sexta-feira, 29 de abril de 2011

Em directo de Roma

Hoje visitei a igreja de santa ines, na piazza navona. Lembro me da nossa noite de adoracao la. Nota: msg enviada do itouch. Ps - o espirito senza continua!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Porquê é que acreditam?

Estamos numa altura de grande riqueza espiritual: Este ano a Semana Santa, com todas as suas celebrações, coincidiu exactamente com os dias da viagem Senza há 6 anos. No Domingo passado foi a Páscoa e foi também o sexto aniversário da Missa da imposição do Pálio e do Anel do Pescador de Bento XVI. No próximo Domingo será a beatificação de João Paulo II. E com isto chegamos a Maio, mês de Maria. Dia 8 começam muitas peregrinações que levarão milhares de peregrinos a Fátima.

Com tudo isto, seria de esperar que estaria em êxtase místico. No entanto, dou por mim a duvidar de tudo. Tenho questionado as minhas razões. Ou melhor, a falta de razões para acreditar. Estou entre o crer e o descrer. Sendo que o descrer tem sido mais forte na minha vida nos últimos anos.
Relembro tudo o que vivi. Vejo os milhões de Católicos nas celebrações. E questiono-me: O que os faz mover? Cada um deles terá a sua razão para crer.

O que vos leva a ter Fé? Quais as vossas razões?

Gostava de ter as vossas respostas. Todas são bem vindas!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A 20 de Abril de 2005...

os Senzas estiveram, em Roma, na sede do Opus Dei e rezaram junto ao túmulo de São Josemaria Escrivá.

Benção Urbi et Orbi - 19/IV/2005

Amados Irmãos e Irmãs,

Depois do grande Papa João Paulo II, os Senhores Cardeais elegeram-me, simples e humilde trabalhador na vinha do Senhor.

Consola-me saber que o Senhor sabe trabalhar e agir também com instrumentos insuficientes. E, sobretudo, recomendo-me às vossas orações.

Na alegria do Senhor Ressuscitado, confiantes na sua ajuda permanente, vamos em frente. O Senhor ajudar-nos-á. Maria, sua Mãe Santíssima, está connosco. Obrigado!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Outra vez Páscoa - P.Gonçalo Portocarrero de Almada

Isabel estava à espera de um filho. A expectativa tinha sido muita porque desde que casara com o João, ambos agora com trinta e oito anos, tinham decorrido dez anosde malogradas esperanças. Mas quando – finalmente! – se confirmou o diagnóstico da gravidez, todas as agruras de uma aflitiva espera se transfiguraram na alegria do nascimento iminente.Todos os dias eram todos para a criança a nascer. Enquanto o João andava já àprocura de cadeirinhas acopláveis ao assento do carro, a Isabel só tinha olhos para as montras das lojas de bebés, onde namorava todo o tipo de vestimentas para todas as estações, sempre indecisa na opção mas decidida em dar ao tão esperado filho o melhor enxoval.

Chegou finalmente o dia da desejada ecografia. Quando apareceram as primeiras imagens daquele ser diminuto, agitando-se no ventre materno, Isabel apertou com força a mão do João. A médica não teve dificuldade em reconhecer que se tratavade um rapaz mas, ao mesmo tempo que o disse, ambos notaram que pelo seu semblante perpassou uma sombra aziaga, a que correspondeu um imediato sobressalto nos pais dopetiz. A médica levantou-se e ao ver o olhar ansioso do casal, não conseguiu esconder a sua preocupação e tristeza: - Tenho muita pena, mas o vosso filho padece de trissomia 21. Isabel sentiu como que uma tontura, enquanto o João a abraçou sem saber muito bem o que dizer. Na dolorosa confusão do momento, engasgou umas quantas frases, na ilusão de que o diagnóstico pudesse não ser confirmado, mas a médica foi peremptória no seu veredicto. Esmagados por aquele antecipado luto, os dois regressaram a casa em silêncio, apenas intervalado pelos seus soluços. Murcha a primavera da esperança, abateu-se sobre a família o inverno da desesperação. 

As questões sucediam-se em catadupa e o aparente silêncio de Deus, tãodistante lá no seu longínquo Céu, dilacerava os corações da Isabel e do João. Surgiu então, com uma estranha evidência, a única resposta lógica àquele drama: não permitir que a criança vingasse e proceder, quanto antes, à interrupção da gravidez. Amigos houve que lhes aconselharam esse recurso, fazendo-lhes ver que, com a sua idade, não poderiam prestar a assistência necessária a um filho tão dependente. Outros recordaram-lhes a gravidade moral do acto, mas o João e a Isabel sentiam-se tão abandonados por Deus que quase lhes parecia justa aquela retaliação. Marcaram a intervenção, numa clínica especializada. O João, por razões profissionais, não pôde acompanhar a Isabel que, sozinha, teria que pôr termo à sua gestação. Mas, antes de sair de casa, ouviu tocar a campainha: era uma vizinha que, comum filho pela mão, lhe pedia licença para usar o telefone, porque o marido estava inanimado e não tinha outro meio de chamar a ambulância. Isabel levou-a até ao telefone e depois afundou-se numa poltrona. Foi então que, para seu espanto, viu que a criança era mongolóide. O pequenino sentou-se ao seu colo, pegou-lhe na mão,perguntou-lhe o nome e falou-lhe, com entusiasmo, das suas brincadeiras.

Terminada a chamada telefónica, a vizinha chamou o filho e pediu desculpa a Isabel pela sua inconveniência. O pequerrucho deu um beijo a Isabel e correu para a mãe, que o levou consigo, ficando Isabel só. A verdade é que não estava só, estava também com o seu filho, que era como aquele menino carinhoso que se sentara ao seu colo. Foi então que lhe veio à mente um pensamento aterrador: não podia matar uma criança assim! Não podia abortar o seu filho! Era seu, Deus tinha-lho dado para que o amasse e ele, que já estava de algum modo no seu colo, esperava as suas carícias de mãe. Não importava como fosse ou deixasse de ser, era seu e era também de João, era sobretudo um filho predilecto de Deus!

Naquela noite, houve festa na casa do João e da Isabel porque o seu filho, que estava perdido, foi encontrado e, estando morto, ressuscitou. Deus acendera no fogo do seu Espírito aqueles dois corações, quais círios pascais, porque quando o amor e a vida vencem o pecado e a morte é Páscoa. Outra vez.

domingo, 17 de abril de 2011

Verdade - Confissões de St.Agostinho

Ó Verdade, Vós em toda parte assistis a todos os que Vos consultam e ao mesmo tempo respondeis aos que Vos interrogam sobre os mais variados assuntos. Respondeis com clareza, mas nem todos Vos ouvem com a mesma lucidez. Todos Vos consultam sobre o que desejam, mas nem sempre ouvem o que querem. O vosso servo mais fiel é aquele que não espera nem prefere ouvir aquilo que quer, mas se propõe aceitar, antes de tudo, a resposta que de Vós ouviu.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

"Também Eu não te condeno" - St.Agostinho

Há um salmo que diz: «Deixai-vos instruir, juízes da terra!» (Sl 2,10). Os que julgam a terra são os reis, os governantes, os príncipes, os juízes propriamente ditos. [...] Que eles se instruam, porque se trata da terra que julga a terra, mas ela deve temer Aquele que está no céu. Eles julgam os seus iguais: o homem julga um homem, o mortal, um mortal, o pecador, um pecador. Se Nosso Senhor fizesse ressoar, no meio desses juízes, esta sentença divina: «Que o primeiro que estiver sem pecado, atire a primeira pedra», não começariam a tremer todos aqueles que julgam a terra?

Aos fariseus que, para O tentar, Lhe tinham trazido uma mulher surpreendida em adultério [...], Jesus disse: «Vós quereis lapidar esta mulher como está prescrito na Lei. Pois bem, que aquele de vós que estiver sem pecado lhe atire a primeira pedra». Enquanto O questionavam, escrevia na terra, para «instruir a terra»; mas, quando lhes deu esta resposta, levantou os olhos, «olhou para a terra e ela estremeceu» [Sl 104 (103), 32]. Os fariseus, confusos e a tremer, vão-se embora, um após outro.

A pecadora ficou só com o Salvador: a doente com o médico, a grande miséria com a grande misericórdia. Olhando para esta mulher, Jesus diz-lhe: «Ninguém te condenou? ─ Ninguém Senhor» [...] Mas ela permanece diante de um juiz que não tem pecado. «Ninguém te condenou? ─ Ninguém Senhor, e, se Tu próprio não me condenares, estou em segurança». Silenciosamente, o Senhor responde a esta inquietação: «Também Eu não te condeno. [...] A voz da consciência impediu os acusadores de te punirem; a misericórdia incita-Me a vir em teu socorro». Meditai nestas verdades e «deixai-vos instruir, juízes da terra».

quinta-feira, 14 de abril de 2011

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Que a tua vida não seja uma vida estéril - S. Josemaria Escrivá

Se cedesses à tentação de perguntar a ti mesmo: quem me manda a mim meter-me nisto?, teria de responder-te: manda-to, pede-to o próprio Cristo. A messe é grande e os operários são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe. Não digas, comodamente: eu para isto não sirvo; para isto já há outros; não estou feito para isto... Não. Para isto não há outros. Se tu pudesses falar assim, todos podiam dizer a mesma coisa. O pedido de Cristo dirige-se a todos e cada um dos cristãos. Ninguém está dispensado: nem por razões de idade, nem de saúde, nem de ocupação. Não há desculpas de nenhum género. Ou produzimos frutos de apostolado ou a nossa fé será estéril.

Além disso, quem disse que para falar de Cristo, para difundir a sua doutrina, era preciso fazer coisas especiais, fora do comum? Faz a tua vida normal; trabalha onde estás a trabalhar, procurando cumprir os deveres do teu estado, acabar bem o que é próprio da tua profissão ou do teu ofício, superando-te, melhorando-te dia-a-dia. Sê leal, compreensivo com os outros e exigente contigo mesmo. Sê mortificado e alegre. Será esse o teu apostolado. E, sem saberes porquê, tendo perfeita consciência das tuas misérias, os que te rodeiam virão ter contigo e, numa conversa natural, simples – à saída do trabalho, numa reunião familiar, no autocarro, ao dar um passeio, em qualquer parte – falareis de inquietações que em todas as almas existem, embora às vezes alguns não queiram dar por isso. Mas cada vez as perceberão melhor, desde que comecem a procurar Deus a sério.

Saber perdoar - São João Crisóstomo

Cristo deu a Sua vida por ti e tu continuas a detestar aquele que é um servo como tu? Como podes avançar em direcção à mesa da paz? O teu Mestre não hesitou em suportar por ti todos os sofrimentos, e tu recusas-te a renunciar sequer à tua cólera? «Aquele ofendeu-me com gravidade, dizes tu, foi tantas vezes injusto para comigo, chegou mesmo a ameaçar-me de morte!» O que é isto? Ele ainda não te crucificou, como os inimigos do Senhor O crucificaram.Se não perdoas as ofensas do teu próximo, o teu Pai que está nos céus também não te perdoará as tuas faltas (Mt 6, 15). 

O que te diz a tua consciência quando pronuncias estas palavras: «Pai Nosso, que estás nos céus, santificado seja o Vosso nome» e o que se segue? Cristo não fez diferenças: Ele derramou o Seu sangue por aqueles que derramaram o Dele. Serias capaz de fazer algo semelhante? Quando te recusas a perdoar ao teu inimigo, é a ti que causas mal, não a ele; o que tu preparas é o teu próprio castigo no dia do julgamento. Escuta o que diz o Senhor: «Quando fores apresentar a tua oferta sobre o altar e ali te recordares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão e depois volta para apresentar a tua oferta». Porque o Filho do homem veio ao mundo para reconciliar a humanidade com o Pai. Como diz São Paulo: «Agora Deus reconciliou consigo todas as coisas» (Col 1, 22); «pela cruz, levando em Si próprio a morte à inimizade» (Ef 2, 16).

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Frase do dia

"Jesus é a consolação dos bons e o terror dos maus." 

S. Pio de Pietrelcina

O exemplo de Jeremias - Aura Miguel

“Muitas pessoas dizem que os jovens de hoje não se interessam pelo catecismo. Duvido que isto seja verdade. Porque os jovens não são tão superficiais como se diz”.

Estas palavras de Bento XVI podem ler-se no prefácio do mais recente catecismo para jovens – o “You Cat” – que será apresentado ao público na próxima semana.

“Se um romance policial é excitante, porque nos insere no destino de outras pessoas, (…) mais cativante ainda será ler este livro, porque fala do nosso destino”, prossegue o Papa.

Por isso, “estudem-no no silêncio do vosso quarto, leiam-no enquanto casal, se estiverdes a namorar, formai grupos de estudo e redes sociais, partilhai-o entre vós e na Internet, porque é preciso saber aquilo em que acreditamos. Se um especialista em tecnologia domina o sistema de um computador ou se um músico sabe ler uma partitura, também os jovens católicos devem conhecer a fé e estar enraizados nela ainda mais profundamente do que a geração dos seus pais, para enfrentar os desafios e as tentações deste tempo, com força e determinação”.

E, para os mais cépticos, Bento XVI deixa um indicador de esperança: "Quando Israel vivia um mau momento da sua história, Deus não pediu ajuda aos grandes nem aos notáveis, mas a um jovem chamado Jeremias…”.

Assim, também, a nossa História poderá ser renovada pelas novas gerações que, sem preguiça, não fujam ao rosto de Deus.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Vaticano convoca bloguistas católicos (Eu vou!)

O Vaticano convocou um encontro de bloguistas católicos, no próximo dia 2 de maio, numa iniciativa conjunta dos Conselhos Pontifícios da Cultura e das Comunicações Sociais. Em comunicado, os responsáveis pela iniciativa explicam que o encontro tem como objetivo “permitir um diálogo entre bloguistas e representantes da Igreja, partilhar experiências de quem trabalha diretamente neste campo e compreender melhor as necessidades desta comunidade”.

Os blogues, páginas da Internet da autoria de pessoas ou grupos (denominados «bloggers», bloguistas), são compostos por opiniões e notícias, em forma de texto e multimédia, frequentemente abertas à interação dos leitores através da publicação de comentários. No Vaticano vão ser apresentadas iniciativas que a Igreja está a promover para “entrar em contato com o mundo” dos novos meios de comunicação. Segundo o programa divulgado pelos Conselhos Pontifícios, os trabalhos do encontro vão estar abertos a uma “discussão geral” por parte dos participantes, incluindo um painel com cinco bloguistas, representantes de várias áreas linguísticas. Outro painel vai oferecer testemunhos de pessoas ligadas à “estratégia comunicacional” da Igreja, com destaque para as iniciativas que visam assegurar “um compromisso efetivo” no mundo dos blogues.

Entre os presentes vão contar-se o cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício da Cultura, o arcebispo Claudio Celli, presidente do Conselho Pontifício das Comunicações Sociais, e o padre Federico Lombardi, diretor da sala de imprensa da Santa Sé. Este encontro acontece um dia depois da beatificação de João Paulo II, aproveitando a previsível presença em Roma de vários bloguistas católicos, que se podem inscrever através do mail blogmeet@pccs.it.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A Fátima de 30.4 a 1.05

Caros senzas que não vão a Roma, querem ir a Fátima de 30.04 a 1.05 à beatificação do Papa João Paulo II? Conforme esta notícia, Fátima é um dos 5 santuários mundiais que está a organizar a vigília de dia 30. Nós vamos.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Modernos e progressistas - Zita Seabra

Em nome da modernidade e do progresso aprovaram--se duas leis que constituem um ataque brutal contra a condição feminina: a lei da legalização do aborto, a pedido, até às 10 semanas, e a lei do divórcio "à la carte". Passaram agora alguns anos sobre a entrada em vigor destas duas leis e os resultados já estão à vista. Convém olhar para eles e verificar os efeitos que tiveram para a sua principal destinatária: a mulher.

Começando pela lei da legalização do aborto, a Direcção-Geral da Saúde divulgou números "provisórios" de 2010: realizaram-se 19 438, segundo dados ainda não definitivos e mais de 250 mulheres que interromperam a gravidez em 2010 tinham feito três ou mais abortos anteriormente, sendo que destas quatro já tinham abortado mais de dez vezes. Perante estes dados, Miguel Oliveira e Silva calcula que 50% das mulheres que recorrem a um aborto não se dirigem à consulta posterior de planeamento familiar.

A lei de 1985, que tinha admitido o aborto nos casos limites e retirou a pena de prisão absurda que ameaçava uma mulher que num acto de desespero praticasse um aborto, foi substituída pela actual legislação de aborto livre e a pedido até às 10 semanas. Isto é, o aborto foi legalizado, transformado num "normal" método de contracepção, foi mesmo transformado num direito.

Espantosamente, no momento em que a ciência coloca nas farmácias uma imensa variedade de métodos contraceptivos que o Serviço Nacional de Saúde tornou gratuitos; e são divulgados como nunca métodos naturais, químicos, mecânicos, do dia seguinte ou do dia anterior; que a informação se tornou completamente acessível - é que se legalizou o aborto a pedido como se fosse um caminho para uma vida feliz e livre de compromissos.

Legaliza-se, desdramatiza-se, banaliza-se o que nunca pode ser banalizado, relativiza-se a vida humana. Qual é o problema? Diziam que o importante é impedir a culpa e viver feliz cada momento sem memória e sem futuro. Neste caminho moderno e descomprometido, tudo se torna descartável e efémero, até os afectos à vida humana. Duas noções desaparecem da vida e da sociedade portuguesa: a noção de responsabilidade pessoal de cada um perante si próprio e perante os outros; e a noção da felicidade da gravidez, a responsabilidade única de dar vida.

A gravidez, ter filhos, transformou-se no paradigma dominante da sociedade portuguesa, numa imagem terrível. Ter filhos passou a ser visto como um impedimento à carreira profissional, um impedimento ao prazer de viver livre e gozar a vida.

Os resultados começam a estar à vista e já não me refiro ao envelhecimento dramático da população portuguesa a níveis imbatíveis na Europa. Refiro-me, sim, às palavras do Presidente da Comissão de Ética, o prof. Miguel Oliveira e Silva, um dos responsáveis pela actual lei, que acaba de propor a sua revisão, sublinhando o facto de mulheres terem recorrido a dois ou três abortos nestes breves anos de vigor da lei. Considera ele que, perante estes resultados, "não devemos continuar a pagar dos nossos impostos um segundo aborto recorrente a uma pessoa que, irresponsavelmente, após o primeiro, falta à consulta de planeamento familiar".

É importante, evidentemente, que seja o presidente da Comissão de Ética a reconhecê-lo mas não se pode deixar de questionar uma sociedade em que o aborto se transformou num direito, grátis e, como sublinha, pago pelos nossos impostos, banalizado e transformado em método de planeamento familiar, quando o abono de família é retirado a mais de um milhão de famílias em razão da austeridade que vivemos. Que critérios são estes que governam o país?

A lei do divórcio, aprovada no mesmo espírito, respondendo à mesma filosofia de vida, está igualmente a ter consequências dramáticas. O divórcio "à la carte", na hora, o divórcio "simplex", radicado na ideia de que o importante é ser feliz a cada momento, os outros que tratem de si, criando a sensação que a felicidade está na infantilização dos adultos, nos Peter Pan eternos, lança diariamente para a pobreza mães e filhos. Na anterior lei, o divórcio só era obtido uma vez regularizada a situação dos filhos. Agora, com esta lei, os filhos não são entrave. Na hora, o homem sai de casa, deixa filhos e mulher, empregada ou desempregada, tendo ela sacrificado ou não a sua vida profissional à família que queria construir. Ele divorcia-se legalmente bastando invocar essa vontade. Ela e os filhos, para reaverem alguns direitos, têm de ir a tribunal.

Resultado: os tribunais estão completamente assoberbados de processos sem solução à vista, os filhos ficam sem pai e sem meios. Foi a lei mais brutalmente machista aprovada desde há muitos anos em Portugal por detrás de uma cortina de discursos de modernidade, de igualdade de género e de felicidades descartáveis ao virar de cada esquina.

A caminho das eleições e mergulhados em números da crise económica, num país endividado e sem futuro, corre-se o risco de esquecer que tudo está interligado e que dois conceitos (simplificando um pouco) estão na origem de tudo: ausência de ética e de responsabilidade na sociedade, na família e em cada português.

Balanço do encontro com o "Nós somos Igreja"

Fomos até ao convento de S.Domingos, e eis as conclusões do dito debate: clicar aqui, por favor

terça-feira, 5 de abril de 2011

Não há maior amor - Beata Teresa de Calcutá

Cristo disse: «Tive fome e destes-Me de comer» (Mt 25, 35). Teve fome não só de pão, mas também da estima acolhedora que nos permite sentirmo-nos amados, reconhecidos, sermos alguém aos olhos de outrem. Foi desprovido não só da Sua roupa, mas também da dignidade e do respeito humano pela grande injustiça cometida para com o pobre, que é precisamente o ser-se desprezado por ser pobre. Foi privado não só de um tecto, mas também sofreu as privações por que passam os encarcerados, os rejeitados e os escorraçados, aqueles que vagueiam pelo mundo sem ter ninguém que se ocupe deles.

Ao desceres a rua, sem outro propósito senão esse, talvez atentes naquele homem, ali na esquina, e vás ao seu encontro. Talvez ele fique de pé atrás, mas tu permaneces lá, diante dele, na sua frente. Tens de irradiar a presença que trazes dentro de ti com o amor e a atenção para com o homem a quem te diriges. E porquê? Porque, para ti, se trata de Jesus. Sim, é Jesus, mas não pode receber-te em Sua casa — eis porque tens de ser tu a dirigir-te a Ele. Ele está escondido ali, naquela pessoa. Jesus, oculto no mais pequenino dos irmãos (Mt 25, 40), não só cheio de fome por um bocado de pão, mas também por amor, por reconhecimento, por ser tido como alguém com valor.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Alguns psicólogos já consideram a pedofilia uma orientação sexual

Numa recente sessão parlamentar no Canadá, sobre um projecto de lei relativo a crimes sexuais contra crianças, especialistas em psicologia afirmaram que a pedofilia é uma “orientação sexual” comparável à homossexualidade ou heterossexualidade, uma definição que foi questionada por um membro do Parlamento que estava presente.

“Quando falamos de terapia ou quando indivíduos recebem terapia e sentimos como se todos tivessem sido apaziguados, a boa notícia é muitas vezes ilusória”, disse Van Gijseghem, psicólogo e professor aposentado da Universidade de Montreal.

“Os pedófilos não são simplesmente pessoas que cometem um pequeno delito de tempos em tempos. Pelo contrário, eles têm conflitos com o que equivale a uma orientação sexual exatamente como outro indivíduo pode estar em conflito com a heterossexualidade ou até mesmo a homossexualidade”, frisou Van Gijseghem.

“Os verdadeiros pedófilos têm preferência exclusiva por crianças, o que é a mesma coisa como ter uma orientação sexual. Não se pode mudar a orientação sexual de uma pessoa”. Contudo, ele acrescentou: “Apesar disso, ele poderá permanecer numa vida de abstinência”.

“Se, por exemplo, você estivesse a viver numa sociedade em que a heterossexualidade fosse condenada e proibida e você recebesse ordem de passar por uma terapia para mudar a sua orientação sexual, você provavelmente diria que isso é um pouco doido. Em outras palavras, você não aceitaria isso de forma alguma. Eu uso essa analogia para dizer que sim, realmente sim, os pedófilos não podem mudar a sua orientação sexual”.
in lifesitenews

Frase do dia

"Queres deveras ser santo? – Cumpre o pequeno dever de cada momento faz o que deves e está no que fazes.
A santidade 'grande' consiste em cumprir os 'pequenos deveres' de cada instante." 

S. Josemaria Escrivá

domingo, 3 de abril de 2011

Como ir à Missa e não perder a fé

Um enfraquecimento da fé e a diminuição do número de fiéis podem ser atribuídos aos abusos litúrgicos e às Missas mal celebradas, quer dizer, as que traem o seu sentido original e onde, no centro, já não está Deus, mas o homem, com a bagagem de suas perguntas existenciais. Essa é uma ideia sustentada por Nicola Bux, teólogo e consultor da Congregação para a Doutrina da Fé e do Ofício de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice.

Bux replica a quantos criticaram Bento XVI, acusando-o de ter traído o espírito conciliar. Ao contrário – argumenta o teólogo – os documentos oficiais do Concílio Vaticano II foram traídos precisamente por essas pessoas, bispos e sacerdotes à frente, que alteraram a liturgia com “deformações ao limite do suportável”.

Participar de uma celebração eucarística pode significar encontrar-se com as formas litúrgicas mais estranhas, com sacerdotes que discutem economia, política e sociologia, tecendo homilias em que Deus desaparece. Proliferam os ensaios de antropologia litúrgica até reduzir a esta dimensão os próprios sinais sacramentais, “agora chamados preferivelmente de símbolos”. A questão não é pequena: enfrentá-la implica ser tachado de anticonciliar.

Todos se sentem com o direito de ensinar e praticar uma liturgia “ao seu modo”, tanto que hoje é possível assistir, por exemplo, “à afirmação de políticos católicos que, considerando-se ‘adultos’, propõem ideias de Igreja e de moral em contraste com a doutrina”.

Entre aqueles que iniciaram esta mudança, Bux recorda Karl Rahner, quem, à raiz do Concílio, denunciava a reflexão teológica então imperante que, em sua opinião, mostrava-se pouco atenta ou esquecida da realidade do homem. O jesuíta alemão sustentava em contrapartida que todo discurso sobre Deus brotaria da pergunta que o homem lança sobre si mesmo. Em consequência – esta é a síntese – a tarefa da teologia deveria ser falar do homem e de sua salvação, lançando as perguntas sobre si e sobre o mundo. Um pensamento teológico que, com triste evidência, foi capaz de gerar erros, o mais clamoroso dos quais é o modo de entender o sacramento, hoje já não sentido como procedente do Alto, de Deus, mas como participação em algo que o cristão já possui.

A liturgia é sagrada se tiver suas regras. Apesar disso, se por um lado o ethos, ou seja, a vida moral, é um elemento claro para todos, por outro lado, ignora-se quase totalmente que existe também um “jus divinum”, um direito de Deus a ser adorado. “O Senhor é zeloso de suas competências – sustenta Bux –, e o culto é o que lhe é mais próprio. Em contrapartida, precisamente no campo litúrgico, estamos frente a uma desregulação”.

Sublinhando, em contrapartida, que sem “jus” o culto torna-se necessariamente idolátrico, em seu livro o teólogo cita uma passagem da “Introdução ao espírito da liturgia”, de Ratzinger, que escreve: “Na aparência, tudo está em ordem e presumivelmente também o ritual procede segundo as prescrições. E no entanto é uma queda na idolatria (...), faz-se Deus descer ao nível próprio, reduzindo-o a categorias de visibilidade e compreensibilidade”.

E acrescenta: “trata-se de um culto feito à própria medida (...), converte-se em uma festa que a comunidade faz para si mesma; celebrando-a, a comunidade não faz mais que confirmar a si mesma”. O resultado é irremediável: “Da adoração a Deus se passa a um círculo que gira em torno de si mesmo: comer, beber, divertir-se”. Em sua autobiografia (Mi vida), Ratzinger declara: “Estou convencido de que a crise eclesial em que hoje nos encontramos depende em grande parte do colapso da liturgia”. in Zenit

sábado, 2 de abril de 2011