Estamos habituados a que os nossos amados Bispos se pronunciem contra o aquecimento global, contra o desemprego, contra a pobreza, contra a crise económica, contra a banca, contra os empresários e em relação a todo o mainstream das causas sociais, mas muito dificilmente ouvimos qualquer mensagem sobre a glória que deve ser dada a Deus e a importância da salvação das almas, que afinal de contas são as duas missões primeiras da Igreja Católica.
Não que as causas sociais não sejam importantes, mas de vez em quando fazia-nos bem que os nossos amados Bispos nos ensinassem também a importância da saúde da alma (confissão regular), a vida de oração (diária e a obrigação da Missa Dominical), vida de penitência (que Nossa Senhora pediu em Fátima há 100 anos), entre outras coisas com que os Bispos se ocuparam a falar aos fiéis ao longo dos séculos.
Parêntesis para referir uma honrosa excepção de seu nome D. Nuno Brás, que se pronuncia sobre vários temas que os outros Bispos calam. Não nos esquecemos que D. Nuno foi o único Bispo português a denunciar a viagem da freira "contemplativa" Teresa Forcades a Portugal para apresentar o seu livro 'A Teologia Feminista na História', que conta com o prefácio do Pe. Tolentino Mendonça. Convém mencionar que a Irmã Forcades defende publicamente o aborto, o "casamento" entre pessoas do mesmo sexo, o sacerdócio feminino entre outras ideias incompatíveis com a doutrina da Igreja.
Voltando ao tema, quem ousou afrontar o tema da Liturgia foi D. Manuel Linda, Bispo das Forças Armadas. O texto encontra-se na revista da inevitável Agência Ecclesia (que se deu ao luxo de usar uma fotografia nossa sem permissão) e refere-se do seguinte modo à Missa Tradicional celebrada pelo Cardeal Burke no Santuário de Fátima:
"(...)uma notória involução, a um evidente revanchismo, a um comovedor conservadorismo que está a grassar por determinadas franjas da Igreja e cuja expressão mais patética aconteceu, há dias, onde seria mais imprevisível.
Latins e latinórios, rendinhas e rendilhados, vénias e salamaleques, por si sós, nem aquecem nem arrefecem. Mas a celebração a que me reporto terá feito mais mal à Igreja do que muitas conjuras subterrâneas ou certas orquestrações noticiosas.
É que, enquanto nós os que nos esforçamos por caminhar «com Pedro e sob Pedro», falamos em «descer» ao nível dos fiéis, em Igreja como hospital de campanha, lama agarrada aos sapatos para percorrer os caminhos do mundo, cheiro das ovelhas, princípio da misericórdia, casa do acolhimento e do lava-pés…, andam por aí uns pavões de cauda armada que, invocando a mesma Igreja, só conhecem a linguagem dos gestos barrocos e bacocos, os rituais mais esotéricos e uma indumentária de circo composta por capas magnas estapafúrdias, caudatários e vimpas, cáligas e alamares, luvas e chirotecoes, ouro e diamantes. Tudo para maior honra e glória… deles. Que não de Nosso Senhor Jesus Cristo."
Se alguém considerar que esta forma de um Bispo falar de um Cardeal é incorrecta pode enviar um email para a Nunciatura Apostólica: nuntius@nunciatura.pt .
Se alguém considerar que esta forma de um Bispo falar de um Cardeal é incorrecta pode enviar um email para a Nunciatura Apostólica: nuntius@nunciatura.pt .
"Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver Caridade, sou como um bronze que soa ou um címbalo que retine." 1Cor 13,1
ResponderEliminarQue tristes palavras de um Bispo, se acha que deve criticar que o faça com justiça não pelas aparências.
Fala em respeito pela Igreja mas apenas escarnece de algo que faz parte da própria Igreja.
Pena não se terem lembrado de caminhar «com Pedro e sob Pedro» quando lhes pediram para dizer «por muitos» em vez de «por todos» de forma a serem fieís às palavras do Evangelho.
Da glória devida a Deus realmente parece não se lembrarem.
Do Papa São João XXIII na abertura do Concílio Vaticano II:
"Por esta razão, a Igreja não assistiu indiferente ao admirável progresso das descobertas do gênero humano, e não lhes negou o justo apreço, mas, seguindo estes progressos, não deixa de avisar os homens para que, bem acima das coisas sensíveis, elevem os olhares para Deus, fonte de toda a sabedoria e beleza; e eles, aos quais foi dito: « Submetei a terra e dominai-a » (Gn 1, 28), não esqueçam o mandamento gravíssimo: « Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás » (Mt 4, 10; Lc 4, 8), para que não suceda que a fascinação efêmera das coisas visíveis impeça o verdadeiro progresso."
http://w2.vatican.va/content/john-xxiii/pt/speeches/1962/documents/hf_j-xxiii_spe_19621011_opening-council.html
Até gostava de conhecer a opinião de D. Manuel Linda acerca dos eventuais benefícios espirituais destas celebrações encomendadas pelo Santuário durante o centenário das aparições:
ResponderEliminarhttps://youtu.be/0XDEypx_tgM
https://youtu.be/Dg5GIgR6hio
E já agora, como dever ter alguns contactos, quanto custaram ao Santuário?
É assombroso ver D. Manuel Linda, espezinhar de forma tão vil a liturgia da Santa Missa de Sempre. Essa Igreja da qual ele diz que “só conhecem a linguagem dos gestos barrocos, de rituais esotéricos(sic) e uma indumentária de circo composta por capas estapafúrdias e vimpas”, fui fundada por Jesus Cristo e durou mais de dois mil anos...
ResponderEliminarE a igreja de D. Manuel et caterva pisoteou formas litúrgicas sagradas, desprezou princípios milenares, rejeitou itens de Concílios históricos como os de Trento e Vaticano I, e, pretende transformar a igreja mais propriamente numa instituição de defesa dos miseráveis, do meio ambiente, etc. (causas sem duvida alguma, dignas de todo apoio). Mas, onde está a preocupação com a formação das almas? Onde está a preocupação de louvar a Deus com dignidade e sacralidade?...
Alguém me sabe dizer qual a diferença entre os promotores desta liturgia e a dos lefebrianos?
ResponderEliminarOs promotores desta liturgia estão em plena comunhão com a Igreja e o Papa.
EliminarEsta liturgia foi utilizada pela Igreja durante mais de mil anos. Chamá-la esotérica e escarnecê-la é objectivamente um sacrilégio, mas acredito que não tenha sido essa a intenção do Sr. Bispo no artigo publicado.
Os lefevrianos, além de utilizarem esta liturgia, rejeitam algumas orientações saídas do Concílio Vaticano II, p. ex. o ecumenismo entre religiões, a reforma litúrgica após o concílio (que na prática foi muito diferente da que estava expressa nos documentos do concílio: houve muitos abusos), w outros aspectos interpretados como cedências ao modernismo. As divergências têm mais a ver com a abordagem de determinados problemas, do que propriamente com questões de doutrina.
Foram excomungados porque o Sr. Bispo Lefevre ordenou 4 bispos em 1988, contra a vontade do Papa S. João Paulo II. Esta desobediência ao Papa implica automaticamente a excomunhão. Não ocorreu por celebrarem a Missa no ritual tradicional, que aliás o Papa Bento XVI já declarou ser uma forma de celebração que sempre foi e é legítima.
Corre por aí que o tema do próximo carnaval de Torres Vedras vai ser o Card. Burk. Será verdade?
ResponderEliminarPosso ter uma Fé que move montanhas, mas sem Caridade nada sou.
EliminarNão esqueça que o Cardeal Burke é um seu irmão na Fé, que também ama a Deus.
Matilde, por mim, aprovo. O melhor até seria trazer esse cardeal. Dizem que ele anda sempre aí....
ResponderEliminarEste blog é um vómito... Jesus Cristo é pelas pessoas, pela simplicidade e pela genuinidade. Esta tradição ridícula é isso mesmo:ridícula. Lembrem se de quem nasceu em palha é morreu numa cruz... Não em carnavalices dessas!
ResponderEliminarE no entanto Jesus vestia uma túnica com uma só costura (um "luxo" na época), motivo pelo qual na Crucificação os soldados não a rasgaram, mas sortearam entre eles quem ficaria com ela.
EliminarA pobreza cristã tem a ver com desprendimento e generosidade, e não com a miséria.
Está tradição pretende através de símbolos visíveis chamar a atenção e orientar o povo cristão para o Sagrado.
Pode discordar dessa abordagem, utilizada durante mais de mil anos pela Igreja e inumeráveis Santos e pecadores. Chamá-la ridícula só mostra na melhor das hipóteses uma profunda ignorância da Igreja a que pertence.
Da opinião de D. Manuel Linda, apenas recolhi a sua falta de Caridade, respeito e muita arrogância, para com tantos anos de ADORAÇÃO e Louvor a Jesus. Sim, porque nas cerimónias antigas, tinham como principal objetivo Glorificá-Lo, na pessoa dos Seus Ministros. Ora, sempre entendi que, todo o fausto exigido, era porque a Deus se deve dar o MELHOR: toda a DIGNIDADE DE UM REI E SENHOR ACIMA DE TODAS AS COISAS! Ridicularizar assim, toda esta SACRALIDADE, é no mínimo, falta de sensibilidade para as COISAS DE DEUS! A ELE TODA A HONRA E GLÓRIA!
EliminarDepois, peço que deem uma volta pela INTERNET e vejam na PALHAÇADA em que estes MODERNISTAS estão a transformar a SANTA EUCARISTIA! Será que é isso que pretendem?
Ao Bispo Manuel Linda ficava-lhe bem, mais um pouco de HUMILDADE nas palavras, e de BOM SENSO; ou será que agora virou moda o INSULTO, A VULGARIDADE E A FALTA DE RESPEITO? A Caridade vê-se em tudo.
Ainda bem que há liberdade de expressão para que se critique o ridículo da imagem deste cardeal, onde não se vislumbra a mais pequena imagem ou memória de Cristo!
ResponderEliminarO Próprio Concílio de trento excomunga que criticar as vestes sacerdotais usadas na celebração da Santa Missa
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ResponderEliminarEu também defendo a Missa Antiga, que na verdade nem se devia chamar "antiga", pois devia ser sempre actual! Tenho 40 anos e já nasci depois das mudanças do Concílio do Vaticano II e tenho tido bons conhecimentos sobre este assunto e fico bastante indignada, com a palavras do bispo D.Manuel Linda e com tanta banalização e desleixo que se vê dentro das nossas igrejas, as pessoas perderam o sentido do Sagrado e quase parece que já é tudo permitido! Por exemplo,vi,com grande escândalo, o padre da minha terra a dar a comunhão a uma mulher com as costas completamente à mostra (num fato que mais parecia de danças de salão), o ensinar às crianças a 1ª Comunhão ma mão, é do pior...Concertos nas igrejas...!Eu deixei de fazer as leituras na minha igreja, pois é uma forma de eu defender e ser fiel à Verdade , defender a Missa Antiga...e como mulher e leiga, saber pôr-me no meu lugar! Rezo para que tudo volte ao que era antigamente, na Litúrgia, pois tudo o que veio depois foi obra do Mal e temos de continuar a lutar pela devida Reverência a Nosso Senhor! Que Jesus e Maria vos abençoem.
Sr. Bispo, diz um ditado espanhol que "católico não fala mal de católico".
ResponderEliminarCabe lembrar que o Senhor Bispo é Ordinário Castrense das Armadas Portuguesas. Suponho que seja equiparado à um militar de direito, então sujeito a suas leis. Certamente o Departamento da Defesa Nacional não coaduna com o desrespeito e falta de decoro dum dos seus membros proferindo críticas ferozes aos membros de sua própria religião, ainda sendo um superior seu, um Cardeal.
ResponderEliminarConvido relatarem o ocorrido para os endereços abaixo:
Ministra da Defesa Nacional
gabinete.ministra@mdn.gov.pt
Secretário de Estado da Defesa Nacional
gabinete.sedn@mdn.gov.pt
Relações Públicas do Ministério da Defesa Nacional
dscrp@defesa.pt