domingo, 31 de dezembro de 2023

Benedictus XVI: In Memoriam

No primeiro aniversário da morte do Papa Bento XVI (31.XII.2022) é tempo de fazer um balanço. A principal marca do seu pontificado talvez tenha sido uma tentativa de regresso à normalidade. A Igreja que faz o seu caminho sem rupturas, sem revoluções, sempre fiel aos seus princípios. Como escreveu na carta aos Bispos que acompanhava o Summorum Pontificum:

«Aquilo que para as gerações anteriores era sagrado, permanece sagrado e grande também para nós, e não pode ser de improviso totalmente proibido ou mesmo prejudicial. Faz-nos bem a todos conservar as riquezas que foram crescendo na fé e na oração da Igreja, dando-lhes o justo lugar.»

Este conceito é diametralmente oposta aos que, mesmo dentro da Igreja, nos tentam convencer que todo o passado da Igreja é uma série de erros e pecados sem desculpa possível; e que a Igreja tem de negar tudo o que foi para que se possa adaptar aos “novos tempos”. Bento XVI sabia muito bem que novos tempos sempre houve e que a Igreja se tinha mantido fiel ao Evangelho em todos eles, ainda que nenhum dos membros da sua hierarquia tivesse sido impecável.

A ideia de que podemos – e devemos – fazer o que fizeram sucessivas gerações de católicos antes de nós foi, de algum modo, uma lufada de ar fresco num mundo em mudança constante, em que a verdade muda com o tempo e os que vieram antes de nós são descartados por serem considerados inúteis e um estorvo ao “avanço da Humanidade”. 

O Papa Bento estava convencido – com razão – que a sociedade que olha para o passado com desdém tentando fazer tudo de novo não terá um grande futuro. Ainda mais numa sociedade cuja essência passa pela tradição, como é o caso da Igreja Católica. Isto levou a muitas conversões e a que muitos fiéis levassem mais a fé católica para a sua vida. Surgiu uma nova geração que não tem medo de ser católica. Parece-me ser esse o legado do Papa Bento XVI.

1 comentário:

  1. Maria José Martins01 janeiro, 2024 10:18


    "Olhar para o passado com desdém..."é como esquecer as suas raízes, que, para o Bem e para o Mal, são aquelas que nos ajudam a crescer, porque nos dão a oportunidade de corrigir o que é menos bom, e desenvolver ou purificar, ainda mais, o que já está no caminho certo!
    "Fazer tábua rasa", de TUDO o que para trás existiu, é negar os alicerces da vida e, NESTE Caso, é NEGAR tudo o que o Espírito Santo Iluminou aos nossos antecessores!

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