Queremos deixar aqui a nossa homenagem um bispo que deu a vida para glória de Deus e
pela salvação das almas. D. Henrique Soares da Costa foi um desses bispos, raros nestes nossos dias. Infelizmente, para nós, morreu aos 57 anos. Rezemos pelo
descanso da sua alma.
O texto que se segue foi publicado por D.
Henrique no dia 20 de Março de 2018 e mostra bem de que fibra era feito:
Meu caro Amigo,
Há exatamente nove
anos, 20 de março de 2009, eu vivia momentos de intensa emoção: experimentei,
naquele dia para mim inesquecível, a mão de Deus, que nos guia de modo
realmente incompreensível...
Pela manhã tinha
viajado a Salvador, pois o Senhor Núncio Apostólico desejava falar-me. O
assunto era uma reviravolta na minha vida: o Papa convidava-me a aceitar ser
consagrado Bispo Auxiliar de Aracaju. Onde Deus desejava levar-me? O que
desejava de mim? Disse “sim” ao Núncio! Não, ao Núncio não: ao Papa através do
Núncio! Não, ao Papa não: a Cristo através do Papa! Disse “sim” sem pensar –
não se pensa quando o Senhor chama; não se calcula! Simplesmente diz-se “sim”!
Foi o que procurei fazer em toda a minha vida, apesar de tantas e tantas
infidelidades e covardias... Deus as conhece; você não, caro Amigo!
Mas, disse “sim”. E
voltei para Maceió, pois era sexta-feira da Quaresma e eu tinha via-sacra às 16
horas na minha Igreja do Livramento (inesquecível e saudoso Livramento!) e,
depois, uma missa no Povoado Poxim, em Coruripe, na Diocese de Penedo...
Apressado, sem almoço, fiz a via-sacra e fui para o Poxim.
No retorno, pelas 21
– 21:30h, o inesperado, o absurdo, o desígnio de Deus que eu não sei e Ele
sabe; não compreendo e Ele vê com clareza: um daqueles automóveis utilitários
me trancou; quatro homens de revólveres em punho. Fugi. Perseguiram-me. Atiraram
no meu carro; seis balas o perfuraram e esvaziaram os dois pneus dianteiros.
Trancaram-me novamente. Tiraram-me do automóvel, espancaram-me gravemente,
recolocaram-me no automóvel, levaram-me para o meio do mato. Eu sangrava muito.
Disseram-me que me matariam: aqueles seriam meus últimos momentos...
Eu me perguntava todo o
tempo qual o sentido daquilo tudo: naquele dia recebera a notícia da nova
missão que o Senhor me confiara. Naquele mesmo dia o Senhor permitiria que me
tirassem a vida... Disse-lhes que não me matassem, pois tinha ainda uma missão
a cumprir. Estava – como sempre estou – de batina, a veste do sacerdote, a
veste do bispo, a veste que deve significar que somos de Deus, somos
consagrados, que algo em nós rompeu-se na relação com o mundo, de modo que
vivemos no mundo, plenamente, mas somos homens de Deus, testemunhas do
Absoluto, mensageiros do Infinito.
Não sei se tiveram medo ou respeito por um
homem de Deus... Não me mataram. Deixaram-me no carro, sangrando, ferido... com
o coroinha que me acompanhava e ao qual não fizeram mal algum (Sim: meus
queridos coroinhas! Tive mais de quarenta: sempre procurei fazer deles
verdadeiros homens e cristãos! Sempre os amei e os amo ainda agora como a
filhos no Senhor. Desses, três já são padres e um está a caminho do
sacerdócio...) Quando os bandidos foram embora, fui, com meu coroinha, para a
estrada e consegui carona até a polícia.
Tudo isto há nove anos!
Estou vivo, sou Bispo e continuo minha vida, viajando tantas vezes à noite, por
estradas tão desertas, cumprindo a missão que o Senhor me confiou... Sempre que
vou por esses caminhos escuros, recordo do que me aconteceu... Recordo que pode
acontecer novamente...
Um padre amigo, como um
irmão para mim, disse-me: O Senhor hoje poupou sua vida. Hoje você deveria
morrer! Ele o deixou com vida porque, a partir de agora, é como se você já
fosse morto: não deve se poupar, não deve se guardar para você: deve
entregar-se por Ele, dar-se a Ele, estar disposto a tudo perder por Ele...
É verdade! Estou nas
mãos Dele! Seja Ele minha vida, seja Ele minha força, seja Ele a alegria dos
meus dias e o sentido da minha existência! Dele vim, Nele vivo, para Ele vou!
Seja bendito o Seu Nome em mim, quer na vida quer na morte! E que Ele nunca
permita que Dele eu me separe!
Hoje, como há nove
anos, in manus Tuas, Domine (nas Tuas mãos, Senhor)...
Para você compreender
meus sentimentos, foi assim que fiquei...
Depois do que tenho lido sobre a vida deste senhor Bispo, acho que o Brasil perdeu ou ganhou... um Santo!
ResponderEliminarE este testemunho pode "adocicar" a dor de muitos seus admiradores e até familiares, cuja morte apanhou de surpresa; Deus chamou-o, talvez, na hora certa... A sua Missão na Terra, com certeza, já estava cumprida! Agora, temos um intercessor no Céu!
Luigi Ventura, qui a été nonce apostolique en France – c'est-à-dire représentant du Vatican en France –, sera jugé le 10 novembre par le tribunal correctionnel de Paris, a-t-on appris jeudi de sources concordantes, confirmant une information d'Europe 1. Il a fait l'objet d'une citation directe pour « agressions sexuelles », il est visé par quatre plaintes de quatre hommes : trois d'entre eux évoquent des attouchements.
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