São Marcos era filho de
Maria de Jerusalém, em cuja casa São Pedro se refugiou depois de ser libertado
do cárcere (cf. At 12, 12). Era primo de Barnabé. Acompanhou o São Paulo na sua
primeira viagem a Roma (cf. Col 4, 10) e esteve próximo dele durante a sua
prisão em Roma (Fm 24).
Depois, tornou-se discípulo
de São Pedro, de cuja pregação se fez intérprete no Evangelho que escreveu (cf.
1 Pe 5, 13). O seu Evangelho é comumente reconhecido como o mais antigo,
utilizado e completado por São Mateus e por São Lucas. Parece que também os
grandes discursos da primeira parte do Atos dos Apóstolos são uma retomada e
desenvolvimento do Evangelho de São Marcos, a partir de Mc 1, 15. É-lhe
atribuída a fundação da Igreja de Alexandria.
São Marcos amava Nosso
Senhor sem qualquer reserva; estava maduro para o Martírio. Os seus sucessos e
os progressos da Fé exasperavam os pagãos, e em particular os sacerdotes de
Serapis. Apoderaram-se dele durante a solenidade da Páscoa do ano 68.
Fizeram-no sofrer durante dois dias um horrível suplício, arrastando-o com
cordas por terrenos pedregosos dos subúrbios de Buroles; mas o amor é mais
forte do que a morte, e o Santo bendizia a Nosso Senhor e dava-Lhe graças por
ter sido julgado digno de sofrer por seu amor.
Durante a noite que separou
os dois dias de torturas, o Santo foi reconfortado por visitas celestes. Foi
primeiro um Anjo, que lhe disse: "Marcos, servo de Deus e chefe dos
ministros de Cristo, no Egipto, o vosso nome está escrito no livro da vida, e
as Potências celestes virão em breve procurar-vos para vos conduzirem ao
Céu". Depois, apareceu-lhe o próprio Nosso Senhor, como o tinha conhecido
na Galileia: "A paz esteja convosco, Marcos Nosso evangelista",
diz-lhe; depois desapareceu. Esta palavra de encorajamento bastava. São Marcos
foi de novo arrastado e dilacerado pelas pedras, enquanto bendizia a Deus:
"Meu Deus, nas vossas mãos entrego a minha alma".
São Jerónimo in 'A vida de
São Marcos Evangelista'
"...Consumado o sacrifício, tentaram reduzir a cinzas os seus restos veneráveis no próprio lugar onde lhe haviam dado a morte e acenderam uma enorme fogueira; mas, de repente, levantou-se tão grande tempestade acompanhada de chuva torrencial, que dispersou todos os assistentes, apagou a fogueira e causou muitos danos. Os fiéis conseguiram recolher os despojos do mártir e deram-lhes sepultura com todo o decoro e devoção num sepulcro aberto no penhasco. Séculos mais tarde, o Ocidente enriquecia-se com os preciosos restos que foram trasladados para Veneza em 31 de Janeiro de 829. A arte bizantina construiu a imponente e sumptuosa basílica que alberga as relíquias do Santo. Veneza foi rainha do mar e, durante largos séculos, a nobre e poderosa República que passeou triunfalmente a sua bandeira, a qual era adornada com o leão de S. Marcos, por todas as escalas do Levante e fez brilhar a cruz de Cristo onde quer que o quarto crescente de Maomé tratava de implantar o seu império." (" O Santo diario"- Edelvives)
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