Conhecido como 'Detém-te', trata-se de um pequeno emblema que pode ser
usado sobre o peito, em volta do pescoço ou preso ao casaco, embora o ideal
fosse levá-lo à altura do coração, como um lembrete das palavras de São Paulo
“Tende em vossos corações os mesmos sentimentos que teve Jesus Cristo no seu”
(Filipenses 2,5).
O 'Detém-te' tem uma imagem do Sagrado Coração, que, normalmente, está
circundada da seguinte frase: “Detém-te! (ou Alto!) O Sagrado Coração de Jesus
está comigo”.
Diz-se que, em 1870, uma cidadã de Roma, depois de consagrar ao Sagrado
Coração e à Santíssima Virgem o seu filho que estava de partida para a guerra
da unificação da Itália, alistado com os Zuavos Pontifícios[1], lhe entregou um
'Detém-te' que ela mesma desenhou sobre um pedaço de pano vermelho,
dizendo: “Ele te trará são e salvo.” O jovem saiu ileso da guerra, dizendo que
uma bala atingiu o seu peito, onde tinha o 'Detém-te', e parou sem causar
qualquer dano. A Mãe contou isto ao Santo Padre.
O Papa concedeu a aprovação definitiva a essa devoção e disse: “Isso,
senhora, é uma inspiração do Céu.” E, em seguida, acrescentou. “Abençoo este
Coração e quero que todos aqueles que forem feitos segundo este modelo recebam
esta mesma bênção, sem ser necessário que um Padre a renove. Ademais, quero que
de modo algum Satanás possa causar dano àqueles que levem consigo o
Escudo, símbolo do Coração adorável de Jesus”.
Em seguida, o próprio Papa Pio IX ditou a seguinte oração:
Abri-me o vosso Sagrado Coração, ó Jesus!...
Mostrai-me os seus encantos,
uni-me a Ele para sempre.
Que todos os movimentos e palpitações do meu coração,
mesmo durante o sono,
Vos sejam um testemunho do meu amor
e Vos digam sem cessar:
Sim, Senhor Jesus, eu Vos adoro...
Aceitai o pouco bem que faço e
fazei-me a mercê de reparar o mal cometido,
para que Vos louve no tempo
e Vos bendiga por toda a eternidade. Amém.
Sagrado Coração de Jesus, eu confio em Vós.
(Repita três vezes este última jaculatória)
Para incentivar a prática deste Santo Escapulário, o Papa Pio IX concedeu,
em 1872, 100 dias de indulgência a todos os que o levarem e rezarem um
Pai-Nosso, Avé-Maria e Glória.
Em alguns 'Detém-te', como os que empregaram os contra-revolucionários
franceses, desenharam um Sagrado Coração, coroado por uma cruz e com as
palavras “Le Roi” (“O Rei”), reconhecendo a Cristo como o verdadeiro Rei de
França e o Rei de todos os corações.
O 'Detém-te' foi usado no México pelos Cristeros, que pegaram em armas
contra o governo anticristão, entre 1926-1929, e que trazia a legenda
“Detém-te, inimigo mau, o coração de Jesus está comigo”. Recorreram também ao
'Detém-te' os católicos cubanos que combateram contra o regime castrista,
pois tinham uma especial devoção ao Sagrado Coração de Jesus e usaram um
'Detém-te' no qual dizia: “Detém-te, bala inimiga, que o Coração de Jesus
está comigo”.
Ao recitar a jaculatória do 'Detém-te', renegamos as obras do mundo, do
diabo e da carne, e ao mesmo tempo é uma forma de solicitar a protecção
d'Aquele que nos amou sem poupar esforços para conseguir o amor dos homens
(Palavras literais de Nosso Senhor a Santa Margarida Alacoque).
Que melhor maneira de recordar o Amor do Sacratíssimo Coração que levando
sobre o nosso peito um 'Detém-te'? Já dizia o Papa Pio XII, sobre a devoção ao
Sagrado Coração de Jesus, que considerava esta prática como “a mais completa
profissão da Religião Cristã” (Encíclica Haurietis Aquas, 15.V.1956).
adaptado de Pale
Ideas
[1] “Zuavos Pontifícios” eram um regimento militar do Estado Pontifício.
Criado a 1 de Janeiro de 1861, à semelhança dos Zuavos do exército francês, era
constituído por voluntários, na maioria franceses, belgas e holandeses, que
haviam chegado ao Estado Pontifício para defendê-lo de ataques militares por
parte do Reino da Itália que desejava tomar Roma, para completar a unidade da
península.
A sua história identifica-se com o último decénio de vida do Estado da
Igreja (1860-1870). O regimento foi licenciado a 21 de Setembro de 1870, depois
da tomada de Roma. O seu valor e seu heroísmo eram devidos principalmente aos
princípios que os animaram. Significativo é o que disse deles o estudioso
Lorenzo Innocenti: “(...) foram o “baluarte do Trono e do Altar, contribuíram
de maneira determinante com o seu voluntariado místico - contraposto à fé laica
dos garibaldinos [tropa de Garibaldi] e à fé monárquica das tropas do exército
piemontês – para retardar em alguns anos a anexação do Estado da Igreja ao
resto da Itália”.
O texto do juramento prestado pelos soldados é bastante representativo das
motivações que os animavam: “Eu juro a Deus Omnipotente ser obediente e fiel ao
meu soberano, o Pontífice romano, nosso Santo Padre, o Papa Pio IX, e aos seus
legítimos sucessores. Juro servi-lo com honra e fidelidade e de sacrificar a
minha vida pela defesa da sua augusta e sacra pessoa, pela defesa da sua
soberania e pela defesa dos seus direitos.”
ResponderEliminarAo tomar conhecimento de todas estas BÊNÇÃOS e GRAÇAS concedidas por Deus, à nossa Igreja...se dúvidas tivesse sobre a certeza de que apenas ELA é a ÚNICA e VERDADEIRA, depressa se dissíparariam!
Só é pena, que em nome não sei de quem...poucos, hoje, as divulguem e, assim, lamentavelmente se desperdicem, num tempo em que TUDO é pouco para nos proteger.
Obrigada por no-las recordar!
Há muito tempo que ando à procura dessa insígnia mas não encontro em lado nenhum. Por acaso o Senhor Padre não sabe onde a posso adquirir?
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