terça-feira, 2 de junho de 2020

Igrejas: entre todos, os lugares mais perigosos!

Num excerto de um noticiário televisivo, vi, ao ar livre, o Patriarca de Lisboa recebendo, de máscara, o Presidente Marcelo, igualmente mascarado. Depois, no cortejo, pela coxia central, dentro da Sé, topei o Senhor Patriarca desmascarado avançando para o altar...

Tendo em conta aquilo que as imagens da assistência mostraram, somente se poderá concluir que não havia nenhum motivo razoável para ter suspendido as Missas com assistência dos Fiéis até esta data. Celebrações Eucarísticas como aquela poderiam ter sempre existido, sem perigo algum de contágio. 

Mas, é evidente, que só os mentecaptos e imbecis, como eu, não entendem, esparvoados e estúpidos como somos, que o risco de contágio numa Igreja é superlativamente superior às ameaças, neste caso insignificantes, de um supermercado. Quem não vê isto, é cego, surdo e mudo como eu.

Mas, para os cépticos, apresento mais uma prova cabal e inteira da perigosidade extrema do Culto Eucarístico nas Igrejas. De facto, por exemplo, a Direcção Geral de Saúde, conselheira fidedigna e impoluta da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) dá as seguintes orientações (ou mandamentos?) sobre a os actos de Culto:

«e. Providenciar uma sinalização para os lugares que podem ser ocupados de forma a garantir o distanciamento de, pelo menos, 2 metros entre pessoas (Anexo I). O distanciamento não se aplica a coabitantes.

g. Abreviar as celebrações.

i. Garantir o cumprimento das medidas adequadas de distanciamento e higienização nos momentos específicos da celebração, como a distribuição de alimentos ou objetos (por exemplo: Anexo V). ... ( (Nota Bene) O anexo V trata exclusivamente da Sagrada Comunhão! - e, infelizmente, as suas indicações poderão provocar graves riscos de profanações sacrílegas)

c. Manter a distância recomendada de 2 metros entre pessoas não-coabitantes durante a celebração, à entrada e à saída do local de culto.»

Se alguém cuida que estas exigências não se aplicam somente ao Culto Católico, está muito enganado. Prova disso são as determinações da mesma DGS quando trata da Utilização de equipamentos culturaisA determinada altura o texto reza assim:

«II, 6 - Os equipamentos culturais, integrados ou fiscalizados por serviços e organismos da área da cultura ou municipais devem ter implementadas medidas de distanciamento físico que garantam a separação de 2 metros entre pessoas, com exceção dos locais de permanência para assistência ao espetáculo e filmes cinematográfico, em local coberto ou ao ar livre.»

Que estranho, pensam mentes perversas como a minha, onde estão as indicações dos dois metros de distância e o abreviamento dos espectáculos exigidos para as Celebrações nas Igrejas?

Não queriam acreditar que as Igrejas sejam, entre todos, os lugares mais perigosos? Pois, têm aí as indicações da DGS e o seguidismo da CEP que parece comprová-las.

Padre Nuno Serras Pereira 

2 comentários:

  1. Concordo perfeitamente!
    Depois de fechadas,durante o confinamento, parecem pistas"desportivas"com tantas setas e cordões a indicar o percurso por onde caminharmos! Os fiéis são figuras "sinistras" com a cara tapada pelas máscaras e, para completar o "terror", o próprio Sacerdote, que está, Ali, no lugar de Jesus, ou melhor, é Ele Mesmo, Celebra, também, de máscara, transmitindo-nos todo o tipo de sentimentos, menos o de CONFIANÇA, de Fé e de Esperança no Deus Vivo que Ele próprio representa e está no meio de nós!
    O Sacrifício de Cristo-- Eucaristia-- a Alma da Igreja, é, agora, tudo, menos a FORÇA para vencermos o mundo! Pelo contrário, para mim, tornou-se fonte de inquietação, para não dizer de revolta, de medo... pois, a toda a hora sinto, estar a ser CONIVENTE com uma situação de TRAIÇÃO e de PROFANAÇÃO a JESUS CRISTO!

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  2. Caríssimo Anónimo, comentando esta sua expressão:
    "pois, a toda a hora sinto, estar a ser CONIVENTE com uma situação de TRAIÇÃO e de PROFANAÇÃO a JESUS CRISTO"
    Não está enganado naquilo que sente. Sente...e sente bem! O problema é real, estamos mesmo a ser coniventes!
    Se não tomamos uma posição clara, agora,(sem arrogância e com a devida educação e postura) perderemos uma grande oportunidade de sermos verdadeiros católicos e, pior cometeremos pecado de omissão.
    O Clero tem de perceber que não estamos alinhados com "o sistema" e, muito mais importante que estamos convictos de que a Sagrada Hóstia, O Próprio Jesus não contamina ninguém!
    Perdoem-me, mas o que estamos a observar dentro das igrejas é uma palhaçada! Estou mais triste agora do que se estivessem trancadas, como antes

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