Num excerto de
um noticiário televisivo, vi, ao ar livre, o Patriarca de Lisboa recebendo, de
máscara, o Presidente Marcelo, igualmente mascarado. Depois, no cortejo, pela
coxia central, dentro da Sé, topei o Senhor Patriarca desmascarado avançando
para o altar...
Tendo em conta
aquilo que as imagens da assistência mostraram, somente se poderá concluir que
não havia nenhum motivo razoável para ter suspendido as Missas com assistência
dos Fiéis até esta data. Celebrações Eucarísticas como aquela poderiam ter
sempre existido, sem perigo algum de contágio.
Mas, é evidente, que só os
mentecaptos e imbecis, como eu, não entendem, esparvoados e estúpidos como
somos, que o risco de contágio numa Igreja é superlativamente superior às
ameaças, neste caso insignificantes, de um supermercado. Quem não vê isto, é
cego, surdo e mudo como eu.
Mas, para os
cépticos, apresento mais uma prova cabal e inteira da perigosidade extrema do
Culto Eucarístico nas Igrejas. De facto, por exemplo, a Direcção Geral de
Saúde, conselheira fidedigna e impoluta da Conferência Episcopal Portuguesa
(CEP) dá as seguintes orientações (ou mandamentos?) sobre a os actos de Culto:
«e. Providenciar uma
sinalização para os lugares que podem ser ocupados de forma a garantir
o distanciamento de, pelo menos, 2 metros entre pessoas (Anexo I).
O distanciamento não se aplica a coabitantes.
g. Abreviar as celebrações.
i. Garantir o
cumprimento das medidas adequadas de distanciamento e higienização nos momentos
específicos da celebração, como a distribuição de alimentos ou objetos (por
exemplo: Anexo V). ... ( (Nota Bene) O anexo V trata exclusivamente da Sagrada
Comunhão! - e, infelizmente, as suas indicações poderão provocar graves riscos
de profanações sacrílegas)
c. Manter a
distância recomendada de 2 metros entre pessoas não-coabitantes durante a
celebração, à entrada e à saída do local de culto.»
Se alguém cuida
que estas exigências não se aplicam somente ao Culto Católico, está muito
enganado. Prova disso são as determinações da mesma DGS quando trata da Utilização
de equipamentos culturais. A determinada
altura o texto reza assim:
«II, 6 - Os equipamentos
culturais, integrados ou fiscalizados por serviços e organismos da área da cultura ou municipais devem ter implementadas medidas de
distanciamento físico que garantam
a separação de 2 metros
entre pessoas, com exceção dos locais de permanência para assistência ao espetáculo e filmes
cinematográfico, em local coberto ou ao ar livre.»
Que estranho, pensam
mentes perversas como a minha, onde estão as indicações dos dois metros de
distância e o abreviamento dos espectáculos exigidos para as Celebrações nas
Igrejas?
Não queriam
acreditar que as Igrejas sejam, entre todos, os lugares mais perigosos? Pois,
têm aí as indicações da DGS e o seguidismo da CEP que parece comprová-las.
Padre Nuno Serras Pereira
Concordo perfeitamente!
ResponderEliminarDepois de fechadas,durante o confinamento, parecem pistas"desportivas"com tantas setas e cordões a indicar o percurso por onde caminharmos! Os fiéis são figuras "sinistras" com a cara tapada pelas máscaras e, para completar o "terror", o próprio Sacerdote, que está, Ali, no lugar de Jesus, ou melhor, é Ele Mesmo, Celebra, também, de máscara, transmitindo-nos todo o tipo de sentimentos, menos o de CONFIANÇA, de Fé e de Esperança no Deus Vivo que Ele próprio representa e está no meio de nós!
O Sacrifício de Cristo-- Eucaristia-- a Alma da Igreja, é, agora, tudo, menos a FORÇA para vencermos o mundo! Pelo contrário, para mim, tornou-se fonte de inquietação, para não dizer de revolta, de medo... pois, a toda a hora sinto, estar a ser CONIVENTE com uma situação de TRAIÇÃO e de PROFANAÇÃO a JESUS CRISTO!
Caríssimo Anónimo, comentando esta sua expressão:
ResponderEliminar"pois, a toda a hora sinto, estar a ser CONIVENTE com uma situação de TRAIÇÃO e de PROFANAÇÃO a JESUS CRISTO"
Não está enganado naquilo que sente. Sente...e sente bem! O problema é real, estamos mesmo a ser coniventes!
Se não tomamos uma posição clara, agora,(sem arrogância e com a devida educação e postura) perderemos uma grande oportunidade de sermos verdadeiros católicos e, pior cometeremos pecado de omissão.
O Clero tem de perceber que não estamos alinhados com "o sistema" e, muito mais importante que estamos convictos de que a Sagrada Hóstia, O Próprio Jesus não contamina ninguém!
Perdoem-me, mas o que estamos a observar dentro das igrejas é uma palhaçada! Estou mais triste agora do que se estivessem trancadas, como antes