sexta-feira, 18 de março de 2022

O violentíssimo veneno mortal da maledicência

Asqueroso parece-me ser um dos termos mais adequados - outros o poderiam ser, por exemplo, ignominiosos, assassinos, demoníacos -, a esta peçonha diabólica capaz de matar a boa-fama de alguém introduzindo desconfianças ou suspeitas que evidentemente incutem a divisão entre as pessoas. 

Isto é muito mais maligno quando a serpente venenosa faz uso indevido e manipulado de conversas privadas. Com a agravante de o próprio não se poder defender porque desconhece o que sobre ele foi dito. Mais perverso ainda é quando a pessoa acusada se dispõe a correções, que lhe são negadas, mas traiçoeiramente, à sua revelia, são usadas para o descartar. Ninguém, habitualmente, cuida de verificar os factos e as suas circunstâncias, mas logo aceita as efabulações fantasiosas que lhe são comunicadas (independentemente da ‘boa-fé’ das pessoas), tendo-as como absolutamente verdadeiras. 

Neste sentido, a culpa grave atribuída principalmente ao difamador ou caluniador, recairá também sobre aquele que aceita como verdadeiro (tirando consequências e agindo imprudentemente em consequência) sem cuidar de verificar, sem preconceitos (que possam ou não ter sido incutidos pelo que outros disseram), da veracidade do que lhe foi comunicado.
 
Aliás, nunca se deve dizer mal de alguém. A não ser a quem possa resolver um assunto grave.
 
Mais sério, ainda, será, evidentemente, maldizer de alguém que já confessámos, ou assistimos espiritualmente, ou ainda de pessoas com quem conversámos e que sempre lhes dissemos que os colóquios ou mensagens eram reservados, ou privados.
 
Tantas vezes somos levados a pensar que o jejum consiste somente na privação de comida. No entanto, o jejum da maledicência poderá ser muito mais meritório.

Padre Nuno Serras Pereira



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2 comentários:

Eduardo disse...

Não sei se a propósito ou a despropósito da intenção do autor recomendo, a propósito na minha intenção, o notável artigo de Stephen Kokx no LifeSiteNews sobre o Arcebispo Viganò e a autêntica campanha de maledicência a que está sendo sujeito por causa da sua visão sobre o conflito Rússia - Ucrânia.

Maria José Martins disse...

A maledicência é tão grave, por todos os motivos apresentados, que o próprio Jesus aconselha Santa Faustina, como ela refere no seu Diário, a que fujamos das pessoas com essa característica, como o diabo foge da Cruz...
E, relativamente, a D. Viganó, ainda bem que ele nos apresenta uma outra versão dos factos--para mim, a mais plausível--porque a Verdade somente pode ser encontrada, se pudermos confrontar os dois lados, coisa que, neste momento, é quase impossível, dada a intoxicação formatada, vinda da Comunicação Social, e cuja tendência está toda do mesmo lado.
Nada justifica a guerra e, muito menos, a morte de inocentes com tanto sofrimento à mistura; e, no meio disto tudo, o Povo é quem mais sofre...
Que Deus intervenha rápido, e nos Salve de vez!