domingo, 21 de maio de 2017

Pe. Américo explica que a sua obra não seria nada sem a Missa

Quando às vezes acabo de celebrar e me ajoelho para agradecer o imerecido, ali, frente ao altar de pedra, quedo-me a perguntar a mim mesmo do que seria tudo isto, sem isto. Sim. 

O que seria da Obra da Rua (obra criada pelo Pe. Américo para ajudar rapazes abandonados), sem os Altares, onde os Padres da Rua, falam da rua, rezam pela rua e pedem para a rua o que a rua desprezou? O que seria da Obra da Rua sem o Altar? Seria coisa morta porque no Altar é que mora a Vida. A Vida que fez a Vida e que deu a Vida.

Seria um peito sem coração a palpitar. E corpo sem coração é cadáver. Cheira mal, causa espanto, afugenta as crianças. Cristo atrai as crianças e não as repele. A vida está no Altar.

Seria uma árvore estéril, sem semente. Não haveria continuidade. Morreria. Sem Altar, a Obra era vasia, cana ôca que o mundo pisa e esmaga. O Altar é que enche. O Altar é que irradia. O Altar é sempre o grande segredo. E que seria de mim, fraco, opróbrio e confusão, sem o Altar? Seria como os mais que constroem sem alicerce e morrem sufocados debaixo das pedras que levantam aos ares. Construía sobre areia e dava de comer as vendavais.

in 'O pai Américo era assim' (Coimbra, 1958)

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