Norma McCorvey foi 'Jane Roe'. Em 1970, persuadida por uma jovem advogada, alegou em tribunal (Estado do Texas) que a sua gravidez resultara de um estupro e exigia o direito ao aborto. Depois de sucessivos recursos o processo chegou ao Supremo Tribunal dos Estados Unidos. Este decidiu, há 44 anos, que a lei do Texas que impedia que Jane Roe acabasse com a vida da sua filha por nascer era inconstitucional . Mas em 1973, quando foi emitida a decisão, aquela criança já havia nascido e adoptada por uma família do Texas, sem ter consciência que tinha corrido sério risco de vida.
Existe uma mulher de 47 anos, nascida no Texas, que deveria estar morta; que jamais deveria ter nascido. Felizmente o processo que tinha como intento a sua morte demorou 3 anos e, assim, ela pôde nascer. E hoje, algures, talvez ainda no Texas, vive essa mulher de 47 anos. Talvez com um marido e uma família que não podem imaginar a vida sem ela. Talvez com belos filhos que muito ama e que muito a amam. Talvez com amigos para os quais a sua amizade foi fundamental nas suas vidas.
A Mãe dessa mulher, Norma McCorvey, arrependeu-se da sua luta a favor do aborto. Admitiu que nunca tinha sido estuprada e que tudo tinha sido combinado pela sua advogada de modo a ganharem o caso. Em 1998 converteu-se ao catolicismo. Passou os últimos 20 anos da sua vida a lutar contra o aborto, que tinha ajudado a legalizar. Morreu ontem, aos 69 anos. Que descanse em paz.
João Silveira
João Silveira
https://agendaeurope.wordpress.com/2017/02/20/obituary-norma-mccorvey-the-mother-in-roe-v-wade-1947-2017/
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