O Arcebispo italiano Carlo Maria Viganò escreveu uma chocante carta de 11 páginas na qual descreve vários episódios ocorridos enquanto era Núncio Apostólico nos Estados Unidos da América, cargo que desempenhou de 2011 a 2016. Mais concretamente, Mons. Viganò abordou a questão do Cardeal McCarrick, Arcebispo emérito de Washington que abusou sexualmente de inúmeros rapazes adolescentes ao longo da sua carreira eclesiástica. O escândalo rebentou há 1 mês, e o Papa Francisco impôs ao Cardeal uma vida de oração e penitência em reclusão, e aceitou a sua renúncia do Colégio Cardinalício. Uma saída deste modo do Colégio dos Cardeais não acontecia há mais de 90 anos, desde a renúncia do Cardeal Louis Billot.
Surpreendentemente, o Arcebispo Viganò afirma que já em Junho de 2013 tinha informado o Papa Francisco dos crimes do Cardeal McCarrick mas que o Papa nada fez em relação a isso, ao contrário do Papa Bento XVI, que havia já condenado o Cardeal a uma vida de reclusão e penitência pelos pecados horríveis que cometera e pelo mal imenso que fez às vítimas e à Igreja.
Antes disso, porém, Mons. Viganò sublinha a seriedade dos acontecimentos que irá descrever, e dispõe-se a prestar testemunho público sob juramento, tendo Deus como testemunha:
«A minha consciência obriga-me a revelar factos, sobre o Papa Francisco, que vivi na primeira pessoa e que têm uma carga dramática, mas que, como Bispo, compartilhando das responsabilidades de todos os Bispos da Igreja Universal, não me posso permitir ficar em silêncio, e que aqui afirmo, disposto a confirmá-los sob juramento chamando Deus como minha testemunha.»
Passa, então, a descrever essas graves ocorrências:
Antes disso, porém, Mons. Viganò sublinha a seriedade dos acontecimentos que irá descrever, e dispõe-se a prestar testemunho público sob juramento, tendo Deus como testemunha:
«A minha consciência obriga-me a revelar factos, sobre o Papa Francisco, que vivi na primeira pessoa e que têm uma carga dramática, mas que, como Bispo, compartilhando das responsabilidades de todos os Bispos da Igreja Universal, não me posso permitir ficar em silêncio, e que aqui afirmo, disposto a confirmá-los sob juramento chamando Deus como minha testemunha.»
Passa, então, a descrever essas graves ocorrências:
«Imediatamente depois, o Papa perguntou-me em tom cativante: "O Cardeal McCarrick como é?" Eu respondi com toda franqueza e se quiser com tanta ingenuidade: "Santo Padre, não sei se conhece o Cardeal McCarrick, mas, se pedir à Congregação dos Bispos, verá que existe um grande dossier sobre ele. Ele corrompeu gerações de seminaristas e padres, e o Papa Bento XVI obrigou-o a retirar-se para uma vida de oração e penitência." O Papa não expressou de surpresa, como se já soubesse de tudo isto há algum tempo, e mudou imediatamente de assunto.»
O ex-Núncio Apostólico continua depois a acusar assertivamente o Papa Francisco de ter encoberto McCarrick:
«O Papa Francisco pediu repetidamente a total transparência na Igreja, e para que os Bispos e fiéis agissem com franqueza. Os fiéis de todo o mundo também lhe exigem que o faça de maneira exemplar. Que diga quando soube dos crimes cometidos por McCarrick, abusando da sua autoridade com seminaristas e sacerdotes. De qualquer forma, o Papa ouviu-me no dia 23 de Junho de 2013 e continuou a encobri-lo, não teve em conta as sanções que o Papa Bento XVI tinha imposto ao Cardeal McCarrick e, em vez disso, fez dele o seu fiel conselheiro junto com Maradiaga.»
Faz, de seguida, um apelo a todos os fiéis da Igreja Católica, especialmente aos Bispos:
«Imploro a todos, especialmente aos Bispos, que quebrem o silêncio para derrotar esta tão difundida cultura de cumplicidade, para informar os meios de comunicação social e as autoridades civis dos casos de abuso sexual que conhecem.»
Mons. Viganò vai ainda mais longe e pede a renúncia de todos os envolvidos no escândalo McCarrick:
«Neste momento extremamente dramático para a Igreja Universal, que o Papa Francisco reconheça os seus erros e seja coerente com o princípio da tolerância zero, seja o primeiro a dar o exemplo aos Cardeais e Bispos que cobriram os abusos de McCarrick e demitir-se juntamente com todos eles.»
A carta de Mons. Viganò pode ser lida aqui em italiano: Testimonianza di Mons. Carlo Maria Viganò
Aqui em português: Testemunho de Mons. Carlo Maria Viganò
Aqui em português: Testemunho de Mons. Carlo Maria Viganò
E aqui em inglês: Testimony by His Excellency Carlo Maria Viganò
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