Separar o
Estado da Igreja é um erro pernicioso
6. Que seja preciso separar o Estado da Igreja é esta uma tese
absolutamente falsa, um erro perniciosíssimo. Com efeito, baseada nesse
princípio de que o Estado não deve reconhecer nenhum culto religioso ela é, em
primeiro lugar, em alto grau injuriosa para com Deus; porquanto o Criador do
homem também é o Fundador das sociedades humanas, e conserva-as na existência
como nos sustenta nelas. Devemos-lhe, pois, não somente um culto privado, mas
um culto público e social para honrá-lo.
7. Além disto,
essa tese é a negação claríssima da ordem sobrenatural. De feito, ela limita a
acção do Estado à simples demanda da prosperidade pública durante esta vida, a
qual não passa da razão próxima das sociedades políticas; e, como que lhe sendo
estranha, de maneira alguma se ocupa da razão última delas, que é a beatitude
eterna proposta ao homem quando esta vida, tão curta, houver findado. E, no
entanto, achando-se a ordem presente das coisas, que se desenrola no tempo,
subordinada à conquista desse bem supremo e absoluto, não somente o poder civil
não deve obstar a essa conquista, mas deve ainda ajudar-nos nela.
8. Essa tese
subverte igualmente a ordem muito sabiamente estabelecida por Deus no mundo,
ordem que exige uma harmoniosa concórdia entre as duas sociedades. Essa duas
sociedades, a sociedade religiosa e a sociedade civil, têm, com efeito, os
mesmos súbditos, embora cada uma delas exerça na sua esfera própria a sua
autoridade sobre eles. Daí resulta forçosamente que haverá muitas matérias que
elas ambas deverão conhecer, como sendo da alçada de ambas. Ora, venha a
desaparecer o acordo entre o Estado e a Igreja, e dessas matérias comuns
pulularão facilmente os germes de contendas, que se tornarão agudíssimos dos
dois lados; a noção da verdade será, com isso, perturbada, e as almas ficarão
cheias de grande ansiedade.
9. Finalmente,
essa tese inflige graves danos à própria sociedade civil, pois esta não pode
prosperar nem durar muito tempo quando não se dá nela o seu lugar à religião,
regra suprema e soberana senhora quando se trata dos direitos do homem e dos
seus deveres.
Os Pontífices sempre condenaram a
separação entre a Igreja e o Estado
10. Por isto,
não têm os Pontífices romanos, segundo as circunstâncias e segundo os tempos,
cessado de refutar e de condenar a doutrina da separação entre a Igreja e o
Estado. Notadamente o Nosso ilustre Predecessor Leão XIII várias vezes e
magnificamente expôs o que, consoante a doutrina católica, deveriam ser as
relações entre as duas sociedades. Entre elas, disse ele, "cumpre
necessariamente que uma sábia união intervenha, união que se pode, não sem
justeza, comparar à que reúne no homem a alma e o corpo." (Quaedam
intercedat necesse est ordinata colligatio inter illas, quae quidem
conjunctioni non immerito comparatur, per quam anima et corpus in homine
copulantur)
E acrescenta
ainda: "As sociedades humanas não podem, sem se tornarem criminosas,
comportar-se como se Deus não existisse, ou recusar preocupar-se com a
religião, como se esta lhes fosse coisa estranha ou que de nada lhes pudesse
servir... Quanto à Igreja, que tem por autor o próprio Deus, excluí-la da vida
activa da nação, das leis, da educação da juventude, da sociedade doméstica, é
cometer um grande e pernicioso erro." (Civitates non possunt, citra scelus,
gerere se tanquam si Deus omnio non esset, aut curam religionis velut alienam
nihilque profuturam, abjicere... Ecclesiam vero, quam Deus ipse constituit, ab
actione vitae excludere, a legibus, ab institutione adolescentium, a societate
domestica, magnus et perniciosus est error) - Immortale Dei, 1. XI. 1885. D. P.
14, n. 19, 11 e 39)
São Pio X,
Papa in Carta Encíclica 'Vehementer Nos'
Os papas anteriores ao Concílio condenaram a separação entre igreja e estado mas depois do CVII em nome da Liberdade Religiosa as coisas mudaram.
ResponderEliminarPaulo VI assediou países que não desejavam essa separação, assim Portugal,Espanha,Colômbia, Equador e o Cantão de Valais tornaram-se estados laicos.
E João Paulo II modificou o Tratado de Latrão e assim a Itália também deixou de ser um estado católico.
As últimas nações declaradamente católicas que restaram são: Principado de Liechtenstein, Principado de Mônaco e República da Costa Rica!
A separação entre o Estado e a Igreja, nos tempos de hoje, somente prova que, infelizmente, o Homem ainda não assimilou, nem mesmo entendeu, a Boa Nova que Jesus veio trazer à Terra.
ResponderEliminarDepois de mais de 2000 anos, continuamos a guerrear-nos,
até que o Seu Reino de Paz e de Amor seja definitivamente implementado, havendo um só Rebanho e um só Pastor e cuja Lei será somente aquela que o nosso Deus Criador ordena.
Amigo anônimo, devo lhe esclarecer que Nosso Senhor Jesus Cristo jamais afirmou que seu reino fosse deste mundo. Jamais haverá um Reino de Deus na Terra.
EliminarA Igreja é como a Arca de Noé, recolhendo almas que desejam e se esforçam para alcançar o Céu.
A ideia de que Cristo virá construir um Reino de amor neste mundo chama-se milenarismo.
As pessoas e os estados devem se esforçar para ser assim na terra como no Céu. Mas nosso destino final não é aqui.
Há muitos anos que venho alterando este pensamento, pois em tempos tambem achei que o Estado, enquanto entidade, deveria estar separado da Igreja.
ResponderEliminarNo entanto, se pensarmos que o Estado, ou seja: todos nós, tenha uma postura digna, justa, equitativa e responsável, humilde e respeitadora da pessoa humana, de que é na realidade constituído, tende a seguir os caminhos de Deus, pois na verdade, quem constitui o Estado seguiu esse padrão.
Só que a determinada altura, considerou que esses limites, inicialmente por ele impostos, impediam a ascensão e o acesso ao reconhecimento e ao poder e, de forma a justificar essa liberdade, que na realidade não passam de interesses mesquinhos, quis alterar as regras. E assim, a Igreja, ou melhor, os ensinamentos de que é herdeira, passou a ser um limitador da liberdade e do pensamento.
Creio que a isto se denomina Liberalismo. Ou seja: vale tudo em nome da liberdade!
Pedro de Salter Cid, AD23/IV/29.
Se Jesus diz em algum lado, ou não, que veio para implementar o Reino de Deus na Terra, literalmente, não sei. Mas, tenho a certeza, de que veio para Converter o mundo, devolvendo-nos a dignidade de filhos de Deus e que, se tivesse havido uma total adesão à Sua Mensagem, por parte da Humanidade, estaríamos num verdadeiro Paraíso, o tal Reino de Amor e Paz, fruto dos corações convertidos, onde esses sentimentos abundariam; daí Jesus afirmar que o Reino de Deus já existe nos nossos corações! Agora, só depende de nós, pô-Lo em prática!
ResponderEliminarE, divagando um pouco, vou colocar uma pergunta que muito me intriga: será que aqueles que pretendem a GLOBALIZAÇÂO, onde haverá um só Governo, uma só Doutrina, uma só Religião, mas a que defende "Uma Nova Ordem Mundial", e que todos sabemos que é oposta à do Deus de Jesus Cristo, somente o fazem por sede de Poder, ou algo mais?
Afinal, quem querem eles seguir e o que pretendem implementar, definitivamente, no mundo?
Claro, sempre com a capa bons samaritanos: eles somente desejam a paz, a tolerância, a concórdia, a misericórdia...mas ao CONTRÁRIO de TUDO o que Jesus proclamou e testemunhou. Sempre sob coação, ai daqueles que não aderirem! É só reparar nos rótulos e perseguições, feitas, a quem, neste momento, ainda não está na mesma onda...