Pobre de mim, a consciência acusa-me sem cessar, e a verdade não pode desculpar-me dizendo: ele não sabia o que fazia. Perdoa, pois, Senhor, pelo preço do teu precioso sangue, todos os pecados em que caí, consciente ou inconscientemente.
Sim, Senhor, pequei verdadeiramente, pequei por minha vontade, e pequei muito. Depois de ter tido conhecimento da verdade, ofendi o Espírito de graça; e contudo, aquando do meu baptismo, o Espírito tinha-me concedido de forma gratuita a remissão dos pecados. Mas eu, depois de ter tido conhecimento da verdade, voltei aos meus pecados, «como o cão volta ao seu vómito» (2Pe 2,22).
Sempre acreditei em Ti , sempre Te amei, mesmo quando pequei contra Ti. Lamento profundamente os meus pecados. Do amor, porém, lamento apenas não ter amado tanto como devia.
Guilherme de Saint-Thierry (c. 1085-1148) - monge beneditino, depois cisterciense - in 'Orações meditativas', nº 5
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