É estranha a quantidade de inimigos que temos de combater quando decidimos ser santos. Parece que tudo se desata: o demónio com os seus artifícios, o mundo com as suas atrações, a natureza opondo resistência aos nossos bons desejos; os elogios dos bons, as censuras dos maus, as solicitações dos tíbios.
Quando Deus nos visita, temos de recear a vaidade; quando Ele Se retira, a timidez e o desespero podem suceder ao maior fervor. Os nossos amigos tentam-nos com a complacência que temos por eles; os indiferentes, com o receio de lhes desagradarmos. Em estado de fervor, tememos a indiscrição, na moderação, tememos a sensualidade, e o amor próprio espreita-nos por todos os lados. Que havemos, pois, de fazer? [...]
Uma vez que a santidade não consiste em ser fiel um dia ou um ano, mas em perseverar e crescer até à morte, convém sobretudo que Deus seja o nosso escudo, mas um escudo que nos rodeie, uma vez que somos atacados por todos os lados (cf Sl 90,4). Convém que seja Deus a fazer tudo; assim, não teremos receio de que nos falte seja o que for.
Por nós, basta-nos reconhecer a nossa impotência e ser fervorosos e constantes em pedir socorro, por intercessão de Maria, a Deus, que nada recusa. E nem disto somos capazes, a não ser com uma grande graça, ou antes, com várias grandes graças de Deus.
São Cláudio de la Colombière in 'Diário Espiritual'
ResponderEliminarE por aqui se depreende, como ser Santo é muito, muito, muito difícil! (ao contrário do que, hoje, nos querem impingir)
E, depois de ler este texto, até me apetece desabafar como Santa Teresa de Ávila: "Ai Senhor, por isso Tu tens tão poucos...(amigos)
Contudo, como remata o Autor, só com Deus e em Deus, e com a ajuda da MÃE é que TUDO se torna mais fácil e POSSÍVEL!