quarta-feira, 31 de julho de 2024

Dia de Santo Inácio de Loyola, fundador dos jesuítas

Santo Inácio foi uma conversão tardia, como acontece hoje a tantas pessoas, mas entregou o resto da sua vida pela Igreja. Podemos ver algumas das exortações que fazia frequentemente aos outros jesuítas nesta carta de 1555:

Parece-me que deveríeis decidir-vos a fazer calmamente o que podeis. Não vos inquieteis com o resto, mas deixai nas mãos da divina Providência o que não podeis cumprir por vós mesmos. São agradáveis a Deus a solicitude e o cuidado que, com razoabilidade, pomos nas tarefas que nos competem, para conseguirmos concretizá-las da melhor maneira. 

Não Lhe são agradáveis a ansiedade e a inquietação do espírito: o Senhor quer que os nossos limites e fraquezas encontrem apoio na sua fortaleza e omnipotência, quer que tenhamos confiança em que a sua bondade suprirá a imperfeição dos nossos meios. 

Os que se ocupam com muitos assuntos, mesmo que o façam com boas intenções, devem resolver-se a fazer apenas o que está ao seu alcance. Se tivermos de deixar de lado certas coisas, há que ter paciência, e não pensar que Deus espera de nós o que não podemos fazer. 

Ele não quer que o homem se atormente com as próprias limitações; não é preciso cansarmo-nos excessivamente. Quando de facto nos esforçámos por dar o melhor de nós, podemos deixar o resto nas mãos daquele que tem o poder de realizar tudo o que quer. 

Que a bondade divina nos comunique sempre a luz da sabedoria, para que possamos ver com clareza e realizar a sua vontade com profunda convicção, em nós e nos outros […], para que das suas mãos aceitemos o que nos envia, considerando o que é de maior importância: a paciência, a humildade, a obediência e a caridade.

Carta de 17/11/1555

terça-feira, 30 de julho de 2024

Começa pelo primeiro degrau: a Humildade

Ao pecar, o homem enchera o seu caminho de obstáculos, mas este ficou facilitado quando Cristo o pisou com a Sua ressurreição e transformou um carreiro estreito numa avenida digna de um rei. A humildade e a caridade são os dois pés que permitem percorrê-la rapidamente. Todos são atraídos para as alturas da caridade, mas a humildade é o primeiro degrau que é preciso subir. Porque levantas o pé acima de ti? Afinal queres subir ou queres cair? Começa pelo primeiro degrau, ou seja, pela humildade, e ele te permitirá subir.

Eis porque o nosso Senhor e Salvador não Se limitou a dizer: «Renuncie a si mesmo», mas antes acrescentou: «Tome a sua cruz e siga-Me». Que significa: tome a sua cruz? Suporte tudo o que lhe é penoso, pois é assim que caminhará atrás de Mim. Assim que tiver começado a seguir-Me, adaptando-se à Minha vida e aos Meus mandamentos, encontrará no seu caminho muitas pessoas que o contradirão, que procurarão desviá-lo, que não apenas troçarão dele mas o perseguirão. Essas pessoas não se encontram somente entre os pagãos que estão fora da Igreja; encontram-se até entre os que, vistos do exterior, parecem estar na Igreja.

Portanto, se desejas seguir Cristo, toma a tua cruz sem mais demora e suporta os maus sem te deixares abater. «Se alguém quiser vir Comigo, tome a sua cruz e siga-Me.» Se quisermos pôr isto em prática, esforcemo-nos, com a ajuda de Deus, por fazer nossas estas palavras do apóstolo Paulo: «Se tivermos de que nos alimentar e vestir, contentemo-nos com isso». Há o perigo de, ao procurarmos mais bens terrestres do que aqueles de que precisamos, «querendo enriquecer», virmos a «cair na armadilha da tentação, numa quantidade de desejos absurdos e perigosos, que precipitam as pessoas na ruína e na perdição» (1Tm 6,8-9). Que o Senhor Se digne tomar-nos sob a Sua protecção e livrar-nos desta tentação.

São Cesário de Arles (monge e bispo) in Sermão 159

segunda-feira, 29 de julho de 2024

Santo Ambrósio fala sobre Marta e Maria

A virtude não tem apenas um rosto. O exemplo de Marta e de Maria mostram-nos a devoção activa nas obras de uma, e a atenção religiosa do coração à palavra de Deus na outra. Se a tal atenção estiver unida uma fé profunda, ela é preferível às obras: «Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada». 

Esforcemo-nos portanto, também nós, por possuir aquilo que ninguém nos poderá tirar, escutando com ouvido atento e não distraído; porque por vezes acontece que o grão da palavra vinda do céu é tirado, se for semeado à beira do caminho (Lc 8, 5.12).

Anima-te pois pelo desejo de sabedoria, como Maria: essa é uma obra maior, mais perfeita. Que as preocupações com o serviço não te impeçam de acolher a palavra vinda do céu. Não critiques nem tenhas por ociosos os que vires ocupados em adquirir a sabedoria, pois Salomão, esse homem de paz, convidou-a para sua casa para que ficasse com ele (Sb 9,10). 

Não se trata, porém, de reprovar a Marta os seus bons serviços: Maria tem preferência porque escolheu uma parte melhor. Jesus tem múltiplas riquezas, e distribui-as com prodigalidade; a mulher mais sábia reconheceu e escolheu o que é mais importante. 

Também os apóstolos entenderam que era preferível não abandonar a palavra de Deus para servir às mesas (Act 6,2). Mas ambas as coisas são obras de sabedoria: Estêvão foi escolhido como servo, como diácono, e estava cheio de sabedoria (Act 6,5.8). 

Com efeito, o corpo da Igreja é um, e se os seus membros são diversos, têm necessidade uns dos outros: «Não pode o olho dizer à mão: «não tenho necessidade de ti», nem tão-pouco a cabeça dizer aos pés: «não tenho necessidade de vós» (1Cor 12,21). Se alguns membros são mais importantes, os outros são todavia necessários. A sabedoria reside na cabeça; a actividade, nas mãos.

in Comentário ao Evangelho de São Lucas, 7, 85-86; SC 52

Mãe conta a Família como começou a ir à Missa Tradicional

Leila Marie Lawler é esposa de um, mãe de sete e avó de quatorze...até agora. Vive no centro de Massachusetts. Encontrou o Cristianismo quando ainda era estudante e entrou na Igreja Católica em 1979, ano em que se casou com Philip Lawler, um conhecido jornalista católico. No seu blog descreveu como a sua Família começou a ir à Missa Tradicional numa paróquia da Fraternidade de São Pedro (FSSP):

Recentemente, começámos a frequentar uma paróquia da FSSP, depois de anos numa paróquia menos do que morna. Estávamos com medo que os nossos filhos ficassem assustados, ou confusos, e que não seriamos capazes de explicar o que estava a acontecer. Mas descobrimos que os nossos filhos estavam mais atentos à Missa, mais admirados, e todos estávamos mais conscientes dos mistérios que nos cercavam. 

Tivemos dificuldade em explicar isto a amigos que estão perplexos por lá termos ido, quando há uma paróquia a 20 minutos de nossa casa, que às vezes tem Missa Novus Ordo em latim. Mas além dessa também tem uma Missa para adolescentes, uma Missa de cânticos contemporâneos, uma Missa de cânticos tradicionais, etc. É como escolhermos o nosso próprio livro de aventuras ou escolher o sabor do gelado! 

Quando vamos à paróquia da FSSP sabemos o que lá vamos encontrar. Missa baixa ou Missa Solene. Tradição sem pedir desculpas por isso. E descobrimos, durante a COVID, que também nos oferece um pouco de normalidade quando o resto do mundo fica louco. Mais tempo para confissões, mais Missas. Estes padres estão a trabalhar no duro para levar os sacramentos aos fiéis. É fantástico.

sexta-feira, 26 de julho de 2024

O inimigo da Santa Missa: Vittorio Viola

O maior inimigo do Rito Romano, juntamente com o Cardeal Parolin, é Mons. Vittorio Viola, Secretário do Dicastério para a Liturgia, apelidado de "Monsenhor Nada, Nada, Nada", escreve PaixLiturgique.fr.

- Viola é franciscano e usa o anel episcopal de Monsenhor Annibale Bugnini, o inventor do Novus Ordo.

- Mons. Viola foi o principal arquitecto do "Desiderio desideravi", o intérprete rigoroso da "Traditionis custodes" e o defensor de todas as proibições, sendo a mais recente a celebração da Santa Missa no final da peregrinação de Covadonga.

- Este facto valeu-lhe a alcunha de "Monsenhor Nada, Nada, Nada".

- Viola é um produto do Pontifício Ateneu Sant'Anselmo de Roma, dedicado à liturgia e em perfeita simbiose com o Dicastério para a Liturgia.

- Deve a sua carreira a Mons. Domenico Sorrentino, que foi Secretário da Congregação para a Liturgia e é actualmente Arcebispo de Assis.

- Viola é muito mais trabalhador do que o seu chefe, o Cardeal Roche, que foi para Roma porque os bispos ingleses já não queriam este prelado incompetente que tinha conseguido arruinar a rica diocese de Leeds em menos de cinco anos.

- Viola, que odeia o Rito Romano, estabeleceu-se como uma figura-chave no seu dicastério.

- Está por detrás da proibição sistemática de jovens padres cujos bispos pedem ao Dicastério do Culto Divino que os autorize a celebrar missa.

- Disse a Mons. François Touvet, bispo coadjutor de Fréjus-Toulon, que os novos padres que quisessem ser ordenados para a Sociedade dos Missionários da Divina Misericórdia só poderiam ser ordenados segundo o Novus Ordo e só poderiam celebrar segundo o Novus Ordo.

in gloria.tv

quinta-feira, 25 de julho de 2024

Santiago Matamouros, modelo dos hérois cruzados

As proporções que a devoção a Santiago de Compostela tomou em toda a Espanha medieval apenas podem ser entendidas no contexto da invasão muçulmana. 

Tudo começou pelo ano de 813, quanto um eremita de nome Pelayo acompanhado por alguns pastores, se deparou com uma estranha luminosidade que se espalhava sobre um pequeno bosque nas proximidades de um monte do interior da Galiza chamado Libredón. A paisagem, em certos momentos, ficava tão clara que parecia um campo estrelado (Campus Stellae = Compostela).

Teodomiro, o Bispo local, informado do estranho fenómeno, soube que a luz focara no chão uma antiga arca de mármore. Ela conteria os restos humanos atribuídos ao Apostolo Santiago (isto é, São Iago, São Jacó, o filho de Zebedeu, irmão de João Evangelista).

Uma história antiga que corria de boca em boca entre os cristãos ibéricos dizia que o Apóstolo andara, séculos antes, em missão pela Espanha determinado a evangelizá-la. Mas tendo voltado à Palestina foi decapitado pelo rei Herodes Agripa, no ano 44.

O corpo dele, acomodado num sepulcro de mármore, foi subido a bordo de um barco no porto de Jaffa e lançado ao mar. Sem tripulação, sem leme nem nada, movida apenas pelo vento, a nau teria aportado nas costas da Galiza, região da Espanha que os romanos chamavam então de Finis Mundi.

A arca foi colhida na praia e foi enterrada num “compostum”, quer dizer um cemitério romano-galego daquele tempo. Durante os séculos seguintes, ninguém tomou conhecimento dela, até que começaram a ocorrer aquelas iluminações esplêndidas que o bispo Teodomiro consagrou.

Santiago Matamouros

O sensacional e miraculoso achado, que logo atraiu o rei astur-leonês Afonso, o casto (789-842) e a sua corte para lá, fez com que lá fixassem a pedra da primeira igreja dedicada ao Apóstolo.

Não demorou para a boa-nova, comunicada por Afonso ao próprio Carlos Magno, circulasse como um raio pelo Império do Ocidente, abrindo caminho para que se dessem os milagres. As peregrinações não mais cessaram, e num curto espaço de tempo, o santuário de Compostela adquiriu a mesma importância para os cristãos das romarias dirigidas à Roma.

Na batalha de Clavijo, em 834, o rei Ramiro I, de Aragão, no momento mais difícil do combate, viu-se ajudado por um desconhecido ginete montado num cavalo branco que dava espadagadas na mourama.

Sentiu que tinha a seu lado o Apóstolo, desde então transformado em Santiago Matamouros, aparição fundamental na vitória contra o emir Abderraban II. Outras dessas repentinas acções milagrosas do santo ocorreram na longa batalha movida pelos reis espanhóis contra o Califado de Córdoba ou contra os ditos reinos dos Taifas, que mais tarde o sucederam.

Percebendo a importância simbólica do sepulcro de Compostela para o ânimo dos cristãos, Almanzor (El-Mansur), o Seyd, ministro do califa de Córdoba, realizou no ano de 997 uma irrupção relâmpago na região da Galícia. Não só saqueou e destruiu o santuário com a primeira basílica, como levou consigo o sino e as portas dela, transportadas até Córdoba no sul, aos ombros de cristãos escravizados.

São Fernando III, rei de Castela, quando recuperou Sevilha, obrigou os mouros a fazerem o caminho inverso carregando os mesmos sinos e portas. O santo tornou-se o maior ícone dos cristãos na sua oposição desesperada à presença dos adeptos de Maomé na Espanha.

O seu sepulcro se tornou factor de atracção permanente para os peregrinos vindos de todos os lugares da Europa, percorrendo os Caminhos de Santiago. Para lhes dar protecção surgiram duas ordens militares: a de Calatrava (1158) e a de Santiago (1173).

O êxito da campanha da Reconquista, que culminou bem mais tarde com a ocupação do Reino Nasarí de Granada em 1492, foi largamente atribuído pelos cristãos aos feitos impressionantes, assombrosos, de Santiago Matamouros.

Este, por sua vez, desde a aparição em Cravijos, foi promovido por Ramiro I a protector oficial da luta contra os mouros, a quem toda Espanha devia obrigações:

“... ordenamos e fizemos voto que se há de guardar por todas as partes da Espanha, para que Deus conceda livrar-nos dos sarracenos pela intercessão do Apóstolo Santiago, o pagamento perpetuo todo ano, a maneira de primícias sobre cada jeira de terra uma medida da melhor colheita, o mesmo de vinho, para a manutenção dos padres que residem na igreja do bem aventurado Santiago e para os ministros da mesma igreja...”

Luis Dufaur in heroismedievais.blogspot.com

Referências bibliográficas

Braunschvig, Marcel - Notre Littérature étudiée dans les textes, Paris, Librairie Armand Colin, 1948
Brissaud, Alain - Islão e Cristandade, Lisboa, Pluma Editora, 1993
Dozy, R.-P. - Historia de los musulmanes de España, - 2 v., Barcelona, Editorial Iberia, 1954.
Köhler, Erich - L´aventure chevaleresque: ideál et réalité dans les romans courtois, Paris, Éditions Gallimard, 1956
Nájera, Rúben E. - La invención de Rolán - in CABALLERIAS Y MORERIAS:
Oliveira Martins- História da Civilização Ibérica, Lisboa, Guimarães & c. Editores, 1972

quarta-feira, 24 de julho de 2024

FSSPX celebra Missa na mais importante Basílica mariana da Colômbia

A Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX) de Bogotá, na Colômbia, organizou uma peregrinação à Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Chiquinquirá, no dia 21 de Julho. O Bispo de Chiquinquirá, Mons. Luis Sánchez Aponte, 77 anos, autorizou a peregrinação pelo segundo ano consecutivo.

A grande igreja é um dos santuários mais importantes da Colômbia, 135 km a norte de Bogotá. Nossa Senhora do Rosário de Chiquinquirá é a padroeira da Colômbia.

in gloria.tv

terça-feira, 23 de julho de 2024

Mons. Eleganti: "As mudanças litúrgicas foram brutais e excessivas"

Mons. Marian Eleganti, OSB, antigo bispo auxiliar de Chur, na Suíça, distingue o Concílio Vaticano II, que se autodenominava uma assembleia pastoral, dos anteriores concílios dogmáticos (Marian-Eleganti.ch). Já como noviço Beneditino de 20 anos, ele notou que muitas passagens do Concílio Pastoral estavam abertas à interpretação, tinham um forte carácter de compromisso e ambiguidade.

"Como acólito, experimentei a brutalidade e a excessiva imposição de uma reforma litúrgica que não era pretendida pelos Padres Conciliares nem podia ser deduzida dos textos", escreve: "Eram as comissões (o Arcebispo Bugnini) que estavam a trabalhar, não os Padres Conciliares".

Alguns padres conciliares voltaram às suas dioceses casa e interpretaram o mais amplamente possível a margem de manobra oferecida pelos textos conciliares.

O Bispo conclui que "não podemos continuar" com a geração daquele tempo, incluindo João Paulo II e Bento XVI, porque "os jovens fiéis de hoje, como pude constatar como Bispo jovem, não conhecem o Concílio e não se interessam por ele. Quase não leram os textos, mas são atraídos pela liturgia antiga sem serem ideológicos".

Segundo Mons. Eleganti, há uma clara viragem "conservadora" no clero jovem, como reação aos últimos 50 anos de "reforma da Igreja".

in gloria.tv

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Santa Maria Madalena

Padroeira dos pecadores arrependidos, dos convertidos, das mulheres, das pessoas ridicularizadas por sua piedade, dos boticários, dos cabeleireiros, dos fabricantes de perfumes, dos farmacêuticos, dos fabricantes de luvas, da vida contemplativa e contra a tentação sexual.

Origens

“Madalena”, significa na verdade “aquela que veio de Magdala”, cidade que ficava às margens do Lago de Genesaré, perto de Cafarnaum, na Terra Santa. Sabemos assim que esta Maria veio de Magdala. No tempo de Jesus, Magdala era uma cidade importante. Para se ter uma ideia, tintureiros e pescadores tinham bairros específicos na cidade. Ali havia indústrias de barcos e de peixes de conserva. Além disso, sabe-se que um excelente tipo de lã era vendida ali em mais de oitenta lojas. A palavra “Magdala” significa “torre”. Achados recentes indicam a presença duma torre nas ruínas de Magdala. Os arqueólogos acreditam que se tratava de um farol.

Santa Maria Madalena, uma mulher de posses

Sabemos que Maria Madalena foi uma pecadora convertida. Além disso, sabemos que ela era uma mulher de posses, contada entre as mulheres que ajudavam o grupo de Jesus e os doze com as suas posses, juntamente com a mulher de um procurador de Herodes, entre outras (Lc 8, 2-3). Além disso, antes da ressurreição do Senhor, “Maria Madalena e outras duas mulheres compraram aromas para ungir Jesus". (Mc 16,1). Estes aromas usados na preparação dos defuntos eram artigos caros e poucos tinham dinheiro para comprá-los.

Dinheiro ao serviço do Reino dos Céus 

Se Maria Madalena foi, de facto, uma prostituta, deve ter sido famosa e muito bonita, porque poucas mulheres em Israel tinham posses como ela. O admirável nisso tudo é que, após conhecer Jesus e ter sido salva por Ele, Santa Maria Madalena colocou as suas posses, conseguidas, talvez, com o dinheiro da prostituição, ao serviço do Reino de Deus, mostrando que a conversão chegou a todas as áreas da vida desta grande santa.

Fiel até o fim

Outra característica marcante de Santa Maria Madalena foi a fidelidade a Nosso Senhor Jesus Cristo. Três versículos do Evangelho de S. Mateus que, por vezes, passam despercebidos, revelam-nos esta fidelidade. Primeiro, aos pés da cruz de Jesus, quando todos os discípulos (menos João) tinham fugido, ela estava lá junto com Maria, Mãe de Jesus:

"Entre elas se achavam Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu" ( Mt 27, 56).

Depois, quando Jesus tinha sido sepultado, "Maria Madalena e a outra Maria ficaram lá, sentadas defronte do túmulo" (Mt 27, 61).

E, por fim, "Depois do sábado, quando amanhecia o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o túmulo" (Mt 28,1). Tudo isso revela o amor e a fidelidade de Santa Maria Madalena.
Não é por acaso que o seu nome figura entre os primeiros da Ladainha de Todos os Santos.

A primeira a ver Jesus ressuscitado

Outro dado marcante sobre Santa Maria Madalena é o facto de ela ter sido a primeira testemunha ocular de Jesus ressuscitado. Sim, segundo os Evangelhos, ela foi a primeira a ver e a falar com Jesus na madrugada do Domingo, logo após a ressurreição do Mestre, como vemos no Evangelho de S. João 20, 1-18.

A primeira anunciadora da ressurreição de Jesus

Além de ter sido a primeira testemunha de Jesus ressuscitado, ela foi também a primeira a anunciar o milagre da ressurreição de Jesus. Este primeiro anúncio, chamado “Kerigma”, tão prezado pelos Apóstolos, foi, antes de tudo, feito por uma mulher. A Tradição Cristã também atesta que Santa Maria Madalena foi uma grande anunciadora do Evangelho depois do Pentecostes. O seu exemplo é maravilhoso. Ela foi discípula de Jesus e, depois, evangelizadora. Por tudo isso, Santa Maria Madalena é grande e o seu exemplo deve ser seguido por todos nós.

Oração a Santa Maria Madalena

Santa Maria Madalena, fostes chamada por Deus Todo-Poderoso, cujo Filho vos purificou de corpo e alma, para ser testemunha da Sua ressurreição. Misericordiosamente vos foi concedida a graça de serdes purificada de todas as enfermidades físicas e morais. Fazei com que também eu, pobre pecador, conheça o poder da vida infinita. Trazei até mim a bênção do Espírito Santo que vive e reina, o poder do Deus único e do Seu Filho Jesus Cristo. Agora, e para sempre. Ámen.

in Cruz Terra Santa

sábado, 20 de julho de 2024

12 importantes proveitos da Oração Mental

Os proveitos que se tiram de exercitar a oração mental são tantos, e tão importantes, que para os declarar seriam necessários muitos livros. Nós neste lugar, para tocarmos alguma parte de seus louvores, somente compararemos a Oração à Árvore da vida, que São João viu no Paraíso celestial; e da qual diz, que produzia doze géneros de frutos. Porque verdadeiramente a Oração Mental é uma árvore plantada pela mão de Deus no Paraíso da Igreja para sustento da vida espiritual: sua é aquela grande excelência de ser um colóquio da alma com o mesmo Deus; e daqui procedem seus copiosíssimos, e dulcíssimos frutos, que podemos reduzir aos doze seguintes:

I. A Oração Mental reforma eficazmente a vida, e arranca de raiz os vícios, que com nenhum outro remédio se podiam arrancar: e cada dia nos está mostrando a experiência, que pecadores, mui envelhecidos em seus maus costumes, com pouco tempo, que usaram este exercício, se tornaram tão outros, que o mesmo Confessor os desconhece. E também purga os pecados da vida passada; porque o pecador os chora novamente cada dia, e quando chega ao Sacramento da Confissão, leva deles exame mais cuidadoso, e contrição mais viva.

II. Alcança grande luz das verdades, e mistérios de nossa Santa Fé, conforme aquilo do Salmo: "Chegai-vos a Deus, e sereis alumiados" (Salmo 34). Donde vem, que um rústico, ou uma mulher simples com oração, entende às vezes estes pontos com maior firmeza, e clareza, que um Teólogo sem oração: verificando-se a sentença de Cristo, falando com Seu Eterno Pai: "Escondestes estas coisas aos sábios, e as revelastes aos pequenos"

III. Faz que saibamos discernir as inspirações da graça Divina, e moções do Espírito Santo: coisa, que sendo tão importante para o governo da vida cristã, os mundanos a não entendem, nem observam, e assim andam às escuras.

IV. Purifica, e endireita a intenção, com que fazemos as obras boas, (como o leme endireita toda a nau) e por conseguinte as faz mais agradáveis a Deus, mais rendosas para nós, e mais exemplares para o próximo. Porque quem obra depois que ora, não segue tanto os impulsos da natureza, como os ditames da razão, e luz da graça; e o concerto de suas acções, e honesto fim, que com elas pretende, lança de si certo resplendor, que bem se deixa conhecer de fora.

V. Despega o coração das coisas transitórias, e o levanta às eternas; porque o amor a qualquer criatura segue o conhecimento que dela temos; e como com a luz da Oração se descobre a vileza dos bens caducos, e a excelência dos eternos, a estes vai buscar o coração, desprezando aqueles.

VI. Consola, e fortalece nas tribulações; e por isso os Santos em todos seus trabalhos se acolhem a esta cidade de refúgio, e dela saem tão animosos, que não só rebatem, mas ainda desafiam o Mundo, e o Inferno. Santo Inácio de Loyola dizia, que se alguma coisa lhe poderia dar pena, seria o desfazer-se a Companhia; mas que com meia hora de Oração ficaria sossegado.

VII. Amedronta grandemente os demónios, e descobre as ciladas, que nos armam; porque a oração dá asas ao espírito, o põe em lugar alto, donde as possa descobrir; e como diz o Espírito Santo: "Debalde se lançam as redes à vista dos que têm asas" (Prov. 1,17). Dá também esforço para vencermos suas tentações: "Orate ne intretis in tentationem". Por onde disse S.João Clímaco: "Qui baculum orationis jugiter tenet non offendet; sed si offendere eum contigerit, non penitus cadet"- Quem tem na mão o báculo da Oração continuamente, não tropeçará; e se suceder que tropece, não cairá de todo.

VIII. Desterra as tristezas do coração. Sente-se triste algum de vós outros? (diz o Apostólo S.Tiago 5,13) Pois ore. E esta alegria, que aqui se comunica, não é exterior, e falsa, como a que causam as criaturas; senão interior, e verdadeira: porque enfim é causada do Espírito Santo, consolador óptimo, doce hóspede, e doce refrigério das almas.

IX. Adoça, e facilita o exercício da mortificação: o qual por uma parte é necessário para despirmos o amor próprio, causa de todas nossas misérias; e por outra é muito amargoso, e contrário à natureza: e querer dobrar, e amoldar esta sem primeiro meter o espírito na forja da Oração, seria bater em ferro frio.

X. Gera grande paz de consciência: porque cessando os pecados, cessão os remorsos, e o Espírito Santo lá dentro da alma dá testemunho, que mora nela. Daqui nasce, que a morte das pessoas habituadas a este Santo exercício é mais desassombrada; por quanto a má consciência é a que nos faz mais horrorosa a passagem para a Eternidade.

XI. Alcança de Deus Nosso Senhor grandes favores, e mercês: porque da Oração nasce o conhecimento de que necessitamos delas, o desejo de as procurarmos, a confiança, resignação, e perseverança para as pedirmos,e a humildade para as conservarmos: e ali se granjeia a devoção com Maria Santíssima, a familiaridade com os Anjos; tudo disposições para sairmos com bom despacho: e assim São João Crisóstomo chamou à Oração 'omnipotente'.

XII. Une os próximos entre si, porque une cada um com Deus: e daqui vem, que nas Comunidades, e famílias, que tem exercício quotidiano de Oração Mental, reina mais a paz do Senhor, e custam menos desvelo a quem as governa.

Padre Manoel Bernardes in 'Tratado breve da Oração Mental'

sexta-feira, 19 de julho de 2024

O silêncio de Deus na Cruz

Que venham os sábios, perguntando onde está Deus. 
Deus encontra-Se onde o sábio, com toda a sua orgulhosa ciência, não consegue chegar.
Deus encontra-Se no coração desprendido, no silêncio da oração, no sofrimento como sacrifício voluntário, no vazio do mundo e das suas criaturas. 
Deus está na cruz; enquanto não amarmos a cruz, não O veremos, não O sentiremos. 
Calai-vos homens, que não parais de fazer barulho!

S. Rafael Arnáiz Barón in Escritos espirituais, 04/03/1968

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Cânones de Trento sobre o Sacrifício da Missa

Cân. I - Se alguém disser que não se oferece a Deus na Missa um verdadeiro e apropriado sacrifício ou que este oferecimento não é outra coisa senão recebermos a Cristo para que o possamos engolir, seja excomungado.

Cân. II - Se alguém disser que naquelas palavras: "Fazei isto em memória de Mim", Cristo não instituiu como sacerdotes os Apóstolos, ou que não lhes ordenou e aos demais sacerdotes que oferecessem Seu Corpo e Sangue, seja excomungado.

Cân. III - Se alguém disser que o sacrifício da Missa é apenas um sacrifício de elogio e de ação de graças, ou mera recordação do sacrifício consumado na cruz, mas que não é próprio, ou que apenas é aproveitável àquele que o recebe, e que não se deve oferecer pelos vivos nem pelos mortos, pelos pecados, penas, satisfações nem outras necessidades, seja excomungado.

Cân. IV - Se alguém disser que se comete blasfêmia contra o Santíssimo Sacrifício que Cristo consumou na cruz ao se realizar o sacrifício da Missa, ou que por este se anula aquele, seja excomungado.

Cân. V - Se alguém disser que é uma impostura celebrar Missas em honra dos Santos e com a finalidade de obter sua intercessão junto a Deus como ensina a Igreja, seja excomungado.

Cân. VI - Se alguém disser que o Cânon da Missa contém erros, e que por esta razão ela deve ser anulada, seja excomungado.

Cân. VII - Se alguém disser que as cerimônias, vestimentas, e sinais externos que usa a Igreja Católica na celebração das Missas, são muito mais incentivos de impiedade que obséquios piedosos, seja excomungado.

Cân. VIII - Se alguém disser que as missas nas quais apenas o sacerdote comunga sacramentalmente são ilícitas, e que por este motivo devem ser abolidas, seja excomungado.

Cân. IX - Se alguém disser que deve ser condenado o ritual da Igreja Romana devido ao fato que algumas palavras do Cânon, e as palavras da consagração são ditas em voz baixa, ou que a Missa deve ser dita sempre em língua vulgar, ou que não se deve misturar água ao vinho do cálice que será oferecido, porque isto é contra a instituição de Cristo, seja excomungado.

quarta-feira, 17 de julho de 2024

A história de Inácio de Azevedo SJ e companheiros mártires

A 17 de Julho de 1570, há 454 anos, Inácio de Azevedo, recém-eleito Provincial dos jesuítas no Brasil foi martirizado, juntamente com 40 missionários

Português de nobre linhagem, Inácio de Azevedo entrou na Companhia de Jesus, na qual ocupou cargos importantes. As suas insignes virtudes atraíram-lhe as atenções do Provincial S. Francisco de Broja, que o mandou ao Brasil como visitador geral. Dois anos depois voltava à Pátria, para daí a pouco voltar como superior duma leva de missionários.

Atacados no alto mar por corsários franceses, foram imediatamente condenados à morte. O primeiro foi o superior, que se tinha ido colocar diante dos hereges ostentando uma imagem da Ssma. Virgem que recebera das mãos do Papa S. Pio V. A sua mansidão era uma exprobração para a impiedade dos hereges. Trespassado por uma lança e degolado, entregou a alma a Deus.

Do mesmo modo 39 dos seus companheiros foram atormentados com atrozes suplícios, e os seus corpos lançados ao mar. Apenas foi poupado um irmão cozinheiro, de cujos serviços os piratas contavam servir-se. Mas o seu lugar foi logo tomado por um generoso adolescente, sobrinho do capitão do navio, que tinha solicitado a sua admissão na Companhia.

As suas almas foram vistas subir ao Céu por Santa Teresa de Ávila.

in Missal Quotidiano e Vesperal, Desclée de Brouwer & CIE, Bruges (Bélgica), 1957

terça-feira, 16 de julho de 2024

A promessa de Nossa Senhora do Carmo

A ordem dos Carmelitas tem como modelo o profeta Elias e caracteriza-se por uma profunda devoção a Maria. A Sagrada Escritura fala da beleza do Monte Carmelo, onde o profeta Elias defendeu a fé do povo de Israel no Deus vivo e verdadeiro. Carmelo em hebraico significa "vinha do Senhor".

Ali Elias enfrentou os profetas de Baal. Segundo o Livro dos Reis, Elias teve uma visão em que a Virgem lhe apareceu sob a figura de uma pequena nuvem que saía da terra e se dirigia ao Carmelo.

Em 93, os monges construíram sobre o Monte Carmelo uma capela em honra à Virgem Maria. As gerações de monges sucederam-se através dos tempos. Em 1205, o patriarca de Jerusalém deu-lhe uma Regra baseada no trabalho, na meditação das Escrituras, na devoção a Nossa Senhora, na vida contemplativa e mística.

Entretanto, ainda no séc. XIII, os muçulmanos invadiram a Terra Santa. Os eremitas do Monte Carmelo fugiram para a Europa. Nesta época, tinham como superior geral São Simão Stock. Enquanto rezava, pedindo a Nossa Senhora que fosse a protectora da Ordem dos Carmelitas, recebeu das mãos de Nossa Senhora do Carmo o escapulário: «Eis o privilégio que te dou a ti e a todos os filhos do Carmelo: "todo o que for revestido desse hábito será salvo".

Clicar aqui para saber como receber e usar o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo

in Evangelho Quotidiano

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Novo Abade de Núrcia: "Preparemo-nos para um longo inverno na Igreja"









O Mosteiro Beneditino de Núrcia celebrou dois importantes eventos em Junho. A 15 de Junho, com mais de 1200 amigos, o mosteiro celebrou o vigésimo quinto aniversário da comunidade beneditina e a inauguração da nova abadia.

A 29 de Junho, festa dos Santos Pedro e Paulo, o Mons. James Conley, Bispo de Lincoln (Nebraska, EUA) abençoou solenemente o primeiro abade, Dom Benedict Nivakoff.

O Abade Nivakoff falou a MessaInLatino.it da sua experiência de vida monástica: "Só quando se está realmente disposto a perder tudo é que se pode receber, e o que se recebe nem sempre é o que se quer.

E: "Há muito tempo que nos preparamos para a nova Primavera da Igreja, mas pelo menos em termos de números - que também eram importantes para Jesus Cristo, porque nos disse para baptizar todas as Nações - o longo Inverno ainda nos persegue".

O Abade Nivakoff quer recomeçar a partir da cruz de Cristo e do túmulo vazio: "Unindo os nossos sofrimentos aos dos primeiros discípulos, cujas esperanças de um triunfo mundano aparentemente não se concretizaram, podemos aprender a colocar a nossa confiança não nos homens, mas em Deus".

"Só Ele pode realizar a ressurreição da Igreja, mas talvez só depois de termos aceite perder tudo".

in gloria.tv

domingo, 14 de julho de 2024

750 fiéis ao Domingo em paróquia de Missa Tradicional na Austrália



Na igreja de St Aloysius, em Caulfield/Melbourne, na Austrália, onde se celebra a Missa no Rito Romano Tradicional, todos os bancos estão cheios ao Domingo, muitos deles por jovens paroquianos, escreve o ABC.Net.au. Mais de metade dos fiéis tem menos de 30 anos.

O artigo cita Llewellyn Beer, um convertido de 23 anos: "Os jovens querem autenticidade acima de tudo, e penso que a encontrarão numa Missa em Latim".

"A Santa Missa é divina e tão intransigente - estamos a testemunhar algo que vai para além da nossa frágil existência", diz Elisha Andres, 21 anos: "É possível perceber que esta Missa não é sobre nós próprios, não é sobre entretenimento, é realmente sobre o Senhor".

O Padre Glen Tattersall, também convertido, celebra a Missa em St Aloysius. Ele acha que Francisco está "desactualizado", em relação a esta matéria: "Acho que é típico da sua idade e do seu passado - não compreende que já não estamos presos nos anos 60. Ele fala muito sobre 'todos são bem-vindos na Igreja', mas lamento dizer que muitos católicos não se sentem muito bem-vindos neste momento."

Outros jovens católicos de St Aloysius disseram preferir a "sinceridade" e a "autenticidade" da língua latina e da cerimónia antiga. Como diz Zachary Dennis, 27 anos, um convertido ao Catolicismo: "Quando decidi tornar-me católico, esta era a única escolha lógica para mim, e tenho a certeza de que os que me rodeiam concordam".

O Padre Shawn Murphy, que dirige o grupo de jovens adultos em St Aloysius, disse que a paróquia atrai regularmente cerca de 750 paroquianos ao Domingo: "O Arcebispo de Melbourne reconheceu que esta é uma das paróquias com maior crescimento".

in gloria.tv

sábado, 13 de julho de 2024

Levai as almas todas para o Céu

Quando rezarem o Rosário, digam depois de cada mistério:

"Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno; levai as alminhas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem."

Nossa Senhora aos Pastorinhos de Fátima, na Aparição de 13 de Julho de 1917

sexta-feira, 12 de julho de 2024

Pio XII teceu os maiores elogios aos portugueses

Como foi possível que vós, embora sendo poucos, fizestes tanto na Santa Cristandade? Onde Portugal encontrou forças para acolher sob seu domínio tantos territórios da África e da Ásia, para estendê-lo até às mais distantes terras americanas?

Onde, senão naquela ardente fé do povo português, cantada por seu maior poeta, e na sabedoria cristã dos seus governantes, que fizeram de Portugal um dócil e precioso instrumento nas mãos da Providência, para a atuação de obras tão grandiosas e benéficas?

Sua Santidade o Papa Pio XII

quinta-feira, 11 de julho de 2024

O tomista Garrigou-Lagrange sobre os erros e a morte da nossa Sociedade

Os perniciosos erros que se espalham pelo mundo, tendem à descristianização completa dos povos. Ora, isto começa no século XVI com a renovação do paganismo, ou seja, com a renovação da soberba e da sensualidade pagã entre cristãos. 

Este declínio avançou com o protestantismo, através da negação do Sacrifício da Missa, do valor da absolvição sacramental e, por consequência, da confissão; pela negação da infalibilidade da Igreja, da Tradição ou Magistério, e da necessidade de se observar os preceitos para a salvação. 

Em seguida, a Revolução Francesa lutou manifestamente para a descristianização da sociedade, conforme os princípios do Deísmo e do naturalismo. O espírito da revolução conduziu ao liberalismo que, por sua vez, queria permanecer numa meia altitude entre a doutrina da Igreja e os erros modernos. 

Ora, o liberalismo nada concluía; não afirmava, nem negava, sempre distinguia, e sempre prolongava as discussões, pois não podia resolver as questões que surgiam do abandono dos princípios do cristianismo. Assim, o liberalismo não era suficiente para agir, e depois veio o radicalismo mais oposto aos princípios da Igreja, sob a capa de ''anticlericalismo'', para não dizer anticristianismo: a maçonaria. 

O radicalismo, então, conduziu ao socialismo e o socialismo, ao comunismo materialista e ateu, como na Rússia, e quis invadir a Espanha e outras nações negando a religião, a propriedade privada, a família, a pátria, e reduzindo toda a vida humana à vida económica como se só o corpo existisse; como se a religião, as ciências, as artes, o direito fossem invenções daqueles que querem oprimir os outros e possuir toda a propriedade privada.

Contra todas essas negações do comunismo materialista, só a Igreja, somente o verdadeiro Cristianismo ou Catolicismo pode resistir eficazmente, pois só ele contém a Verdade sem erro.

Portanto, o nacionalismo não pode resistir eficazmente ao comunismo. Nem, no campo religioso, o protestantismo, como na Alemanha e na Inglaterra, pois contém graves erros, e o erro mata as sociedades que nele se fundam, assim como a doença grave destrói o organismo; o protestantismo é como a tuberculose ou como o cancro, é uma necrose por causa da sua negação da Missa, da confissão, da infalibilidade da Igreja, da necessidade de observar os preceitos.

O que, pois, se segue dos erros citados no que diz respeito à legislação dos povos? Esta legislação torna-se paulatinamente ateia. Não somente desconsidera a existência de Deus e a lei divina revelada, tanto positiva como natural, mas formula várias leis contrárias à lei divina revelada, por exemplo, a lei do divórcio e a lei da escola laica, que termina por tornar-se ateia. Por fim, vem a liberdade total de cultos ou religiões, e da própria impiedade ou irreligião. 

As repercussões destas leis em toda sociedade são enormes. Por exemplo, a repercussão da lei do divórcio: qualquer que seja o ano, qualquer que seja a nação, milhares de famílias são destruídas pelo divórcio e deixam sem educação, sem orientação, crianças que acabam por se tornar ou incapazes, ou exaltadas, ou más, por vezes, péssimas. 

Do mesmo modo, saem da escola ateia, todos os anos, muitos homens ou cidadãos sem nenhum princípio religioso. E portanto, em lugar da fé, da esperança e da caridade cristã, têm eles a razão desordenada, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos, o desejo de riqueza e a soberba de vida. Todas essas coisas são erigidas num sistema especialmente materialista, sob o nome de ética laica ou independente, sem obrigação e sanção, na qual às vezes remanesce algum vestígio do decálogo, mas um vestígio sempre mutável.

Portanto, qual é, segundo este princípio, o modo de discernir o falso do verdadeiro? O único modo é a livre discussão, no parlamento ou em algum outro lugar, e esta liberdade é, portanto, absoluta, nada pode ser subtraído à sua jurisdição, nem a questão do divórcio, nem a necessidade da propriedade individual, nem a da família ou da religião para os povos. 

Neste caso, é para se concluir que estas sociedades, fundadas sobre princípios falsos ou sobre uma legislação ateia, tendem para a morte. Nelas, com o auxílio da graça, as pessoas individuais ainda se podem  salvar. Mas estas sociedades, como tais, tendem para a morte, pois o erro, sobre o qual se fundam, mata, como a tuberculose ou o cancro que, progressiva e infalivelmente, destrói o nosso organismo. 

Só a fé cristã e católica pode resistir a estes erros, e tornar a cristianizar a sociedade, mas, para isso, requer-se uma condição: uma fé mais profunda, conforme a Escritura, "Este é o poder vitorioso que venceu o mundo: a nossa fé." (1 Jo 5, 4)

Frei Reginald Garrigou-Lagrange in 'De Sanctificatione Sacerdotum Secundum Nostri Temporis Exigentias'

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Cardeal Müller: Alto funcionário do Vaticano diz que é melhor não haver Missa do que Missa em Latim

O Cardeal Gerhard Müller disse, em entrevista ao Life Site News, que um alto oficial do Dicastério para a Liturgia lhe disse que prefere igrejas vazias a Missas no Rito Romano Tradicional.

Müller disse ao funcionário que ficou comovido com os 20 mil jovens fiéis na Catedral de Chartres, na Peregrinação de Pentecostes. Mas o funcionário do Vaticano objectou que isso não era verdadeira alegria porque a Missa era em latim.

O Cardeal resume o que disse o tal oficial da Cúria: "É mais importante que respeitem a 'nova' forma do rito latino. Se não respeitarem, não devem vir. É melhor ter uma igreja vazia do que uma igreja cheia desses jovens'".

A posição de Müller sobre o Rito Romano é que a mesma substância da Santa Missa é expressa em diferentes formas. A Igreja tem mais de 20 ritos e quer esta variedade: "Não é pastoral se houver apenas o modo autoritário de uma forma".

Müller acrescenta que Francisco afirma sempre que a Igreja está aberta a todos, Todos. Todos. Todos.

in gloria.tv