São José em Itália. Um magistrado na Grã-Bretanha. São as duas novas vítimas da ideologia de género.
O pai adoptivo de Jesus, cuja festa (19 de março) é tradicionalmente associada ao Dia do Pai, é obviamente uma figura que os profetas do indiferentismo sexual – sempre prontos para pedir maior tolerância com eles – não toleram de jeito nenhum. O que está a acontecer numa creche do bairro Isola, de Milão, testemunha isso.
Por decisão da direcção da escola, a partir deste ano, para a festa do Pai, as crianças terão que renunciar aos trabalhos feitos à mão e às rimas aprendidas de memória para expressar afecto aos seus pais.
A decisão, dizem os directores da escola infantil, foi tomada para não discriminar eventuais crianças que vivem com casais do mesmo sexo. É assim que, no lugar da tradicional festa em honra aos pais, foi organizada uma programação didáctica dedicada às várias etnias. Um único gesto para alinhar duas escolas de pensamento do politicamente correcto: ideologia de género e melting pot.
Além das frases de circunstância, e da “bênção” da Câmara Municipal de esquerda, fora da instituição os pais demonstram-se relutantes com a ideia de ter que repropor às escondidas a figura de São José para benefício de uma mais anónima aclamação por uma sociedade multicultural.
“Eu não entendo por que eliminar um costume que se concretiza com um gesto de afecto e permanecia no tempo”, desabafa um pai indignado entre tantos pais que fora os muros da escola manifestavam-se por causa da decisão da escola.
Para dar eco ao seu sofrimento, a intervenção de alguns políticos. O ex-vice-prefeito de Milão, Riccardo De Corato destaca que a escola é municipal e, portanto, “não é aceitável que cada um faça o que quiser”. De Corato lembrou também que para a junta Pisapia não é novidade iniciativas focadas a erradicar a família, com a introdução dos termos “genitore 1” e “genitore 2”.
Assim também, é a vontade de expulsar São José da escola italiana. Em Bolonha, três escolas infantis anunciaram que este ano não organizarão iniciativas para a festa do Pai. Já no ano passado, em Roma, a mesma decisão tinha gerado discussão. Um grupo de pais tinha desafiado o instituto, pedindo para retomar os festejos.
A desenvoltura do pequeno grupo de pais romanos é uma generosa tentativa de reacções perante uma ideologia agressiva que se estende por toda parte, pelo menos no mundo ocidental.
Sofreu as consequências, há algum tempo atrás, um magistrado de 69 anos do Kent, em Inglaterra, de seu nome Richard Page.
Réu por ter declarado, durante uma entrevista à BBC, que não há provas suficientes que confiar crianças a pares de pessoas do mesmo sexo é do interesse das crianças. Page foi removido do seu cargo pelo Lord Chanceler.
A notícia, que foi lançada pelo 'Observatory on intolerance and discrimination against Christians in Europe', foi divulgada em Itália por Marco Tosatti no jornal La Stampa. Aqui estão as palavras que custaram caro ao juiz inglês: “A minha responsabilidade como magistrado era de fazer o que eu considerava o melhor para as crianças, e a minha sensação, portanto, era de que seria melhor se os pais adoptivos fossem um homem e uma mulher”.
Depois de uma investigação conduzida por uma comissão disciplinar, ele foi removido porque demonstrou com aquela entrevista que tem “um preconceito” com os pais adoptivos do mesmo sexo. Já em 2014, Page tinha conhecido o quão severa pode ser a ideologia de género. Por não estar de acordo com os seus colegas sobre a atribuição de uma criança a um par de pessoas do mesmo sexo, foi forçado a seguir um “curso de re-educação”.
“Como magistrado, deve agir com base em evidências, e muito simplesmente, acho que não haja evidência para me convencer de que colocar uma criança aos cuidados de duas pessoas do mesmo sexo possa globalmente ser benéfico, como seria colocá-los sob o cuidado de uma mãe um pai, como Deus e a natureza querem.”
Palavras que não servem para suavizar a pena emitida contra ele. Os termos “Deus” e “natureza” não aparecem no vocabulário da “neo-língua” orwelliana que os defensores do género querem impor. Esses mesmos defensores que – como diz Andrea Williams, advogado de Page – “procuram calar as opiniões opostas” e “se não o conseguem, esmagam e punem as pessoas que têm essas opiniões”.
Federico Cenci in Zenit
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