segunda-feira, 31 de julho de 2017

Pe. Vasco Pinto Magalhães, brincando com o fogo

Numa entrevista à Agência Ecclesia, o Padre Jesuíta Vasco Pinto de Magalhães fala sobre o seu mais recente livro: 'O Mal e o Demónio'. Este breve texto não é uma recensão do livro, mas antes um comentário sobre alguns pontos da referida entrevista.

Nos seus Pequenos Poemas em Prosa, Baudelaire dá voz a um pregador que diz o seguinte:

“Meus caros irmãos, não esqueçais nunca, quando escuteis glorificar o progresso das luzes, que a maior artimanha do diabo é de vos persuadir que ele não existe!”

Esta artimanha é tão bem engendrada que atingiu mesmo sacerdotes e bispos…

Vejamos algumas das citações da entrevista, colocadas lado a lado com as palavras do Catecismo, de alguns Papas e do Evangelho.

Pe. Vasco: “O demónio não é uma entidade pessoal que entra. O demónio é uma desordem, uma força desordenadora”

Catecismo: “o Mal [na petição do Pai Nosso “mas livrai-nos do Mal”] não é uma abstracção, mas designa uma pessoa, Satanás, o Maligno, o anjo que se opõe a Deus.” (§2851)

Papa Paulo VI: O mal não é apenas uma deficiência, mas uma eficiência, um ser vivo, espiritual, pervertido e perversor. Terrível realidade. Misteriosa e pavorosa. Sai do quadro do ensino bíblico e eclesiástico quem se recusa a reconhecer a sua existência (…) ou quem a explica como uma pseudo-realidade, uma personificação conceptual e fantástica das causas desconhecidas das nossas desgraças. (Audiência Geral, 16 de Novembro de 1972)

Papa Francisco: “E pensar que nos queriam fazer crer que o diabo era um mito, uma figura, uma ideia do mal! Ao contrário, o diabo existe e nós devemos lutar contra ele. São Paulo recorda: é a palavra de Deus que no-lo diz! Mas parece que não estamos convencidos desta realidade”. (30 de Outubro de 2014)

Pe. Vasco: “Mas cada vez mais a Igreja sabe que é um problema psíquico.”

Pe. Gabriele Amorth: “Mas eu não faço exorcismo ao primeiro que passa! Antes vejo as fichas clínicas, os resultados de análises e as idas ao psiquiatra. Intervenho com as orações de libertação apenas quando a medicina não fez efeito”.

Catecismo: “O exorcismo tem por fim expulsar os demónios ou libertar do poder diabólico, e isto em virtude da autoridade espiritual que Jesus confiou à sua Igreja. Muito diferente é o caso das doenças, sobretudo psíquicas, cujo tratamento depende da ciência médica. Por isso, antes de se proceder ao exorcismo, é importante ter a certeza de que se trata duma presença diabólica e não duma doença.”

Pe. Vasco: “Os grandes exorcistas, no fundo, nunca encontraram verdadeiramente um espírito, encontraram uma espiritualidade perturbada que precisa de ser reorganizada pelo amor.” “Os exorcismos de Jesus Cristo foi curar psicopatologias.”

Evangelho: «“Mestre, eu trouxe-te o meu filho que está possesso de um espírito mudo, que, onde quer que se apodere dele, o lança por terra, e o menino espuma, range com os dentes, e fica rígido. Pedi aos Teus discípulos que o expulsassem e não puderam.”

Jesus respondeu-lhes: “Ó geração incrédula! Até quando hei-de estar convosco? Até quando vos hei-de suportar? Trazei-Mo cá”. Trouxeram-Lho. Tendo visto Jesus, imediatamente o espírito o agitou com violência e, caído por terra, revolvia-se espumando. Jesus perguntou ao pai dele: “Há quanto tempo lhe sucede isto?”. Ele respondeu: “Desde a infância. O demónio tem-no lançado muitas vezes ao fogo e à água, para o matar; porém Tu, se podes alguma coisa, ajuda-nos, tem compaixão de nós”. Jesus disse-lhe: “Se podes…! Tudo é possível a quem crê”. Imediatamente o pai do menino exclamou: “Eu creio! Auxilia a minha falta de fé”. Jesus, vendo aumentar a multidão, ameaçou o espírito imundo, dizendo-lhe: “Espírito mudo e surdo, Eu te mando, sai desse menino e não voltes a entrar nele!”. Então, dando gritos e agitando-se com violência, saiu dele, e o menino ficou como morto, tanto que muitos diziam: “Está morto”. Porém, Jesus, tomando-o pela mão, levantou-o, e ele pôs-se em pé. Depois de ter entrado em casa, os Seus discípulos perguntaram-Lhe em particular: “Porque o não pudemos nós expulsar?”. Respondeu-lhes: “Esta casta de demónios não se pode expulsar senão mediante a oração e jejum”. (Mc 9, 17-29)

Pe. Vasco: “O exorcismo não tira nada lá de dentro, o exorcismo comunica paz, equilíbrio, ordem, porque não há nada a tirar – um espírito não está dentro de outro espírito (…) O espírito não tem dentro nem fora. Portanto, é uma fantasia nossa para explicar um bocadinho essa realidade”

Evangelho, de novo: “Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e não entres mais nele.”

Evangelho, mais uma vez: “Para isto é que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo” (1Jo 3, 9)

Breve comentário

A posição do Pe. Vasco é de uma assustadora ingenuidade, de grande irresponsabilidade e com consequências devastadoras. Representa, na verdade, uma certa tendência teológica presente há muito na Igreja; assim, este artigo aproveita o pretexto desta entrevista, mas visa essa corrente ‘modernista’, que está convencida que a doutrina ‘evolui’, que passámos por uma idade das trevas na Igreja e agora vamos chegando à ‘idade das luzes’.

O Pe. Vasco, com a sua ‘hermenêutica’ muito pessoal, contradiz directamente as palavras de Cristo, a doutrina da Igreja e as palavras, reiteradas sucessivamente, do próprio Papa Francisco (bem como, naturalmente, a de todos os Papas anteriores).

Terminemos, lembrando as palavras do Papa São João Paulo II, pouco tempo antes de se tornar Papa:

“Hoje, estamos diante do maior combate a que a humanidade já assistiu. Não penso que a comunidade cristã o tenha compreendido totalmente. Hoje, estamos diante da luta final entre a Igreja e a Anti-Igreja, entre o Evangelho e o Anti-Evangelho”.

As palavras de um sacerdote que vai ser ouvido e lido devem ser pesadas e pensadas; a sua responsabilidade é a de subir acima de si mesmo e dos seus particulares pensamentos, para transmitir fielmente a doutrina da Igreja. Aos crentes enquanto tal não lhes interessa saber as opiniões pessoais, as ‘hermenêuticas’ superficiais de um sacerdote. Aos crentes, enquanto tal, interessa-lhes ouvir a doutrina de forma corajosa e clara, sobretudo num tempo que a Irmã Lúcia recorrentemente caracterizava, justamente, como de “desorientação diabólica”.

Um interessante extratexto

O grande exorcista do Vaticano, Padre Gabriele Amorth, revela-nos que a “invocação de João Paulo II tem um efeito devastador sobre o diabo” e diz ainda que “Satanás teme muitíssimo Bento XVI; as suas missas, as suas bênçãos, as suas palavras são como poderosos exorcismos”.

Pedro Sinde in Academia.edu (23 de julho de 2017) via 'odogmadafe.wordpress.com'

Eis o vídeo da entrevista em causa: Padre Vasco Pinto de Magalhães fala do Demónio

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Papa Francisco e a importância das Avós na transmissão da Fé

Tive a graça de crescer no seio de uma família na qual a fé era ensinada de uma forma simples e concreta, mas foi sobretudo a minha avó, a mãe do meu pai, que marcou o meu caminho de fé. Era uma mulher que nos explicava, que nos falava de Jesus, que nos ensinava o catecismo. 

Lembro-me sempre de que na Sexta-Feira Santa nos levava à noite à procissão das velas, que no fim da procissão chegava o “Cristo jacente” e que a avó nos mandava, a nós crianças, ajoelhar e dizia: “Olhem, está morto, mas amanhã ressuscita”. 

Recebi o primeiro anúncio cristão justamente desta mulher, a minha avó! Isto é lindíssimo. O primeiro anúncio em casa, com a família! E isto leva-me a pensar no amor de tantas mães e de tantas avós na transmissão da fé. São elas que transmitem a fé. Isto acontecia também nos primeiros tempos, porque São Paulo dizia a Timóteo: “Eu recordo a fé da tua mãe e da tua avó” (cfr. 2Tm, 1,5). 

Pensai nisto todas as mães que estão aqui, todas as avós. Transmitir a fé. Porque Deus nos coloca junto das pessoas que auxiliam o nosso caminho de fé. Não encontramos a fé no abstracto, não! Há sempre alguma pessoa que prega, que nos diz quem é Jesus, que nos transmite a fé, que nos dá o primeiro anúncio. E foi esta a primeira experiência de fé que tive.

Papa Francisco - Praça de São Pedro, 18 de Maio de 2013 

terça-feira, 25 de julho de 2017

11 relíquias de Nosso Senhor Jesus Cristo

1) Fragmentos da Verdadeira Cruz
 
Há fragmentos da Verdadeira Cruz em várias igrejas espalhadas pelo mundo. Os fragmentos na foto acima estão na Fazenda Imperial, em Viena, Áustria.

2) Prego Sagrado

Este é um dos pregos usados na crucificação de Jesus. É mantido na Catedral de Bamberg, Alemanha.

3) O Santo Cálice

Acredita-se que este foi o cálice utilizado por Cristo na Última Ceia para instituir a Eucaristia. Encontra-se na catedral de Valência, Espanha.

4) Túnica de Jesus

Esta é a túnica de Cristo sobre a qual os soldados deitaram sortes durante a crucificação. É mantida na Catedral de Trier, Alemanha.

5) A lança sagrada

Esta é a lança que perfurou o peito de Cristo quando Ele estava na cruz. Está guardada no Tesouro Imperial, em Viena, Áustria.

6) Os presentes dos Reis Magos

Ouro, incenso e mirra. São mantidos no mosteiro de São Paulo, no Monte Athos, Grécia.

7) A Coroa de espinhos

Jesus usou-a durante a Sua paixão e crucificação. Está na catedral de Notre Dame, em Paris, França.

8) A Coluna da Flagelação

Jesus foi amarrado a esta coluna quando foi açoitado pelos soldados romanos. Encontra-se na Basílica de Santa Praxedes, em Roma, Itália.

9) Um frasco do preciosíssimo Sangue de Jesus

Está na Basílica do Sangue Sagrado em Bruges, Bélgica.

10) O Título da Cruz

Esta é o sinal que pendia sobre Jesus na cruz, mandado afixar por Pôncio Pilatos, dizendo "Jesus Nazareno Rei dos Judeus". Está na Basílica da Santa Cruz de Jerusalém, em Roma, Itália.
11) O Sudário de Turim ou Santo Sudário
Acredita-se que seja o tecido que cobriu o corpo de Jesus Cristo no sepulcro. É mantido na Catedral de São João Baptista em Turim, Itália.

in ChurchPOP

sábado, 22 de julho de 2017

Conselhos de São João Crisóstomo aos Esposos

Nunca chameis por ela duma maneira seca, mas empregai, pelo contrário, palavras de veneração, ternas. Palavras de amor. Honrai-a, e o pensamento de procurar as homenagens de outros não aparecerá, pois não terá a ideia de ir mendigar fora a afeição que encontrará em vós. Colocai-a acima de tudo na beleza, e na sabedoria e dai-lhe testemunho disso. Introduzi-a no amor de Deus e a vossa casa transbordará de bens.

A tua mulher terá bens pessoais e dirá: ‘Quando comprei isto não gastei nada do que te pertence, gastei só dos meus próprios recursos’. O quê? Depois do casamento, já não sois dois! Sois um só e pensais que há ainda duas propriedades distintas? É lamentável! Depois do casamento não formais senão um só ser, uma só vida. Por que dizeis: o teu, o meu? Esta palavra abominável e degradante é uma invenção diabólica. O criador fez um bem comum de coisas seguramente necessárias. Ninguém pode dizer: o meu sol, a minha luz, a minha água. E vós dizeis: os meus bens? Eis um vício que é preciso combater acima de tudo. Mas é preciso fazê-lo com muita delicadeza.

Queres que a tua mulher seja submissa como a Igreja o é a Cristo? Tem para com ela a solicitude de Cristo pela sua Igreja. Em rigor, pode dominar-se um servo pelo medo. Mas a companheira da tua vida, a mãe dos teus filhos, a causa da tua felicidade e da tua alegria, não a podes encadear pelo medo e pelas ameaças. Deves prendê-la pelo amor e pela delicadeza. Que união pode existir quando a mulher treme diante do seu marido? Que alegria pode ter o marido quando trata a mulher como uma escrava? Mesmo se sofreste um pouco por ela, não lhe atires isso à cara. Cristo fez muito mais pela sua Igreja.

Mostra-lhe a felicidade que tens em viver na sua companhia e que preferes a vida de casa à da cidade. Ela ocupa um lugar antes dos amigos e antes dos filhos que te deu: faz-lhe compreender que é por causa dela que tu os amas. Quando ela fizer qualquer coisa de bem, felicita-a, e admira o seu talento. Se faz qualquer tolice, não a censures por isso. Fazei a vossa oração em comum. Aprendei a nada temer neste mundo, senão a ofensa a Deus. Se um homem se casa com este espírito, então o matrimónio está muito próximo da perfeição”.

adaptado de: ChurchPop

quinta-feira, 20 de julho de 2017

O caso dos "abusos" no coro dirigido pelo irmão do Papa Bento XVI

Chegou aos meios de comunicação social mais uma notícia “bombástica”. Ao longo deste texto procurarei demonstrar como é que tudo foi bem montado para, mais uma vez, fazer passar a ideia (falsa) que o Papa Bento XVI esteve, de alguma maneira, relacionado com casos de pedofilia.

O advogado alemão Ulrich Weber apresentou um relatório no qual defende que 547 rapazes (não se sabe de que idades), terão sofrido agressões físicas e, alguns deles, também sexuais, entre os anos 1945 e 1992. Segundo esse advogado, escolhido pela igreja alemã como independente para conduzir esta investigação, terão existido 500 casos de agressão física e 67 de abusos sexuais. Tudo se terá passado no coro Domspatzen, em Ratisbona, e na escola que lhe estava adjunta. 

O nome Ratzinger

O nome Ratzinger tem muita força, tal o ódio que os meios de comunicação social sempre tiveram para com o Papa Bento, que começou muito antes de ser Papa. Esta notícia consegue o feito de envolver o nome Ratzinger e “pedofilia” no mesmo texto, o que vale muitos pontos para qualquer jornalista dos nossos tempos. Mas o Papa Bento fez alguma coisa? Não. O seu nome aparece por causa do seu irmão, o Padre Georg Ratzinger, que dirigiu o coro de 1964 a 1994. Há provas que Georg Ratzinger tenha estado envolvido em qualquer abuso? Não, mas é irmão do Papa Bento por isso deve ser culpado. E o Papa Bento também é culpado da culpa que o irmão tem por ser seu irmão. Conclusão: Ratzinger é “pedófilo”! Algumas notícias apresentam a fotografia do Papa Bento, em 2006, com o coro de Ratisbona, para ficar bem claro que a culpa é dele.

O título da notícia

Na esmagadora maioria dos casos, o título apresenta o termo “abusos”, associado a um sacerdote, Georg Raztinger, ou a um Papa Joseph Ratzinger. Quando se diz que 550 crianças sofreram abusos as pessoas imaginam  imediatamente 550 crianças a serem violadas por sacerdotes, que é algo completamente escabroso. Mas na realidade a grande maioria dos actos foram de violência física e não de abusos sexuais. Mas explicar que a grande maioria dos actos foram de violência física não ajuda a cimentar a ideia de que todos os padres são pedófilos; ideia que tem sido espalhado com sucesso pelos ‘media’ e pela indústria cinematográfica. Usando a palavra “abusos” e sabendo que a grande parte das pessoas nunca vai ler o texto mas simplesmente o título, fica mais uma vez confirmado que a Igreja é uma cambada de pedófilos.

Violência física

Grande parte das 500 agressões físicas referem-se a bofetadas, ou castigo semelhante. Hoje em dia dar uma bofetada a um aluno dá direito a uma campanha difamatória nas redes sociais, ameaças físicas por parte dos familiares do estudante e talvez até dê direito a prisão. Mas entre 1945 e 1992 não era assim. As bofetadas eram bastante frequentes para os mal-comportados, tanto em casa como na escola. Não vou entrar nessa discussão, mas serve isto para explicar o contexto em que tudo terá acontecido.

Terão existido também agressões mais graves, mas não se sabe concretamente quais nem em que circunstâncias. Algumas das testemunhas falam de “clima de terror” no colégio interno, mas teríamos de ter acesso ao relatório para perceber ao que se referiam concretamente.

Abusos sexuais

A maioria dos abusos sexuais terão ocorrido nos anos 60 e 70, as décadas do “amor livre”. Muitas pessoas deixaram-se levar por essa ideia utópica de que seria bom satisfazer todos os desejos e ceder a todas as tentações, e foram cometidos actos monstruosos, especialmente no campo da moral sexual. Os sacerdotes não foram excepção. Muitos deixaram a sua condição sacerdotal para ir gozar os prazeres da carne. Alguns continuaram como sacerdotes mas aproveitaram a sua condição para abusar de menores, quase sempre rapazes adolescentes. Cada abuso destes foi um acto hediondo, uma ofensa gravíssima a Deus e uma traição a essas pessoas que em vez de terem diante de si um Pai passaram a ter um predador. 

Neste caso de Ratisbona terão existido 67 casos de abuso sexual. Todos são de uma grande gravidade, mas há actos mais graves do que outros, por exemplo um abuso com palavras é menos grave do que uma violação. No relatório talvez estejam discriminados, mas nas notícias não apareceram esses dados. 

Quem agrediu e quem abusou?

O relatório acusa 49 pessoas, das quais 40 por agressões físicas e 9 por abusos sexuais. As notícias falam de “49 membros da Igreja acusados”. A expressão “membros da Igreja” é dúbia e faz com que as pessoas pensem em sacerdotes. Mas foram acusados sacerdotes e também professores. Aliás, uma das vítimas de abusos sexuais diz que foi o professor que o obrigou a ver filmes pornográficos, e não refere qualquer sacerdote. Seria importante saber quantos dos 9 acusados de abusos sexuais eram sacerdotes e quantos leigos. É verdade que era uma instituição católica, por isso a responsabilidade é sempre da Igreja, mas não é a mesma coisa quem um abuso sexual seja feito por um sacerdote ou um leigo.  

Julgamento

Não existirá julgamento porque os crimes estão todos prescritos. As agressões e abusos tiveram lugar há largas décadas, por isso não é possível conduzir um processo em tribunal. No entanto a Igreja alemã, consciente da sua responsabilidade, patrocinou esta investigação e vai pagar voluntariamente entre 5 mil e 20 mil euros a cada uma das vítimas.

'Timing'

O momento em que este relatório se tornou público é curioso, pois foi exactamente quando todos falavam sobre a mensagem enviada pelo Papa Bento para ser lida nas exéquias do Cardeal Meisner. Nessa mensagem, o Papa Bento elogiou o Cardeal Meisner, um dos 4 Cardeais dos Dubia, dizendo: “aquilo que mais me impressionou foi que, no período final da sua vida, aprendeu a deixar-se estar e a viver cada vez mais na crença de que o Senhor não abandona a sua Igreja, mesmo quando a barca está tão inundada que quase se afunda.”

João Silveira

D. Athanasius Schneider na Loca do Anjo

D. Athanasius Schneider passou um longo tempo em oração na Loca do Anjo. A Loca do Anjo, também conhecida por Loca do Cabeço, foi o local onde os Pastorinhos de Fátima tiveram a primeira e terceira aparições do Anjo. Foi nesse local que o Anjo alertou os Pastorinhos para os ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que o Santíssimo Sacramento é tratado pelos homens ingratos. 

D. Athanasius é um dos maiores defensores da comunhão de joelhos e na boca. Já escreveu vários livros nos quais demonstra que a comunhão na mão, tal como acontece hoje em dia nas nossas igrejas, nunca existiu na Igreja Católica e foi introduzida por protestantes, que não acreditam na Presença Real de Nosso Senhor na Eucaristia. A comunhão na mão diminui a reverência e aumenta exponencialmente a possibilidade de roubos de Hóstias e queda de fragmentos no chão, que são graves ofensas a Deus.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Entrevista a D. Athanasius Schneider em Portugal

A vaticanista Aura Miguel, da Rádio Renascença, conduziu uma entrevista bastante completa a D. Athanasius Schneider. Vale a pena ouvir do princípio ao fim.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Mensagem de Bento XVI aquando do funeral do Cardeal Meisner

Apresentamos aqui a mensagem de Bento XVI, lida pelo seu secretário, o Arcebispo Georg Gänswein, aquando do funeral do Cardeal Meisner, um dos autores dos dubia.
Neste momento, em que a Igreja de Colónia e os fiéis mais distantes se despedem do Cardeal Joachim Meisner, estou junto deles no meu coração e nos meus pensamentos e tenho a satisfação de atender ao desejo do Cardeal Woelki e dirigir-lhes umas palavras de reflexão.

Quando, na quarta-feira passada, fui informado, por telefone, da morte do Cardeal Meisner, a princípio, não consegui acreditar. Tinhamos conversado no dia anterior. Pela maneira de falar, ele estava grato por agora estar a descansar, depois de ter participado, no domingo anterior (25 de junho), na beatificação do bispo Teofilius Maturlionis, em Vilnius. O seu amor pelas Igrejas vizinhas do Oriente, que sofreram perseguição sob o Comunismo, bem como a gratidão pela resistência no sofrimento durante esse tempo deixaram uma marca indelével no Cardeal. Portanto, certamente não foi por acaso que a última visita da sua vida foi a um confessor da fé.O que me tocou particularmente nas últimas conversas com o Cardeal, agora de volta à casa do Pai, foi a sua alegria natural, a sua paz interior e a tranquilidade que havia encontrado. Sabemos que foi difícil para ele, um apaixonado pastor de almas, deixar o seu cargo, e isso no preciso momento em que a Igreja tinha uma necessidade urgente de pastores que se opusessem à ditadura do zeitgeist, totalmente decididos a agir e pensar da perspectiva da fé. No entanto, aquilo que mais me impressionou foi que, no período final da sua vida, aprendeu a deixar-se estar e a viver cada vez mais na crença de que o Senhor não abandona a sua Igreja, mesmo quando a barca está tão inundada que quase se afunda.

Havia duas coisas que neste período final lhe permitiam ficar cada vez mais feliz e tranquilo:

– A primeira foi aquilo que ele muitas vezes me contava que o enchia de profunda alegria, que era experimentar, no Sacramento da Penitência, como os mais jovens, acima de tudo os jovens rapazes, passaram a experimentar a misericórdia do perdão, o dom de, em efeito, descobrir a vida que só Deus pode lhes dar.

– A segunda, que sempre o comovia e deixava feliz, foi o aumento perceptível da adoração Eucarística. Para ele esse foi o tema central das Jornadas Mundiais da Juventude em Colónia – o facto de que havia Adoração, um silêncio, em que o Senhor sozinho fala aos corações. Algumas autoridades pastorais e litúrgicas consideravam que não seria possível conseguir esse silêncio na contemplação do Senhor com um número tão grande de pessoas. Alguns também pensavam que a adoração Eucarística, como tal, tinha sido ultrapassada, porque o Senhor queria ser recebido no pão Eucarístico, em vez de ser contemplado. No entanto, o facto de que uma pessoa não pode comer desse pão apenas como duma espécie de alimento, e que “receber” o Senhor no Sacramento Eucarístico inclui todas as dimensões da nossa existência – receber tem que ser adoração, algo que entretanto tornou-se cada vez mais claro. Assim, o período de adoração Eucarística nas Jornadas Mundiais da Juventude de Colónia tornou-se um evento interior que permanece inesquecível, e não apenas ao Cardeal. Posteriormente, esse momento esteve sempre presente no seu coração e deu-lhe grandes luzes.

Quando, na sua última manhã, o cardeal Meisner não apareceu para a missa, foi encontrado morto no seu quarto. O breviário havia escorregado das suas mãos. Morreu enquanto rezava, com o rosto no Senhor, em diálogo com Deus. A arte de partir, que lhe ali foi dada, demonstrava novamente como ele viveu: com o rosto em Deus e em diálogo com Ele. Assim, podemos confiar sua alma à bondade de Deus. Senhor, agradecemos o testemunho deste Vosso servo, Joachim. Deixai-o agora interceder pela Igreja de Colónia e pelo mundo inteiro! Requiescat in pace!

segunda-feira, 17 de julho de 2017

É errado usar bikini? -- Jason e Crystalina Evert explicam

Estudantes rapazes na Universidade de Princeton fizeram recentemente uns estudos sobre como o cérebro do homem reage ao ver pessoas a usar diferentes quantidades de roupas. Os sujeitos do teste foram colocados num scanner cerebral e durante uma fracção de segundo viram fotografias de mulheres em bikinis, assim como homens e mulheres vestidos de uma forma modesta.

Quando os jovens rapazes viram as mulheres seminuas, a parte do seu cérebro associada com ferramentas acendeu. Apesar de algumas das imagens serem mostradas por apenas duas décimas de segundo, as fotografias mais fáceis de lembrar foram as mulheres de biquíni cujas cabeças foram cortadas das fotos!

O objectivo da investigação, de acordo com Susan Fiske, uma professora de psicologia na Universidade de Princeton, era examinar as maneiras pelas quais as pessoas viam outras como um meio para atingir um fim. Os resultados da investigação foram apresentados no encontro anual da American Association for the Advancement of Science (Associação Americana para o Avanço da Ciência), em Chicago.

Os investigadores também descobriram que quando alguns dos homens viam mulheres seminuas, o seu córtex mediano pré-frontal era desactivado. Esta é a região do cérebro associada com a análise aos pensamentos de uma pessoa, as suas intenções e os seus sentimentos. Fiske lembrou, "é como se estivessem a reagir a estas mulheres como se não fossem totalmente humanas." Ela acrescentou, "É um estudo preliminar mas consistente com a ideia de que estão a responder a estas fotografias como se estivessem a responder a objectos em vez de pessoas."

Ela considerou esta descoberta chocante, porque "a falta de activação desta área de cognição social é verdadeiramente estranha, porque raramente acontece." Os investigadores testemunharam antes tal ausência deshumanizadora de actividade cerebral apenas uma vez, durante um estudo onde as pessoas observaram imagens de drogados e sem-abrigo.

Outro estudo feito em estudantes de licenciatura de Princeton descobriu que quando os homens vêem imagens de mulheres em biquíni associam as mulheres a verbos na primeira pessoa, tais como eu "empurro", "uso" e "agarro". Quando vêem imanges de mulheres vestidades de forma modesta, associam as imagens a verbos na terceira pessoa, tais como ela "empurra", "usa" e "agarra". Por outras palavras, as mulheres vestidas eram vistas como estando em controlo das suas próprias acções, enquanto que as mais despidas eram para ser controladas por outrem.

Apesar dos cientistas terem ficado surpreendidos com estas descobertas, não são assim tão chocantes para quem sabe as origens do bikini. O seu inventor foi um francês chamado Louis Reard, que pegou no lingerie da sua mãe para fazer negócio. Quando criou o seu fato de banho de duas peças em 1946, teve que contratar uma stripper para o apresentar, porque nenhuma modelo quis usá-lo na passadeira! Afinal de conta, que tipo de mulher quereria usar a sua roupa interior em público, só porque se tornou à prova de água? Há meio século, estas modelos francesas tinham como óbvio aquilo que surpreendeu os cientistas de Princeton.

A Dra. Alice Von Hildebrand disse uma vez que " se as raparigas conhecessem o grande mistério de lhes foi confiado, a sua pureza estaria garantida. A própria reverência que iam ter em relação aos seus corpos seria inevitavelmente ser percebida pelo outro sexo. Os homens são talentosos ao ler a linguagem corporal das mulheres e não querem arriscar ser humilhados quando a recusa é certa. Vendo a modéstia das mulheres, percebiam a deixa e, em troca, aproximavam-se do sexo feminino com reverência."

Tal como os bikinis fazem os cérebros dos homens passar por cima das intenções e pensamentos de uma mulher, a modéstia faz exactamente o contrário. Convida os homens a considerar o quanto uma mulher tem para oferecer. Se os bikinis tornam a mulher em objecto, a modéstia dá-lhes personalidade. Portanto, as mulheres que querem ser levadas a sério pelos homens deviam reconsiderar o poder da modéstia. O seu propósito não é esconder o corpo da mulher porque é mau. Antes pelo contrário! Uma mulher modesta não se está a esconder dos homens. Está a revelar-lhes a sua dignidade.

Nada na terra se assemelha à beleza da mulher. Por esta razão, tem que se fazer esta pergunta às mulheres, "Como é que vais usar a tua beleza?". O Papa João Paulo II disse que a dignidade e o equilíbrio da vida humana depende, em cada momento da história e em cada lugar, de quem o homem vai ser para a mulher e de quem a mulher vai ser para o homem. Portanto, quem é que vão ser para os homens?

Se as mulheres se tornaram objectos nas mentes de muitos homens, o que é que pode ser feito para restaurar os corações e as mentes de ambos? Se o mundo quiser ver um reaparecimento de valores, modéstia e cavalheirismo, vai precisar tanto dos homens como das mulheres para pegar no que está nos seus corações e examinar quem é que se tornaram um para o outro.

Jason & Crystalina Evert in ChastityProject.com

Nota Senza Pagare: Podem a ler a notícia sobre o artigo de Princeton em vários sites. A CNN, por exemplo, diz :"It may seem obvious that men perceive women in sexy bathing suits as objects, but now there's science to back it up."

D. Athanasius Schneider celebra Missa Tradicional no Santuário de Fátima

D. Athanasius Schneider celebrou Missa Tradicional na Basílica da Santíssima Trindade, no Santuário de Fátima. Acorreram mais de 150 pessoas, portuguesas e não só. Vários sacerdotes e religiosos assistiram à Missa, com bastante piedade, assim como os demais fiéis. Apresentamos aqui algumas fotografias da Santa Missa. A celebração do centenário da aparição de Julho da Virgem Santíssima foi marcada pela presença dos bispos da antiga URSS. Rezemos, então, pela conversão da Rússia, prometida por Nossa Senhora há 100 anos na Cova da Iria.



   
    


  
   

   
   

Reportagem Senza Pagare

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Meditação do Cardeal Ratzinger sobre a importância do futebol

Há 1 ano, para surpresa de muitos, Portugal vencia o Campeonato Europeu de Futebol. Para comemorar este belo feito apresentamos uma reflexão sobre futebol feita pelo insuspeito Cardeal Ratzinger, em 1985.

Regularmente a cada quatro anos, o Campeonato do Mundo de Futebol demonstra ser um evento que atrai centenas de milhões de pessoas. Nenhum outro evento no mundo consegue ter um efeito tão grande, o que demonstra que este evento desportivo toca algum elemento primordial da Humanidade, e há que se perguntar sobre o que se fundamenta todo esse poder de um jogo. O pessimista vai dizer que é como na Roma Antiga.

A palavra de ordem da multidão era: panem et circenses, pão e circo. O pão e o jogo seriam, então, o conteúdo vital de uma sociedade decadente que não tem outros objectivos mais elevados. Mas, mesmo se fosse para aceitar essa explicação, ela não seria absolutamente suficiente. Deveríamos perguntar mais uma vez: no que reside o fascínio de um jogo que assume a mesma importância do pão? Poderíamos responder, mais uma vez fazendo referência a Roma Antiga, que a demanda por pão e  jogo era na verdade uma expressão do desejo por uma vida paradisíaca, uma vida de saciedade sem preocupações e liberdade desmedida. 

Porque é isto que se entende em última análise com o jogo: uma actividade totalmente livre, sem propósito e sem limitações, ao mesmo tempo que envolve e ocupa todas as forças do homem. Neste sentido, o jogo seria uma espécie de tentativa de retorno ao paraíso perdido: a fuga da seriedade escravizante da vida quotidiana e da necessidade de se ganhar o pão, para viver a livre seriedade de tudo que não é obrigatório e, portanto, belo.

Assim, o jogo vai muito além da vida quotidiana. Mas, sobretudo nas crianças, tem também o carácter de um exercício para a vida. Ele simboliza a própria vida, e a antecipa, por assim dizer, de um modo livremente estruturado. Parece-me que o fascínio pelo futebol está essencialmente no facto de que ele relaciona esses dois aspectos de uma forma muito convincente.

Ele força o homem a impor-se uma disciplina de modo a obter, mediante o treino, um controle sobre si próprio; com o auto-controle, a superioridade e com a superioridade, a liberdade. Além do mais, ensina-lhe uma harmonia disciplinada: como um jogo de equipa obriga a inserção do indivíduo na equipa. Une os jogadores em torno de um objectivo comum; o sucesso e o fracasso de cada um está directamente ligado ao sucesso e o fracasso do todo.

Além disso, ensina uma leal rivalidade, onde a regra comum que se impõe é o elemento que liga e une na oposição. Por fim, a liberdade do jogo, se este se desenvolve correctamente, anula a seriedade da rivalidade. Ao assisti-lo os homens se identificam com o jogo e com os jogadores, e participam de modo pessoal na harmonia e na rivalidade, na seriedade e  na liberdade: os jogadores tornam-se um símbolo da própria vida; que por sua vez tem um impacto sobre os demais. Eles sabem que os demais homens se representam neles e sentem-se confirmados. Claro que tudo isso pode ser contaminado por um espírito comercial, submetido à seriedade sombria do dinheiro, que converte o jogo numa indústria e cria um mundo fictício de proporções assustadoras.

Mas, nem mesmo este mundo fictício poderia existir sem o aspecto positivo que é a base do jogo: o exercício para a vida e a superação da vida em direcção ao paraíso perdido. Em ambos os casos, trata-se da busca por uma disciplina da liberdade; de exercitar em si próprio a harmonia, a rivalidade e o acordo na obediência à regra.

Talvez ao reflectirmos sobre essas coisas poderemos novamente aprender com o jogo uma lição de vida, porque nele está evidente algo fundamental: o homem não vive só de pão, o mundo do pão é apenas o prelúdio da verdadeira Humanidade no mundo da liberdade. A liberdade por sua vez nutre-se da regra, da disciplina, que ensina a harmonia e a rivalidade leal, a independência do sucesso exterior e da arbitrariedade, e torna-se assim realmente livre. O jogo, uma vida. Se formos mais fundo, o fenómeno de um mundo apaixonado por futebol pode-nos dar muito mais do que apenas um pouco de diversão.

in 'Il Tempo' com tradução de Gercione Lima (Fratres in Unum)

domingo, 9 de julho de 2017

Santa Sé confirma que as Hóstias têm de ter glúten para a Missa ser válida

A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos emitiu um documento no qual faz algumas correcções e alguns esclarecimentos sobre o pão e vinho que devem ser usados na Santa Missa. 

As correcções foram feitas em relação às espécies adulteradas; por exemplo pão que contém fruta ou açúcar, que não pode ser usado na Missa. 

Um dos esclarecimentos foi que o pão sem glúten não constitui matéria válida para a Eucaristia. As hóstias devem ter uma quantidade, mesmo que reduzida, de glúten para que se dê a transubstanciação e o pão passe a ser o Corpo de Cristo. Publicamos aqui alguns pontos do documento em causa:

3. a) “O pão que se utiliza no santo Sacrifício da Eucaristia deve ser ázimo, unicamente feito de trigo, confeccionado recentemente, para que não haja nenhum perigo de que se estrague por ultrapassar o prazo de validade. Por conseguinte, não pode constituir matéria válida, para a realização do Sacrifício e do Sacramento eucarístico, o pão elaborado com outras substâncias, embora sejam cereais, nem mesmo levando a mistura de uma substância diversa do trigo, em tal quantidade que, de acordo com a classificação comum, não se pode chamar pão de trigo. É um abuso grave introduzir, na fabricação do pão para a Eucaristia, outras substâncias como frutas, açúcar ou mel. Pressupõe-se que as hóstias são confeccionadas por pessoas que, não só se distinguem pela sua honestidade, mas que, além disso, sejam peritas na sua confecção e disponham dos instrumentos adequados”.

b) “O vinho que se utiliza na celebração do santo Sacrifício eucarístico deve ser natural, do fruto da videira, puro e dentro da validade, sem mistura de substâncias estranhas… Tenha-se diligente cuidado para que o vinho destinado à Eucaristia se conserve em perfeito estado de validade e não se avinagre. Está totalmente proibido utilizar um vinho de quem se tem dúvida quanto ao seu caráter genuíno ou à sua procedência, pois a Igreja exige certeza sobre as condições necessárias para a validade dos sacramentos. Não se deve admitir sob nenhum pretexto outras bebidas de qualquer género, pois não constituem matéria válida”.

4. a) “As hóstias completamente sem glúten são matéria inválida para a eucaristia. São matéria válida as hóstias parcialmentedesprovidas de glúten, de modo que nelas esteja presente uma quantidade de glúten suficiente para obter a panificação, sem acréscimo de substâncias estranhas e sem recorrer a procedimentos tais que desnaturem o pão”.

b) “Mosto, isto é, o sumo de uva, quer fresco quer conservado, de modo a interromper a fermentação mediante métodos que não lhe alterem a natureza (p. ex., o congelamento), é matéria válida para a eucaristia”.

c) “Os Ordinários têm competência para conceder a licença de usar pão com baixo teor de glúten ou mosto como matéria da Eucaristia em favor de um fiel ou de um sacerdote. A licença pode ser outorgada habitualmente, até que dure a situação que motivou a concessão”.

O documento pode ser lido aqui na totalidade: Carta-circular aos Bispos sobre o pão e o vinho para a Eucaristia

sábado, 8 de julho de 2017

Discurso de Donald Trump em Varsóvia: "Nós queremos Deus."

O Presidente Donald Trump esteve na Polónia, em Varsóvia, no dia 6 de Julho para reuniões bilaterais e antes de partir para Hamburgo para as reuniões do G20 proferiu um discurso sobre o que une a Europa, a Polónia em concreto, e os EUA. Apresentamos aqui um excerto desse belo discurso.
As nações da Europa nunca esqueceram. Somos a mais rápida e maior comunidade. Não há nada como a nossa comunidade de nações. O mundo nunca conheceu nada como a nossa comunidade de nações. Nós escrevemos sinfonias. Procuramos inovação. Celebramos os nossos antigos heróis, abraçamos as nossas tradições e costumes intemporais, e procuramos sempre explorar e descobrir novas fronteiras. Nós recompensamos o brilho. Nós lutamos pela excelência, e estimamos obras de arte inspiradoras que honram Deus.

[...] Nós damos poder às mulheres como pilares da nossa sociedade e do nosso sucesso. Pomos a fé e a família, não o governo e a burocracia, no centro das nossas vidas. E debatemos tudo. Desafiamos tudo. Procuramos saber tudo para que possamos conhecer-nos melhor. E acima de tudo, nós valorizamos a dignidade de toda a vida humana, protegemos os direitos de todas as pessoas, e partilhamos a esperança de todas as almas para viver em liberdade.

Isto é quem somos. Isto são os laços preciosos que nos unem como nações, como aliados, e como civilização. O que temos, o que herdamos dos nossos antepassados nunca existiu nesta extensão anteriormente. E se nós falharmos em preservá-lo, nunca mais tornará a existir. Portanto não podemos falhar.

[...] E quando chegou o dia, a 2 de Junho de 1979, um milhão de polacos reuniu-se à volta da Victory Square para a sua primeira Missa com o seu Papa polaco, nesse dia, todos os comunistas em Varsóvia souberam que o seu sistema opressivo depressa cairia. Eles souberam-no no exacto momento durante o sermão do Papa João Paulo II em que um milhão de homens, mulheres, e crianças polacas subitamente elevaram as suas vozes em oração uníssona. Aquele milhão de polacos não pediu riqueza. Eles não pediram privilégio. Em vez disso, um milhão de polacos cantou três simples palavras: "Nós queremos Deus."

Naquelas palavras, os polacos relembraram a promessa de um futuro melhor. Encontraram nova coragem para enfrentar os seus opressores, e encontraram as palavras para declarar que a Polónia seria Polónia de novo. Estando hoje aqui perante esta multidão incrível, esta nação fiel, podemos ainda ouvir aquelas vozes que ecoaram pela história. A sua mensagem é tão verdadeira hoje como sempre. O povo da Polónia, o povo da América, e o povo da Europa ainda grita "Nós queremos Deus."

Junto com o Papa João Paulo II, os polacos reafirmaram a sua identidade como uma nação devota a Deus. E com aquela declaração poderosa de quem sois, viestes a perceber o que fazer e como viver.

A nossa própria luta pelo Ocidente não começa no campo de batalha - começa nas nossas mentes, nas nossas vontades, e nas nossas almas. Hoje, os laços que unem a nossa civilização não são menos vitais, e não exigem menos defesa, que o mero pedaço de terra no qual a esperança da Polónia em tempos esteve posta. A nossa liberdade, a nossa civilização, e a nossa sobrevivência dependem destes laços de história, de cultura, e de memória.

E hoje como sempre, a Polónia está no nosso coração, e o seu povo está nessa luta. Tal como a Polónia não pode ser quebrada, eu declaro hoje para o mundo ouvir que o Ocidente nunca, mas nunca, será quebrado. Os nossos valores prevalecerão. O nosso povo prosperará. A nossa civilização triunfará.

Portanto, juntos, lutemos como os polacos - pela família, pela liberdade, pela nação, e por Deus.

Tradução Senza Pagare