domingo, 31 de janeiro de 2016

Há 110 anos o Santíssimo Sacramento parou um tsunami

Há algumas décadas, na pequena ilha de Tumaco (Colômbia), o que aconteceu com um tsunami ensinou aos seus habitantes que Deus, presente no Santíssimo Sacramento, age quando os seus sacerdotes e fiéis O invocam com Fé.

Tudo aconteceu no dia 31 de Janeiro de 1906. Às dez da manhã, os habitantes dessa minúscula ilha do Pacífico sentiram um forte terremoto, que durou cerca de 10 minutos. Nesse momento, todo o povo correu até a igreja para suplicar ao pároco, o Pe. Gerardo Larrondo, e ao Pe. Julián, que organizassem imediatamente uma procissão com o Santíssimo Sacramento.

Enquanto isso, o mar retrocedia, ameaçando formar uma onda gigantesca. O Pe. Gerardo, atemorizado, consumiu todas as hóstias consagradas da âmbula e conservou apenas a Hóstia Magna.

Depois, dirigindo-se ao povo, exclamou: “Vamos, meus filhos, vamos todos à praia, e que Deus tenha piedade de nós!”

Sentindo-se seguros diante da presença de Jesus-Eucaristia, todos caminharam, entre lágrimas e aclamações a Deus. Quando o Pe. Larrondo chegou à praia, foi corajosamente até a margem com a custódia nas mãos.

No momento em que a onda chegava, ele levantou a Hóstia consagrada, com mão firme e com o coração cheio de Fé, e diante de todos traçou o sinal da cruz. Foi um momento de altíssima solenidade.

A onda ainda avançava, mas, antes que o Pe. Larrondo e o Pe. Julián pudessem perceber, o povo, comovido e maravilhado, gritou: “Milagre! Milagre!”

Como se tivesse sido parada por uma força invisível e superior à Natureza, a potente onda que ameaçava apagar do mapa a ilha de Tumaco havia iniciado o seu retrocesso, enquanto o mar voltava ao seu nível normal.

Os habitantes de Tumaco, no meio à euforia e à alegria por terem sido salvos da morte graças a Jesus sacramentado, manifestavam a sua gratidão. O milagre de Tumaco ficou conhecido no mundo inteiro, e o Pe. Larrondo também recebeu do continente europeu inúmeras cartas de pessoas que pediam as suas orações.

Pe. Pedro del Rosario Corro in 'Agostinianos amantes da Sagrada Eucaristia'


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S. João Bosco explica o que fazer quando se entra numa igreja

Quando chegais à igreja, entrai nela sem correr nem fazer ruído; fazei o sinal da cruz com água benta; e, de joelhos, adorai a Santíssima Trindade rezando três 'Glória ao Pai...'. Enquanto não começam os santos ofícios, podeis rezar as Sete Alegrias de Maria ou fazer qualquer outro exercício de piedade. 

Na igreja, nunca deveis rir ou conversar sem necessidade; basta às vezes um sorriso, ou uma palavra, para dar mau exemplo e distrair os que nos rodeiam.



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Family Day em Roma: Uma multidão contra as "uniões gay"

O Circo Máximo, em Roma, encheu-se para uma mega-manifestação contra as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, que estão prestes a ser aprovadas em Itália. O projecto de lei inclui também a co-adopção para pessoas do mesmo sexo. 

Ouviram-se algumas intervenções a favor da família natural, fundada num casamento entre homem e mulher. Alguns peritos alertaram também para os perigos das "barrigas de aluguer", que poderão igualmente ser legalizadas em Itália.

Tudo decorreu em clima de alegria, embora se perceba que a situação é grave e que os países europeus caminham a passos largos para o abismo em questões de moral sexual. 






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sábado, 30 de janeiro de 2016

Como resolveria Cristo os problemas se estivesse hoje no mundo?

"Como resolveria Cristo os problemas modernos se estivesse hoje no mundo?"

Esta pergunta comporta dois dogmas: a de que os problemas do mundo de hoje são muito diferentes dos problemas do mundo de ontem e a de que Cristo não se encontra, de facto, no mundo. 

Isto implica reduzir Cristo apenas ao seu tempo, o Cristo histórico: "As soluções de Cristo não se aplicam a nós os modernos". Este é um ponto de vista dos ateus ou agnósticos, mas também dos crentes que “dormem” e só acordam quando ouvem “mas não se faça a minha vontade mas a Tua”. 

Mas esta suposta vinda “de novo” de Cristo aponta a Natividade, o Natal, e as suas soluções para os problemas apontam para a Páscoa, a Paixão e a Ressurreição. Então, o Natal e a Páscoa encontram-se estreitamente relacionados.

G.K. Chesterton in 'Good Housekeeping' (1932)


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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

"Mão de Deus": A nuvem de fogo no céu da Madeira

Correm mundo estas fotografias tiradas na manhã do dia 24 de Janeiro, na ilha da Madeira. Esta nuvem com uma forma peculiar já foi apelidada de "Mão de Deus".



in meteomadeira.blogspot.pt


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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

5 remédios de S. Tomás de Aquino contra a tristeza

O primeiro remédio é conceder um prazer a si mesmo

É como se o famoso teólogo tivesse intuído, há sete séculos atrás, a ideia, tão difundida hoje, de que o chocolate é antidepressivo. Talvez pareça uma ideia materialista, mas é evidente que uma jornada cheia de amarguras pode terminar bem com uma boa cerveja.

Que algo assim seja contrário ao Evangelho é dificilmente demonstrável: sabemos que o Senhor participava com gosto em banquetes e festas, e tanto antes como depois da Ressurreição desfrutou com gosto das coisas belas da vida. 

Inclusive, um Salmo afirma que o vinho alegra o coração do home (apesar de que é preciso esclarecer que a Bíblia condena claramente as bebedeiras). 

O segundo remédio é o pranto

Muitas vezes, um momento de melancolia é mais duro se não se consegue encontrar uma via de escape, e parece como se a amargura se acumulasse até impedir de levar a cabo a menor tarefa. O pranto é uma linguagem, um modo de expressar e desfazer o nó de uma dor que às vezes nos pode asfixiar. Também Jesus chorou.

O Papa Francisco disse que “certas realidades da vida se vêem somente com olhos que tenham sido limpos pelas lágrimas. Convido a cada um de vocês a perguntar-se: eu aprendi a chorar?” 

O terceiro remédio é a compaixão dos amigos 

Vem à cabeça o personagem do amigo de Renzo, no famoso livro “Os Noivos“, que numa grande casa desabitada, por causa da peste, vai enumerando as grandes desgraças que sacudiram a sua família. 

“São feitos horríveis, que eu jamais creria que chegaria a ver; coisas que tiram a alegria para toda a vida; mas falá-las entre amigos é um alívio.“ 

É algo que é preciso experimentar para perceber. Quando alguém se sente triste tende a ver tudo cinzento. Nessas ocasiões é muito eficaz abrir a alma com algum amigo. Às vezes, basta uma mensagem ou uma breve chamada telefónica e o horizonte ilumina-se de novo. 

O quarto remédio contra a tristeza é a contemplação da verdade

É o fulgor veritatis de que fala Santo Agostinho. Contemplar o esplendor das coisas, na natureza ou uma obra de arte, escutar música, surpreender-se com a beleza de uma paisagem… pode ser um eficaz bálsamo contra a tristeza.

Um crítico literário, poucos dias depois do falecimento de um querido amigo, tinha que falar sobre o tema da aventura nas obras de Tolkien. Começou assim: “Falar de coisas belas diante de pessoas interessadas é para mim um verdadeiro consolo…” 

O quinto remédio é dormir e tomar um banho

O quinto remédio proposto por S. Tomás é o que talvez menos se poderia esperar de um mestre medieval. O teólogo afirma que um remédio fantástico contra a tristeza é dormir e tomar um banho. A eficácia do conselho é evidente. É profundamente cristão compreender que para remediar um mal espiritual às vezes é necessário um alívio corporal. Desde que Deus se fez Homem, e portanto assumiu um corpo, o mundo material superou a separação entre matéria e espírito.

Um preconceito muito difundido é que a visão cristã do homem se baseia na oposição entre alma e corpo, e este último seria sempre visto como uma carga ou obstáculo para a vida espiritual. Na verdade, o humanismo cristão considera que a pessoa (alma e corpo) acaba completamente espiritualizada quando procura a união com Deus. 

Usando palavras de S. Paulo, existe um corpo animal e um corpo espiritual, e nós não morreremos, mas seremos transformados, porque é necessário que esse corpo corruptível se vista de incorruptibilidade, que este corpo mortal se vista de imortalidade. 

“Ninguém considere estranho tomar um médico do corpo como guia para uma enfermidade espiritual“, afirma S. Tomás Moro, reafirmando o pensamento do seu homónimo medieval. 

“O corpo e a alma estão tão estreitamente unidos que juntos formam uma só pessoa, e assim o mal-estar de um dos dois gera, por vezes, o mal-estar de ambos. Portanto, aconselharia a todos que, diante de qualquer enfermidade do corpo, se confessem, e procurem um bom médico espiritual para a saúde da alma; da mesma forma, aconselho que para algumas enfermidades da alma, além do médico espiritual, se procure o conselho do médico do corpo”. 

Com a ajuda destes cinco remédios, poderá realizar-se a promessa de Jesus: “Vós haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza há-de converter-se em alegria!” (Jo 16, 20) 

adaptado de zcla.wordpress.com


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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Obras de Misericórdia Espirituais

Breve explicação das Obras de Misericórdia Espirituais:

1) Dar bons conselhos
Um dos dons do Espírito Santo é o dom de conselho. Por isso, quem pretenda dar um bom conselho deve, em primeiro lugar, estar em sintonia com Deus, já que não se trata de dar opiniões pessoais, mas de aconselhar bem quem esteja necessitado de orientação.

2) Ensinar os ignorantes
Consiste em ensinar os ignorantes em qualquer matéria; também sobre temas religiosos. Estes ensinamentos podem fazer-se através de escritos ou de palavra, por qualquer meio de comunicação ou directamente.
Como diz o livro de Daniel, "os que ensinam a justiça à multidão, brilharão como as estrelas na perpétua eternidade" (Dan. 12, 3b).

3) Corrigir os que erram
Esta obra de misericórdia refere-se sobretudo ao pecado. De facto, outra maneira de formular esta obra de misericórdia é “Corrigir o pecador”.
A correcção fraterna é explicada pelo próprio Jesus no evangelho de Mateus: “"Se o teu irmão peca, vai falar com ele a sós para o corrigir. Se te escuta, ganhaste o teu irmão". (Mt. 19, 15-17)
Devemos corrigir o nosso próximo com mansidão e humildade. Muitas vezes será difícil fazê-lo mas, nesses momentos, podemos recordar-nos do que diz o apóstolo Santiago no final da sua carta: “quem converte um pecador do seu extravio, salvará a sua alma da morte e cobrirá uma multidão de pecados"(St. 5, 20).

4) Consolar os tristes
O consolo para os tristes, para os que sofrem alguma dificuldade, é outra obra de misericórdia espiritual.
Muitas vezes, complementar-se-á com dar um bom conselho, que ajude a superar essas situações de dor ou de tristeza. Acompanhar os nossos irmãos em todos os momentos, mas sobretudo nos mais difíceis, é pôr em prática o comportamento de Jesus que se compadecia da dor alheia. Um exemplo está recolhido no evangelho de Lucas. Trata-se da ressurreição do filho da viúva de Naím: “Quando se aproximava da porta da cidade, levavam um morto a sepultar, filho único da sua mãe, que era viúva, que era acompanhada por muita gente da cidade. Ao vê-la o Senhor, teve compaixão dela, e disse-lhe: Não chores. E, aproximando-se, tocou no féretro. Os que o levavam pararam, e Ele disse: Jovem, a ti te digo: Levanta-te. O morto levantou-se e começou a falar, e Ele entregou-o à sua mãe."

5) Perdoar as injúrias
No Pai-nosso dizemos: “Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido ""e o próprio Senhor esclarece: “se vós perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará. Mas, se não perdoardes aos homens, também o vosso Pai não perdoará as vossas ofensas (Mt. 6, 14-15).
Perdoar as ofensas significa superar a vingança e o ressentimento. Significa tratar amavelmente quem nos ofendeu.
O melhor exemplo de perdão no Antigo Testamento é o de José, que perdoou aos seus irmãos que tivessem procurado matá-lo e a seguir vendê-lo. “" Agora, pois, não vos entristeçais nem vos pese o ter-me vendido aqui; pois Deus enviou-me para preservar vidas diante de vós" (Gen. 45, 5).
E o maior perdão do Novo Testamento é o de Cristo na Cruz, que nos ensina que devemos perdoar tudo e sempre: “"Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem". (Lc. 23, 34).

6) Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo
A paciência diante dos defeitos alheios é virtude e é uma obra de misericórdia. No entanto, há um conselho muito útil: quando suportar esses defeitos causa mais dano do que bem, com muita caridade e suavidade, deve fazer-se a advertência.

7) Rezar por vivos e defuntos
São Paulo recomenda orar por todos, sem distinção, também pelos governantes e por pessoas com responsabilidades, pois “Ele quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade". (ver 1 Tim 2, 2-3).
Os defuntos que estão no Purgatório dependem das nossas orações. É uma boa obra rezar por eles para que fiquem livres dos seus pecados. (ver 2 Mac. 12, 46).

in pt.josemariaescriva.info

Textos relacionados:

O que são as Obras de Misericórdia?

Breve explicação sobre Obras de Misericórdia Corporais


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S. Josemaria Escrivá e a guerra civil espanhola (1936-1939)



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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Jovem que denunciou tráfico de bebés abortados poderá ser preso

David Daleiden, o jovem que denunciou o tráfico corpos de bebés abortados na Planned Parenthood, foi acusado por um tribunal americano de tentativa de compra de órgãos humanos e corre o risco de ser condenado a 20 anos de prisão

Este corajoso rapaz fingiu estar interessado na compra de bebés abortados e abordou altos responsáveis da Planned Parenthood, que se mostraram totalmente disponíveis para o negócio, revelando que é uma prática comum naquela organização.

Todos os vídeos, alguns deles censurados por tribunais americanos, foram filmados com uma câmara oculta da organização não-lucrativa Center for Medical Progress.

No primeiro deles, a Drª. Deborah Nucatola, directora dos serviços médicos da Planned Parenthood, descreveu como vendem as várias partes do corpo dos bebés abortados. A médica explica como os abortos são feitos de forma cuidadosa, de modo a não danificar as partes do corpos dos bebés que valem mais no mercado.

A reportagem sobre este vídeo pode ser vista aqui: Planned Parenthood Uses Partial-Birth Abortions to Sell Baby Parts

A Planned Parenthood, que entretanto não foi acusada de nenhum crime,  é subsidiada pelo Governo Americano para "ajudar" as mulheres. Cerca de 95% dos seus serviços resumem-se a fazer abortos, cerca de 350 mil por ano. Neste negócio, a Planned Parenthood no último ano teve um lucro de 127 milhões de dólares. Recentemente, o Presidente Barack Obama mostrou o seu apoio incondicional a esta organização.

Em Portugal, a Associação para o Planeamento da Família (APF), também subsidiada pelo Estado, encontra-se associada à Planned Parenthood.

João Silveira


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domingo, 24 de janeiro de 2016

Dominicanos cantam 'Salve Regina' na Marcha pela Vida

Uma forte tempestade de neve deixou Washington praticamente parada. Mas o mau tempo não impediu que milhares de pessoas corajosas fossem para as ruas mostrar que vale a pena ser a favor da Vida, e que o aborto nunca é uma solução. Entre eles encontravam-se os 'Dominican Friars for Life'.


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Barack Obama festeja aborto livre com discurso absurdo

O Presidente dos Estados dos Unidos da América emitiu um comunicado para comemorar o 43º aniversário da sentença do Supremo Tribunal sobre o caso 'Roe v. Wade', que permitiu a liberalização do aborto naquele país.

O texto, apesar de curto, é bastante fértil em frases feitas e falácias. Vejamos alguns exemplos:

"Hoje comemoramos o 43º aniversário da decisão do Supremo Tribunal no Roe v. Wade, que afirmou a liberdade da mulher para fazer as suas próprias escolhas em relação ao seu corpo e a sua saúde."

Mas, caro Barack, o aborto não trata do corpo da mulher, não é uma lipoaspiração. Aquilo não é gordura, é um ser humano! Não sou eu que o digo, é a ciência. Pergunte aos seus conselheiros! O aborto também não está relacionado com a saúde da mulher porque a gravidez não é uma doença, muito pelo contrário.

"...redobramos o nosso compromisso em proteger estes direitos constitucionais, incluindo a protecção do acesso seguro e acessível das mulheres aos cuidados de saúde..."

Mas, caro Presidente, desde essa decisão, que comemora tão efusivamente, foram feitos, nos Estados Unidos, mais de 58 milhões de abortos. Podemos deduzir que cerca de 50% desses bebés eram do sexo feminino. Terão sido, então, mais de 29 milhões de mulheres a quem não só foram negados os cuidados de saúde mas foram elas próprias mortas pelos cuidados de saúde do seu país.

"Nos Estados Unidos da América, cada um de nós merece os direitos, liberdades e oportunidades para cumprir os seus sonhos."

Tem razão, caro Presidente Obama, cada um de vocês, que puderam nascer, têm a oportunidade de cumprir os vossos sonhos. Mas, desde a sentença do Supremo Tribunal, houve 58 milhões de seres humanos a quem a possibilidade de terem sonhos, e de os cumprirem, foi negada, porque foram mortos, em nome dos cuidados de saúde, nos ventres das próprias Mães. 

Os ideólogos abortistas encontram-se reduzidos a discursos que usam o sentimentalismo para disfarçar a falta de lógica e a monstruosidade das suas ideias. Podem ter ganhado várias batalhas mas vão perder a guerra.

João Silveira


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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Quando um Cristão visita Miami

Normalmente, quando uma pessoa viaja, repara nas coisas que lhe são mais familiares. Ora, Miami é uma das cidades mais famosas dos Estados Unidos: para além da praia e da noite, aparece frequentemente em muitas séries e filmes. Que sinais é que um Cristão poderia encontrar do seu Cristianismo?

Ao contrário da Europa, que ouviu falar de Cristo directamente dos Apóstolos, o primeiro contacto dos Americanos com o Evangelho foi apenas no final do século XV e por isso seria de esperar que a cultura Cristã não se notasse tanto. No entanto, a cidade de Miami transparece a fecundidade do apostolado da Igreja no mundo.

É surpreendente ver a quantidade de igrejas Católicas presentes hoje em Miami. E não são igrejas quaisquer. Toda a arte ensina catequese. Vitrais, retábulos, portas ou mesmo relevos nas costas dos bancos ensinam doutrina às pessoas que lá entram. Por exemplo, a igreja de Little Flower, construída no início do século XX, é uma igreja dedicada a Sta. Teresinha do Menino Jesus. As portas de madeira ao longo de toda a igreja têm os sacramentos com os nomes e desenhos gravados na madeiras.


Outro exemplo é a igreja do Gèsu em downtown Miami. Na entrada via-se logo um cartaz pedindo orações pelos sacerdotes e seminaristas jesuítas, vestidos de preto com cabeção na fotografia. Os enormes vitrais em ambas as paredes mostravam os mistérios da vida de Nossa Senhora. E a Via Sacra eram esculturas brancas onde a única personagem a cores era a Virgem Maria. Entre muitas outras coisas.

Numa cidade destas, é impressionante encontrar arte tão piedosa. O apostolado de muitos homens e mulheres que chegaram à América lançou sementes profundas que ainda hoje se vêem, nos sítios que menos se espera.

Nuno CB



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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Os católicos retroactivos - Pe. Gonçalo Portocarrero

São eles ilustres ateus ou agnósticos recém-falecidos que, sem mediar qualquer conversão in extremis, nem sinal de vaga fé cristã, são declarados, para efeitos exequiais, retroactivamente católicos.
Depois do 25 de Abril de 1974, surgiram pelo país fora muitos democratas de toda a vida. Pessoas que não só, muito oportunisticamente, aderiram de imediato à nova situação política, como também acharam por bem refazer o seu passado, mais ou menos colaboracionista com o antigo regime. Apesar de não se lhes conhecerem quaisquer méritos oposicionistas, declararam-se retroactivamente antifascistas, com tal veemência que ninguém se atreveu sequer a supor que tivessem sido outra coisa que não impolutos progressistas “desde sempre”.

Também há “católicos retroactivos”: ilustres ateus ou agnósticos recém-falecidos que, sem mediar qualquer conversão in extremis, nem sinal ou leve suspeita da mais vaga fé cristã, são declarados, para efeitos exequiais, retroactivamente católicos. Nestes casos, a “conversão” não é em vida, mas depois do óbito; não é o próprio que a realiza, mas os seus familiares e amigos, que o “convertem” à força, por conveniência social.

A razão desta forçada transformação póstuma de alguns notáveis cadáveres de não-crentes, mais ou menos impenitentes, decorre de uma exigência canónica e de um “must” social. Com efeito, só os fiéis têm direito aos ritos funerários da Santa Madre Igreja e, por isso, se o “ente querido”, embora baptizado, era tudo menos católico, será forçoso reconvertê-lo, com efeitos retroactivos, para que se justifique a respectiva celebração eucarística. A razão social é óbvia: um funeral sem missa é tão desconchavado e sem graça quanto um casamento civil. Por outro lado, as famílias dos defuntos apreciam muito o “evento” piedoso, sobretudo se ocorrer num templo majestoso e com um coro a abrilhantar o acontecimento. Um funeral de excelência, como prometia o slogan de uma agência do ramo.

Não será difícil arranjar quem, na liturgia, pondo de lado a Deus, que para ali não é chamado, faça a homenagem do “irmão não crente”. Mesmo quando se trata de alguém publicamente conhecido pela sua atitude irreligiosa e anticristã, o orador ilusionista encontrará misteriosas manifestações da mais sublime espiritualidade. 

Se o extinto tiver sido um homem das letras, até se poderá ter a deferência de substituir o salmo, ou uma leitura bíblica, que afinal é apenas palavra de Deus, por um muito mais belo e oportuno texto do falecido. Se for músico, toca-se uma sua composição, ainda que seja muito a despropósito. Se tiver pertencido a uma fraternidade anticlerical, mesmo que nos mais altos graus, a homilia versará sobre as qualidades cívicas do “homem bom”, exaltado como santo laico de uma sociedade ateia. Era empedernido marxista-leninista-estalinista-maoísta? Não importa, porque na cerimónia sublinhar-se-á o seu empenho pela justiça social, que pregava com o entusiasmo e a generosidade de um verdadeiro apóstolo.

Note-se que nunca é de bom tom referir a ultramontana hipótese da condenação, nem pedir – seria um insulto à memória do falecido! – orações de sufrágio pela sua alma. A bem dizer, não se trata de rezar, mas de canonizar, expeditamente, o “católico retroactivo”. Por isso também, qualquer advertência moral ou chamada à conversão será pudicamente silenciada, a contento dos participantes, que terão depois a amabilidade de agradecer a tão “bonita” quanto inócua celebração. E tudo se conclui, como em qualquer espectáculo, com uma estrondosa e sentida ovação.

Aconteceu para lá do Marão, onde mandam os que lá estão, segundo reza a tradição. Um velho pároco, pré-conciliar, foi oficiar uma missa de corpo presente e, como é da praxe, referiu-se ao extinto:

- Temos aqui este nosso irmão …

Mas, lembrando-se então de que nunca antes o tinha visto na igreja, atalhou o sermão com uma constatação nua e crua como o granito da região:

- … temo-lo aqui porque o trouxeram, porque ele nunca cá pôs os pés!

Talvez ao rude prior transmontano faltasse alguma sensibilidade pastoral, mas não a coerência na fé que, pelo contrário, escasseia em algumas celebrações, em que parece abundar uma certa mundanidade eclesial.

Graças a Deus, a Igreja está sempre de braços abertos para acolher os pecadores arrependidos. Há muitos incrédulos que se convertem à hora da morte e para todos os homens, sem excepção, há esperança de salvação. Mas, das ladainhas aos “católicos retroactivos”, libera nos Domine!

in Observador


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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Seminaristas armados

Seminaristas armados na arena de Pamplona em 1936. Armaram-se para se defender e proteger a população de Pamplona das milícias comunistas e anarquistas que aterrorizavam a região durante a guerra civil espanhola.


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A Missa na Forma Extraordinária e a Unidade dos Cristãos

Não é segredo nenhum que nos últimos anos a celebração da Missa tradicional tem crescido imenso por todo o mundo. A América é um dos melhores exemplos, mas não está sozinha.

Portugal tem estado a acompanhar esta evolução. Ontem esteve em Lisboa D. Fernando Rifan, Prelado da Administração Apostólica S. João Maria Vianney. É uma comunidade no Brasil que tem a missão, conferida pela Santa Sé, de promover a Missa tradicional.

Foi surpreendente ver uma Igreja de Lisboa cheia numa Segunda-feira à noite, numa cidade que há pouco tempo não tinha Missa na Forma Extraordinária. Mais ainda, os acólitos, todos jovens estudantes universitários, estavam muito bem preparados. Certamente que um especialista reconhecerá pequenas falhas, mas a unidade e a beleza da Liturgia estiveram presentes e ajudaram as pessoas a rezar. Como sempre na nossa história, os portugueses evoluem rapidamente quando se dedicam a sério.

No final da Santa Missa, D. Fernando dirigiu umas palavras muito amáveis de agradecimento. Explicou que não há várias Missas - a Missa é só uma, mas manifesta-se em vários ritos. No mundo Ocidental celebra-se o Rito Romano, o rito oficial do Santo Padre. Acontece que a Missa tradicional é a Forma Extraordinária do Rito Romano, portanto é a mesma Missa e o mesmo rito das Missas que se celebram actualmente.

D. Fernando reconheceu que certas pessoas usam a Missa tradicional para criar conflitos na Igreja e até contra o Papa*. Mas não é assim que ele se coloca. Na verdade, quando em comunhão com o Papa, a Missa tradicional contém uma riqueza inigualável.

Ele contou que, quando esteve em Roma recentemente, falou pessoalmente com o Papa Francisco. O Papa disse-lhe que, vivida na unidade, a Missa na Forma Extraordinária é um tesouro da Igreja. 
Papa Francisco e D. Fernando Rifan
Isto é especialmente importante na semana de oração pela Unidade dos Cristãos. De certa forma, o interesse e devoção pela Missa antiga fomenta a unidade de toda a Igreja e de todos os Cristãos. Esta semana de oração surgiu na Igreja sob a protecção de S. Pio X. Assim, existem umas orações pela unidade dos Cristãos na Forma Extraordinária, que valem a pena ser rezadas esta semana.

Oração colecta da Missa pro unitate Ecclesiæ:

Deus, qui errata córrigis, et dispérsa cóngregas, et congregáta consérvas : quǽsumus, super pópulum christiánum tuæ uniónis grátiam cleménter infúnde; ut, divisióne reiécta, vero pastóri Ecclésiæ tuæ se úniens, tibi digne váleat famulári. Per Dóminum. Deus, que corriges os que estão errados, congregas os que estão dispersos e conservas os que estão unidos, Te pedimos que infundas com misericórdia sobre o povo cristão a graça da tua união; para que, rejeitando a divisão, [o povo] se una ao verdadeiro pastor da tua Igreja e possa servir-te dignamente. Por Nosso Senhor (...)

*Infelizmente, também com a Missa Nova há muitos que se colocam contra o Papa e a Igreja, pelo que dizem e pelas alterações que fazem à liturgia.


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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Papa Francisco recebe a visita dos Príncipes do Mónaco

Charlene do Mónaco é uma das sete mulheres no mundo que podem usar branco, em vez de preto como é normal, quando são recebidas pelo Santo Padre. As outras seis são: Rainha Letizia de Espanha, a Rainha Sofia de Espanha, a Rainha consorte Matilde da Bélgica, a Rainha Paola da Bélgica, a Grã-duquesa Maria Teresa do Luxemburgo e a Princesa Marina de Nápoles.


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Apostolado é coisa de todos os dias

A Cândida e o António

Quando os jornais destes dias noticiaram a morte da Dra. Cândida Ventura, indómita lutadora «anti-fascista», lembrei-me do António.

Durante muitos anos, a indómita lutadora defendeu coisas aberrantes, mas é justo lembrar esses excessos no seu contexto. Em Portugal, ainda não havia mecanismos eleitorais livres, de modo que quem queria mudanças sentia-se empurrado para a revolução armada. Pelo menos, assim reagiam alguns. Outros acomodavam-se, temendo que «fosse pior a amêndoa que o cianeto» – como dizia um conhecido meu, que gostava de citar provérbios e autores clássicos. A Dra. Cândida Ventura não era de se ficar. Alistou-se no Partido Comunista e trabalhou na clandestinidade para derrubar o Governo. Chegou a fazer parte do Comité Central. Foi parar à prisão, mas a saúde deteriorou-se, a polícia compadeceu-se e libertou-a antes do tempo previsto. Logo que a soltaram, correu a abrigar-se por trás da Cortina de Ferro, como representante do PCP em Praga. A vida no paraíso comunista não correspondia à descrição do paraíso e a enérgica Cândida Ventura começou a entrar em conflito. Abreviando: acabou em divergência aberta com Álvaro Cunhal e todos os outros dirigentes e abandonou o Partido.

O António Patrício Gouveia era um rapaz meu conhecido, uns 8 anos mais velho. Recordo-o alto, elegante, exuberante de iniciativas, com o coração a transbordar generosidade e uma capacidade fantástica de fazer amigos. Tinha concluído uma pós-graduação em relações internacionais nos Estados Unidos e estava feliz, recém-casado com uma rapariga de quem vivia enamorado. Obviamente, sonhava mudar o mundo. E, tudo isto, intensamente.
António Patrício Gouveia com a família
Com o entusiasmo que o caracterizava, o António começava o dia fazendo oração. Depois, irrompia todos os dias na Missa da manhã e continuava mais um tempo na igreja a agradecer a Comunhão. Ao longo do frenesim do dia, rezava o terço e dedicava vários intervalos à oração. Num deles, percebeu que Deus o chamava a ser do Opus Dei e, desde então, esforçava-se por ser fiel a essa vocação. Além da Missa, procurava passar pela igreja mais alguma vez, para adorar o Senhor no Sacrário. E tinha tempo para rir, com aquela sua felicidade contagiosa, e acompanhar o ritmo desenfreado de Francisco Sá Carneiro, que escolheu aquele miúdo como chefe de gabinete. Foi nessa função que o António se cruzou com a Cândida. Tudo a correr, rapidíssimo. A antiga comunista estava com uma neta e o António só teve tempo de lhe dizer que, se a pequena se quisesse baptizar, falassem com a mãe dele para lhe dar catequese.

A história do António ficou por aqui, tanto mais que pouco depois ele explodiu nos ares, no mesmo avião que Sá Carneiro e Amaro da Costa. A história da neta da Cândida continuou, porque a pequena quis baptizar-se e foi pedir à mãe do António que a preparasse.
Cândida Ventura

Passado alguns anos, a própria Cândida ganhou balanço e foi bater à mesma porta, para receber catequese e baptizar-se.

Numa época em que eu viajava frequentemente ao Algarve, cruzei-me algumas vezes com um grupo de universitárias minhas conhecidas, que participavam em palestras e momentos de oração: lembras-te de uma velhinha simpática que vinha connosco? Era a Cândida Ventura! Lembro-me vagamente do grupo, mas não recordo as caras. Assim, perdi a oportunidade de conhecer uma lendária anti-fascista. Agora, ando à procura do número de telefone:

– Alô, Céu? Daqui Terra! Há possibilidade de saber o que o António disse à Cândida, quando ela aí chegou?

José Maria André in Correio dos Açores, 17-I-2016


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domingo, 17 de janeiro de 2016

Este Cardeal esteve preso durante 13 anos mas era livre

"Estou feliz aqui, nesta cela, onde os fungos crescem no meu estrado de dormir, porque Vós estais comigo, porque desejais que eu viva aqui convosco. Falei muito durante a minha vida: agora não falarei mais. É a Vossa vez de falar-me, Jesus: eu Vos escuto." 

Cardeal François-Xavier Van Thuân in 'Cinco pães e dois peixes - Do sofrimento do cárcere, um alegre testemunho de fé' 


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O vinho novo da verdadeira alegria

Está escrito que o Senhor foi a umas bodas para onde tinha sido convidado. O Filho de Deus foi a estas bodas para santificar com a Sua presença o casamento que já tinha instituído. Foi a umas bodas da Antiga Lei para escolher, no povo pagão, uma esposa que permanecesse sempre virgem. 

Aquele que não nasceu de um casamento humano foi às bodas, e não foi para participar num alegre banquete, mas para Se revelar por meio de um prodígio verdadeiramente admirável; não foi beber vinho, mas dar vinho. Porque, quando faltou vinho aos convidados, a bem-aventurada Virgem Maria disse-Lhe: «Não têm vinho!» Jesus, aparentemente contrariado, respondeu-lhe: «Mulher, que tem isso a ver contigo e comigo?» Ao responder: «Ainda não chegou a Minha hora», referia-Se certamente à hora gloriosa da Sua Paixão, onde o vinho foi derramado para vida e salvação de todos. Maria pedia-Lhe um favor temporal, enquanto Cristo preparava uma alegria eterna.

Mas o Senhor é tão bom, que não hesita em conceder pequenas coisas enquanto não chegam as grandes. A bem-aventurada Virgem Maria, sendo verdadeiramente Mãe do Senhor, via em pensamento o que ia passar-se e conhecia antecipadamente a vontade do Senhor. Foi por isso que teve o cuidado de dizer aos servidores: «Fazei o que Ele vos disser!» 
A Santa Mãe sabia certamente que a palavra de censura que o Filho lhe tinha dirigido não ocultava o ressentimento de um homem irritado, mas continha um mistério de compaixão. 

E eis que subitamente aquelas águas começaram a receber força, a tomar cor, a difundir um bom odor, a adquirir gosto, e a sua natureza a mudar por completo. E esta transformação das águas noutra substância manifestou a presença do Criador, porque ninguém é capaz de transformar a água noutra coisa, senão Aquele que a criou do nada.

São Máximo de Turim in Homilia 23; PL 57, 274


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sábado, 16 de janeiro de 2016

O que acontece aos bebés que nascem vivos depois de um aborto?

Um número considerável de funcionários de clínicas de aborto, médicos e ex-abortistas têm quebrado o silêncio e falado sobre as crianças a quem foi negada assistência médica depois do parto.

No livro 'The Ambivalence of Abortion' [A Ambivalência do Aborto], a autora pró-aborto Linda Bird Francke recolheu o depoimento de várias pessoas envolvidas na indústria do aborto. Ela cita uma enfermeira, que conta a seguinte história:

"Tivemos um salino (tipo de aborto) que nasceu vivo. Eu corri para a enfermaria e pus aquilo numa encubadora. Chamei o pediatra para ajudar, mas ele negou-se. 'Isso não é um bebé. É um aborto!', ele disse." [1]

Embora o destino da criança não tenha sido revelado, é praticamente impossível que ela tenha sobrevivido sem assistência médica às lesões fatais de um aborto salino.

Num procedimento desse género, uma solução salina cáustica é injectada no útero materno, envenenando o líquido amniótico e matando o bebé no curso de algumas horas. A mulher entra em trabalho de parto para dar à luz um bebê morto. Esse método foi abandonado na década de 1990 pelo grande número de abortos mal-sucedidos e porque era perigoso para a mulher. 

Foi substituído pela "dilatação e evacuação", um procedimento brutal através do qual o bebé é dilacerado com forceps e extraído pedaço por pedaço. Uma técnica similar à do envenenamento salino, que ainda é realizada hoje, consiste na injecção de digoxina directamente no coração do feto. A substância "amolece" o cadáver, tornando mais fácil rasgá-lo e retirá-lo do útero. Abortos por digoxina são geralmente feitos nos últimos dois trimestres e, às vezes, também produzem nascidos vivos.

Em 'In Necessity and Sorrow: Life and Death in an Abortion Hospital' [Na Necessidade e no Sofrimento: Vida e Morte num Hospital de Aborto], Magda Denes, outra autora pró-aborto, relata o testemunho de Teresa Etienne, identificada como funcionária de uma clínica:

"A única vez em que pensei sobre aborto em termos de religião foi quando vi alguns fetos e um tinha nascido vivo. Eu realmente vi um deles, e até senti o batimento do seu coração. Eu toquei-o. Era igual a um bebé, mas era muito pequeno. Era realmente lindo. Muito calmo. Na verdade, estava começando a morrer. As batidas do coração estavam a diminuir. Ele estava a ir para o Hospital Bellevue e um rapaz dizia: 'Eu não sei por que temos que levar isto para lá, já que vai morrer de qualquer maneira. Por que passar por todo esse aborrecimento?" [2]

Um caso no qual um bebé nascido vivo foi morto por acção directa do abortista veio à luz quando funcionários de uma clínica revelaram o que aconteceu. Nas palavras do autor pró-vida Mark Crutcher:

"De acordo com cinco empregados de uma clínica de aborto, o abortista texano John Roe 109 (pseudónimo) realizava um aborto quando uma menina do tamanho de um pé (cerca de 30 cm) e com cabelo castanho claro nasceu. Eles confirmaram que o bebé se enrolava na mão de Roe e tentava respirar, enquanto ele segurava a placenta sobre o seu rosto.

Então, ele atirou o bebé em um balde de água e vários empregados confirmaram que bolhas subiram até a superfície. Eles testemunham que Roe, então, 'colocou o feto dentro de um saco plástico... que foi amarrado e colocado no fundo da sala de operações. As paredes do saco pulsavam, como se alguém estivesse a respirar dentro dele. Então, o saco parou de se mover.' Uma testemunha diz que pegou no saco no qual Roe colocou a criança e, depois, pôs o saco no congelador onde os fetos abortados eram armazenados." [3]

Abortistas descrevem as suas experiências

No artigo 'Pro-Choice 1990: Skeletons in the Closet' [Pró-Escolha 1990: Esqueletos no Armário], o ex-abortista Dr. David Brewer descreve a sua primeira participação num procedimento de aborto tardio. A operação foi feita por histerotomia, um tipo de aborto no qual o bebé é tirado da barriga da mulher, de modo similar a uma secção cesariana.

"Eu me lembro de ver o bebé a mexer-se, debaixo das membranas da bolsa, assim que a incisão cesariana foi feita, antes que o médico a rompesse. Veio-me à mente: 'Meu Deus, aquilo é uma pessoa'. Então, ele rompeu a bolsa. E quando o fez, é como se viesse uma dor ao meu coração, assim como quando eu vi o primeiro aborto por sucção. Então, ele tirou o bebé, e eu não podia tocá-lo... Não podia mais ser um assistente. Apenas fiquei ali e a realidade do que estava acontecendo finalmente começou a entrar em meu cérebro e coração endurecidos.

Eles levaram aquele bebezinho que fazia pequenos sons e se movia e chutava, e colocaram-no numa mesa, numa fria tigela de aço inoxidável. Enquanto fechávamos a incisão no útero e finalizávamos a cesariana, eu olhava e via aquele pequeno ser movendo-se naquela tigela. E ele, é claro, chutava e movia-se cada vez menos com o passar do tempo. Lembro-me de pensar e olhar para o bebé quando terminámos a cirurgia e ele ainda estava vivo. Era possível ver o seu peito movendo-se, o seu coração batendo e o bebé a tentar dar um pequeno suspiro. Aquilo realmente atingiu-me e começou a ensinar-me sobre o que o aborto realmente era." [4]

Brewer ainda realizaria mais abortos antes de eventualmente sair da indústria e se tornar um interlocutor pró-vida. Mais tarde, na sua carreira profissional, o mesmo David Brewer presenciou o drama de outro bebé nascido vivo depois de um aborto salino:

"Uma noite, uma mulher deu à luz e eu fui chamado a comparecer e examiná-la porque estava fora de controle. Entrei na sala e ela estava a cair aos bocados, com um colapso nervoso, gritava e debatia-se. As enfermeiras estavam incomodadas porque não conseguiam trabalhar e do mesmo modo todos os outros pacientes, porque essa mulher gritava. Quando entrei, vi o seu pequeno bebé vítima de um aborto salino. Ele tinha nascido e ficou chutando e movendo-se durante um curto espaço de tempo, até finalmente morrer com aquelas terríveis queimaduras – porque a solução salina entra nos pulmões e queima-os também."

O Dr. Paul Jarrett, outro ex-abortista, conta a seguinte história:

"Como a solução salina hipertónica era muito tóxica se, ao invés do saco amniótico, fosse injetada na parede do útero, havia uma constante procura pela droga perfeita. A prostaglandina tornou-se agora a droga do momento, mas um dos primeiros experimentos foicom ureia hipertónica. A maior desvantagem do seu uso era o problema dos nascidos vivos. Lembro-me de usar a solução numa paciente que os residentes da psiquiatria nos trouxeram de sua clínica (...). Nunca esquecerei quando tirei o seu bebé de cerca de 900 gramas e ouvi os seus gritos: 'O meu bebé está vivo, meu bebé está vivo!'. Ele sobreviveu durante vários dias."

Outros médicos testemunham o horror

Um médico que cuida de bebés prematuros descreve experiências que teve enquanto ainda fazia residência. Ele ajudou um médico a realizar um aborto terapêutico por histerotomia – técnica na qual o útero é removido como forma de tornar a pessoa estéril e, ao mesmo tempo, realizar um aborto.

"Eu já havia ajudado em duas outras histerotomias, uma por cancro no endométrio e outra por causa de um tumor benigno. Tinha sido ensinado durante os dois primeiros casos a 'sempre abrir o útero e examinar o seu conteúdo' antes de mandar a amostra para a patologia. Então, depois do professor ter retirado o útero, eu – ansioso por mostrar-lhe que já tinha aprendido o procedimento padrão – perguntei-lhe se queria que eu o abrisse, ao que ele respondeu: 'Não, porque o feto pode estar vivo e então estaríamos diante de um dilema ético.'" [5]

Pouco tempo depois, o mesmo médico presenciou com os seus próprios olhos um bebé nascido vivo depois de um aborto:

"Algumas semanas depois, agora no departamento de obstetrícia, eu recuperei uma bolsa de fluído intravenoso que o médico residente havia pedido. O material era para ministrar prostaglandina, uma droga que induz o útero a contrair e expelir o que tem. A paciente fez o mínimo contacto visual connosco. Algumas horas depois, eu vi o feto abortado ofegante e movendo as suas pernas numa arrastadeira, que depois foi coberta com um pano." [5]

Ele descreve um aborto por nascimento parcial realizado sem sucesso num bebé com hidrocefalia. Primeiro, ele conta o modo como o aborto seria realizado:

"O residente descreveu como ia tirar o corpo do bebé e, então, quando a cabeça estivesse presa, inserir o trocarte – um longo instrumento de metal com uma ponta afiada – através da base do crânio. Durante a fase final desse procedimento, indicou que moveria o tubo de sucção várias vezes de um lado ao outro do tronco cerebral, para garantir que o bebé nasceria morto. Vários dos pediatras residentes, incrédulos, disseram: 'Você está a brincar' ou 'Você está a inventar isso'..." [5]

Depois, descreve o resultado da operação:

"Depois, naquela tarde, o obstetra residente realizou o procedimento, mas, infelizmente, a criança nasceu com o coração a bater e alguns suspiros fracos e ofegantes. Então, o bebé foi trazido à UTI neonatal: era uma criança um pouco prematura, que pesava cerca de 2 quilos. A sua cabeça, em si, estava dilacerada. A cama estava suja de sangue e drenagem. Fiz o meu exame (nenhuma outra anomalia detectada), e anunciei a morte do bebé cerca de uma hora depois." [5]

O Dr. Ron Paul, que já foi candidato do Partido Republicano à presidência dos EUA, contou a seguinte história durante a campanha:

"Aconteceu, uma vez, de eu entrar em uma sala de operações onde estavam a fazer um aborto numa gravidez avançada. Eles retiraram um pequeno bebé que era capaz de chorar e respirar, colocaram-no num balde, puseram-no no canto da sala e fingiram que ele não estava lá. Desci pelo pátio de entrada e um bebé tinha nascido prematuro – um pouco maior que o bebê que tinham colocado no balde – e eles queriam salvar esse bebé. Estavam ali cerca de 10 médicos a fazer todos os possíveis para salvar a vida daquela criança.

Quem somos nós para decidir, para escolher e descartar uns e lutar para salvar a vida de outros? A menos que solucionemos isso e entendamos que a vida é preciosa e que devemos protegê-la, não seremos capazes de proteger a liberdade."

Esses incidentes são apenas a ponta do iceberg. Não se sabe exactamente, ao longo de todos estes anos, quantas crianças nasceram vivas e morreram silenciosamente – ou foram deixadas para morrer – sem que ninguém revelasse o que lhes aconteceu.

Referências: 

[1] Linda Bird Francke. The Ambivalence of Abortion. New York: Laurel, 1982. p. 53. 
[2]Magda Denes. In Necessity and Sorrow: Life and Death in an Abortion Hospital. New York: Basic Books, 1976. p. 39. 
[3]In Mark Crutcher. Lime 5: Exploited by Choice. Denton, Texas: Life Dynamics Incorporated, 1996. 
[4]David Kuperlain; Mark Masters. Pro-Choice 1990: Skeletons in the Closet. New Dimensions, October 1990. 
[5]Hanes Swingle. A Doctor's Grisly Experience With Abortion. The Washington Times, July 23, 2003. p. A-18.

adaptado de Christo Nihil Praeponere 



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