sexta-feira, 4 de outubro de 2024

O inicio da conversão de São Francisco

Certa tarde, após o seu regresso a Assis, os companheiros do jovem Francisco elegeram-no como chefe do seu grupo. E ele, como já fizera muitas outras vezes, preparou um sumptuoso banquete. Terminado o banquete, saíram para a rua e foram percorrendo a cidade a cantar. Os companheiros iam à frente e Francisco, de bastão de chefe na mão, fechava o cortejo, seguindo um pouco atrás, sem cantar e mergulhado nos seus pensamentos. E eis que, subitamente, o Senhor o visitou e lhe encheu o coração de tal doçura que ele deixou de poder falar e se mover.

Quando os companheiros se voltaram e viram que ele tinha ficado para trás, regressaram para junto ele, espantados, e acharam-no como que mudado. «Em que estavas a pensar para te esqueceres de nos seguir?», perguntaram-lhe. «Estarás por acaso a pensar casar-te?». «Tendes razão!», respondeu ele. «Planeio tomar esposa, e é a mais nobre, rica e bela que jamais vistes». Troçaram dele.

A partir de então, começou a esforçar-se por colocar no centro da sua alma a Jesus Cristo e a pérola que desejava comprar depois de ter vendido tudo (cf Mt 13,46). Escondendo-se de quem dele troçava, ia muitas vezes – quase todos os dias – orar em silêncio. Estava, por assim dizer, possuído pelo antegosto da doçura que tantas vezes o visitava, arrastando-o da praça e de outros lugares públicos para a oração.

Há algum tempo que se tornara benfeitor dos pobres, mas prometeu a si mesmo, com mais firmeza que nunca, jamais recusar esmola a um pedinte, mas dar-lha com mais generosidade e abundância. E assim, sempre que encontrava um pobre na rua, se podia, dava-lhe esmola. Se não tinha dinheiro, dava-lhe o barrete ou o cinto, para não o deixar ir embora de mãos vazias. E, se nem isso tinha, retirava-se para um local discreto, despia a camisa e mandava-a em segredo ao pobre, pedindo-lhe que a aceitasse por Deus.

in Narrativa de três companheiros de São Francisco de Assis (c. 1244), § 7-8

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Dia de Santa Teresinha

Na fotografia: Santa Teresinha do Menino Jesus ‘mascarada’ de Santa Joana d’Arc, a quem tinha uma grande devoção.

"Compreendo, agora, que a caridade perfeita consiste em suportar as faltas dos outros, em não se admirar com as suas fraquezas, em edificar-se com os menores actos de virtude que eles praticam, mas, sobretudo, compreendi que a caridade não deve ficar fechada no fundo do coração: Ninguém, disse Jesus, acende uma lâmpada para pô-lo debaixo da mesa, mas sobre o candelabro, a fim de que ilumine a todos os que estão em casa.

Parece-me que essa lâmpada representa a caridade que deve iluminar, alegrar, não apenas os que me são mais caros, mas todos aqueles que estão em casa."

Santa Teresinha do Menino Jesus

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Oração ao Anjo da Guarda

A oração ao Anjo da Guarda é uma boa oração para rezar antes de dormir, depois do exame de consciência e das 3 Avé-Marias:

Santo Anjo do Senhor,
meu zeloso guardador,
pois que a ti me confiou a Piedade divina,
hoje e sempre
me governa, rege, guarda e ilumina.
Ámen.

Para os mais pequenos existe uma "versão resumida":

Anjo da Guarda,
minha companhia,
guardai a minha alma
de noite e de dia.

terça-feira, 1 de outubro de 2024

O Santo Padre Cruz

O famoso Padre Cruz morreu há 76 anos, no dia 1 de Outubro de 1948. O Padre Cruz foi um sacerdote que morreu com fama de santidade, sendo ainda em vida conhecido como "Santo Padre Cruz". Neste momento encontra-se a decorrer, lentamente, o seu processo de beatificação. Vale a pena recordar este episódio da vida deste santo sacerdote:

«Caminhava o santo Padre Cruz pela rua do Arsenal em Lisboa. Um marinheiro fixa-o atentamente, aproxima-se e pergunta: – O Senhor é o Padre Cruz?

– Sou, sim, meu irmão.

O marinheiro beija-lhe a mão e diz:

– Fui educado nas Mónicas e lá conheci Vossa Reverência. Até me lembro da oração que me ensinou: “Jesus, Maria e José, alumiai-nos, socorrei-nos e salvai-nos”. Um dia, o meu barco, batido pelas ondas, ia naufragar. Lembrei-me então da igreja das Mónicas, do Padre Cruz e da oraçãozinha que nos ensinou e comecei a rezá-la. Deus ouviu a minha humilde prece. O mar serenou e o barco, por graça de Deus, chegou ao porto, são e salvo.»

in Pagela do Apostolado da Oração (1994)