quarta-feira, 31 de maio de 2023

Nós celebramos Missa? Não, apenas o Sacerdote celebra

É necessário, veneráveis irmãos, explicar claramente ao vosso rebanho como o facto de os fiéis tomarem parte no sacrifício eucarístico não significa todavia que gozem de poderes sacerdotais. Há, nos nossos dias, alguns que, avizinhando-se de erros já condenados, ensinam que no Novo Testamento se conhece apenas um sacerdócio pertencente a todos os baptizados, e que o preceito dado por Jesus aos apóstolos na Última Ceia – fazer o que Ele havia feito – se refere directamente a toda a Igreja dos cristãos e só depois é que foi introduzido o sacerdócio hierárquico. 

Sustentam, por isso, que só o povo goza de verdadeiro poder sacerdotal, enquanto o sacerdote age unicamente por ofício a ele confiado pela comunidade. Afirmam, em consequência, que o sacrifício eucarístico é uma verdadeira e própria "concelebração", e que é melhor que os sacerdotes "concelebrem" junto com o povo presente, do que, na ausência destes, ofereçam privadamente o sacrifício.

É inútil explicar quanto esses ardilosos erros estejam em contraste com as verdades acima demonstradas, quando falamos do lugar que compete ao sacerdote no corpo místico de Jesus. Recordemos apenas que o sacerdote faz as vezes do povo porque representa a pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo enquanto é Cabeça de todos os membros e se oferece a si mesmo por eles: por isso vai ao altar como ministro de Cristo, inferior a Ele, mas superior ao povo. O povo, ao invés, não representando por nenhum motivo a pessoa do divino Redentor, nem sendo mediador entre si próprio e Deus, não pode de nenhum modo gozar dos poderes sacerdotais.

A melhor maneira de rezar o Terço

É bom rezar o Terço de joelhos e diante de uma imagem de Nossa Senhora; e no início de cada dezena fazer um acto de amor a Jesus e Maria, pedindo algum favor. Além disso, lembremo-nos que é mais eficaz rezar o Terço na companhia de outros do que sozinho.

Santo Afonso Maria de Ligório

terça-feira, 30 de maio de 2023

Papas Mártires

A partir do momento em que foi criada por Jesus Cristo, a Igreja Católica sofreu grandes perseguições; primeiro por parte dos judeus e depois pelo Império Romano, até ao Édito de Milão (313 d.C.) assinado pelo Imperador Constantino.

Nesses 3 primeiros séculos existiram 33 Papas. Todos foram canonizados, levaram vidas santas e morreram como santos. 2 deles morreram no exílio. Os restantes 31 morreram mártires, ou seja, preferiram "perder" a vida do que renunciar publicamente à fé católica.
 
Temos de estar à altura desta gente.

Padre João Silveira

Quando Santa Teresinha se vestiu de Santa Joana

Santa Teresinha do Menino Jesus disfarçada de Santa Joana d'Arc, numa peça de teatro que fizeram no seu convento. A fotografia é muito rara e data de finais do século XIX.

segunda-feira, 29 de maio de 2023

Ex-Núncio Apostólico apaixonou-se pelo Rito Antigo

O Arcebispo Thomas Gullickson, ex-Núncio Apostólico na Suíça, apaixonou-se pelo Rito Romano no de há alguns anos a esta parte, disse ao SfCatholic.org: "Amo a liturgia antiga e estou muito impressionado com os leigos católicos tradicionais".

Mons. Gullickson tem ordenado regularmente diáconos e padres no Seminário da Fraternidade de São Pedro em Denton, Nebraska.

Ele também celebrou hoje a Missa Solene na Catedral de Chartres, nesta Segunda-Feira de Pentecostes, no final da Peregrinação de Notre Dame de Chrétienté de Paris até Chartres.

Rezar a missa e ouvir confissões é o que mais lhe agrada na vida sacerdotal. O maior desafio é ser fiel aos seus compromissos de oração e crescer mais na oração.

in gloria.tv

domingo, 28 de maio de 2023

As pétalas no dia de Pentecostes em Roma

A Missa de Pentecostes no Panteão - Basílica de Santa Maria dos Mártires - é marcada por uma chuva de pétalas que simboliza as línguas de fogo derramadas sobre Nossa Senhora e os Apóstolos reunidos no Cenáculo no dia de Pentecostes. 

O fogo do Pentecostes deve ser espalhado

Há uma admirável harmonia na obra da salvação do mundo. O povo hebreu teve o seu tempo Pascal, em memória da sua libertação da opressão egípcia, pelo sangue do cordeiro, figura profética da Páscoa cristã que é a libertação da opressão do mundo sob o jugo de Satanás, pelo sangue do verdadeiro Cordeiro, Nosso Senhor Jesus Cristo. Cinquenta dias depois de os hebreus deixarem o Egipto, eles receberam no Monte Sinai a Lei que os governaria e faria deles, no meio dos gentios, o povo de Deus. Foi também a primeira figura profética de Pentecostes do segundo, o pentecostes cristão. 

Mas o Pentecostes Cristão não chama a atenção para o trovão e o relâmpago do Sinai. Ela só lembra que, 50 dias depois da Ressurreição de Nosso Salvador, o Espírito Santo desceu, sob a forma de línguas de fogo, sobre os Apóstolos unidos no Cenáculo. Esta não é mais a promulgação aterradora da Lei que acorrentou o povo hebreu em sua observância pelo medo de castigos; antes, é o dom da luz e da força que deve difundir a caridade de Deus em todo o mundo e, por essa caridade, a prática da lei evangélica.

Com o Espírito Santo, é uma Caridade substancial que toma posse do mundo para trazê-lo de volta a Deus. E uma vez desceu sobre a terra, esta Caridade não a deixará novamente. Ela permeará todos os povos, insinuará a si mesma em todas as almas, conquistador divino e, pouco a pouco, sob seu suave e forte impulso, descobriu-se que o mundo era católico. Obra de Caridade, esta maravilhosa transformação que lançou aos pés de Jesus tantos Povos e os ensinou a dizer a Deus: Pai Nosso! Grito de amor filial, choro do Espírito Santo nas almas.

É esta tomada de posse do mundo pela caridade que celebramos neste dia de Pentecostes. E assim nossos corações se alegram: Profusis gaudiis totus em orbe terrarum mundus exultat, como canta o Prefácio. (Por que o mundo inteiro se alegra com grande alegria?)

Elevemos nossas almas a estas alturas para celebrar com devoção, com gratidão a descida da Caridade sobre a terra.

Aconteceu em Jerusalém, no Cenáculo, onde os discípulos de Jesus estavam reunidos em torno de Sua Santa Mãe. Até a hora é mencionada, porque foi um momento solene, decisivo para a salvação das almas: a hora do terceiro de acordo com a maneira antiga de dividir o dia, o que corresponde às 9 horas da manhã.

Em Sua Liturgia, a Igreja, que vive pelo Espírito Santo, celebra diariamente esta hora de caridade eterna que se tornou seu tesouro, pelo hino que os sacerdotes recitam na Terceira. É a invocação perpétua para a perpétua descida da Caridade Divina.

Surgiu um violento vento ao redor do Cenáculo e em toda a cidade e, ao mesmo tempo, línguas de fogo apareceram sobre os apóstolos.

É a impetuosidade da caridade, que se manifesta por essa rajada de vento. Significa que aqueles que recebem o Espírito Santo, que vivem em Sua presença, que se deixam conduzir por Ele, devem se doar sem reservas. A caridade é sem medida. Se calcula, não é mais Caridade. Ele segue o seu caminho e ninguém pode pará-lo, assim como ninguém pode parar uma tempestade. A Caridade Divina lançaria os Apóstolos num redemoinho irresistível em todo o mundo, como sempre deve lançar em redemoinho todos os que amam a Deus, seja pelo apostolado da pregação, seja pelo da penitência e da oração.

Foi línguas de fogo que desceu sobre os apóstolos. "Eu vim para lançar fogo sobre a terra", disse Nosso Senhor, "e que tenho eu a desejar se ele já está aceso?" (Lucas 12, 49).

Está feito. O fogo é descendente, foi lançado, a rajada irá acender o fogo em todo o mundo. Quem pode escapar de suas faíscas divinas? Hoje também queimamos com esse fogo quando amamos a Deus; quando, para provar a Ele, resistimos ao mal; quando sentimos em nós o imenso e insaciável desejo de amá-lo mais; quando o fazíamos conhecido, torná-lo amado por aqueles que nos rodeiam, por aqueles distantes de nós e de todos os lugares. Então, é o fogo da Caridade Divina que nos abraça. 

Manter isso para si mesmo não é possível. Quem quer que guarde para si mesmo, tem apenas um pouquinho. Este fogo deseja ser comunicado, para ser espalhado. Quem possui em si mesmo sente a necessidade imperiosa de dar aos outros.

Pe. Mortier O.P. in 'La Liturgie dominicaine' (Paris, DDB, 1922, t. 5, p. 240-241)
Traduzido por: Fr. Vicente Ferrer, T.O.P. 

sábado, 27 de maio de 2023

7 bons motivos para um Sacerdote usar batina

1 - RECORDAÇÃO CONSTANTE DO SACERDOTE

A ordem sacerdotal, uma vez recebida, não se esquece facilmente. Porém um lembrete nunca fez mal a ninguém: algo visível, um símbolo constante, um despertador sem ruído, um sinal ou bandeira. O sacerdote que vai à paisana é um entre muitos, o que vai de batina, não. É um sacerdote e ele é o primeiro persuadido. Não pode permanecer neutro, o traje denuncia-o. Ou se faz um mártir ou um traidor, se chega a tal ocasião. O que não pode é ficar no anonimato, como um qualquer. E logo quando tanto se fala de compromisso! Não há compromisso quando exteriormente nada diz do que se é. Quando se despreza o uniforme, se se despreza a categoria ou classe que se representa.

2 - PRESENÇA DO SOBRENATURAL NO MUNDO

Não resta dúvida de que os símbolos nos rodeiam por todas as partes: sinais, bandeiras, insígnias, uniformes… Um dos que mais influencia é o uniforme. Um polícia, um guardião, deve actutar, deter, passar multas, etc. Basta a sua presença para influenciar os outros: conforta, dá segurança, irrita ou deixa nervoso, segundo sejam as intenções e conduta dos cidadãos. Uma batina suscita sempre algo nos que nos rodeiam. Desperta o sentido do sobrenatural. Não faz falta pregar, nem sequer abrir a boca. Ao que está de bem com Deus dá ânimo, ao que tem a consciência pesada avisa, ao que vive longe de Deus produz arrependimento. 

As relações da alma com Deus não são exclusivas do templo. Muita, muitíssima gente não entra na Igreja. Para estas pessoas, que melhor maneira de lhes levar a mensagem de Cristo do que deixar-lhes ver um sacerdote consagrado vestido com a sua batina? Os fiéis lamentam a dessacralização e os seus devastadores efeitos. Os modernistas denunciam o suposto triunfalismo, tiram os hábitos, rechaçam a coroa pontifícia, as tradições de sempre e depois queixam-se de seminários vazios; de falta de vocações. Apagam o fogo e queixam-se do frio. Não há dúvidas: o “desbatinamento” ou “desembatinação” leva à dessacralização.

3 - É DE GRANDE UTILIDADE PARA OS FIÉIS

O sacerdote o é não só quando está no templo administrando os sacramentos, mas nas vinte e quatro horas do dia. O sacerdócio não é uma profissão, com um horário marcado; é uma vida, uma entrega total e sem reservas a Deus. O povo de Deus tem direito a que o auxilie o sacerdote. Isto é facilitado se puderem reconhecer o sacerdote entre as demais pessoas, se aquele leva um sinal externo. O que deseja trabalhar como sacerdote de Cristo deve poder ser identificado como tal para o benefício dos fiéis e melhor desempenho da sua missão.

4 - SERVE PARA PRESERVAR DE MUITOS PERIGOS

A quantas coisas se atreveriam os clérigos e religiosos se não fosse pelo hábito! Esta advertência, que era somente teórica quando a escrevia o exemplar religioso Pe. Eduardo F. Regatillo, SJ, é hoje uma terrível realidade. Primeiro, foram coisas de pouca monta: entrar em bares, lugares de recreio, diversão, conviver com os seculares, porém pouco a pouco se tem ido cada vez a mais. Os modernistas querem fazer-nos crer que a batina é um obstáculo para que a mensagem de Cristo entre no mundo. Porém, suprimindo-a, desapareceram as credenciais e a mesma mensagem. 

De tal modo que já muitos pensam que o primeiro que se deve salvar é o mesmo sacerdote que se despojou da batina supostamente para salvar os outros. Deve-se reconhecer que a batina fortalece a vocação e diminui as ocasiões de pecar para aquele que a veste e para os que o rodeiam. Dos milhares que abandonaram o sacerdócio depois do Concílio Vaticano II, praticamente nenhum abandonou a batina no dia anterior ao de ir embora: tinham-no feito muito antes.

5 - AJUDA DESINTERESSADA AOS DEMAIS

O povo cristão vê no sacerdote o homem de Deus, que não busca o seu bem particular mas o dos seus paroquianos. O povo escancara as portas do coração para escutar o padre que é o mesmo para o pobre e para o poderoso. As portas das repartições, dos departamentos, dos escritórios, por mais altas que sejam, se abrem diante das batinas e dos hábitos religiosos. Quem nega a uma monja o pão que pede para os seus pobres ou idosos? Tudo isto está tradicionalmente ligado a alguns hábitos. Este prestígio da batina tem-se acumulado à base de tempo, de sacrifícios, de abnegação. E agora, desprendem-se dela como se se tratasse de um estorvo?

6 - IMPÕE A MODERAÇÃO NO VESTIR

A Igreja preservou sempre os seus sacerdotes do vício de aparentar mais do que se é e da ostentação dando-lhes um hábito singelo em que não cabem os luxos. A batina é de uma peça (desde o pescoço até os pés), de uma cor (preta) e de uma forma (saco). Os arminhos e ornamentos ricos deixam-se para o templo, pois essas distinções não adornam a pessoa se não o ministro de Deus para que dê realce às cerimônias sagradas da Igreja. Porém, vestindo-se à paisana, a vaidade persegue o sacerdote como a qualquer mortal: as marcas, qualidades do pano, dos tecidos, cores, etc... 

Já não está todo coberto e justificado pelo humilde hábito religioso. Ao se colocar no nível do mundo, este o sacudirá, à mercê dos seus gostos e caprichos. Haverá de ir com a moda e sua voz já não se deixará ouvir como a do que clamava no deserto coberto pela veste do profeta vestido com pêlos de camelo.

7 - EXEMPLO DE OBEDIÊNCIA AO ESPÍRITO E LEGISLAÇÃO DA IGREJA

Como alguém que tem parte no Santo Sacerdócio de Cristo, o sacerdote deve ser exemplo da humildade, da obediência e da abnegação do Salvador. A batina ajuda-o a praticar a pobreza, a humildade no vestiário, a obediência à disciplina da Igreja e o desprezo das coisas do mundo. Vestindo a batina, dificilmente se esquecerá o sacerdote do seu importante papel e da sua missão sagrada ou confundirá o seu traje e sua vida com a do mundo.

Padre Jaime Tovar Patrón

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Não há nada que o demónio tema mais do que a oração mental

Não há nada que o demónio tema mais do que a oração mental: é por isso que ele está continuamente à procura de meios para destruir o espírito de oração nas almas.... A oração mental e o pecado não podem estar juntos (cit. por La Puente).

O homem que não reza é como um animal sem razão. Não há nada melhor para o homem do que a oração; e sem ela não é possível sustentar-se por muito tempo na vida da graça. É por isso que é necessário recorrer todos os dias a este meio poderosíssimo de salvação.

É por isso que o demónio tem tanto medo da oração, e não há nada que o enfureça tanto, e nada que ele tente impedir com maior determinação, do que a oração".

São Filipe Néri (Codesal: 'Antologia de textos sobre a oração')

São Filipe Néri, o santo que dizia "Prefiro o Paraíso"

Hoje é dia de São Filipe Néri. Poucos são os santos da Igreja privilegiados como São Filipe Néri. Filho de pai nobres e piedosos, Filipe nasceu em 1515, na cidade de Florença. De boa índole, de modos afáveis e inclinação à oração mereceram ao menino de 5 anos o apelido de "o bom Filipe". 

Um incêndio destruiu grande parte da fortuna dos pais e Filipe passou a morar com um primo que era negociante riquíssimo em São Germano. Este primo prometeu estabelecê-lo como herdeiro de todos os seus bens, se quisesse tomar-lhe a gerência dos negócios. O bom Filipe, porém, pouca inclinação sentia para ser negociante; o que queria, era ser santo e apesar das repetidas insistências do primo, resolveu dedicar-se ao serviço de Deus. Fez os estudos de Filosofia e Teologia em Roma e começou desde logo a observar a regra de vida austeríssima, que o acompanhou até o fim da vida. Alimentava-se de pão, água e legumes; para o sono reservava poucas horas, para a adoração, porém, muitas. 

No grande desejo de dedicar-se à vida contemplativa, vendeu a biblioteca, deu os bens aos pobres e aprofundou o espírito na meditação da Sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo. Todo o tempo disponível passava-o nas igrejas ou de preferência catacumbas. A graça de Deus tocou-lhe o coração com tanta violência que, prostrado por terra, exclamou muitas vezes: "Basta, Senhor, basta! Suspendei a torrente de vossas consolações, porque não tenho forças para receber tantas delícias. Ó meu Deus tão amável, por que não me destes um coração capaz de amar-Vos condignamente?" Foi nas catacumbas de São Sebastião, no ano de 1545, que recebeu o Espírito Santo, em forma de bola de fogo. Naquela ocasião sentia em si um ardor tão forte do amor de Deus que, devido às palpitações fortíssimas do coração, foram deslocadas a segunda e a quarta costelas. 

Com o amor de Deus, grande era-lhe também o amor do próximo. Filipe, possuía o dom de atrair todos a si, circunstância para a qual concorriam muito sua afabilidade, cortesia e modéstia. Recorria a mil estratagemas, para ganhar os jovens das ruas e nas oficinas de Roma. Era amigo de todos e uma vez adquirida a confiança preparava-os para a recepção dos Sacramentos e encaminhava-os para o bem. As noites passava-as nos hospitais, tratando os doentes como uma mãe. O monumento mais belo de sua caridade é a Irmandade da Santíssima Trindade, cujo fim principal era receber os romeiros e tratar dos doentes. 

No início de cada mês convidava o povo para adoração ao SS. Sacramento e nesta ocasiões, embora leigo, fazia admiráveis alocuções aos fiéis. A piedosa ideia achou eco entre o povo que, abundantes esmolas deitavam para a nova instituição. Cardeais, Bispos, Reis, Ministros, Generais e Princesas viam grande honra em poderem pertencer a esta irmandade. 

Seguindo o conselho do seu confessor, Filipe recebeu o santo Sacramento da Ordem , tendo a idade de 36 anos. Tinha a vontade de trabalhar nas índias e de morrer mártir pela religião de Cristo. Pela vontade de Deus, porém, sua Índia havia de ser Roma, e lá ficou. 

Deixando-se guiar pela Providência Divina, tornou-se Apóstolo da capital da cristandade, sendo sua obra principal a fundação da Congregação da Oração para a qual chamou homens igualmente distintos pelo saber e piedade. As conferências espirituais tinham grande concorrência entre cardeais, bispos, sacerdotes e leigos, os quais confiavam-se à direcção de São Filipe, a quem veneravam como um pai. 

Grande Parte do dia passava no confessionário e só Deus sabe o número das almas que a seus pés acharam a paz, o perdão e a salvação. Todos nele depositavam uma confiança ilimitada. Ilimitada também era a inveja e o ódio de Satanás e seus sequazes. Os confrades tiveram que saborear muitas vezes o escárnio, a calúnia e perseguição. O ódio dos inimigos chegou a tal ponto, que levaram uma acusação falsa à autoridade eclesiástica, de que resultou para Filipe a suspensão de ordens. Privado da celebração da Santa Missa, da pregação e da administração do SS. Sacramento, o Santo não perdeu a calma e só dizia: "Como Deus é bom, que me humilha!" A suspensão foi retirada e o inimigo principal do Santo, caindo em si, fez reparação pública e tornou-se seu discípulo. 

Pelo fim da vida já não lhe era possível dizer a Santa Missa em público, tanta era a comoção que lhe sobrevinha, na celebração dos santos mistérios. Estando no púlpito, as lágrimas lhe embargavam a voz quando falava do amor de Deus e da Paixão de Cristo. Quando celebrava a Missa, chegando à santa Comunhão, pelo espaço de duas a três horas ficava arrebatado em êxtase enquanto o corpo se lhe elevava à altura de dois palmos. Não é para admirar que o Papa o consultasse nos negócios mais importantes e quisesse beijar-lhe as mãos e a batina. 

À sua prudência e clarividência deve a França a felicidade de ter permanecido país católico. Henrique IV, calvinista, tinha abjurado a heresia e entrado na Religião Católica. No ardor das guerras civis, tornou a voltar ao calvinismo, para depois outra vez se agregar à Igreja. O Papa Clemente VIII com o apoio dos cardeais, negou ao rei a absolvição e opôs-se-lhe à reconciliação. Filipe, prevendo a apostasia da França, no caso de o Papa persistir nesta resolução, fez jejuns e orações extraordinárias e pediu a Barónio, que era confessor do Papa, que o acompanhasse nestes exercícios, para alcançar a luz do Divino Espírito Santo. Posteriormente, Henrique IV obteve a absolvição do Papa e foi solenemente recebido no seio da Igreja. 

Fatigado e exausto de trabalhos e alquebrado pela idade, Filipe foi acometido de grave doença, tendo os médicos o examinado e saindo do quarto desanimados, ouviram o doente exclamar: "Ó minha Senhora, ó dulcíssima e bendita Virgem!" Voltaram para ver o que tinha acontecido e encontraram o Santo elevado sobre o leito e, em êxtase exclamou: "Não sou digno, não sou digno de vós, ó dulcíssima Senhora, que venhais visitar-me!"Os médicos, respeitosos, indagaram ao doente o que sentia. Este, voltando a si e tomando a posição costumeira no leito, perguntou: "Não a vistes, a Santíssima Virgem, que me livrou das dores?" A verdade é que se levantou, completamente curado, e viveu mais um ano. 

Tendo predito a hora da morte, Filipe fechou os olhos para este mundo no dia 2 de Maio de 1595. O túmulo tornou-se glorioso e poucos anos depois da morte, Filipe foi beatificado pelo Papa Paulo V, em 1622, e canonizado por Gregório XV. 

in paginaoriente.com

quinta-feira, 25 de maio de 2023

Há 136 nascia Francesco Forgione, mais como conhecido por Padre Pio

Padre Pio nasceu no dia 25 de Maio de 1887 em Pietrelcina (Itália). Ainda criança começou a ter visões sobrenaturais. Entrou na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos (Franciscanos), tendo adoptado o nome de Frei Pio. Foi um dos maiores místicos do séc. XX e os seus milagres, ainda em vida, valeram-lhe a fama de santidade outorgada pelos fiéis do Mundo inteiro. 

Deixamos aqui um apelo de amor à Igreja escrito pelo Santo numa das suas cartas:

Depois do amor a Nosso Senhor, recomendo-te o amor à Igreja, sua Esposa. Ela é, de certo modo, a pomba que incuba e faz nascer os filhinhos do Esposo. Dá sempre graças a Deus por seres filha da Igreja, a exemplo de um tão grande número de almas que nos precederam nesta via bem-aventurada. Tem muita compaixão pelos pastores, pregadores e guias espirituais, espalhados por toda a superfície da terra. [...] Reza a Deus por eles, para que, sendo eles próprios salvos, sejam produtivos e facilitem a salvação das almas. 

Ora tanto pelas pessoas pérfidas como pelas fervorosas, ora pelo Santo Padre, por todas as necessidades espirituais e temporais da Igreja; porque ela é nossa Mãe. Faz também uma oração especial por todos os que trabalham para a salvação das almas, para glória do Pai.

São Pio de Pietrelcina (1887-1968) in Cartas 3, 707; 2,70

terça-feira, 23 de maio de 2023

Corpo de Monja Beneditina encontrado incorrupto



A Irmã Wilhelmina Lancaster fundou as Irmãs Beneditinas de Maria, Rainha dos Apóstolos - bastante conhecidas pelos seus álbuns de canto gregoriano e de hinos católicos clássicos. Fê-lo em 1995, aos 70 anos de idade, deixando as Irmãs Oblatas da Providência, a comunidade onde tinha vivido durante mais de 50 anos.

Conhecida pela sua devoção à Missa Tradicional em latim e pela sua fidelidade à contemplação beneditina e ao Breviário, morreu aos 95 anos, a 29 de Maio de 2019, na Solenidade da Ascensão.

Agora, quatro anos mais tarde, na solenidade da Ascensão (no rito tradicional), a abadessa e as irmãs decidiram levar o seu corpo para um local de descanso final dentro da capela do mosteiro, um costume de longa data para fundadores e fundadoras.

Esperando encontrar ossos, as irmãs beneditinas desenterraram, em vez disso, um caixão com um corpo aparentemente intacto, apesar de o corpo não ter sido embalsamado e de o caixão de madeira ter uma fenda ao meio que deixou entrar humidade e sujidade durante um período de tempo desconhecido, durante estes quatro anos.

in National Catholic Register

Sine Dominico non possumus

Os 49 Mártires de Abitene (Abitinae) foram torturados e mortos por terem assistido a uma Missa de Domingo, um ano depois do édito do Imperador Romano Diocleciano que proíbia a posse das Sagradas Escrituras e a reunião dos cristãos para o culto a Deus.

O Bispo de Abitene, uma das províncias africanas do Império Romano, obedeceu ao édito mas este grupo de fiéis continuou a encontrar-se e a assistir à Missa rezada por um sacerdote chamado Saturnino.

Foram descobertos, presos e levados a julgamento em Cartago, a 12 de Fevereiro de 304. Aí, dados como culpados - homens, mulheres e crianças - foram torturados e mortos.

Ficou famosa a resposta de um dos fiéis, Emérito (Emeritus), quando acusado de desobediência: SINE DOMINICO NON POSSUMUS - Sem o Domingo não podemos viver.

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Como fazer um pedido a Santa Rita de Cássia

Santa Rita é conhecida como a santa das causas impossíveis, graças aos inúmeros milagres que acontecem por sua intercessão

Ó poderosa e gloriosa Santa Rita chamada Santa das causas impossíveis, advogada dos casos desesperados, auxiliadora da última hora, refúgio e abrigo da dor que arrasta para o abismo do pecado e da desesperança, com toda a confiança em Vosso poder junto ao Coração Sagrado de Jesus, a Vós recorro no caso difícil e imprevisto, que dolorosamente oprime o meu coração.

(Fazer o pedido)

Obtende a graça que desejo, pois sendo-me necessária, eu a quero. Apresentada por Vós a minha oração, o meu pedido, por Vós que sois tão amada por Deus, certamente será atendido. Dizei a Nosso Senhor que me valerei da graça para melhorar a minha vida e os meus costumes e para cantar na Terra e no Céu a Divina Misericórdia.

Pai-Nosso, Avé-Maria, Glória

Santa Rita das causas impossíveis, intercedei por nós! Ámen

domingo, 21 de maio de 2023

Português ordenado Diácono da Fraternidade de São Pedro

Mons. Wolfgang Haas, Arcebispo de Vaduz, ordenou 7 Diáconos do Seminário da Fraternidade Sacerdotal de São Pedro em Wigratzbad (Alemanha). Entre eles o Manuel, o primeiro português a entrar naquele seminário. Rezemos por ele e pelas vocações sacerdotais.









sábado, 20 de maio de 2023

A maldita sodomia, um pecado que hoje em dia é louvado

A maldita sodomia sempre foi detestada por todos os que vivem de acordo com Deus. Nenhum pecado no mundo prende tanto a alma. Agitada por uma ânsia insaciável de prazer, a pessoa não obedece à razão, e sim ao delírio, pois a paixão desviada é próxima à loucura. 

Esse vício transtorna o intelecto, destrói a elevação e generosidade da alma, rebaixa a mente dos grandes pensamentos para os mais baixos, torna a pessoa preguiçosa, irascível, obstinada e endurecida, servil e relaxada, incapaz de qualquer coisa. 

Os seus adeptos tornam-se cegos, e enquanto os seus pensamentos deveriam elevar-se para coisas altas e grandes, são despedaçados e reduzidos a coisas vis, inúteis e pútridas, que nunca podem torná-los felizes. 

Da mesma forma que as pessoas virtuosas participam na glória de Deus em diversos graus, também no inferno alguns sofrem mais que outros. Quem viveu com esse vício da sodomia sofre mais do que os outros, pois este é o maior pecado.

São Bernardino de Siena (monge franciscano) in 'Le Prediche Volgari'. Edit. Rizzoli, Milão, 1936. Sermão XXXIX, p. 869, ff. 915.

sexta-feira, 19 de maio de 2023

Padre Pio tinha o dom de saber os pecados das pessoas

Este Santo italiano tinha o dom de ler nas consciências, descobrindo aos penitentes os próprios pecados. Um desses casos passou-se com o Sr. Frederico Abresch: 

«Quando, em Novembro de 1928, fui procurar pela primeira vez o Padre Pio, não tinha Fé. Descendente de uma família protestante, violentamente anti-católica, fiz-me católico por razões de conveniência. As verdades da Fé deixavam-me indiferente; mas apaixonava-me pelas ciências ocultas. Iniciei-me no espiritismo, mas pareceram-me pouco concludentes as mensagens do além. Lancei-me então na magia, depois na teosofia e passei o meu tempo lendo livros sobre este assuntos. Para agradar à minha mulher, de tempos a tempos, aproximava-me dos sacramentos, mas sem convicção.

Um belo dia, ouvi falar do Padre Pio, um frade capuchinho, estigmatizado, que, segundo me contaram, realizava milagres. Movido pela curiosidade, pensando também na minha mulher, gravemente doente, em vésperas de fazer uma operação que a privaria para sempre da felicidade de poder ser mãe, decidi tentar a sorte. Dirigi-me a San Giovanni Rotondo. Nem vale a pena revelar a minha desconfiança, tratando-se de factos acontecidos na Igreja Católica, que, segundo a minha opinião, era um amontoado de superstições.

Deixou-me frio o primeiro contacto com o Padre Pio. Dirigiu-me algumas palavras, que me pareceram muito secas! Esperava um acolhimento mais afectuoso, depois de tão longa viagem. No entanto, decidi confessar-me. Mal me ajoelhei, o Padre disse-me imediatamente que nas minhas confissões precedentes eu tinha ocultado pecados graves. Perguntou-me se eu ali estava de boa fé. Respondi considerar a confissão uma boa instituição social, mas não acreditar no carácter sobrenatural do sacramento. Contudo, alguma coisa me levou a acrescentar: - Agora, Padre, acredito.

O Padre Pio calou-se um instante, depois, com uma expressão de dor indizível, exclamou: "Isso é heresia. Todas as suas confissões têm sido sacrílegas. É necessário fazer uma confissão geral. Faça um bom exame de consciência, lembrando-se de quando se confessou bem pela última vez. Jesus tem sido mais misericordioso consigo do que com Judas." Olhou-me com ar sereno e disse-me em voz alta: "Sejam louvados Jesus e Maria!" E foi para a igreja confessar as mulheres.

Fiquei sozinho na sacristia, profundamente impressionado. Não me saíam dos ouvidos as palavras do Padre: “Lembre-se de quando se confessou bem pela última vez...” É certo que, ao fazer-me católico fui baptizado “sob condição” e o baptismo tinha apagado todos os pecados da minha vida passada. Por ocasião do casamento fiz uma boa confissão. Mas, agora, para minha tranquilidade, decidi dizer todos os pecados, desde a minha infância. Tinha a cabeça em água, quando o Padre Pio reentrou na sacristia. Disse-me logo: "Vamos lá. Quando é que se confessou bem pela última vez?"

Comecei a balbuciar algumas palavras, mas ele interrompeu-me: "Confessou-se bem no regresso da sua viagem de lua-de-mel. Deixemos o resto e comecemos a partir desse momento." Eu estava pasmado. Mas o Padre Pio não me deixou tempo para eu reflectir. Em voz alta, sob a forma de perguntas precisas, começou a enumerar todos os meus pecados acumulados há tantos anos. Chegou a dizer-me o número exacto das Missas a que tinha faltado.

Depois de me recordar todos os pecados mortais, fez-me ver a gravidade dessas faltas e disse com um tom inesquecível: "Você cantava louvores a satanás, enquanto Jesus, no seu amor infinitamente carinhoso, se esforçava por salvá-lo." Depois de ter recebido a absolvição, senti-me tão feliz e tão leve que até parecia ter asas. Ao voltar à povoação, com os outros peregrinos, comportei-me como uma criança doida de alegria.

Humanamente falando, não há explicação para o que me aconteceu. O Padre Pio via-me pela primeira vez. Durante a confissão lembrou-me certos factos por mim totalmente esquecidos. Estava ao corrente dos mais pequenos pormenores e punha-os em relevo.»

A esposa doente do Sr. Frederico Abresch pediu a oração do Padre Pio e não precisou de fazer a operação urgente: foi curada! E tiveram o tão desejado filho que viria mais tarde a tornar-se Sacerdote. Nesta fotografia podemos ver o filho a dar a Sagrada Comunhão ao seu Pai.

Peregrinação de Pentecostes 2023

Mensagem do Director de Peregrinos da Peregrinação Paris-Chartres:

«Estamos muitos felizes por acolher peregrinos estrangeiros na peregrinação de Paris a Chartres (este ano serão cerca de 1400, provenientes de mais de 40 países e dos 5 continentes), mas queremos também que peregrinações semelhantes à de Paris-Chartres se desenvolvam em todo o mundo, no Pentecostes ou noutras alturas do ano.

Por isso, somos MUITO favoráveis a que os peregrinos portugueses organizem uma peregrinação em Portugal como capítulo "Anjos da Guarda" no fim-de-semana de Pentecostes.»

Os capítulos Anjos da Guarda são constituídos por grupos que, nos seus países, rezam ou fazem peregrinações locais em união com a Peregrinação Paris-Chartres, que é a maior peregrinação Tradicional do Mundo e acontece todos os anos no Pentecostes.

Aproveitem a oportunidade de fazer parte deste grande evento, participando na Peregrinação de Pentecostes entre Fátima e Dornes.

quinta-feira, 18 de maio de 2023

Quinta-Feira da Ascensão - Cante Alentejano

Moda alentejana dedicada a esta Quinta-Feira em que a Igreja sempre celebrou a Ascensão de Nosso Senhor aos Céus, 40 dias depois da Páscoa e 10 dias antes do Pentecostes.
Venho-lhe dar um raminho
Colhido da própria planta
Para me dares amêndoas
Quando for Sexta-Feira Santa

Quinta-Feira da Ascensão
Saem as moças pro campo
De vestido cor-de-rosa
No chapéu um laço branco

No chapéu um laço branco
Com um raminho na mão
Vêm as moças do campo
Quinta-Feira da Ascensão

Oliveira à luz divina
O trigo simboliza o pão
Alecrim: saúde e força
Paz e amor no coração

Quinta-Feira da Ascensão
Saem as moças pro campo
De vestido cor-de-rosa
No chapéu um laço branco

No chapéu um laço branco
Com um raminho na mão
Vêm as moças do campo
Quinta-Feira da Ascensão