quinta-feira, 3 de outubro de 2019

4 teses do Sínodo da Amazónia que não são Católicas


Numerosos Bispos e Sacerdotes escreveram um curto documento resumindo as mais graves preocupações em relação ao Sínodo da Amazónia que tem lugar durante este mês no Vaticano.

Ao Santo Padre e aos Padres Sinodais

Nós, numerosíssimos prelados, sacerdotes e fiéis católicos de todo o mundo, vimos fazer presente que o Instrumentum laboris preparado para a próxima assembleia do Sínodo levanta interrogações sérias e suscita graves reservas, pela contradição tanto com pontos individuais da doutrina católica, ensinada desde sempre pela Igreja, como com a fé no Senhor Jesus, único Salvador de todos os homens. Extraímos do documento, seguindo o método clássico, quatro proposições em forma de "teses", usando as proprias ideias fundamentais do documento. Em consciência e com toda a sinceridade, o ensinamento por elas transmitido é inaceitável.

1 – A diversidade da região amazónica, sobretudo aquela religiosa, evoca um novo Pentecostes (IL 30): respeitá-la é reconhecer que há outros caminhos de salvação, sem os reservar exclusivamente à própria fé. Aliás, há grupos cristãos não católicos que ensinam outras maneiras de ser Igreja, sem censuras, sem dogmatismos, sem disciplinas rituais, e a Igreja católica deveria integrar alguns destas formas eclesiais (IL 138). Reservar a salvação exclusivamente ao próprio credo é destrutivo para esse mesmo credo (IL 39).

Esta última afirmação contida no n. 39 é particularmente escandalosa.

Contra, entre outros: Dominus Jesus 14 e 16.

2 – Um ensino da teologia pan-amazónica que tenha especialmente em conta os mitos, ritos e celebrações das culturas originais, é necessário para todas as instituições educativas (IL 98 c 3). Os ritos e as celebrações não cristãs são propostos como «essenciais para a saúde integral» (IL n. 87), e pede-se que «adaptem o ritual eucarístico às suas culturas» (IL n. 126, d). Sobre os ritos, ainda: IL nn. 87, 126.

Contra: Dominus Iesus 21.

3 – Entre os lugares teológicos (isto é, fontes da teologia, como a Sagrada Escritura, os Concílios, os Padres), encontramos o território [da Amazónia] e o grito dos seus povos (IL, nn. 18, 19, 94, 98 c 3, 98. d 2, 144).

Contra, entre outros: Dei Verbum 4, 7, 10.

4 – Sugere-se que se confira a ordenação a pessoas idosas com família e que se confira «ministérios oficiais» a mulheres. Propõe-se assim uma nova visão do sacramento da Ordem que não provém da Revelação, mas dos usos culturais dos povos amazónicos (que prevêem uma rotação na autoridade). Dever-se-ia então proceder a uma separação entre o sacerdócio e o munus regendi (IL 129 a 2, 129 a 3, 129 c 2).

Esta separação entre sacerdócio e munus regendi mina as bases eucarísticas do ministério da autoridade na Igreja.

Contra: Lumen gentium 21; Presbyterorum Ordinis 13.
Contra também: Sacerdotalis cælibatus, na totalidade e, em especial, 21 e 26; Odinatio sacerdotalis 1, 3 e 4; Pastores dabo vobis 26 e 29.

Grupo de trabalho Coetus Internationalis Patrum

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