1. O que é a Quarta-feira de Cinzas?
É o primeiro dia da Quaresma, ou seja, dos
40 dias nos quais a Igreja chama os fiéis a converter-se e a
preparar-se verdadeiramente para viver os mistérios da Paixão, Morte e
Ressurreição de Cristo durante a Semana Santa.
2. Como apareceu a tradição da imposição
das cinzas?
A tradição de impor as cinzas vem da Igreja
primitiva. Naquela época, as pessoas colocavam as cinzas na cabeça e
apresentavam-se diante da comunidade com um “hábito penitencial” para receber o
Sacramento da Reconciliação na Quinta-feira Santa.
A Quaresma adquiriu um sentido penitencial
para todos os cristãos a partir do séc.V, e a partir do século XI começou a
impor-se as cinzas no início desse tempo litúrgico.
3. Por que se impõem as cinzas?
A cinza é um símbolo. A sua função está
descrita em um importante documento da Igreja, mais precisamente no artigo 125
do Directório sobre a piedade popular e a liturgia:
“O começo dos quarenta dias de penitência,
no Rito romano, caracteriza-se pelo austero símbolo das Cinzas, que caracteriza
a Liturgia da Quarta-feira de Cinzas. Próprio dos antigos ritos nos quais os
pecadores convertidos se submetiam à penitência canónica, o gesto de cobrir-se
com cinza tem o sentido de reconhecer a própria fragilidade e mortalidade, que
precisa ser redimida pela misericórdia de Deus. Este não era um gesto puramente
exterior, a Igreja o conservou como sinal da atitude do coração penitente que
cada baptizado é chamado a assumir no itinerário quaresmal. Devem ajudar aos
fiéis, que vão receber as Cinzas, para que aprendam o significado interior que
este gesto tem, que abre a cada pessoa a conversão e ao esforço da renovação
pascal."
4. O que simbolizam as cinzas?
A palavra cinza, que provém do latim
"cinis", representa o produto da combustão de algo pelo fogo. Sempre
teve um sentido simbólico de morte, expiração, mas também de humildade e
penitência.
A cinza, como sinal de humildade, recorda
ao cristão a sua origem e o seu fim: “O Senhor Deus formou o homem do pó da
terra” (Gn 2, 7); “até que voltes à terra de onde foste tirado; porque tu és pó
e ao pó voltarás” (Gn 3, 19).
5. Onde se encontram as cinzas?
Para a cerimónia devem ser queimados os
restos dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. Estes são
benzidos com água benta e aromatizados com incenso.
6. Como se impõem as cinzas?
A imposição acontece durante a Missa,
depois da homilia. As cinzas são impostas na testa, em forma de cruz, enquanto
o ministro pronuncia as palavras bíblicas: “lembra-te, homem, que és pó e ao pó
hás-de voltar” ou “converte-te e acredita no Evangelho”.
7. A imposição das cinzas é obrigatória?
A Quarta-feira de Cinzas não é dia de
preceito e, portanto, não é obrigatória. Não obstante, nesse dia muitas pessoas
costumam participar da Santa Missa, o que sempre é recomendável.
8. Quanto tempo é necessário permanecer com
a cinza na fronte?
Quanto tempo a pessoa quiser. Não existe um
tempo determinado.
9. O jejum e a abstinência são necessários?
O jejum é obrigatório na Quarta-feira de
Cinzas e na Sexta-feira Santa, para as pessoas maiores de 18 (inclusive) e
menores de 60 anos. Fora desses limites, é opcional. Em dia de jejum, os fiéis
podem apenas tomar ter uma refeição “principal” (almoço ou jantar) e no máximo
duas refeições "menores" (que juntas não cheguem a uma refeição
principal).
A abstinência (não comer carne) é
obrigatória também na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa, para
os maiores de 14 anos (inclusive). Todas as Sextas-Feiras da Quaresma também
são também de abstinência obrigatória, não se pode comer carne. As outras Sextas-Feiras
do ano também, embora hoje em dia poucos conheçam este preceito.
adaptado de acidigital
ResponderEliminarAgora entendo melhor o pedido de Nossa Senhora em AKITA, pouco antes da Covid aparecer: "Cubram-se de cinzas e rezem o Rosário penitente--de joelhos--todos os dias!"
E pelo que vamos constatando por esse mundo afora...o que nos espera é deveras muito mau!
Que todos os de Boa Vontade oiçam e ponham em prática o Pedido de Nossa Senhora, em vez de tomarem partido, alimentando cada vez mais o ódio e a confusão entre os que, neste momento, estão a ser alvos a atingir, tantas vezes sem culpa nenhuma...
Só mesmo Deus nos pode valer!