Veio recentemente a público a invulgar notícia duma criança que nasceu duma mulher que já tinha morrido. A morte cerebral da Mãe foi pronunciada há 4 meses atrás, quando o filho tinha apenas 17 semanas de vida. Nasceu agora de cesariana, às 32 semanas, e encontra-se de perfeita saúde.
Este acontecimento foi notícia em quase todos os órgãos de comunicação social. A história rapidamente se tornou "viral", sendo notório o júbilo e o regozijo nas redes sociais. Parecia quase como uma lufada de ar fresco em toda a cultura de morte que nos rodeia.
O aborto foi legalizado em 2007. Durante este 9 anos foi feitos cerca de 180 mil abortos legais e gratuitos (20 mil por ano). 180 mil casos nos quais os médicos não salvaram vidas mas acabaram com elas. 180 mil mortes pagas com dinheiro dos contribuintes que supostamente seria destinado a salvar vidas. 180 mil situações nas quais o sistema nacional de saúde foi substituído pelo sistema nacional de morte.
Mas no caso deste bebé foi diferente. Neste caso a Comissão de Ética decidiu que deviam ser feitos os possíveis para proteger aquela vida inocente. Perguntaram ao presidente dessa Comissão o que teriam decidido fazer se o Pai da criança dissesse que o filho deveria ser abortado, ao que respondeu que mesmo nesse caso o Ministério Público iria garantir a sobrevivência daquela criança porque os pais não são donos dos filhos. Que resposta tão acertada! Os pais não são donos dos filhos. Estes são-lhes confiados, para que os eduquem o melhor que sabem, mas não lhes cabe decidir sobre a sua morte e a sua vida, uma vez que esta exista.
Um bebé dentro da barriga da sua Mãe, que deveria ser o local mais seguro do mundo, é já uma vida humana que existe e por isso não é apenas um conjunto de células pertencente ao corpo da sua progenitora, embora, por agora, precise desse corpo para se desenvolver.
A criança da notícia cresceu no corpo da sua Mãe já morta. Foi um caso peculiar de morte que gera vida. Tal como é peculiar esta notícia de vida no meio duma cultura de morte.
Este pequeno oásis é uma prova de como é diferente (para melhor) uma sociedade que defende a vida desde a sua concepção até à sua morte natural. Os esforços que foram feitos entre a Comissão de Ética, as equipas de obstetrícia e a própria família, que apoiou todo o difícil procedimento, mostram como nós somos capazes de unir esforços para defender o que mais importa. E haverá um direito maior a defender do que o direito à vida? Sem este mais nenhum interessa.
Testemunhos dizem que depois do parto os médicos choraram. Médicos habituados a fazer centenas de partos, milhares. Uns mais difíceis, outros mais fáceis. Estes médicos choraram. Porquê? Porque salvaram uma vida. Porque cumpriram a sua vocação, a sua missão de ajudar os que mais precisam. Choraram porque a cultura da vida - a defesa da vida em todas as circunstâncias, especialmente nas mais difíceis - enche-nos o coração, responde aos desejos do nosso coração.
Esperemos que esta boa notícia seja fonte de inspiração para que todos os médicos defendam sempre a vida humana. Esperemos que todos os médicos se tornem objectores de consciência em relação ao aborto e à eutanásia, caso venha a ser aprovada. Esperemos que todos médicos, mesmo com más condições e excesso de trabalho, se sintam recompensados pela incomparável sensação de saberem que, naquele dia, salvaram uma vida.
João Silveira
Boa Noite!
ResponderEliminarMinha cunhada morreu de parto e uma prima também mas os filhos sobreviveram mas caso como o que mostrou é inedito! Deus salva a VIDA...
Abrçao fraterno
Os pais podem ser em certa medida os gestores dos filhos. O bebê durante os nove meses de gestação está refugiado na barriga de sua mãe. Merece todo carinho.
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