não vos esqueçais de rezar por mim. Confirmo-vos o meu afecto fraterno e dou-vos a Bênção Apostólica, com a qual pretendo abraçar também os fiéis confiados aos vossos cuidados pastorais."

1 comentário:

  1. um dos principais culpados da apostasia sao os senhores bispos nao todos e claro que nao ensinam a doutrina tal como ela e e sempre foi exposta pelo magisterio da igreja um ex. quantos catolicos sabem em portugal que se votarem num partido marxista encorrem em excumunhao muitos nem sabem que JESUS E DEUS etc porque muitos bispos teem medo de confrontar o modernismo que se vive atualmente nas sociedades oremos pelos nossos bispos um abraço.

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