A detenção, na China, de um sacerdote fiel a Roma, impediu sua ordenação episcopal, precisamente para o mesmo dia em que acabou por ser ordenado um bispo fiel à Associação Católica Patriótica Chinesa, que não tem a aprovação da Santa Sé.
Este acontecimento gerou já uma forte reacção dos católicos em Hong Kong que se manifestaram contra a falta de liberdade religiosa no país.
O sacerdote detid
o, que ainda se encontra em paradeiro desconhecido, Joseph Sun Jigen, tornar-se-ia bispo coadjutor de Handan (Hebei), no norte da China. Em vez de a ordenação episcopal ter ocorrido, este bispo, de 43 anos, foi detido pela polícia três dias antes da sua consagração episcopal, justamente quando havia finalizado um retiro espiritual de cinco dias, segundo informou a agência AsiaNews.
A sua ordenação episcopal tinha sido aprovada pela Santa Sé e até já reconhecida pelo governo chinês, no seguimento de negociações com autoridades locais e provinciais sobre a organização da ordenação episcopal.
Na sequência desta situação, o bispo de Handan, que ordenaria o sacerdote detido e que já tem 89 anos, sofreu um ataque ao coração e teve de ser hospitalizado em Weixian, em Hebei.
Enquanto isso, no mesmo dia em que se celebraria esta cerimónia, foi realizada, na igreja de Nossa Senhora do Rosário, da cidade de Emeishan (província de Sichuan), a ordenação do bispo de Leshan, Paul Lei Shiyin. A consagração episcopal foi celebrada por decisão da Associação Católica Patriótica Chinesa e sem a devida aprovação da Santa Sé.
Segundo o Vatican Insider, o bispo Lei é vice-presidente da associação chinesa de católicos patriotas e deputado da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, um importante órgão de consulta do governo.
Em reacção a esta situação, cerca de 100 católicos encabeçados pelo bispo emérito de Hong Kong, cardeal Joseph Zen, levaram a cabo, no final de Junho, um protesto no exterior do escritório do governo central da China na cidade. Condenaram o trato inumano do regime comunista ao clero e pediram a libertação dos membros da Igreja que foram detidos, instaram o governo a investigar os casos de sacerdotes torturados e exigiram desculpas e compensações.
Um porta-voz deste grupo, Patrick Poon, declarou que os católicos de Hong Kong viram-se “forçados a sair às ruas” porque “os direitos humanos, em concreto a liberdade religiosa dos católicos chineses, foram gravemente violados, chegando-se a uma situação intolerável”. in AIS
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