Os meios de comunicação social escolheram títulos como estes para descrever a entrevista do Papa:
- “Papa Francisco diz que a Igreja tem estado "obcecada" com o aborto e o casamento homossexual”
- “Papa alerta para perigo de ruína da Igreja se posições sobre aborto não forem revistas”
Na realidade o Papa disse: “Não podemos insistir somente sobre questões ligadas ao aborto, ao casamento homossexual e uso dos métodos contraceptivos.”
Em primeiro lugar isto é um recado para os jornalistas. Cada vez que algum bispo é entrevistado é completamente bombardeado com estas questões. Pode ter sido convidado para falar sobre “Ser cristão na empresa”, mas, mais tarde ou mais cedo, as perguntas vão acabar nessas ‘questões fracturantes”.
Por isso o Papa continua: “…o parecer da Igreja é conhecido e eu sou filho da Igreja, mas não é necessário falar disso continuamente.”
O parecer da Igreja nestas matérias é conhecido, e não vai mudar. O aborto vai ser sempre um crime horrível, uma relação entre duas pessoas do mesmo sexo vai ser sempre anti-natural e usar contraceptivos vai ser sempre um desrespeito pelo dom fertilidade e pela entrega total que faz parte da relação sexual.
Isto não quer dizer que quem aborta ou tem uma relação com uma pessoa do mesmo sexo seja melhor ou pior do que eu ou do que qualquer outra pessoa, não! Quer dizer que essa acção especificamente está errada, é um engano, é um mal disfarçado de bem.
O Papa diz que é filho da Igreja, ou seja reafirma todas estas posições, que aliás nunca irão mudar porque fazem parte da lei moral natural, estão inscritas no coração do Homem. Matar não está errado porque os mandamentos dizem para não matar, mas os mandamentos dizem para não matar porque matar está errado. O coração do Homem foi feito para amar, não para matar.
E em seguida o Papa explica, e bem, que uma pregação não pode estar apoiada nestes assuntos. Se quero que as pessoas conheçam Jesus não vou começar o discurso com: “Nem sabem, dois homens na cama é um pecado abominável aos olhos de Deus!” Não faz sentido, o cristianismo não é um conjunto de regras, é seguir uma pessoa: Jesus Cristo. O nosso primeiro esforço, e o mais importante é que as pessoas tenham uma relação com Jesus vivo.
Claro que num mundo completamente confuso, muitas vezes temos que lembrar a lei moral natural, que foi completamente esquecida. Devemos conseguir dar razões que desmascarem esses comportamentos como um engano, mesmo que seja um engano bastante sedutor. Mas não nos podemos esquecer que o centro do anúncio cristão é este: “Jesus Cristo é o Filho de Deus, morreu pelos nossos pecados e ressuscitou.”
2 comentários:
Touché, é isso aí.
Quando comecei a ver os titulos soube desde logo que tinha de ir ver o texto todo!
Mas, numa breve pesquisa, não o encontrei, dás-me o link please?
Bjs
Catarina
Aqui está ela: http://www.broteria.pt/component/content/article/101-entrevista-exclusiva-do-papa-francisco-as-revistas-dos-jesuitas?showall=1
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