quinta-feira, 18 de abril de 2024

O Papa Bento distribuía normalmente a comunhão de joelhos e na boca

Em 2009, sendo Bento XVI o Papa reinante, o Ofício das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice emitiu um documento no qual defende a comunhão de joelhos e na boca. Publicamos aqui a tradução das partes mais relevantes desse texto:

Desde o tempo dos Padres da Igreja, existiu uma tendência que foi sendo consolidada: a preferência de distribuir a Sagrada Comunhão na língua ao invés de distribui-la na mão. São duas as motivações para esta prática: 1) para evitar, tanto quanto possível, que partículas Eucarísticas possam perder-se (por ex: ficarem na mão depois de comungar, e até mesmo caírem no chão); 2) aumentar a devoção entre os fiéis na Presença Real de Nosso Senhor no Sacramento da Eucaristia.

São Tomás de Aquino também se refere à prática de receber a Sagrada Comunhão apenas na língua. Ele afirma que tocar no Corpo do Senhor é próprio, apenas, para o sacerdote ordenado.

Portanto, por vários motivos, entre os quais o Doutor Angélico cita o respeito pelo sacramento, escreve: "...como forma de reverência para com este Sacramento, nada o toque, apenas o que é consagrado (o sacerdote), uma vez que o corpo e o cálice são consagrados, também as mãos do sacerdote (o foram) para que tocasse nesse Sacramento. Por isso, não é lícito a ninguém tocá-lo, excepto por necessidade, por exemplo, se fosse cair sobre o chão, ou então em algum outro caso de urgência."(Summa Theologiae, III, 82, 3).

Ao longo dos séculos, o momento da Santa Comunhão sempre foi marcado com sacralidade e respeito, esforçando-se constantemente para desenvolver os melhores sinais externos que poderiam promover a compreensão deste grande mistério sacramental. Na sua solicitude amorosa e pastoral, a Igreja tem a certeza que os fiéis recebem a Santa Comunhão tendo no seu interior correctas disposições, entre as quais se destacam a disposição e a necessidade dos fiéis compreenderem a Presença Real d'Aquele que estão para receber. (ver: Catecismo do Papa Pio X, nn. 628 e 636). 

A Igreja ocidental estabeleceu o sinal de ajoelhar-se como um dos sinais de devoção adequado para os que vão comungar. Um ditado célebre de Santo Agostinho, citado pelo Papa Bento XVI no n. 66 da sua Encíclica Sacramentum Caritatis, ("O Sacramento do Amor"), ensina: "Ninguém come desta Carne sem primeiro adorá-la, podemos até pecar se não a adoramos" (Enarrationes in Psalmos 98, 9). Ajoelhar-se mostra e promove a adoração necessárias antes de receber Cristo Eucarístico.

A partir desta perspectiva, o então Cardeal Ratzinger assegurou que: "A comunhão só atinge a sua verdadeira profundidade quando é apoiada e rodeada por adoração" [The Spirit of the Liturgy (Ignatius Press, 2000), p. 90]. 

Por esta razão, o Cardeal Ratzinger afirmou que "a prática de se ajoelhar para a Santa Comunhão tem em seu favor uma tradição já antiga, e é um sinal particularmente expressivo de adoração, completamente apropriado, à luz da presença verdadeira, real e substancial de Nosso Senhor Jesus Cristo sob as espécies consagradas "[citado na carta "This Congregation" of the Congregation for Divine Worship and the Discipline of the Sacraments, July 1, 2002].


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8 comentários:

Fiel de S. Nicolau disse...

João, há várias fotografias de Bento XVI a dar a comunhão na mão e de pé.

João Silveira disse...

Fiel, de 2010 em diante, que é ao que se refere o artigo, só me lembro de isso ter acontecido uma vez com uma certa Rainha de um certo país.

Fiel de S. Nicolau disse...

O Papa Bento deu a comunhão na mão e de pé a 25 de Setembro de 2011, numa visita à Alemanha.

João Silveira disse...

Deu-a a um cavalheiro desobediente, mas distribuiu a comunhão às pessoas como o fazia normalmente: de comunhão e na boca.

Jose Lourenco disse...

Bento XVI deu comunhão na mão e de pé várias vezes, em tempos e lugares, também diferentes. Não é, de todo, correcto o texto. Há uma tentativa de branquear os factos e a verdade. Muito feio, muito feio.

Pedro de Salter Cid disse...

Meus Senhores, mais do que o texto que Rev Pe João publica e a sua intensão de ensinar, fica o registo de que Sua Santidade o Papa Bento XVI, de saudosa e boa memória, quis reverter com as benevolências dos sue antecessor.
Sabendo que a verdadeira razão de receber a Sagrada Comunhão na mão é uma tentativa de desrespeitar a presença Real de Nosso Senhor Jesus Cristo e usada nos países com forte implementação protestante, a nossa reacção deverá ser sempre e só de nunca proceder deste modo, mostrando o nosso amor a Jesus presente em cada Hóstia Consagrada e evidenciar o nosso desagravo àqueles que o fazem.
Infelizmente muito fazem-no sem terem noção e como a Ifreja aceita, vão mantendo esse erro.

Anónimo disse...


Sempre ouvi dizer que, no Vaticano, nem S. João Paulo II, nem Bento XVI davam a Comunhão na mão, mas sim, de joelhos e na boca. Ora, se em certos casos, fora, não o fizeram, acredito, que tenham sido forçados pelas circunstâncias, de maneira a evitar males maiores. E, depois, o que exigiu o Anjo em Fátima, aos pastorinhos, antes de lhes dar o Corpo de Cristo?
-Prostrai-vos! Ensinando-lhes de seguida a tão conhecida oração: "Meu Deus eu creio, adoro, espero e Vos amo; peço-Vos perdão pelos que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam!"
E o que pediu Jesus à Beata Alexandrina de Balazar, mártir da Eucaristia?
-Sempre que puderes, estejas aonde estiveres, quer de noite, quer de dia, levanta-te, ajoelha-te e, virando-te para o Sacrário da tua paróquia, reza: "Ó Jesus, eu Te adoro e Te amo, presente em todos os Tabernáculos, espalhados pelo mundo inteiro...
Logo, o Céu sempre nos pede REVERÊNCIA e não banalização!

Anónimo disse...


E peço desculpa: Jesus também pede à Beata Alexandrina que, para além de se ajoelhar, INCLINE a CABEÇA, antes de rezar.
Ora, tudo isto são sinais de REVERÊNCIA!