quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Papa Francisco é a "Pessoa do Ano" para a revista Time


O Papa Francisco foi escolhido como “Pessoa do Ano” pela revista Time. Não é a primeira vez que isto acontece, tal sucedeu com o Papa João XXIII em 1963 e com o Papa João Paulo II em 1994. Nestas distinções dadas pelo “mundo” convém ser cuidadoso, até porque nunca se sabe se existem segundas intenções nestes prémios dos (nem sempre fiáveis) meios de comunicação social.


No entanto parece-me que a Time não tinha outra alternativa para personalidade do ano. Neste momento o mundo não tem grandes líderes: Obama está em fase decadente, Putin é olhado com desconfiança e a Merkel está a tornar a Alemanha forte demais para o nosso gosto.

O Papa Francisco apareceu de maneira inesperada: veio da América Latina depois duma renúncia “estranha” do Papa Bento XVI, e começou desde logo a tornar-se no centro das atenções. A Time sublinha a sua preocupação pela pobreza, especialmente pelos emigrantes, e a sua exortação para que a Igreja saia para a rua. Fala também do seu impressionante contacto com os doentes, nomeadamente aqueles nos repulsam à primeira vista.

Como seria de esperar, em alguns pontos, apresenta este pontificado como contraposto ao de Bento XVI (visto sempre com mais desconfiança pelos meios de comunicação social). A Time fala duma mudança de tom em relação ao aborto (por ter alertado para a dificuldade da decisão da mulher), ao celibato dos padres (dizem ter deixado a porta aberta para a mudança) e num maior poder dado às mulheres na Igreja, embora admita que na Evangelii Gaudium o Papa não deu hipótese à ordenações de mulheres.

Foi bastante sublinhada a frase do Papa sobre o caso duma pessoa homossexual que procurasse Deus sinceramente: “Quem sou eu para julgar?” Esta frase, já tantas vezes mal interpretada continua a fazer correr tinta, e neste caso a Time acredita que vá contribuir para acabar com a “homofobia” no mundo.

A análise da Time é exaustiva, fala de quase todos os episódios conhecidos, mesmo que seja de raspão. Apresenta bons argumentos mas também erros de análise para tentar sublinhar a diferença do Papa Francisco em relação aos outros. Enfim, nada de novo debaixo do sol.

João Silveira

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