Foi Princesa de Portugal, Rainha de Leão e monja cisterciense. Foi um exemplo de docilidade, humildade, oração e serviço aos outros.
Nasceu em Coimbra (Portugal) a 4 de Outubro de 1176. Era a filha primogénita do rei D. Sancho I de Portugal e da sua mulher Dulce de Aragão. As suas duas irmãs chamavam-se Sancha e Mafalda. Foi educada na corte do pai, tanto nas disciplinas cortesãs como nos valores cristãos, por uma preceptora que era freira terciária, cujos ensinamentos a marcaram profundamente.
Aos 15 anos, casa-se com o seu primo Afonso IX, rei de Leão, onde passa a residir. Com apenas 5 anos de casados já tinha 3 filhos: Sancha, Fernando e Dulce. No entanto, o Papa Celestino III, em 1196, declarou nulo o seu casamento, pois ambos eram netos dos reis de Portugal, Afonso e Mafalda, e, por isso, existia entre eles um grau de consanguinidade e o casamento não tinha validade canónica. Mas foi reconhecida a legitimidade dos 3 filhos e a de Fernando como herdeiro da coroa de Leão, o que foi interrompido com a sua morte prematura em 1214, aos 22 anos.
Teresa aceita submissa e obedientemente a decisão papal e regressa a Portugal, mas continua a possuir alguns territórios no Reino de Leão, entre os quais um palácio em El Bierzo e uma renda atribuída por Afonso IX. Leva consigo a pequena Dulce nos braços, enquanto os dois filhos mais velhos ficam com o pai em Leão.
Ao chegar a Portugal, descobre que em Lorvão, perto de Coimbra, onde possuía propriedades, havia um mosteiro beneditino em risco de ruína, com poucos monges que levavam uma vida muito relaxada. Teresa despediu então os monges, restaurou e ampliou o mosteiro e trouxe freiras da Ordem de Cister para ocuparem o lugar dos monges. Participa activamente em muitas das actividades do mosteiro e, embora as pressões do seu pai está decidida a não casar. No entanto, ainda não se quer comprometer com os votos religiosos para poder sair e gerir livremente os seus bens.
Quando morre a sua irmã Sancha, fundadora do mosteiro de Celas, vai de noite, em segredo, buscar o corpo da irmã, que estava exposto no coro da igreja, para o enterrar no Lorvão. A última das suas aparições públicas foi dois ou três anos mais tarde, quando a viúva do recém-falecido Afonso IX lhe pediu que a ajudasse a pacificar as disputas entre os seus respectivos filhos sobre a sucessão ao trono de Leão. Graças a Teresa, chegaram a um acordo e a paz foi restabelecida na família.
De regresso a Portugal, decide professar como freira cisterciense no mosteiro de Lorvão. Aí morre a 18 de Junho de 1250, com 74 anos. Foi sepultada junto ao túmulo onde estava sepultada a sua irmã Sancha. Ambas foram beatificadas por Clemente XI a 20 de maio de 1705. Antes da reforma do martirológio, a festa das duas irmãs era celebrada em conjunto.
É muito venerada tanto em Portugal como em Leão, onde se tornou muito amada pelos leoneses, pois tinha fama de prudência e inteligência política, apesar do pouco tempo de reinado.
Francisca Abad Martín in 'Religíon Digital'
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