Dawn Eden é uma antiga groupie (mulher que acompanha bandas musicais durante as digressões) que explica como veio a descobrir que a moralidade e a castidade fazem mais sentido do que o "amor livre".
A geração dos anos 60 pensava que tudo deveria ser livre. No entanto, alguns anos mais tarde, os hippies vendiam garrafas de água nos festivais de rock a 5 dólares cada. Mas para mim o preço do "amor livre" foi ainda maior. Sacrifiquei aqueles que deveriam ter sido os melhores anos da minha vida pela mentira sombria do amor livre. Todo o sexo que alguma vez tive - e tive mais do que a minha conta - longe de trazer o relacionamento duradouro que buscava, apenas tornou o casamento uma miragem.
Não estou sozinha nesta forma de pensar. Podem-me incluir entre as insatisfeitas filhas da revolução sexual, um grupo contra-cultural composto por mulheres que se aperceberam que o sexo casual é uma mentira e estão a preferir permanecer castas. Tenho 37 anos e como milhões de outras raparigas, nasci num mundo onde as jovens mulheres eram encorajadas a explorar a sua sexualidade. Isto era-nos apresentado como um facto feminista. Durante os anos 60, a futura editora da Cosmopolitan Helen Gurley Brown perguntou "Pode uma mulher ter sexo como um homem?" Sim, disse ela, uma vez que "tal como o homem, [a mulher] é uma criatura sexual".
A sua perspectiva iniciou o lançamento de artigos em várias revistas femininas contendo coisas como "100 novos truques sexuais". Então, a feminista amante-do-sexo Germaine Greer afirmou que "as groupies são importantes porque elas desmistificam o sexo; elas aceitam-no como algo físico e elas não são possessivas em relação às suas conquistas." Como historiadora da música pop e filha da revolução sexual, aceitei o chamamento da Germaine Greer.
Enquanto eu era ainda ignorante da ordem formal da Greer para ter relações sexuais livremente, li o livro "I’m With the Band" - escrito pela super-groupie Pamela Des Barres - invejando a sua habilidade de absorver tudo o que era desejável nos roqueiros - a sua aparência, humor, criatividade e fama - sem perder parte alguma dela mesma nas suas inúmeras escapadelas com os mesmos. Tentei imitá-la e acho que fui bem sucedida. De certa forma, o roqueiro em digressão era o meu parceiro sexual ideal . Com ele, eu poderia estabelecer intimidade passageira sem nunca ter que lidar com o [amor] genuíno (e a verdadeira rejeição que poderia ocorrer). Mesmo sabendo no meu coração que a relação nunca iria funcionar, eu sentia à mesma que havia existido uma conexão mais profunda com o meu parceiro sexual.
Faz parte da natureza do acto sexual despertar emoções profundas em nós, emoções que não são bem vindas quando se tenta manter a relação leve e descomprometida. Nós poderíamos enroscar-nos um no outro, dar risadinhas ou adormecer nos braços um do outro, mas tanto eu como ele sabíamos que era tudo teatral. Independentemente do que a Greer e a sua corja possa dizer, eu experimentei a sua filosofia - de que a mulher pode fornicar como o homem - e ela não funciona. Nós não estamos construídas dessa forma. As mulheres estão construídas para criar laços. Nós somos vasos que buscam preenchimento.
Por essa razão, por mais que nós tentemos nos convencer do contrário, o sexo vai deixar-nos com um vazio interior a menos que saibamos que somos amadas, que o acto [sexual] faz parte dum grande plano onde nós somos amadas por tudo o que somos e não apenas pelos nossos corpos. Demorei muito tempo para me aperceber disto.
A nossa cultura - tanto nos média através de programas como "Sex in the City" e nas interacções diárias - avança de um modo asfixiante a ideia de que a luxuria é uma estação a caminho do amor. Não é. Isto deixou-me com uma frágil fachada incapaz de genuína intimidade. A equivocada e hedonista filosofia força as mulheres a levar a cabo comportamentos que prejudicam ambos os sexos - mas são particularmente mais prejudiciais para as mulheres uma vez que as pressiona a subverter os seus desejos emocionais mais profundos.
As campeãs da revolução sexual são cínicas. Os seus corações de estanho sabem muito bem que sexo casual não faz a mulher feliz. Numa noite do ano passado tive um jantar com um amigo - um jornalista inglês encantador que eu poderia namorar caso ele partilhasse a minha fé (não partilhava) e se ele estivesse interessado em casar (não estava). Ele fez-me várias perguntas sobre a castidade, chegando ao ponto de sugerir que, uma vez que há já tanto tempo que eu procurava alguém, eu poderia muito bem não encontrar o homem que tanto desejava. "Isso não é bem assim" respondi eu.
As minhas hipóteses são melhores agora do que alguma vez foram uma vez que, antes de ser casta, eu procurava nos sítios errados. Só agora é que estou pronta para o casamento e tenho uma visão clara do tipo de homem que quero. Posso ter 37 anos (NT: hoje em dia tem 50 anos), mas em termos de anos de busca de marido, eu tenho 22.
Hoje em dia vivo um estilo de vida diferente. Ainda estou em contacto com os músicos mas é muito mais provável eu passar o meu tempo com coros de igreja. Sou casta. A minha decisão de resistir ao sexo casual foi mais uma vez influenciada pela minha mãe - mas não da forma que ela inicialmente esperava. Embora ela fosse judia, ela abandonou as suas crenças Nova Era em favor do Cristianismo quando eu era adolescente. Por essa altura eu não tinha planos para seguir esse caminho.
Da forma como eu via as coisas, os Cristãos pareciam-me uma massa sem cara, chata e que controlava o mundo. Foi então que, num dia de Dezembro de 1995, enquanto eu fazia uma entrevista por telefone com o líder da banda de Los Angeles (os Sugarplastic) que lhe perguntei o que ele estava a ler. Ele respondeu "The Man Who Was Thursday" por G K Chesterton. Adquiri uma cópia só por curiosidade e fiquei cativada. Passado pouco tempo eu comecei a ler tudo o que Chesterton havia escrito, começando pelo livro "Orthodoxy" - a sua tentativa em explicar o porquê de acreditar na fé Cristã.
Foi aí que me apercebi que havia algo de excitante no Cristianismo. Continuei a ler Chesterton à medida que eu dissipava o meu antigo estilo de vida até que numa noite de Outubro de 1999 tive uma experiência hipnagógica - daquelas em que não sabes se estás acordada ou a dormir. Ouvi a voz duma mulher a dizer "Algumas coisas não são supostas serem sabidas. Algumas coisas são supostas serem entendidas."
Eu ajoelhei-me, orei e entrei na Igreja Católica.
in Marxismo Cultural
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