A Missa do Galo é a que se celebra na Véspera de Natal, começando à meia-noite de 24 para 25 de Dezembro.
O nome “Missa do Galo” deriva da tradição segundo a qual à meia-noite do dia 24 de Dezembro um galo cantou como nunca se tinha ouvido de outro animal semelhante, anunciando a vinda do Messias, filho de Deus vivo, Jesus Cristo.
Um costume da província de Toledo, na Espanha, consistia em que, antes de baterem as 12 badaladas da meia-noite de 24 de Dezembro, cada lavrador matava um galo em memória daquele que cantou três vezes quando Pedro negou Jesus. A ave era depois levada para a Igreja a fim de ser oferecida aos pobres, que viam assim o seu Natal melhorado.
Era costume, em algumas aldeias espanholas e portuguesas, levar o galo para a igreja, a fim de que este cantasse durante a missa, significando um prenúncio de boas colheitas.
A Missa do Galo foi instituída no século V, após o Concílio de Éfeso (431 d.C.), começando a ser celebrada na basílica do monte Esquilino, erigida pelo o Papa Sisto III em honra de Nossa Senhora.
Trata-se da famosíssima Basílica de Santa Maria Maggiore. O galo foi escolhido como símbolo desta celebração porque representa vigilância, fidelidade e testemunho cristão.
Nos primeiros séculos, as vigílias festivas eram dias de jejum. Os fiéis reuniam-se na igreja e passavam a noite rezando e cantando. A igreja era toda iluminada com lâmpadas de azeite e tochas. Para iluminar a Missa havia círios e tochas junto ao altar, enquanto as paredes eram revestidas de panos e tapetes. O templo era perfumado com alecrim, rosmaninho e murta. Em alguns locais mais frios, era costume deitar palha no chão para aquecer o ambiente.
Dada a sua importância, pois anuncia o nascimento do Deus vivo – eis que o verbo se fez carne (Jo, 1, 14) –, o próprio Papa, bispo de Roma, deve conduzir a celebração pessoalmente, pois ele é sucessor de Pedro, o apóstolo que Jesus mesmo designou como primeiro dirigente da Igreja (Mt 16, 18).
Ao entrar na Igreja, a grande curiosidade era o presépio. A vigília de Natal começava com uma oração, com a leitura das Sagradas Escrituras, pregação e com um canto. Antes de o sol nascer, rezava-se a Missa do Galo ou da aurora. Seguia-se a representação de um auto de Natal, dentro da igreja. Na metade da manhã do dia 25, celebrava-se a missa da festa.
A missa de Natal começava com um cântico natalício. No momento do “Gloria in excelsis Deo”, as campainhas tocavam para assinalar o nascimento do Redentor. No fim da missa, todos iam oscular o Menino. Em algumas igrejas, o presépio estava velado até à altura do cântico.
Hoje, tradicionalmente, depois da missa, as famílias voltam para as suas casas, colocam a imagem do Menino Jesus no Presépio, realizam cânticos e orações em memória do Messias, Filho de Deus, confraternizam-se e compartilham a Ceia de Natal, com eventual distribuição de presentes.
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