quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Um Sultão, Pio IX e o cálice da Imaculada

A Missa da Imaculada Conceição começa com a antífona no Introito que diz: "Gaudens gaudébo in Dómino, et exsultábit ánima mea in Deo meo: quia índuit me vestiméntis salútis: et induménto iustítiæ circúmdedit me, quasi sponsam ornátam monílibus suis" (Alegrar-me-ei no Senhor e a minha alma exulstará no meu Deus: porque me revestiiu com o manto da salvação e me adornou com o manto da justiça, como uma noiva adornada com as suas jóias).

Entre estas jóias da Puríssima podemos muito bem incluir um dos cálices mais belos e preciosos, senão o mais belo e precioso, que enriquece o Tesouro da Basílica de São Pedro: o cálice da Imaculada Conceição.

Mandado fazer em Roma pelo Papa Pio IX, em 1854, para que pudesse ser utilizado para a oferta do Santo Sacrifício no dia em que se definisse o dogma da Imaculada Conceição, este cálice encanta os olhos de quem o vê, com o esplendor de quase 700 diamantes, que o adornam.

Essas pedras preciosas foram doadas ao Papa Mastai (Pio IX), para a sua coroação (1846), por um sultão árabe e cravejadas em arreios de cavalo. De facto, até recentemente, era costume dar animais de certo valor aos Sumos Pontífices (ver o elefante de Leão X ou os leões de São Pio X).

Com a morte do corcel, decidiu-se reutilizar aquelas gemas de imenso valor e, portanto, foram votadas para a maior glória do culto divino e para a honra da Mãe de Deus concebida sem pecado original, que tem direito ao louvor de todas as criaturas, fiéis e infiéis, por ter dado ao Mundo o Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo.

1 comentário:

  1. Maria José Martins12 dezembro, 2020 15:15


    Perante tanta Beleza, quase não precisava de comentar este texto.
    Contudo, não resisti, depois de ver um vídeo que representa o Presépio do Vaticano, relativo a este ano.
    Mas como os tempos mudaram e como mudou, também, a sensibilidade da nossa Hierarquia Religiosa!
    Enquanto Pio IX aproveitou a riqueza dos diamantes que lhe tinham sido oferecidos e mandou reutilizá-los, fazendo aquela Peça de Arte lindíssima, "para maior Glória do Culto Divino e para Honra da Mãe de Deus, concebida sem pecado original, com o direito ao Louvor de TODAS as Criaturas, fiéis e infiéis, por ter dado o Salvador ao Mundo, Nosso Senhor Jesus Cristo..." hoje, representa-se a Sagrada Família, com figuras grotescas e ridículas que mais parecem "GIGANTONES CARNAVALESCOS!"
    Das duas uma: ou estão a GOZAR ou o seu MAU GOSTO reflete mesmo, o seu ESTADO INTERIOR!
    E ainda abrem a apresentação ao Público, com toda a "pompa e circunstância!"
    Mas haverá alguém que aprecie, mesmo, aquela FEIURA TODA? Ou estaremos nós, numa nova versão da história de "O Rei vai nu!?"

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